Tropas auxiliarão forças locais no combate aos rebeldes do grupo armado LRA, mas não devem entrar em combate
Militares americanos estão distantes de solo africano desde o fracasso de operação na Somália, em 1993
Militar americano instrui forças ugandenses |
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou ontem o envio de cem militares americanos para Uganda, na África. O objetivo é fornecer apoio às forças ugandenses no combate aos rebeldes do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês).
"Autorizei que um número pequeno de combatentes americanos seja enviado à África central para fornecer assistência às forças regionais que lutam para vencer Joseph Kony", afirmou Obama em carta ao Congresso, citando o líder do LRA.
Obama destacou, porém, que os militares americanos "não irão se engajar em combate no solo ugandense contra as forças rebeldes, exceto em caso de defesa própria".
Os termos conservadores do acordo asseguram aos americanos que os EUA não planejam entrar em nenhum outro conflito por ora. E muito menos na África.
Envolvidos nas guerras do Afeganistão e Iraque há mais de uma década e apoiando a campanha da Otan (aliança militar ocidental) na Líbia, os americanos não estão dispostos a pagar o custo de mais confrontos internacionais.
Tampouco querem correr o risco de um novo "Black Hawk Down" -ataque frustrado a rebeldes em Mogadício, em que 18 militares americanos foram mortos quando um helicóptero foi abatido. O ano era 1993 e, desde então, os EUA negaram-se a assumir qualquer outro envolvimento militar no continente.
Antes, Obama já havia condenado o grupo rebelde como "uma afronta à dignidade humana".
O LRA atua desde os anos 90 em Uganda, lutando pela queda do governo local e pela instituição de uma nova ordem baseada nos Dez Mandamentos bíblicos. Grupos de direitos humanos acusam o LRA de abusos sexuais e mutilações de civis.
Os milhares de crianças recrutadas como soldados para a luta armada motivaram uma acusação no TPI (Tribunal Penal Internacional). O líder do LRA, Joseph Kony, foi indiciado pela corte por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
"O LRA continua a cometer atrocidades na República Centro-Africana, no Congo e no Sudão do Sul, que têm imenso impacto na segurança da região", disse Obama.
Segundo ele, os militares americanos são necessários porque "esforços regionais até agora não tiveram sucesso em desmobilizar Kony e seus comandantes". Negociações de paz foram suspensas em 2008, depois que Kony se recusou a assinar um acordo e encerrar os combates.
Obama acrescentou que um grupo inicial desembarcou em Uganda na última quarta-feira, mas que um total de cem homens compõe a missão. Militares serão enviados também aos outros países da região atingidos pelo LRA, desde que eles autorizem a operação.
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