Washington entregou lista a Pequim com nomes de empresas chinesas que ajudariam Teerã em seus programas nuclear e de mísseis
O governo dos EUA acredita que empresas chinesas estejam fornecendo assistência e tecnologia ao programa nuclear e de mísseis do Irã, segundo reportagem desta segunda-feira do Washington Post.
De acordo com o jornal, a administração do presidente Barack Obama crê que diversas empresas chinesas estejam violando as sanções dos EUA contra o país persa. Um membro do governo americano disse, em condição de anonimato, que Robert Einhorn, autoridade que supervisiona a aplicação das sanções contra Teerã, entregou a autoridades chinesas uma “lista significativa” dessas empresas e bancos.
Um porta-voz da Embaixada da China disse que Pequim iria investigar as afirmações americanas. O funcionário americano não citou nomes de empresas chinesas, nem disse quantas estariam na lista. Porém, ele disse ao Washington Post que a inteligência americana acredita que várias empresas e bancos chineses estão envolvidos no fornecimento de tecnologia restrita ao Irã, principalmente para seu programa de mísseis.
Um segundo membro do governo americano disse ao jornal que empresas da China venderam ao Irã materiais que poderiam ser usados para a construção de centrífugas melhores – o equipamento é usado para enriquecer urânio que poderia ser usado em armas nucleares.
Em junho, a ONU impôs uma quarta rodada de sanções ao Irã em função de sua recusa de interromper o enriquecimento de urânio. As potências ocidentais temem que o programa nuclear do Irã tenha fins militares, enquanto Teerã afirma que a finalidade é a produção de energia elétrica.
Negociações
No domingo, o presidente do país persa, Mahmoud Ahmadinejad, disse apoiar a ideia de novas conversas com a comunidade internacional sobre o programa nuclear iraniano, mas alertou que as negociações irão falhar se o Ocidente não se levantar com firmeza contra o suposto arsenal nuclear de Israel. O país não assume nem nega ter armas nucleares.
“Eles vieram e disseram ‘iremos negociar’”, disse Ahmadinejad. “Nós dizemos ‘tudo bem, negociaremos com vocês’”.
Em Washington, o porta-voz do departamento de Estado, P. J. Crowley, disse que depende do Irã marcar uma data para as negociações. “O Irã diz estar pronto para falar”, disse Crowley. “Agora ele precisa se comprometer com uma data. O Irã sabe o número do telefone. Estamos esperando por sua reposta formal.”
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