Secretário-geral quer Conselho 'mais transparente e mais democrático' e criticou órgãos de decisão internacional, como o G20
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu aos Estados-membros da ONU que reformem o Conselho de Segurança "o mais rápido possível" para fazer este órgão "mais transparente e mais democrático".
Em seu discurso na abertura do fórum World Policy Conference, realizado em Marrakech (sul do Marrocos), Ban considerou que "a composição do Conselho de Segurança deve refletir as realidades de hoje, não as de décadas atrás".
Ban, que realiza sua primeira visita oficial ao Marrocos desde que assumiu o cargo de secretário-geral da ONU, disse que os métodos de trabalho do Conselho de Segurança "podem ser melhorados", mas reconheceu que já há um consenso sobre esta necessidade.
Também criticou órgãos de decisão internacional, como o G20 - que qualificou como o "principal fórum econômico mundial" -, por suas representatividades limitadas. "Hoje, vários países em desenvolvimento se encontram no pelotão de frente do plano do crescimento econômico, e também serão os motores da recuperação após a crise econômica e financeira mundial. Entretanto, sua voz não é tão forte como deveria ser nas instâncias onde são tomadas as decisões econômicas mundiais", avaliou.
O principal responsável da ONU enumerou os três desafios que encontra para a boa governança mundial: proteger os pobres e vulneráveis, evitar uma catástrofe climática e enfrentar uma nova geração de problemas. Quanto à mudança climática, reconheceu que a Conferência mundial realizada em 2009 Copenhague "não correspondeu a todas as expectativas", mas, ainda assim, foram alcançados progressos rumo à criação de "um grande consenso político".
Para isso, disse que os Estados da ONU devem concentrar seus esforços na cúpula que será realizada a partir de 29 de novembro deste ano em Cancún (México). Após seu discurso, Ban se reuniu em privado com o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, e com o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Miguel Ángel Moratinos, e está previsto que o rei Muhammad VI do Marrocos o receba nas próximas horas.
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