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quinta-feira, 1 de março de 2012

Seria possível imaginar um chavismo sem Hugo Chávez?


Imagem do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na estatal PDVSA na cidade de Caracas
Há inúmeros motivos para em certos casos temer e em outros desejar que o resultado das eleições presidenciais de 7 de outubro próximo na Venezuela influa diretamente na experiência chavista. Hugo Chávez, inventor nos últimos 12 anos da refundação-revolução no país, está, como já se suspeitava mas ele não queria reconhecer, gravemente doente. Não é o primeiro caso na história. O presidente da Quinta República francesa, Georges Pompidou, sucessor do general De Gaulle, visivelmente inchado de cortisona em seus últimos meses de mandato, nunca chegou a publicar o que todo mundo adivinhava.

O presidente venezuelano insistiu repetidamente, desde que foi operado em junho passado em Havana de um câncer na pélvis, que sua recuperação tinha sido total. Poucos dias antes que admitisse na semana passada que o mal havia se reproduzido, e que fora operado pela terceira vez em Cuba, um dos que mais soam como eventual sucessor, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, ainda dizia com afetado sarcasmo que a oposição teria uma grande decepção sobre o estado de saúde do presidente. Mas a decepção deve ter sido dele, quando seu chefe falou. Lição recorrente: Hugo Chávez é tão pessoal como governante que nem a seus mais próximos havia contado como estavam as coisas.

Além disso, a convalescença deveria afastá-lo durante semanas de um governo ativo, tanto se permanecer na capital cubana como se regressar a Caracas, e nem por isso ele delegou poderes a seu vice-presidente, Elías Jaua.

As nomeações dos últimos meses indicam, entretanto, o que poderia ser um projeto de plano sucessório. Em novembro de 2010 Chávez escolheu o general Henry de Jesús Rangel Silva como comandante em chefe do exército, militar da linha ultrachavista, que ao ser designado já avisou que a milícia não aceitaria uma mudança de rumo em consequência das eleições, e que esteve com Chávez no fracassado golpe de Estado de 4 de fevereiro de 1992.

Assim como Rangel, os generais Hugo Carvajal, chefe da inteligência militar; Manuel Bernal, chefe da guarda presidencial, e Jesús Suárez, da 42ª brigada paraquedista, todos eles recém-designados, participaram, como o próprio Cabello, da intentona golpista. Entre as últimas nomeações de peso, só a do general Clíver Alcalá, hoje chefe da 4ª Divisão, a mais bem dotada das forças armadas, com novíssimo material russo, não pertence ao círculo de 92.

Se houver sucessão, o Chavismo Dois ou pós-chavismo, no caso de o governo ganhar as eleições, vestirá uniforme. Chávez fracassou, ou nem sequer o propôs, em institucionalizar a chamada revolução bolivariana. O chavismo foi concebido como uma religião política, assim como o marxismo-leninismo na União Soviética e na Cuba castrista.

E para se institucionalizar, além de ter um sucessor reconhecível, o chavismo deveria ter sistematizado a fé, organizado o mito que tem como primeira deidade o libertador Simón Bolívar e tentado racionalizar politicamente um mistério, o socialismo do século 21, que hoje continua sendo somente um nome. Como diz o brilhante biógrafo do líder, Alberto Barrera: "Chávez é a emoção através da qual o povo se conecta com o poder". Mas o que há por trás desse vínculo com matizes de encantamento?

Por enquanto, um despotismo social, um estatismo autoritário que se define pela existência do líder-caudilho, possuidor do carisma popular que lhe permita interpretar, como fez, sua própria Constituição com a flexibilidade necessária para favorecer sua vitória nas urnas, mas que entretanto não levou o projeto bolivariano a suas últimas consequências: a ditadura.

Esse sistema híbrido, do qual o líder intelectual da oposição, Teodoro Petkoff, disse a "El País" que se encaminhava para "um totalitarismo 'light'" - tão híbrido quanto essa própria contradição em termos - é dificilmente institucionalizável, porque se não fechar a via ao poder de outras forças não pode garantir sua própria sucessão.

Em suas copiosas mas certamente desordenadas leituras, ignora-se se o presidente terá prestado atenção nas palavras de Maquiavel: "Não é salvação de uma república contar com um príncipe que governa com prudência - do que jamais se poderia acusar Chávez -, mas sim com um que a regule de tal modo que, mesmo quando falte, fique preservada". Por isso é difícil imaginar um chavismo sem Chávez.

15 comentários:

  1. Esse já era. E o médico venezuelano que disse que ele tinha pouco tempo de vida teve que sair correndo do país sob risco de espancamento com sua família. Esse é o Chávez.
    Este homem fez muito mal a Venezuela. Nada em petróleo, mas a população é cada vez mais miserável e dominada, enquanto ele doa o ouro negro para outros países. Esses dias foram 600.000 mil barris para o Irã.
    Logo haverá dois ditadores a menos nas Américas. Chaves e Fidel.
    O poder absoluto corrompe.

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    1. Só declare Chávez morto quando realmente ele estiver morto. Ele já escapou de várias tentativas de assassinatos. O vaso é ruim e não irá quebrar tão logo. O Chávez não fez e nem faz mal a Venezuela, segundo os dados ele é o melhor presidente do país em 100 anos. Essa de que ele doou 100 mil barris de petróleo para o Irã não faz sentido. O Irã produz petróleo e medida que países como Japão deixaram de comprar o petróleo iraniano, o Irã tem muito petróleo.

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  2. Pelo visto vc taria mais feliz com antigo presidente da Venezuela .fervoroso Capacho dos Yankes.
    .
    Emquanto a elite de la ta na amrgura hoje o POVAO ta la sem feliz com medicos de graca vindo de Cuba ,
    ai vem vc com papo furado e desenformado da folha de sp e outras subisidiarias da (BBC de Londre)

    como diz o Boris iso e uma VERGONHA :(

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    1. Olha amigo eu gosto muito de notícias militares e de estar bem informado. Antes de postar qualquer coisa pesquiso muito. Sempre dou uma olhada no site Voice of Russia (tem a opção de ler em português também) e o site pravda.ru.
      Para falar a verdade dou pouca atenção a mídia ocidental, já que nos dias atuais o verdadeiro jornalismo americano está morto. Só dá para acreditar em alguma coisa muito bem fundamentada no You tube. Pena que a maioria dos vídeos está em inglês.
      E, lol eu sabia que alguém me diria que eu sou a favor dos Yanques só porque eu discordo do modo como o Chaves conduz seu povo. Isso é nivelar por baixo amigo.
      A elite sempre vai estar bem porque nem está mais lá. E o povão como tu diz pode ter até médico de graça, mas sofre coisas que nós aqui nem imaginamos. Pelo que eu li tem dificuldade de comprar até papel higiênico de qualidade. Educação então é só o que interessa, nos moldes da Coréia do Norte.
      Não se engane, o Chaves é um grande demagogo e extremamente vingativo. Acho que o nobre e sofrido povo venezuelano só tem a ganhar quando este indivíduo se for.
      E entre vários erros de português, eu só não aguentei o desenformado. É desinformado. Segundo o Aurélio desenformar: palavra empregada para o ato de tirar algo de uma fôrma.
      Abraços e leia mais.

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    2. Você ler o Pravda? Se lê em português está perdendo seu tempo. E por favor, pare de infantilidades e apontar os erros de português dos outros.

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    3. Olha Michel, eu leio o pravda em inglês. E não estou sendo infantil. O cara escreve quase tudo errado e vem aqui dar opiniões importantes ? Pega mal, né ? Alguém tem que dizer.

      E a Venezuela doou sim 600.000 barris sim ao Irã. Leia isso:

      Even though Iran is the world’s second largest oil producer, it currently does not have the capability to satisfy almost 40% [1] of its internal gasoline demands and is, thus, dependent on imports to satisfy those needs. The passage of the CISADA was hailed as a powerful measure to exert pressure on Iran. As a matter of fact, immediately after its passage, there were signs that it had indeed created significant problems [2] for the government of Iran and that its continued implementation would have very desirable effects.

      Alas, after months of denial, we’ve now learned that one company has defied the act and has been secretly selling gasoline to Iran. That company is none other than Venezuelan government-owned petro-giant Petróleos de Venezuela, S.A. (PDVSA). Documents obtained by credible sources close to the matter clearly show that as recently as last December, Venezuela was sending reformate to Iran’s government. Reformate is used in the production of very high-grade gasoline.

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    4. Caro Juliano, eu aprendei estudando a retórica, quando o interlocutor da importância a coisas não ligadas ao debate caso dos erros de português do nosso colega, o interlocutor está tenta de alguma maneira tirar o foco do debate e que muitas vezes pode ser encarado como uma evasão. Não faça mais isso. Se os erros forem muitos, eu como mantedor do blog irie falar com ele. Ele pode escrever errado, às vezes isso se dá pela rapidez da digitação, isso acontece comigo várias vezes, mas o pensamento dele era interessante.

      Sobre o que você falou das relações entre Irã e Venezuela algo está errado. Primeiramente você disse que a Venezuela doou ao Irã 600 mil barris de petróleo, isso jamais existiu, uma vez que o Irã é produtor de petróleo e não precisa do petróleo da Venezuela. Sua fonte diz que a Venezuela enviou gasolina para o Irã, mas não diz que foi doada. Pelo contrário, diz que foi VENDIDA. Se foi vendida, Chávez não desrespeitou o contribuinte venezuelano, não nesse momento.

      Em tempo, eu já sabia que o Irã não era produtor de gasolina, uma coisa cômica se comparamos que o Irã é produtor de petróleo. O engraçado é que o Irã vende o petróleo e compra gasolina, agora não me lembro de quem. Mas uma coisa é certa Juliano, você errou na informação.

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    5. Eu so não consegui achar o link no Voice of Russia na qual eu me lembro que eles disseram que foi doado recentemente. Peguei então outra informação só para comprovar que de fato a Venezuela manda este produto para o Irã. O erro foi não revisar que neste artigo que citei dizia que foi vendido, o que de fato está correto como você disse. Se eu achar o outro link te mando. Este foi mais recente.
      Vamos ficar num meio acerto então. Bom debate.

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    6. Quando você achar, torne o assunto. Mas já deu para perceber que você fez confusão, uma vez que o Irã não precisa de petróleo. A Venezuela VENDE gasolina para, diferentemente do que você disse, que foi que a Venezuela doa petróleo.

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  3. Aqui está o grande heroi da Venezuela. PFFF.

    Venezuela's oil output slumps under Hugo Chavez

    Venezuela's daily oil production has fallen by a quarter since President Hugo Chavez won power, depriving his "Bolivarian Revolution" of much of the benefit of the global boom in oil prices.

    To win allies and forge an anti-American front, Mr Chavez sells oil to friendly countries at low prices. Ironically, the only big customer buying Venezuelan oil at the full market price is the United States, which the president routinely denounces as the "Empire".

    "As production falls, the sales to the US become more important," said Pietro Donatello, an oil analyst from Latin Petroleum in the capital, Caracas. "Only the US is paying the full amount for Venezuelan oil and in cash, the rest are in some kind of barter agreements."...

    ...The company now grows food after Mr Chavez's price controls emptied supermarket shelves of products like milk and eggs. Another branch produces furniture and domestic appliances in an effort to stem the flow of imports. What PDVSA seems unable to do is produce more oil.

    Venezuela has proven reserves of 80 billion barrels, but estimates suggest that it may possess 142 billion barrels - more than anywhere else except Saudi Arabia. But the crude is of low quality and must be upgraded before it can be shipped. There are only three upgrade units currently operating, processing only 600,000 barrels per day.

    "There is a bottleneck in the Venezuelan production system," said Mazhar al-Sheridah, 68, an oil expert at the Central University of Venezuela. "It will cost at least $32 billion to build another three upgrading units and take some five years, meaning that Venezuelan production is stuck at current levels for a while yet."

    All this means that Venezuela has missed much of the benefit from the oil boom and, now that prices are falling, Mr Chavez faces huge financial problems. Nobody is sure at what point his government would be unable to pay its bills, but most sources consulted believe this would probably happen if oil falls to $80 a barrel. Yesterday, oil was trading at $79.80.

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  4. processing only 600,000 barrels per day. Coincidência não? Ele doou para o Irã 1 dia de trabalho nas refinarias da Venezuela.

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    1. Juliano, novamente você erra!

      O que você está querendo provar?

      Que Chávez doou 600 mil barris de petróleo ao Irã?

      Se sim, cometera mais um errou gravíssimo de informação. O texto diz muitas coisas, inclusive que a produção de petróleo venezuelano caiu com a chegada de Chávez ao poder (isso é relativo), que Chávez vende o petróleo iraniano a preços sugestivos a países amigos e etc. Mas não disse em nenhum momento que Irã recebeu uma doação de 600 mil barris de petróleo, até mesmo porque não precisa. Sinceramente, caro leitor, está na hora de você se matricular em um curso de inglês. Sem ofensas, okay?

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    2. Sinceramente, caro leitor, está na hora de você se matricular em um curso de inglês. Sem ofensas, okay?
      eu aprendei estudando a retórica, quando o interlocutor da importância a coisas não ligadas ao debate caso dos erros de português do nosso colega, o interlocutor está tenta de alguma maneira tirar o foco do debate e que muitas vezes pode ser encarado como uma evasão
      Quem será que disse isso ?

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    3. Fui eu mesmo. Mas eu não tirei a atenção da minha argumentação, pois está mais do que claro que você nos forneceu informações errôneas. E eu não quis te diminuir, apenas sugeri que você fizesse um curso de inglês para não comentar erros como esse novamente.

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  5. Só pra terminar. O Irã produz gasolina, sim, mas a produção é muito pouco para a demanda, por isso que importa de outros países.

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