terça-feira, 27 de março de 2012
Dilma usará visita à Índia para negociar compra do Rafale
Presidente estuda possível parceria com os indianos para diminuir custos da aquisição do caça francês
A presidente Dilma Rousseff vai aproveitar sua viagem à Índia para estudar a possibilidade de comprar o caça francês Dassault Rafale numa negociação que envolva os dois países.
Os indianos escolheram o modelo em uma concorrência para a compra de 126 aviões no começo deste ano. O Rafale também é oferecido ao Brasil, que pretende adquirir 36 unidades -um negócio que se arrasta desde 2001.
Dilma, que está na Índia para encontro dos Brics, vai questionar o governo indiano sobre detalhes da compra, que ainda está em fase inicial e pode ser revertida.
Segundo a Folha apurou, Dilma quer saber se é possível e vantajoso ao Brasil virar parceiro de Nova Déli caso também escolha o Rafale.
O ministro Celso Amorim (Defesa), que esteve na Índia no mês passado, disse ao Planalto que as condições de venda do Rafale são melhores na Índia, o que é natural dada a escala do negócio: aqui, são 36 unidades, contra os 126 lá.
No Brasil, a compra tem valor estimado em no mínimo R$ 10 bilhões. Na Índia, é especulado o dobro ou mais. Mas não é correto distribuir preço por unidade, porque a encomenda maior barateia custos.
Os indianos têm requisitos de transferência tecnológica que implicam a construção do avião no país, como eles já fazem com o caça pesado russo Sukhoi-30.
A concorrência F-X2, do Brasil, tem a mesma pretensão. A Dassault anunciou que, vencedora, poderia montar 30 dos 36 aviões no Brasil. Só que depois da escolha indiana, analistas questionam se o fabricante francês teria como fazer duas operações industriais desse porte no exterior. Uma linha única, transformando o Rafale num caça franco-indo-brasileiro, é especulada.
Por outro lado, o F-X2 é um programa de capacitação da indústria. Tão importante quanto ter um caça novo é absorver tecnologias sensíveis como materiais compostos e sistemas aviônicos sofisticados.
Tanto a Dassault como suas concorrentes, a Boeing americana com o F-18 e a Saab sueca com o Gripen, assinaram acordos com fornecedores nacionais para formar uma cadeia produtiva gravitando em torno da associação entre a empresa estrangeira e a Embraer.
A Boeing ainda aposta numa campanha de marketing que culminará na visita de Dilma aos EUA em abril.
Já a Saab, preferida técnica da FAB, corre por fora.
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