segunda-feira, 19 de março de 2012
Israel muda 'regras' com sistema antimíssil
Usado com êxito na semana passada para barrar foguetes palestinos, Domo de Ferro emite recado a inimigos como o Irã
Estratégia é combater não o movimento de tropas inimigas, mas sim seu poder de fogo, interceptando projéteis
A troca de hostilidades na faixa de Gaza na última semana teve roteiro conhecido.
Uma chuva de mais de 200 mísseis contra Israel, palestinos mortos (25, a maioria militantes), um cessar-fogo mediado pelo Egito e os dois lados cantando vitória.
Mas a grande estrela deste novo round, ao menos na imprensa israelense, foi o sistema de defesa antimísseis Domo de Ferro, que promete um guarda-chuva contra foguetes de curto alcance.
O sistema teve sucesso em 85% das interceptações tentadas, diz o Exército. O êxito do Domo de Ferro foi usado como recado aos inimigos, sobretudo o Irã, mas também como promoção comercial.
Índia e Coreia do Sul estão inclinadas a adquiri-lo. Nas últimas semanas, emissários da estatal Rafael, que criou o sistema, estiveram com o alto escalão militar de alguns países da América do Sul, que demonstraram interesse. Entre eles o Brasil, conforme apurou a Folha.
O sistema detecta por meio de radares o disparo de projéteis inimigos e os destrói com outro míssil antes que possam causar estragos.
Calculado em bilhões de dólares, o custo operacional também é alto -cada míssil de interceptação é estimado em US$ 70 mil (R$ 126 mil).
Por isso, o sistema é programado para disparar só quando há ameaças a centros populacionais ou instalações estratégicas.
PODER DE FOGO
"Identificamos foguetes de qualquer lugar, no momento do disparo", diz o brigadeiro-general Doron Gavish. Uzi Rubin, principal especialista em mísseis de Israel, compartilha a euforia.
"O Domo de Ferro muda as regras do jogo", diz. "As guerras atuais têm como foco o poder de fogo, não o movimento de tropas".
O desafio é dar uma resposta não apenas contra os foguetes caseiros e mísseis de curto alcance disparados de Gaza. Irã e Síria, diz Rubin, concentram sua capacidade militar nos mísseis balísticos.
"Prova disso é que o Irã não compra um avião militar desde 1996", afirma.
Embora o confronto da semana passada tenha sido com grupos radicais palestinos de Gaza, o Irã estava nas entrelinhas das declarações vitoriosas feitas por Israel.
Enquanto parece preparar o público israelense para um ataque ao programa nuclear iraniano, o premiê Binyamin Netanyahu busca tranquilizá-lo sobre eventual retaliação.
Ocorre que o guarda-chuva antimísseis israelense ainda é pequeno para cobrir o país. Até o momento, só três baterias de mísseis do Domo de Ferro foram instaladas, todas perto de Gaza.
Segundo a comissão de Defesa do parlamento, são necessárias ao menos 13 para proteger todo o território.
Ademais, o sucesso alcançado nesta semana ocorreu em condições quase ideais, contra um inimigo mal equipado e em uma só frente.
Irã, Síria e o grupo libanês Hizbollah possuem vasto arsenal de mísseis balísticos, muitos com alcance suficiente para atingir qualquer ponto de Israel. Contra eles a resposta é um outro sistema, conhecido como "Seta", que ainda está em fase experimental.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Acho que Israel estar longe de ser capaz de destroir um míssil balístico. Não se pode compará foguetes palestinos com mísseis iranianos muito menos de origem russa operados pela Síria.
ResponderExcluirMesmo que o Iron Dome fosse bom (não é), ele poderia ser facilmente saturado pelos mísseis mais antigos iranianos ou foguetes palestinos e do Hizbollah.
ExcluirContra foguetinho Palestino isso é fácil. Eu quero ver contra míssil Iraniano, Russo e chinês....
ResponderExcluirNão dar para comparar bombinhas com DINAMITES.
ResponderExcluirISRAEL precisa preparar melhor sua defesa caso queira enfrentar o IRÃ.
Comparar FOGUETES com MISSEIS BALÍSTICO DE LONGO ALCANCE é uma piada.
Espero que não haja essa guerra, somente a população civil é que sofrer nos conflitos.