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sexta-feira, 9 de março de 2012

Rebeldes sírios anunciam deserção de chefes militares


Quatro comandantes teriam se juntado à insurreição; governo não confirma


Representante da ONU relatou que bairro de Homs está 'devastado'; Annan alerta contra intervenção no país

Acima o coronel Riad Mousa al-Asaad, o comandante-em-chefe da Free Syrian Army e ex-oficial da Força Aérea Síria 
As notícias da primeira renúncia de um importante funcionário do gabinete de Bashar Assad e da deserção de mais quatro militares de alto escalão das Forças Armadas sírias -ambas não confirmadas pelo governo- foram vistas como evidência de um enfraquecimento interno do regime.

Em vídeo divulgado no YouTube, o vice-ministro do Petróleo, Abdo Husameddine, 58, anunciou sua demissão e disse temer que forças do governo incendeiem sua casa e persigam sua família.

"Não quero passar minha vida servindo aos crimes deste regime. Declaro que estou me juntando à revolução das pessoas dignas", disse. A autenticidade do vídeo não pôde ser confirmada. Ele estava no posto desde 2009.

O porta-voz do Exército Livre da Síria Khaled al Hamoud anunciou que mais quatro altos comandantes desertaram e foram para a Turquia. Já seriam sete os altos militares sírios que se juntaram aos dissidentes -um deles ainda estaria no país para coordenar as forças da oposição.

Ontem, a chefe de operações humanitárias da ONU, Valerie Amos, revelou que o bairro de Baba Amro, em Homs, visitado no dia anterior por ela, está "completamente devastado".

"Aquela parte de Homs está completamente destruída e estou preocupada com o que ocorreu com as pessoas que viviam ali", disse.

Amos se reuniu em Damasco com o chanceler sírio, Walid al Mualen, que assegurou a permissão para o trabalho da ONU, "contanto que sejam respeitadas a soberania e a independência sírias".

No Cairo, o enviado da ONU-Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, disse esperar que ninguém esteja pensando seriamente em uma intervenção militar. "Qualquer militarização tornaria a situação pior", disse. Ele deve chegar amanhã à Síria.

As Nações Unidas disseram estar preparando um plano de ajuda para 1,5 milhão de sírios, com estoque de comida por 90 dias.

APOIO BRASILEIRO

A agência estatal Sana deu destaque ontem à posição do governo brasileiro de "não interferência externa nos assuntos sírios". Segundo a Sana, o secretário-geral do Itamaraty, Ruy Nogueira, teria dito, em encontro com o embaixador sírio no Brasil, Mohammad Khaddour, que o país "entende as ambições de algumas partes que procuram explorar o atual cenário para ganhar espaço".

A Unesco (Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura) condenou ontem a "sistemática violação de direitos humanos" no país.

2 comentários:

  1. Os americanos falam em violações de d.humanos na síria mas não falam em guantânamo. Eu continuo achando que Assad não cai. Os rebeldes estão esperando ajuda externa como aconteceu na Libia, mas, ela não virar pq a Russia e China não deixarar. O que aconteceu na Libia serviu de exemplo pra que Assad se preparasse para o que ele sabia o que iria acontecer. A e pq a otan e a tal de onu não intervem na Somália? a lá não tem petrolio.

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