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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Onda de assassinatos chama a atenção do "The New York Times"


O Sol tinha acabado de nascer em certa manhã de setembro, e André Peres de Carvalho, policial de um esquadrão de operações especiais da polícia, se preparava para sair de casa. Os dois atiradores que se escondiam perto da porta fizeram seu trabalho rapidamente, matando-o antes de desaparecerem de motocicleta na loucura da extensão da cidade de São Paulo.

Ele foi um de mais de 70 policiais assassinados neste ano em São Paulo, o maior e mais poderoso Estado do Brasil. O forte aumento nos homicídios de policiais, em quase 40% em relação ao ano passado, aumentou temores de uma ressurgência do Primeiro Comando da Capital, uma organização criminosa que executou um levante assustador de quatro dias aqui em 2006, durante os quais quase 200 pessoas foram mortas.

A polícia de São Paulo tentou minimizar o papel do grupo criminoso nas mortes deste ano, atribuindo-as a uma reação violenta de uma série de criminosos diante de estratégias de policiamento mais duras. Entretanto, analistas de segurança e alguns membros da força policial do Estado caracterizaram as mortes como represálias deliberadas da gangue, conhecida como PCC.

“Estamos testemunhando uma guerra de baixa intensidade entre unidades da polícia e a organização criminosa mais poderosa do Brasil. A natureza retaliatória deste conflito mostra que pode durar algum tempo”, disse Camila Nunes Dias, socióloga que se especializa no PCC no Centro de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo.

Independente de quem é o responsável, o forte aumento nas mortes dos policiais reflete a precariedade dos avanços obtidos na contenção do crime violento na última década em São Paulo. Apesar de o Estado estar mais seguro do que antes, ele vem sofrendo este ano com uma onda de crimes, incluindo taxas crescentes de homicídios, estupros e roubos armados chamados de arrastões, nos quais grupos de bandidos assaltam restaurantes finos e condomínios residenciais.

As mortes dos policiais ocorreram principalmente na região metropolitana de São Paulo, onde vivem cerca de 20 dos 40 milhões de habitantes do Estado. Parte das mortes envolveram policiais que estavam reagindo a roubos armados e algumas das vítimas eram policiais recém-reformados. Mas dezenas das mortes são consideradas execuções.    

A simples escala das mortes é preocupante. Em comparação, houve 56 homicídios de policiais em toda a extensão dos EUA em 2010, que tem uma população de cerca de 314 milhões de habitantes.

O fato de que mais policiais foram mortos no Estado de São Paulo em relação aos outros Estados brasileiros chamou mais atenção para o PCC. O grupo surgiu em 1993 nas prisões superlotadas de São Paulo, em parte em resposta à forma desastrosa como o Estado lidou com uma revolta em uma prisão em 1992, quando as forças de segurança mataram 111 prisioneiros em um complexo penitenciário chamado Carandiru.

O PCC assustou São Paulo em 2006, quando coordenou sua onda feroz de violência na qual os policiais também foram marcados para execução. Desde então, o PCC manteve-se mais discreto, concentrando-se em suas operações de tráfico de drogas.

As autoridades em SP alegam que não há evidências confiáveis conectando o PCC ao pico de mortes de policiais deste ano. Mas outras esferas de governo parecem ter uma opinião diversa. De acordo com um jornal, a Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, do governo federal, redigiu uma análise expressando preocupação com a possibilidade de intensificação dos ataques do PCC contra policiais, o que gerou uma forte repreensão de Antônio Ferreira Pinto, secretário de segurança pública de São Paulo.  

“A Abin não tem experiência nesta área de inteligência”, disse Ferreira Pinto em entrevista. Ele admitiu que o PCC continua sendo uma força criminosa potente, mas alegou que outros grupos de traficantes eram responsáveis pelas mortes dos policiais, os obscuros “marginais”. Do PCC, ele disse: “Eles estão mais preocupados com o tráfico de drogas do que em confrontar o Estado”.

A agência de inteligência federal não quis tecer comentários. A mera existência do PCC é uma questão altamente delicada no Brasil, especialmente em seu Estado mais rico, ressaltando um desafio de segurança enraizado no próprio sistema carcerário. De acordo com reportagens investigativas, os líderes do PCC continuam a operar nas prisões, emitindo ordens por celular e trocando informações por pen drives e cartões de memória de celular contrabandeados para dentro das prisões.

A organização tem mais de 1.300 homens em São Paulo, que são obrigados a pagar mensalidades, de acordo com  reportagem da Folha,  baseada em documentos da polícia. Em troca, o grupo paga advogados e dá uma mesada para a família de seus homens, em caso de prisão.

Assim como as empresas privadas traçam metas de eficiência, a organização também tem metas detalhadas para suas operações de tráfico e também faz lavagem de dinheiro. Herbert Teixeira Mendes, promotor público que há mais de uma década investiga o PCC, comparou sua estrutura empresarial à de “franquias”.

Aparentemente, houve um momento de virada no perfil do PCC em maio, quando três policiais da Rota, o esquadrão de operações especiais de elite, temido dentro da força policial estadual de São Paulo, foram presos. Eles foram acusados de torturar um suspeito membro do PCC. Esse episódio resultou na morte da vítima de tortura, junto com cinco outros homens que seriam do PCC.

Há muito que as evidências de execuções extrajudiciais em episódios diversos geram críticas à polícia por grupos de direitos humanos. Mas o próprio PCC é absolutamente brutal.

Em uma aparente sede de vingança, possivelmente por causa dos episódios como o de tortura em maio, o grupo mandou seus homens observarem de perto os policiais e executarem-nos quando estivessem fora do serviço, algumas vezes diante das próprias famílias, de acordo com o testemunho televisionado de um policial assustado.

As mortes dos dois lados aumentaram. Oito homens que supostamente estavam trabalhando para o PCC foram mortos em setembro por policiais da Rota. Graham Denyer Willis, acadêmico do Massachusetts Institute of Technology, que estuda a violência policial e o PCC no Brasil, descreveu a unidade policial como “uma unidade da Swat, mas muito menos disciplinada”.

Nenhum dos 40 agentes da Rota envolvidos no episódio, que as autoridades descreveram como confronto, se feriu naquele dia. Mas com precisão assustadora, a Rota perdeu um de seus homens duas semanas depois, quando Peres de Carvalho, do esquadrão de elite, foi morto no dia 27 de setembro.

Seus algozes, como aqueles envolvidos em dezenas de outras mortes não resolvidas de policiais em São Paulo neste ano, continuam foragidos.

Alarm Grows in São Paulo as More Police Officers Are Murdered

6 comentários:

  1. Já q nossa mídia golpista continua esforçando-se a esconder a guerra q está sendo travada entre nossas forças de segurança e o crime organizado (mais especificadamente o PCC), tenho q beber da fonte de mídias internacionais... Está havendo uma guerra no estado de SP e a maior e mais importante cidade do Brasil está refém... de novo... do PCC... Nossa mídia golpista faz vista grossa enquanto nossos policiais estão sofrendo uma onda de violência orquestrada... e nós... cidadãos q pagamos pesados impostos, estamos no meio do tiroteio... Nosso polido governador - Geraldo Alkimin - e seu aliado, o prefeito Kassab, simplesmente ñ conseguem desarticular esta facção como está sendo feito no RJ... Até qndo vamos ficar reféns destes delinquentes? Até qndo vamos ficar reféns deste governo? Até qndo vamos ficar reféns desta mídia golpista q tem como único objetivo desinformar p/ defender seus interesses...

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  2. Você estava indo bem na sua critica, até falar que o governo do Estado de São Paulo não está desarticulando o crime organizado. O crime organizado ele está sofrendo importantes reveses e está se enfraquecendo. A PMESP e a PCESP chega em qualquer lugar da cidade ou do estado de São Paulo a hora que quer e não é recebida a bala por nenhum vagabundo, salvo raríssimas exceções. Aqui vagabundo não fica famoso como no RJ, se fica vai preso e se reagir a abordagem morrem. Aqui vagamundo não ostenta fuzis em ruas. No RJ o CV não está sendo desarticulado. O CV sofreu grandes reveses, mas justiça seja feita, foram as forças federais e a vontade do presidente que fez CV ser enfraquecido um pouco.

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  3. -
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    por mim fuzilava qualquer líder conhecido do PCC preso..
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    que saibam presos serão mortos... simples
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    XTREME

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  4. Como engenheiro... tenho preferência de tecer minha linha de raciocínio através de números... estatísticas... Veja:
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    1)RJ:
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    A Secretaria de Segurança do Estado do Rio começa a colher frutos da política de segurança do Estado. De acordo com dados divulgados pela própria secretaria, o Estado caiu do 2º para o 17º lugar no índice nacional da violência.
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    http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/indice-de-homicidios-no-rio-de-janeiro-tem-reducao-de-mais-de-35-em-cinco-anos-20120202.html
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    2)SP:
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    Homicídios crescem 21% e confirmam 'escalada da violência' na capital paulista
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    http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2012-07-25/homicidios-crescem-21-e-confirmam-escalada-da-violencia-na-capital-paulista.html
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    Homicídios aumentam 79% na capital e Estado volta a ter violência ‘epidêmica’
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    http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,homicidios-aumentam-79-na-capital-e-estado-volta-a-ter-violencia-epidemica,865380,0.htm
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    Secretário admite escalada da violência em São Paulo
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    http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2012-07-24/secretario-admite-escalada-da-violencia-em-sao-paulo.html
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    Policiais ameaçados dizem que o PCC voltou a atacar em SP
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    http://tvuol.uol.com.br/assistir.htm?video=policiais-ameacados-dizem-que-o-pcc-voltou-a-atacar-em-sp-0402CC193766E0C12326
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    O descontrole da violência em São Paulo
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    http://www.istoe.com.br/reportagens/224867_O+DESCONTROLE+DA+VIOLENCIA+EM+SAO+PAULO
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    Então... como se vê... SP e RJ estão em rumos diferentes neste ano...

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    Respostas
    1. Sinceramente, eu particularmente não acredito nos dados da Secretaria de Segurança do Estado do Rio, haja vista que ela sempre “maquiou” os números. Reconheço que a cidade do RJ tivera uma melhora no quesito criminalidade, mas não dessa maneira. Do mesmo jeito que a violência na capital fluminense caiu, em outras cidades do estado do RJ cresceu.

      De fato a violência em SP cresceu a medida que policias com culhões resolveram começar a limpar a cidade do lixo PCC. Perceba que nesse tempo muitos policias foram presos por corrupção. A cidade de SP precisa passar por esse processo, quando a bandidagem ataca é sinal que um bom trabalho está sendo feito. Antes da cidade viver essa onda de homicídios, muitos desses homicídios são bandidos que estão tombando em confrontos com a PMESP, tinha dados melhores que muitas cidades americanas.

      Em tempo, São Paulo combate o crime com recursos próprios e não precisa que forças de segurança federais venham intervir aqui no Estado de SP. A polícia daqui entra em qualquer lugar e a hora que quiser.

      Eu quero ver se o RJ vai manter esses números sem a ajuda das forças federais.

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  5. Avise para o pessoal do The New York Times: "bem vindos ao Brasil, terra do povo dócil, pacífico e gentil!!!"

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