As agências de inteligência americanas, em uma crítica pública incomumente dura contra China e Rússia, relataram ao Congresso na última quinta-feira (3) que esses dois governos estrangeiros roubaram tecnologia americana sensível pela Internet como uma questão de política nacional.
Tanto a China quanto a Rússia se escondem atrás do anonimato de computadores substitutos e roteadores dispersos por países do terceiro mundo para roubar informação de propriedade das corporações, visando acelerar seu próprio desenvolvimento econômico, segundo o novo levantamento de inteligência.
Eles também visaram redes de computador das agências do governo e universidades, segundo o relatório.
As autoridades americanas há anos insinuam que a China e a Rússia eram as principais suspeitas do roubo de segredos econômicos pela Internet, e essas acusações apareciam em comentários dispersos nos relatórios do governo. Entre os muitos episódios que ganharam destaque, o Google acusou duas vezes a China por invasões pela Internet visando seus usuários.
Mas as autoridades americanas, quando pressionadas, diziam que apontar os culpados permanecia difícil no ciberespaço, e também costumavam destacar que queixas específicas de espionagem em redes de computadores deveriam ser apresentadas por canais particulares do governo.
Mas o novo estudo da inteligência, compilado como um relatório para o Congresso sobre espionagem econômica e industrial estrangeira nos últimos dois anos, apresenta um caso forte de que a China e a Rússia são os principais países envolvidos no roubo de segredos econômicos pela Internet. As autoridades não mediram esforços para assegurar que os jornalistas fossem alertados de sua importância.
"As redes de computadores de várias agências do governo americano, empresas privadas, universidades e outras instituições –todas contendo grandes volumes de informação econômica sensível– foram alvo de ciberespionagem", segundo o relatório.
"Os chineses são os perpetradores mais ativos e persistentes de espionagem econômica do mundo", ele acrescentou. "Os serviços de inteligência da Rússia estão realizando uma série de atividades para coletar informação econômica e tecnológica de alvos americanos."
Os governos de Pequim e Moscou, e seus serviços de inteligência, empregam hackers independentes para expandir sua capacidade e ocultar a responsabilidade pelas invasões de computadores, disse o relatório.
Mesmo países amigos espionam os Estados Unidos por computadores. O relatório alerta que "alguns aliados e parceiros americanos usam seu acesso às instituições americanas para adquirir informação econômica e tecnológica americana."
Além disso, alguns esforços para roubar segredos econômicos, técnicos e comerciais americanos são conduzidos por corporações estrangeiras, por grupos do crime organizado e por indivíduos agindo por conta própria.
A espionagem pela Internet existe dentro dos Estados Unidos, mas ela é alvo da lei criminal doméstica, e as autoridades de inteligência ressaltaram que os Estados Unidos não realizam espionagem econômica como questão de política nacional.
Grande parte da espionagem em redes de computadores contra alvos econômicos americanos se concentra nestas áreas, segundo o estudo: tecnologia da informação e comunicações; levantamentos de estoques de recursos naturais escassos; tecnologias para energia limpa, sistemas de saúde ou fármacos; e informação militar, em particular sistemas marítimos, veículos aéreos não tripulados e tecnologias aeroespaciais.
O relatório é um levantamento coletivo de 14 agências de inteligência americanas e foi compilado pelo Escritório Executivo Nacional de Contrainteligência (Oncix), que presta contas ao diretor nacional de inteligência.
Apesar de ter descrito o roubo de informação econômica e comercial como uma ameaça à segurança nacional, o estudo diz que não há estimativas confiáveis do valor monetário das perdas.
"Muitas empresas não estão cientes de que seus dados sensíveis foram roubados e aquelas que descobrem frequentemente relutam em denunciar a perda, temendo dano potencial à sua reputação junto aos investidores, clientes e funcionários", segundo o estudo.
O relatório conclui com uma série de recomendações para "melhores práticas", incluindo estratégias para determinar quão aberta uma empresa precisa estar na Internet, programas para levantamento das ameaças de dentro da empresa, esforços para administrar dados de modo mais eficaz, além de uma ênfase na segurança da rede e em auditoria.
Essa última categoria poderia incluir monitoramento em tempo real das redes de computador em busca de invasões, programas para proteção de arquivos, encriptação de informação corporativa e melhores programas para autenticação dos usuários, como biométricos, senhas complicadas e perguntas com respostas conhecidas apenas por funcionários autorizados.
Fácil, fácil é só não colocar segredos na web, desconecte a rede. E monitore seus funcionários, não esqueçamos que o sistema é capitalista.
ResponderExcluirA 20 anos tinha espiões, foi um parto conseguir por exemplo desenhos do Concorde, anos de planejamento e contatos. Hoje temos hackers, em pouco tempo dependendo da sofisticação da segurança da rede consegue-se muito mais.
ResponderExcluirSou profissional da área de T.I. e posso te garantir que isso não é possível. Mas há mil e uma formas para resolver esse problema. Acontece que os "inimigos" dos EUA são gênios na arte da guerra cibernética.
ResponderExcluirO EUA provando um pouco do seu próprio veneno...
ResponderExcluirConcordo os EUA para se tornarem nação potência, fez muito espionagem na Europa e Rússia. Agora estão sofrendo o troco. Profissional de T.I. como não é possível ou vc queria dizer impossível? Não entendi a mensagem.
ResponderExcluirA gênios em quase todos os países do mundo, essa área ainda está nos primórdios de desenvolvimento, a progressão do conhecimento é algo assustador em cada ano, nos idos de 1960 ou 70 trabalhei com máquinas de cartão magnético(parecia cartão de crédito), depois com IBMs 1110 chaveado (ou algo assim)e 360 mod.45 já com discos rígidos imensos e fitas magnéticas com aros de plásticos para gravação ou não e cartões perfurados, depois na década de 80 para calcular esforços começava-se a usar elementos finitos e os dados de carga eram enviados para San Jose - CA pois não tínhamos computadores para esse calculo. Hoje qualquer notebook é capaz de fazer tudo e mais um pouco, e só se passaram 30/40 anos. Com a difusão da web ficou ainda mais fácil acessar tudo, tudo isso para dizer "SEGURANÇA PLENA NÃO EXISTE", pois depende de pessoas, e existe muitos gênios, muitos corruptos e muitos incompetentes por aí.
ResponderExcluir"A arte da guerra se baseia no engano". A espionagem é essencial para as operações militares, e os exércitos dependem dela para levar a cabo suas ações.
Não será vantajoso para o exército atuar sem conhecer a situação do inimigo, conhecer a situação do inimigo não é possível sem a espionagem. SUN TSU (A ARTE da GUERRA).
não existe