Militantes do Al Shabab em “parada militar” |
O exército queniano anunciou que bombardeará várias cidades controladas pela Al Shabab e distribuídas por todo o centro e sul da Somália, incluindo Afgoye, que se encontra a cerca de 30 quilômetros de Mogadíscio. "Baidoa, Baadheere, Baydhabo, Dinsur, Afgoogye, Bwale, Barawe, Jilib, Kismayo e Afmadhow serão atacadas continuamente", indicou o major Emmanuel Chirchir, porta-voz do exército queniano, em um comunicado que logo repetiu em seu perfil do Twitter.
O anúncio acontece depois da chegada a Baidoa de dois aviões carregados de armas para Al Shabab, segundo confirmado pelo próprio exército queniano, que indicou que todas essas cidades contam com bases da milícia rebelde. Segundo Chirchir, as armas serão trasladadas a diferentes bases da Al Shabab nessas cidades, o que transforma essas bases em alvos militares. "As cidades mencionadas sofrerão ataques iminentes e aconselhamos a seus residentes que evitem qualquer contato com a milícia Al Shabab", disse Chirchir.
Al Shabab enfrenta o governo somali desde 2007 e pretende instaurar um regime fundamentalista islâmico no país, onde controla grande parte da zona centro e zona sul. O Quênia culpa a Al Shabab pelos sequestros de cidadãos europeus em território queniano, inclusive o das voluntárias espanholas Montserrat Serra e Blanca Thiebaut nos campos de refugiados de Dadaab, no dia 13 de outubro.
No domingo passado, a aviação queniana bombardeou a cidade de Jilib e matou pelo menos cinco civis e feriu outros 52 que se encontravam em um campo para pessoas deslocadas. O exército queniano não tem experiência em conflitos armados fora de seu território e sua aviação é formada, sobretudo, por velhos caças F5 de segunda mão que compraram da força aérea da Jordânia.
Embora oficialmente o exército queniano diga desconhecer a procedência das armas entregues à Al Shabab, fontes militares somalis citadas pela mídia local acusaram o governo da Eritreia de armar a milícia rebelde. Al Shabab negou estar recebendo armamentos da Eritreia, e as autoridades desse país também negaram qualquer participação no conflito. "Não existe razão para que a Eritreia envie armas a Al Shabab para desestabilizar um país", assinalou seu governo em um comunicado.
No passado, a Eritreia apoiou e deu refúgio a representantes do governo somali da União de Cortes Islâmicas, que em 2006 e 2007 enfrentou uma invasão etíope apoiada pelos Estados Unidos e cujo braço armado deu origem à milícia Al Shabab. Em 2009, o Conselho de Segurança da ONU impôs diversas sanções à Eritreia e exigiu que ela deixasse de armar, treinar e equipar grupos armados.
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