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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Suspeitos de colaborar com Israel são mortos em Gaza

Policias do Hamas

Ao buscar o corpo de Fadel Shalouf no necrotério, um dia depois de ele ser executado na esquina de uma rua movimentada de Gaza, sua família viu as mãos dele ainda algemadas nas costas. O Hamas, a facção militante que domina Gaza, não providenciou o transporte para levar o corpo até a sepultura, então seu corpo foi colocado no porta-malas de um carro.

Esse foi o fim indigno de uma vida breve e obscura. A família de Fadel Shalouf insiste que ele era apenas um pescador analfabeto quando, aos 19 anos, foi detido pelo serviço de segurança interna de Gaza. Mesmo assim, em janeiro de 2011, um tribunal do Hamas o condenou por dar informações a Israel que levaram ao assassinato de Abu Attaya, comandante dos Comitês de Resistência Popular, em 2006.

Durante uma batalha intensa de oito dias com Israel em novembro, a ala militar do governo do Hamas matou em público Shalouf, 24, e outros seis suspeitos de colaboracionismo. As mortes foram um exemplo da situação angustiante vivida pelos colaboracionistas, pelos joguetes e pelas vítimas de ambos os lados no longo conflito entre Israel e Palestina.

"Fadel viveu e morreu", disse seu primo Ahmed Shalouf, 28. "Eles deixaram os corpos durante horas nas ruas. As pessoas cuspiram e atiraram pedras neles."

Apesar de sua tecnologia para rastrear terroristas, Israel considera os informantes um instrumento essencial de espionagem. Eles permitem ataques pontuais como o que abateu Ahmed al-Jabari, comandante de operações das Brigadas Al Qassam do Hamas, no início da recente escalada de violência. Para o Hamas, esses informantes são o inimigo. Perseguição feroz e ocasionais linchamentos públicos ajudam a reforçar a lealdade.

Especialistas dizem que muitos colaboracionistas são almas sofredoras chantageadas pelo governo israelense para virar informantes. Hillel Cohen, pesquisador no Instituto Truman para a Promoção da Paz, ligado à Universidade Hebraica de Jerusalém, escreveu dois livros sobre o assunto. Ele disse que alguns colaboracionistas em Gaza "só fazem isso por dinheiro" e "alguns para participar de uma grande história". Segundo ele, poucos apoiam Israel, mas muitos têm problemas com o Hamas.

"Entrevistei muitos colaboracionistas e constatei que eles têm uma espécie de complexo de inferioridade", explicou Cohen. "Eles veem que o Ocidente e Israel estão bem melhor do que os árabes. Eu ouço expressões como: 'Nós não temos nenhum valor?'"

A definição de colaboracionismo expandiu-se nos últimos anos. Alguns membros do Hamas e outros grupos militantes acham que a Autoridade Palestina está ajudando o inimigo ao manter serviços de segurança coordenados com Israel na Cisjordânia. Desde que o Hamas assumiu o controle de Gaza, em 2007, após vencer as eleições, quase todos os membros da facção rival Fatah que moram aqui estão sob suspeita. A punição por vender terras a judeus pode ser a morte.

Especialistas em ambos os lados calculam que mil suspeitos de colaboracionismo foram mortos (principalmente por meio de julgamentos sumários) entre 1987, o início da primeira intifada palestina, e 1994. Desde então, grupos de direitos humanos documentaram menos casos. Segundo a B'tselem, uma importante organização israelense de direitos humanos, das 106 penas de morte impostas pela Autoridade Palestina e pelos tribunais do Hamas desde 1995, 40 foram por colaboracionismo.

As mortes extrajudiciais em novembro foram um indício claro dos esforços do Hamas para processar os colaboracionistas em tribunais e não nas ruas. Os homens foram julgados e condenados. Vários deles, incluindo Shalouf, tinham pedidos de apelação.

Após Fadel ser detido, seu irmão, Bader, também foi preso por acusações semelhantes. O pai deles, Mussalam Shalouf, 57, disse que, depois que Bader for solto ou executado, a família deixará Gaza e talvez peça asilo na Suécia. "É como se estivéssemos em um curral, só aguardando a vez do abate", disse Shalouf.

Um comentário:

  1. Deveriam usar eles na contra informação p pegar os seus patrões...Mt triste p essa família. Sds.

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