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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

El País: A guerra de desgaste entre o regime sírio e a oposição chega a uma etapa de resolução


A revolução síria é um túnel longo, interminável, mais longo que qualquer outro dos períodos de luto e sangue em que adentraram os países que se livraram das ditaduras na geografia árabe nos últimos dois anos. Já dura 21 meses, desde que ocorreu a primeira explosão, e seu balanço é aterrador, muito acima do que produziu a guerra de libertação líbia - entre 10 mil e 15 mil vidas humanas perdidas segundo a avaliação da ONU. A Síria já anda pelo número de 40 mil mortes, 2 milhões de desalojados de seus lares, 500 mil refugiados e um cômputo de destruição de cidades, infraestrutura e patrimônio em muitos casos irrecuperável.

O duríssimo e prolongado confronto entre o regime e a oposição é uma autêntica guerra de desgaste, na qual vence quem tem mais capacidade de sofrimento e resistência. A oposição demonstrou de sobra que não vai se dobrar, apesar da escalada militar para sufocar um movimento que começou com meras manifestações urbanas todas as sextas-feiras, depois se transformou em revolta violenta com ataques a delegacias e instalações oficiais e terminou como uma guerra civil com guerrilhas numerosas, bem equipadas e organizadas, que conseguem libertar territórios e ocupar de forma estável instalações militares.

A resistência demonstrada pelo regime é igualmente prodigiosa, em seu caso diante de duas frentes, a militar interna e a diplomática internacional, na qual o cerco foi se estreitando e o isolamento, crescendo. E só se explica por seu caráter de ditadura militar, bem equipada para missões tão aterrorizantes quanto a atual, os auxílios de Rússia e Irã e a resolução e crueldade do grupo dirigente que cerca o ex-oftalmologista Bashar  Assad, educado por seu pai e antecessor, Hafez el Assad, para defender até a morte o poder dinástico alauíta conquistado em 1972. Essas são as peças que garantiram até 2011 a pétrea estabilidade de um país de minorias, sobre o qual giram todos os vetores de tensão e interesses que cruzam o Oriente Médio: xiitas e sunitas, sionismo e nacionalismo árabe, fundamentalismo e laicismo, e inclusive se percebem como sombras as forças que antes se confrontaram na guerra fria, de um lado Moscou e do outro Washington.

Também contou a incapacidade da comunidade internacional para atuar como fez na Líbia. Fracassaram as tentativas de abrir caminho para a criação de uma zona de exclusão aérea ou de uma proteção da população civil, que implicava uma resolução da ONU para dar cobertura legal ao uso da força que permitisse sua aplicação. Moscou e Pequim não estão para trabalhar, mas muitos outros países consideram que a missão dirigida pela Otan transbordou o mandato internacional com bombardeios que não serviam para proteger a população, e sim para decantar a guerra em favor dos rebeldes. Aquele antecedente pesou contra a repetição da jogada líbia e obrigou a imaginar uma solução como a que foi aplicada em Kosovo, sem mandato internacional pela atitude de Moscou.

À falta de resolução, a guerra civil síria está entrando em uma nova etapa, que alguns consideram definitiva. O regime perdeu o controle territorial de grandes áreas do país, incluindo subúrbios da capital, Damasco. Os grupos armados conseguiram pequenos êxitos militares, como capturar mais de uma dezena de bases do exército, com seu correspondente armamento, ou interromper a atividade do aeroporto internacional de Damasco.

 Segundo alguns observadores, o Estado controlado por Assad está prestes a se transformar em mais uma facção armada entre as muitas que combatem, às vezes inclusive entre si, pelo domínio territorial.  Internacionalmente é um regime empestado, cujos dirigentes não podem sair de sua capital. A reunião de quarta-feira (11)  em Marrakech, na qual mais de uma centena de países reconheceram o novo organismo unificado da oposição, a chamada Coalizão Nacional de Forças de Oposição e da Revolução Síria, é uma bofetada em Assad que abre um novo caminho para sua derrubada. Esse caminho seria o da libertação de uma parte do território, a instalação de um governo provisório e a abertura de vias de abastecimento internacional de armas e ajuda para a resolução da crise bélica exclusivamente pelos sírios, sem bombardeios nem soldados estrangeiros.

Embora não se tenha chegado ainda a esse ponto, a unificação e o reconhecimento internacional da oposição e a exclusão pelos EUA de um grupo guerrilheiro ligado à Al Qaeda parecem os passos prévios ao fornecimento de armamento pesado de que a oposição necessita para entrar em uma fase mais resolutiva. Muitas são as dúvidas e os perigos que ainda espreitam os sírios em seu túnel, mas exatamente agora se vislumbra um ponto de luz que anuncia um final que oxalá fosse mais próximo do que pensamos.

8 comentários:

  1. O Assado se ferrou, q destruisse o país pelos bambardea/ dos Sionistas tentando reaver Golan , ñ em uma guerra fraticida, uma guerra civil. Se ficar vivo será caçado...quem viver verá.

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  2. Carlos, não concordo com você. Assad não é o monstro que a mídia fala, porém ele não é santo também.

    Uns dois anos atrás Assad era amigo da Europa .Era recebido com honra em maioria dos países. Assad está sendo perseguido por não apoiar o novo mapa que os EUA querem fazer no Oriente Médio. Todo mundo sabe que o interesse maior dos EUA é no petróleo do Irã. Alguns tempos atrás os EUA ofereceram vantagens para o Assad deixar de ser aliado do Irã , mas Assad repudiou a oferta. A Partir dai que começou a estratégia de derruba-lo.
    A mídia ocidental tenta criar imagem que Assad é sanguinário , mas até os EUA começar apoiar terroristas isso quase não existia no país.


    Hugo Araújo

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    1. Todo ditador é um monstro, sem exceção.

      Ditadores tem mania de perseguição e fazem de tudo para se perpetrar no poder.

      Confesso que os crimes de Assad antes da revolução eram pequenos, mas na guerra civil Assad passou dos limites.

      Sobre o que o Carlos falou das Colinas de Golã, Assad não precisaria atacar Israel, visto que estavam em negociações para que Israel devolvesse o território perdido.

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    2. Michel, vou ter que discordar de você.......

      Não sou defensor do Assad, mas não podemos deixar de ser influenciada pelas imprensas compradas..

      Que crime Assad cometeu ? Combater terroristas que praticam atentados todo dia contra o governo e população é crime? Ou você acredita que aqueles massacres que aconteceu na Síria foi cometido por Assad? Michel você ainda consegue acreditar que essa guerra na Síria é guerra civil? Essa guerra é patrocinada pelos EUA e a OTan e não povo Sírio. Muitos Sírio estão com Assad, mas imprensa ocidental tenta esconder isso. A maioria dos combatentes não são Sírio e sim mercenários pagas para lutar.

      Um dia desse ai vi uma entrevista com uma brasileira que mora na Síria, ela afirmou que muitos combatentes não são Sírios. Ela ainda falou muitos deles falam idiomas diferentes.

      Michel se você disse que todo ditador é monstro, o que você diria da Arabia Saduita, Kwaita, Bahrein , Jordania e outros??



      Hugo Araujo

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    3. Você não pode discordar do que não entendeu e você não pode discordar do que você não leu de mim.

      Eu sou amante da geopolítica e sei que os EUA incitaram a oposição síria. Como os EUA perderam um importante aliado no Oriente Médio, um inimigo tem que cair e esse inimigo é o regime de Assad. É público e notório que fora os EUA que incitaram a guerra civil na Síria, mas isso não apaga os crimes de Assad.

      Pra começo de conversa, Assad representa uma minoria. Assad hoje pegou um ódio profundo pelos muçulmanos, sobretudo os sunitas. Não é utilizando bombardeiros que Assad irá lograr êxito em sua luta contra os rebeldes. Ao usar bombardeiros discriminadamente, nada preciso, Assad acaba matando civis e isso é crime de guerra. Não sei se você sabe, mas tem leis que proíbem o bombardeiro em áreas urbanas altamente povoadas.

      A guerra se tornou uma guerra civil, não há como negar. Até o governo russo, aliado de Assad reconhece isso, cidadão. Ignorar os fatos não é nada inteligente de sua parte.

      Acho muito engraçado você mencionar os atentados dos rebeldes, quando o governo de Assad mantém uma gangue extremamente violenta, os Shabiha.

      Essa guerra é patrocinada pelos EUA, França e Inglaterra, não pela OTAN como um todo. Do mesmo modo que é patrocinada por alguns países do ocidente, é patrocinada pelo Irã e Rússia, ou vai negar isso?

      Lógico que muito sírios estão com Assad, eu já mostrei vídeos aqui sobre isso. Mas lembre-se que até o Lúcifer é cultuado por um monte de gente.

      Acho engraçado você mencionar que muitos rebeldes não são sírios, quando que quem faz a segurança de Assad hoje é o Pasdaran do Irã. É óbvio que há estrangeiros na Síria, hoje a guerra é religiosa, logo estão em Jihad. E quando a Jihad quanto luta é declarada, é dever de todo muçulmano lutar se assim achar certo.

      O ditador da Arábia Saudita, o Abdullah II é um entreguista e um monstro, todos nós sabemos que ele é um opressor e assassino. Ele não aceita ninguém do contra. O ditador do Bahrein, o Hamad bin Isa Al Khalifa é outro pilantra, fez o mesmo que Assad fez. Já o ditador do Kuwit, o Emir Sabah Al-Ahmad Al-Jaber Al-Sabah, eu não considero um mostro propriamente dito. Ele até agora não é como os demais. Já o Rei da Jordânia, o King Abdullah, ele não é vil, mas sim entreguista. Ele não reprimiu os timidos protestos na Jordânia como fizera Assad, Khadaffi, Abdullah II e outros.

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    4. Caro Hugo

      Nota 10 com louvor! O q iSSrael faz desde 1947: ATROCIDADES e ainda são perdoados por aqueles q condenam o Assad. Justiça Ocidental! Porque o Assad mesmo?!?!

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    5. Novamente, Carlos, você fala de Israel sem conhecer o tema. Se você acha que Israel foi criado em 1947, você errou! Israel foi criado em 1948.

      O Tribunal Internacional de Justiça fica no ocidente, mas é um órgão global onde há juristas do mundo inteiro. Não sei se você sabe, mas quem comando o TIJ hoje é um eslovaco de nome Peter Tomka, antes dele foi um japonês de nome Hisashi Owada, se eu não me engano.

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    6. Michel achei interessante o que vc falou sobre a Arábia Saudita e o Bahrein. Toda a mídia internacional silenciou sobre os protestos que lá ocorreram, bem como sobre a sua repressão: absurdo! Eu sei que ambos aconteceram, mas exatamente o que e em que proporção, eu não faço nem ideia. Você tem alguma fonte confiável sobre isto?

      Não sei se você concorda comigo, mas acho que reprimir os protestos na Síria e na Líbia foi como bater massa de bolo fermentada: só fez crescer mais ainda. Parece que o rei da Jordânia e o ditador do Kweit foram bem mais brandos na contenção, e isso pode ter determinado a sua permanência no poder.

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