Documentos liberados pela Aeronáutica revelam cinco fotos de um disco voador no Rio de Janeiro, em 1952. Mas será que eles existem mesmo?
O Fantástico fez uma investigação sobre discos voadores. Uma portaria da Força Aérea Brasileira publicada esta semana no Diário Oficial da União determina como devem ser registrados e arquivados os relatos sobre os chamados Objetos Voadores Não-Identificados, óvnis.
Mas será que os discos voadores existem mesmo? O que dizer de fotos? E o célebre caso do ET que teria aparecido em Varginha? Verdade ou mentira?
O Fantástico teve acesso a documentos antigos que já tinham sido liberados pela Aeronáutica e que estão no Arquivo Nacional em Brasília. O caso número um do Brasil trata de cinco fotos de um disco voador na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 1952. Elas foram tiradas pelo fotógrafo Ed Kéffel, da extinta revista “O Cruzeiro”. Circularam em uma edição extra, causaram grande impacto em todo o Brasil e correram o mundo. As fotos foram apresentadas às autoridades militares e muitos pesquisadores afirmaram: ‘esta seria finalmente a prova de que os extraterrestres visitam a Terra’. Será mesmo?
O pesquisador Claudeir Covo descobriu que não. “Se olharmos bem a foto, o objeto foi iluminado da esquerda para a direita. E o ambiente é determinado da direita para a esquerda. Mostra-se claramente na foto que houve montagem. Para haver esse tipo de iluminação no objeto, o sol teria que estar dentro da água. Cem por cento montagem”, afirma.
Outro documento que ficou guardado durante décadas no arquivo da Aeronáutica é o dossiê da chamada Operação Prato, conduzida por oficiais da Aeronáutica na região nordeste do Pará, em 1977. São centenas de relatos e muitas fotos de supostos óvnis. O comandante da Operação Prato, Uyrange Hollanda, que já morreu, aparece em uma entrevista ao Fantástico, em 1997.
“Foram fotografados vários objetos. Nós detectamos pelo menos nove formas de objetos, com sondas, naves, em forma de disco voador”, contou Uyrange.
Mas há três anos uma revelação pôs em dúvida a Operação Prato, conhecida como a mais formidável coleção de documentos sobre discos voadores já coletada no Brasil. Fernando Costa, que assina um blog na internet como Fernando Dako, era filho do oficial da Aeronáutica responsável pela documentação da Operação Prato e tinha sido encarregado pelo pai de revelar as fotos tiradas pela Aeronáutica.
Em uma entrevista ao portal da internet Vigília, especializado em óvnis, Fernando confessou: “Eu passei a sacanear, ampliando qualquer ponto luminoso impresso no filme, para que ficasse parecido com um disco voador. Eu ria muito quando tinha notícias de publicações delas em livros de ufologia. Eu dividia o motivo da risada apenas com alguns amigos mais chegados”.
ET de Varginha
E o famoso ET de Varginha, em Minas Gerais? Ele teria aparecido em 1996 a três meninas e, segundo testemunhas, capturado pelo Exército, que sempre negou a história. Na época, o caso foi investigado e divulgado pelo pesquisador Ubirajara Rodrigues.
“Não vamos abandonar o caso. Todas as informações serão bem-vindas”, afirmou ele na época.
Neste sábado (14), Ubirajara Rodrigues voltou ao local onde a estranha criatura teria sido capturada. Depois de 14 anos de estudo, ele diz que nada foi comprovado.
“A existência de uma série de relatos de aparições de objetos voadores não identificados foram raras no caso, os depoimentos de pessoas dos mais diversos níveos sócio-culturais existem às dezenas, mas não são de maneira alguma prova que possa afirmar que em Varginha aconteceu algo envolvendo uma nave espacial de outro planeta. Não há prova nem indícios”, diz Ubirajara.
Mistério na Ilha de Trindade
Os arquivos da Aeronáutica também guardam uma célebre sequência de fotos feitas na Ilha de Trindade, a 1.200 quilômetros da costa do Espírito Santo. As fotos foram tiradas por Almiro Baraúna, que já morreu e aparece em imagens feitas pelo Fantástico há 13 anos. Até hoje as fotos são consideradas autênticas por muitos pesquisadores do Brasil e do exterior, apesar de um detalhe: em duas fotos, a imagem do disco é idêntica, só que de cabeça para baixo.
Neste domingo (15), pela primeira vez, o Fantástico divulga a verdade sobre o OVNI da Ilha de Trindade. Uma amiga da família de Baraúna relatou o que ouviu da boca do próprio fotógrafo: ele forjou as imagens, foi uma montagem.
“Ele pegou duas colheres de cozinha, juntou e improvisou uma nave espacial e usou de pano de fundo a geladeira da casa dele. Ele fotografou na porta da geladeira o objeto com a iluminação perfeita. Ele ria muito sobre o assunto”, revelou a publicitária Emília Bittencourt.
O acervo de Baraúna está com uma sobrinha dele, que não quis gravar entrevista, mas confirma a fraude. Mas, então, os discos voadores não existem? Resta pelo menos um caso importante nos arquivos da Aeronáutica que jamais foi explicado.
Em 1986, jatos da Força Aérea foram acionados para perseguir 21 objetos luminosos que apareceram nas telas dos radares sobre São Paulo, São José dos Campos e Rio de Janeiro e que foram vistos pelos pilotos.
“Era uma luz muito forte”, descreve um deles.
Foi assim que o Fantástico noticiou o caso: "esta semana, altas autoridades militares do Brasil admitiram publicamente terem visto objetos voadores não-identificados''.
“Foi dito pela própria aeronáutica que eram objetos voadores não-identificados, ou seja, eles não souberam definir o que eram esses objetos. Até hoje, não se explicou”, diz Claudeir Covo.
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