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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Coreia do Norte entra no Twitter e no YouTube

A Coreia do Norte levou a guerra da propaganda contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos para o Twitter e o YouTube - serviços que são banidos para a maioria dos cidadãos do país comunista.

O site da estatal norte-coreana Uriminzokkiri publicou um anúncio na semana passada informando ter aberto uma conta no microblog Twitter e um canal no site de vídeos do Google.

Mais de 80 vídeos com o nome de usuário 'uriminzokkiri' foram publicados no site de vídeos desde julho. A série inclui vídeos que condenam os "belicistas" Coreia do Sul e Estados Unidos por terem culpado a Coreia do Norte pelo naufrágio de um navio de guerra sul-coreano em março.

Em maio, uma equipe internacional de investigadores identificou a Coreia do Norte como responsável pelo afundamento do navio, que matou 46 marinheiros sul-coreanos, mas o Norte nega envolvimento.

"Aqueles que gostam de gerar chamas de guerra são obrigados a queimar nestas chamas", diz um narrador do governo em um dos vídeos.

Em um vídeo intitulado "Quem vai ganhar se a Coreia do Norte e os Estados Unidos lutarem?", a Coreia do Norte afirma que possui tecnologia de fusão nuclear. Em maio, o país comunista anunciou que seus cientistas conseguiram criar uma reação de fusão nuclear, mas especialistas duvidam que o país isolado realmente tenha conquistado tal avanço na tecnologia de energia limpa.

Outro vídeo do canal chama o ministro sul-coreano de relações internacionais de "lacaio pró-americano", que deve sustentar sua vida "limpando o chão do Pentágono".

A conta no Twitter, que foi aberta na última quinta-feira com o usuário uriminzok, que significa "nossa nação" na Coreia, já conta com mais de 3 mil seguidores em menos de uma semana.

Na terça-feira, o perfil @uriminzok publicou 11 links no Twitter para relatórios com ameaças de "retaliação impiedosa" contra a Coreia do Sul e os EUA, e chamam a administração do presidente sul-coreano Lee Myung-bak, de "prostituta dos Estados Unidos".

A porta-voz do ministério da Unificação da Coreia do Sul, Lee Jong-joo, declarou ontem que o ministério não poderia confirmar se as contas estavam ligadas ao governo norte-coreano, embora os conteúdos online levem aos relatórios da mídia governamental norte-coreana.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado PJ Crowley disse na terça-feira que os Estados Unidos congratulam a entrada da Coreia do Norte em fóruns de mídia social, mas desafiam seus líderes autoritários a permitir que seus cidadãos tenham pleno acesso aos sites, como a maioria dos governos fazem.

A Coreia do Norte, que é um dos países mais fechados do mundo, bloqueia o acesso à Internet entre seus 24 milhões de cidadãos, mas demonstra ter um grande interesse em tecnologia da informação.

Crowley notou que Pyongyang subestimou o poder que foi desencadeado. "O Reino Eremita não vai mudar do dia para a noite, mas a tecnologia introduzida uma vez não pode ser desativada. Basta perguntar o Irã", disse. A referência se deve às tentativas infrutíferas por parte do governo iraniano de bloquear o acesso a redes sociais usadas por grupos de oposição para organizar apoio durante tumultos que se seguiram na disputa das eleições do ano passado.

Atualmente, 65 sites administrados na Coreia do Norte e pró-norte-coreanos são bloqueados pela Comissão de Padrões de Comunicações da Coreia do Sul pela exibição de conteúdos que violam a segurança nacional, as leis de informação e de redes de comunicações, disse a porta-voz da comissão, Shim Joo-Hyung. A tentativa de acesso a estes sites pode levar um sul-coreano a até sete anos de prisão.

Shim disse que a comissão não pode comentar se vai tomar medidas para bloquear as contas norte-coreanas no Twitter e no YouTube, mas disse que é possível bloqueá-las. "Nós não bloquearíamos o Twitter ou o YouTube totalmente, apenas as contas específicas", disse ela.

Quem quiser acompanhar a conta no YOUTUBE mencionada no texto, é acessar o seguinte link: http://www.youtube.com/user/uriminzokkiri

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