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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Bomba atômica brasileira: Documento secreto da ditadura revela planos de guerra nuclear contra a Argentina

Em reunião em 1974, presidente manifestou o temor de que a Argentina testasse uma arma nuclear

Arquivos secretos do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) mostram que o ex-presidente Ernesto Geisel admitiu a possibilidade de o Brasil construir sua arma atômica dentro de sua política nuclear. Em exposição feita ao Alto Comando das Forças Armadas, em 10 de junho de 1974, Geisel reconhece a preocupação do governo e dos militares em relação ao fato de a Índia ter detonado uma bomba atômica e à possibilidade de os vizinhos argentinos também o fazerem.

Por conta disso, afirmou que considerava como um dos pontos básicos a serem adotados "desenvolver uma tecnologia para a utilização da explosão nuclear para fins pacíficos, o que nos permitirá, inclusive, se necessário, dispor de nossa própria arma", disse o general.

A fala de Geisel aos militares é um momento marcante de seu mandato, quando decidiu se encontrar com o Alto Comando em Brasília, numa reunião secreta no início de seu mandato presidencial e apresentar o que considerava como aspectos mais importantes. A reprodução da fala do presidente faz parte do acervo do EMFA, que acaba de ser liberado pelo Arquivo Nacional, em Brasília, e ao qual o Estado teve acesso.

Geisel fez questão de abordar a questão nuclear com o Alto Comando. "Por seus importantes reflexos sobre a segurança nacional, não desejo encerrar esta exposição sem uma referência especial à política nacional para o uso da energia nuclear", avisou.

E demonstra sua preocupação em evitar que o Brasil fique para trás em questão de desenvolvimento no setor, tanto para fins econômicos, através da produção de energia, quanto no campo militar. Nesse momento, ele trata abertamente da preocupação com eventuais avanços da Argentina nesse setor.

"A explosão recente de uma bomba nuclear pela Índia provocou comoção mundial e temos que considerar a hipótese de, em futuro não longínquo, a Argentina também pode explodir a sua. Evidentemente, isto gera inquietação entre nós e todos indagam qual será a posição do Brasil face à situação", diz.

Geisel lembra aos presentes que, em anos anteriores, o Brasil teve "a preocupação de preservar relativa liberdade de ação nesse campo". E que, "por isso, o governo Castello Branco decidiu que o Brasil não deveria abrir mão do direito de realizar explosão nuclear para fins pacíficos, bem como não assinou, mais tarde, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, a despeito das fortes pressões exercidas pelas potências atômicas".

O  general compara o quadro nuclear brasileiro com o da Argentina, lembrando que os vizinhos tiveram "relativa facilidade de encontrar urânio", sendo "mais favorecida pela natureza que o Brasil". E avaliou que ficaram em situação favorável para produzir armas nucleares.

"Ora, dispondo de urânio, orientaram-se para a geração de energia partindo do urânio natural, ficando na dependência, apenas, da importação de água pesada. Certamente consideraram, também, que a solução adotada, embora muito menos econômica, permite obter consideráveis quantidades de plutônio, que pode servir para construir a arma nuclear", explica.

"O governo brasileiro, com vistas à obtenção de energia elétrica, preferiu o processo atualmente mais econômico, que é o da utilização do urânio enriquecido. Por essa razão, contratou-se com firmas americanas a construção da Usina de Angra dos Reis, à base de urânio enriquecido. Pelas condições do contrato, o urânio que será usado em Angra dos Reis está sujeito a salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica e por isso teremos que restituir o plutônio produzido", diz.

"Nesse quadro, devemos evitar a abordagem passional do problema, capaz de nos conduzir a decisões precipitadas, por influência das supostas possibilidades ou intenções da Argentina", acrescenta.

Apesar disso, Geisel avisa aos militares presentes que estava em fase de revisão o conceito estratégico nacional "formulado anos atrás". E foi direto: "Dentro da necessidade de atualização, ressaltada pelo EMFA, o conceito deverá abranger a hipótese de guerra continental envolvendo a Argentina".

No discurso, Geisel trata de tudo, de política interna a economia. Feito dez anos depois da tomada do poder pelos militares é quase uma carta de intenções do presidente, que avisa considerar uma anormalidade os militares exercerem o poder no País, além do uso de atos de exceção. Afirmou também que fazia parte de sua missão preparar o Brasil para retomar o governo democrático. E que se não o fizesse a missão caberia ao seu sucessor – como acabou acontecendo com o general João Batista de Figueiredo, último presidente militar. Geisel, porém, avisou que não abriria mão de utilizar os instrumentos de que dispunha para manter a ordem no País.

O documento com a íntegra da fala de Geisel foi registrado nos arquivos do EMFA pelo general Hugo Abreu, então ministro do gabinete militar do presidente. O jornalista Elio Gaspari faz referência a trechos desse discurso na sua monumental série de livros sobre a ditadura. Seu acesso a essa fala presidencial, segundo registra sua obra, foi feita através de um calhamaço de 40 folhas anotadas por Heitor Ferreira, então secretário de Geisel.

8 comentários:

  1. Isso sim é história, e sim, Geisel tinha culhões, coisa que políticos brasileiros de hoje poucos possuem. A presidenta, não tem por natureza e muito menos por vocação. Somos reféns de políticos corruptos, preocupados em enriquecer e manter seus partidos de m e r d a cada vez mais no poder. Este país é riquíssimo, mas nossos políticos estão acabando com esta riqueza, tranferindo-a para todos os que não a merecem. Nossos militares estão sucateados e acuados. Lamentável. Até quando vamos assistir a tudo isto e não fazer nada? Até quando vamos aguentar um governador igual ao Cabral usar um helicóptero estadual para passear com a família e levar a prancha do filho passear? E ainda vir na TV com a maior cara deslavada falar que é tudo muito normal, que o helicóptero é do governador e ele faz o uso que bem quiser, porque todos fazem. Merece é uma bala de fuzil bem no meio da testa.

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  2. E nem isso conseguiram...+ temos uma população miseravel, doente,morando em favelas, passando dificuldades alimentar, td essas mazelas ....Sds.

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  3. Acredito que o BRasil tem a Tecnologia necessaria para produzir pequenos Artefatos Nucleares, Alem do mais Ja fizemos uma explosao num supercomputador nos anos 80

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  4. michel,cara queria que você me fizesse uma análise IA2 vs Ak-74m IA2 vs M4A1 IA2(versão de 7.62) vs Ak-103...queria saber a que nível o fuzil brasileiro está...abraços

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    1. Comparar fuzis de épocas diferentes não é interessante. E outra, não temos dados suficiente sobre o IA2 para fazer uma comparação.

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  5. OFF TOPIC
    Michel, mudando um pouco de assunto, você viu a arte digital do Oxygino dos nossos Scorpène? http://www.oxygino.com/site/?p=2831

    Lindões, não?

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  6. Michel e o caso et de varginha,foi real? que os militares sabem sobre a existência ou não de extraterrestres?são muitos os relatos sobre temas ovnis.

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