Putin, presidente da Federação Russa |
Convidados dos mundos dos negócios e da política esperaram por mais de uma hora na noite de segunda-feira (5) no Palácio Yusupovsky em São Petesburgo perguntando-se se o presidente russo faria uma aparição. Funcionários da Nord Stream AG se reuniram para celebrar o 70º aniversário do ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder, chefe do comitê de acionistas da companhia, que opera um gasoduto de gás natural entre a Rússia e a Alemanha.
O Kremlim havia indicado que Vladimir Putin se atrasaria por causa de eventos relacionados à crise na Ucrânia e possivelmente não conseguiria comparecer. Mas então sua limousine estacionou - e Shroeder estava lá imediatamente para saudar o presidente. O abraço que se seguiu não poderia ser mais sincero.
A foto logo chegou à mídia. O Ocidente fez tudo o que podia para censurar Putin desde a anexação da Crimeia pela Rússia: o convite para que ele participasse da cúpula do G-8 foi revogado e ele não é mais um convidado bem-vindo nas capitais europeias. Os EUA e a UE também impuseram proibições de viagem sobre os associados mais próximos do presidente. A mensagem enviada para Schroeder em São Petesburgo, entretanto, foi a de que Putin não estão tão isolado quanto parece e que o Ocidente está dividido. Foi precisamente esta impressão que o governo alemão tentou evitar na semana passada.
Na chancelaria de Angela Merkel, os oficiais estão convencidos de que a única forma de dissuadir Moscou é através de uma frente transatlântica unida. Este é o motivo pelo qual Merkel falou pouco sobre o caso da NSA durante sua visita a Washington na semana passada e em vez disso estabeleceu com o presidente Barack Obama uma nova linha vermelha para Putin. No caso de a Rússia sabotar a eleição nacional da Ucrânia prevista para 25 de maio, os dois concordaram que novas sanções econômicas serão aplicadas contra Moscou.
Além disso, o ministro de relações exteriores alemão Frank-Walther Steinmeier viajou para os países do báltico e entrou em contato com o ministro de exterior polonês Radoslaw Sikorski. A coesão europeia é sua mais alta prioridade: Putin precisa ver que o Ocidente está unido em sua posição contra a agressão russa.
Com o abraço, Schroeder ameaçou exatamente essas políticas e também criou dificuldades consideráveis para Steinmeier. Prova da simpatia do SPD para com a Rússia?
Alguns observadores políticos consideram o comportamento do ex-chanceler como uma prova de que o Partido Social Democrata da Alemanha (SPD), de centro-esquerda e ao qual pertence Steinmeier, ainda não abandonou suas políticas tradicionalmente favoráveis à Rússia. A decisão de Schroeder de se encontrar com Putin e "dar-lhe um abraço de urso enviou um sinal de que alguns europeus importantes estão dispostos a ignorar os modos brutos do Sr. Putin", publicou o New York Times em um editorial. "A aparição de Shroeder terá consequências políticas", dizem fontes da chancelaria em Berlim, expressando sua preocupação.
Isso não se aplica exclusivamente à política externa. A tarefa diplomática que Steinmeier enfrenta não é só a de manter a coesão europeia durante a crise da Ucrânia, mas também a de preparar seu próprio partido para um novo curso político. O diálogo em breve pode ter de ser substituído por sanções severas.
Dentro do núcleo do SPD, há pouco consenso sobre assumir uma abordagem mais dura em relação a Moscou. A maior parte das críticas da base do partido é, em vez disso, dirigida aos Estados Unidos. "Há muitos dentro do partido que compartilham a visão de Schroeder em relação à Rússia", disse um membro do comitê nacional do SPD. "A aparição não ajuda em nada Steinmeier."
Steinmeier precisa modificar a posição pró-Rússia que ele tinha antes da eclosão da última crise na Ucrânia. Durante sete anos, ele serviu como confidente mais próximo de Schroeder como chefe de gabinete da chancelaria. Durante seu primeiro mandato como ministro de relações exteriores, de 2005 a 2009, ele declarou uma parceria estratégica com Moscou - uma atitude pela qual ele foi rotulado de ingênuo e pouco crítico por muitos europeus do leste e pelos Estados Unidos. O encontro de Schroeder com Putin também semeou dúvidas em ambas essas regiões de que Steinmeier tenha de fato alterado sua posição.
O ministro de relações exteriores permaneceu de boca fechada em suas observações sobre a aparição de seu amigo em São Petesburgo. "Schroeder não faz parte do governo", disse Steinmeier, e é escolha dele como um cidadão privado decidir com quem, onde e quando ele quer celebrar seu aniversário.
Mas o encontro em São Petesburgo não foi totalmente privado. Além de Putin, a parte oficial da celebração também foi atendida pelo embaixador alemão na Rússia Rüdiger Freiherr von Fritsch, o cônsul-geral da Alemanha em São Petesburgo e Bernhard Reutersberg. Schroeder recebeu o presidente russo com as seguintes palavras: "mesmo quando há diferenças de opinião, a amizade permanece".
Um dilema para o SPD
Putin respondeu com um discurso de aniversário de 20 minutos, falando alemão em boa parte do tempo. Alguns dos alemães presentes disseram que ele parecia um homem encurralado pelo Ocidente e perseguido pelos EUA.
Ele também falou com Fritsch, que explicou a posição de Berlim para ele, antes de ir para um restaurante com Schroeder e um punhado de outros convidados, incluindo Philipp Missfelder, o porta-voz de política externa dos Democratas Cristãos da chanceler Angela Merkel, o ex-prefeito de Hamburgo Henning Voscherau e alguns representantes da indústria. Durante um jantar de peixe e caranguejo, eles falaram sobre a crise na Ucrânia e a captura de sete observadores da OSCE por separatistas pró-Rússia. Tratou-se de geopolítica em miniatura.
Um dia depois em Minsk, Putin disse esperar que os observadores da OSCE sejam logo libertados. E os sequestradores em Slovyansk pareceram repentinamente preparados a abandonar suas demandas de que separatistas presos pelas autoridades ucranianas sejam soltos em troca.
As críticas do SPD à festa de aniversário de Schroeder em São Petesburgo foram abafadas. O líder do SPD na Câmara Thomas Opperman disse na semana passada que tem certeza de que Schroeder fez o que podia para garantir a libertação dos reféns da OSCE.
O ministro de relações exteriores Steinmeier, também do SPD, tentou manter sua própria relação com o ex-chanceler fora do debate público. O Ministério de Relações Exteriores disse em uma declaração que Steinmeier não havia se encontrado com Schroeder nem antes nem depois do encontro deste com Putin. Dados os esforços de Berlim para garantir a libertação dos reféns, isso é surpreendente. Um encontro breve para descobrir o que Putin tinha a dizer sobre o incidente teria feito sentido. E não é que Steinmeier não fala com Schroeder. Os dois se falaram várias vezes desde que começou a crise na Ucrânia.
As dificuldades apresentadas a Steinmeier pela amizade de Schroeder com Putin podem aumentar. Se Merkel e o resto da Europa decidir impor duras sanções econômicas sobre Moscou, Steinmeier terá que convencer seu partido a apoiar. Schroeder não facilitou em nada essa tarefa.
Pelo visto a Merkel já escolheu ou foi obrigada a escolher o lado dos EUA. Nunca saberemos o teor da conversa entre ela e o Obama, e não esquecendo que a Alemanha continua Ocupada/garantidora monetária do Bco. Europeu/e com isso É o fiel da balança dos negócios Anglo-Semitas da Banca Mundial que habita nos EUA. Uma Alemanha com obrigação de (ñ é tentar) convencer com chantagens a mando dos EUA os fracotes países europeus que a RÚSSIA vai arrasá-los! É esse preço de uma soberania que Alemanha não tem e ainda mostrar a todos a sua volta, senão obedecer, vão para o matadouro como gado de cabeça baixa.
ResponderExcluirDeutschland, Deutschland über alles!!!!!!!!!!!
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