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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Irã está projetando novas aeronaves, afirma Ahmad Vahidi

Acima um mock-up de um modelo de caça furtivo iraniano; O até aonde eu sei, o Irã possui 3 conceitos de aeronaves furtivas.

O ministro da defesa do Irã, Ahmad Vahidi, disse que a República Islâmica do Irã tem em sua agenda a fabricação de novos caças de combate.  Vahidi salientou que a IRIAF (Força Aérea do Irã) está cooperando com especialistas do Ministério da Defesa em um novo avião militar.

“Caças diferentes, a sua manutenção, suas modernizações, concepção e fabricação de caças a jato, como o Azarakhsh e Saeqeh, assim como outros novos aviões, é o sinal de conhecimento de gênios, de tecnologia nacional, e da expansão de indústrias de defesa do país, no auge das sanções impostas unilateralmente pelos EUA”, acrescentou.

Ele enumerou vários fatores, como a bravura dos soldados iranianos no cumprimento das suas missões e no fato de que milhares de jovens soldados foram martirizados para ajudar o Irã a alcançar a posição de agora.

O Brigadeiro-general também anunciou a entrega de um novo submarino para à Marinha da República Islâmica do Irã em agosto para realizar as suas missões nas águas do Golfo Pérsico.

“Este submarino é equipado com tecnologia em estado-da-arte,  armas avançadas, capacidade alta capacidade de manobra e adequada capacidade de operação submarina”, acrescentou.

Novo AEW&C russo entrar em operação

Beriev A-50U Shmel

Uma aeronave do tipo Beriev A-50U Shmel, modernizada, entrou em serviço na Força Aérea Russa nessa segunda-feira, revelou um porta-voz da VVS.

A aeronave está dotada com um avançado computador de bordo, sistemas de comunicação via satélite e um poderoso radar, disse o coronel Vladimir Drik.

O Beriev A-50U Shmel agora tem a capacidade detectar vários tipos de alvos voadores, incluindo helicópteros, mísseis de cruzeiro e aeronaves supersônicas, disse o porta-voz.

O Beriev A-50 Shmel é um avião de Alerta Antecipado e Controle do Vôo, criado às bases do avião de transporte militar Ilyushin Il-76 e foi incorporado à VVS em 1985.

Leia também: Primeiro AEW&C Beriev A-50U Shmel modernizado já está operacional na VVS

Brasil vai propor que ONU controle uso da força militar

Chanceler Antonio Patriota apresentará texto que pede fiscalização de intervenções pelo Conselho de Segurança

"Responsabilidade ao proteger" foi citada por Dilma; para ministro, operações armadas têm de ser monitoradas

Antonio Patriota

Até o fim do ano, o Brasil levará às Nações Unidas uma proposta de monitoramento de intervenções militares. O documento -em preparação pelo Itamaraty- poderá ser apresentado como um projeto de resolução ao Conselho de Segurança ou levado à Assembleia Geral.

A ideia é colocar no papel o conceito de "responsabilidade ao proteger", citado pela presidente Dilma Rousseff em seu discurso na Assembleia Geral da ONU e em declarações sobre Líbia e Síria.

Segundo o chanceler Antonio Patriota, o Brasil vai propor que o uso da força militar seja fiscalizado pela comunidade internacional -preferencialmente pelo Conselho de Segurança.

"Se há intervenção, é obrigação da comunidade internacional provocar o mínimo de violência e de instabilidade", disse Patriota à Folha. "Não se pode dar um cheque em branco e não monitorar o que está acontecendo."

É uma referência ao caso da Líbia, onde a intervenção da Otan (aliança militar ocidental) teria extrapolado a resolução 1.973 do Conselho de Segurança, na qual se apoiou.

O texto autoriza os Estados-membros a tomarem "as medidas necessárias" para proteger civis. Porém operações de destruição de instalações do regime de Muammar Gaddafi e o ataque que permitiu sua morte nas mãos dos rebeldes levantam dúvidas sobre o objetivo da ação.

O exemplo da Líbia foi usado por países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para justificar o veto ou a abstenção na votação de uma resolução contra o regime sírio.


AVANÇO

Para Patriota, o Brasil vai propor um avanço no conceito de "responsabilidade de proteger", norma incluída no texto final da Conferência Mundial da ONU em 2005 e que foi base para recentes resoluções do Conselho.

Sob esse conceito, cada país é responsável por proteger seu povo. Se não puder conter genocídio, crimes de guerra e étnicos, deve ter o apoio da comunidade internacional, que pode contribuir com uma intervenção diplomática. Em último caso, a ação militar deve ser adotada.

"O uso da força pode disseminar outros sintomas, levar a mais violência do que aquela que você evitaria", disse. O texto deve reforçar que "a prevenção e a via diplomática devem sempre ser privilegiadas".

A receptividade do texto foi testada pelo governo na última cúpula do Ibas, há duas semanas. Segundo o Itamaraty, ela foi bem recebida por Índia e África do Sul, também membros não permanentes do Conselho de Segurança. A China, membro permanente, também teria interesse.

O Brasil ainda decidirá em que fórum da ONU apresentará o texto. Essa deve ser a última atuação do país no Conselho de Segurança, já que seu mandato de membro não permanente acaba em 31 de dezembro.

Haitianos se preparam para reavivar Exército nacional, desmantelado em 1995

Haitianos esperam início de curso de treinamento para fazer parte do Exército nacional, em um campo em Porto Príncipe

Por horas, Robeson Arthiste arrastou-se pela lama como um soldado, marchou “esquerda, dois, três, quatro”, escondeu-se atrás dos arbustos apontando uma arma imaginária e fez uma careta enquanto uma lâmina removia todo o cabelo de sua cabeça, deixando um pouco de sangue escorrendo.

Ensopado de suor e poeira depois de treinar com candidatos ao exército, ele diz que estava pronto para entrar para o serviço militar do Haiti – isto é, se houvesse um.

Mistério dos 53 mortos do Hotel Mahari em Sirte lança nova suspeita sobre CNT

Corpos contendo indícios de execuções sumárias foram encontrados após a vitória dos rebeldes

Sirte, cidade onde Muammar Kadhafi fora capturado totalmente destruída
 
O que aconteceu durante os dias que precederam a queda de Sirte e a morte do coronel Gaddafi, na quinta-feira (20), no Hotel Mahari? Quando voltou para casa, no sábado (22) de manhã, Faraj Mohammed, vizinho do estabelecimento de luxo, encontrou 53 corpos estendidos no próprio jardim: todos homens, todos mortos a bala. Eles jaziam sobre o gramado que desce em uma inclinação suave até o mar. Manchas escuras ainda indicam os lugares onde se encontravam os corpos.

Metade dos cadáveres tinham as mãos amarradas para trás ou traziam gesso e bandagens, indicando sua condição de prisioneiros ou de feridos. Todos pareciam ter sido executados sumariamente, a julgar pelas feridas nas têmporas ou na nunca. Quem são eles? Faraj Mohammed garante ter reconhecido quatro pessoas, moradores de Sirte, entre eles Ezzeddine Al-Hencheri, ex-ministro de Gaddafi, e Moftah Dabroun, um oficial.

É impossível saber com certeza a data de suas mortes sem uma devida autópsia. Elas teriam sido entre os dias 14 e 19 de outubro, segundo Peter Bouckaert, chefe da divisão de urgências da ONG de defesa de direitos humanos Human Rights Watch. O Hotel Mahari fica perto do bairro Número 2, onde o coronel Gaddafi e o último grupo de seus partidários estavam escondidos, opondo uma resistência implacável, e de onde quase todos os civis haviam fugido. A sequência todos já conhecem. Gaddafi tentou fugir, na manhã de quinta-feira (20), a bordo de um comboio parado pela Otan. Capturado pelos revolucionários, ele morreu enquanto era transportado por uma ambulância para Misrata, em consequência de seus ferimentos, garante o Conselho Nacional de Transição (CNT), e de uma execução sumária, de acordo com sua família.

Seu filho Moatassim, preso no mesmo dia, foi visto em um vídeo amador enquanto falava calmamente com os rebeldes que o detinham. Algumas horas mais tarde, em Misrata, seu cadáver foi apresentado à multidão, com uma ferida escancarada na garganta e a mão direita cortada.

Teria sido o Mahari, transformado em lugar de detenção pelas forças anti-Gaddafi, palco de uma execução em massa de prisioneiros pró-Gaddafi? O estabelecimento vinha sendo controlado por forças de Misrata desde o fim da primeira semana de outubro, entre os dias 7 e 10.

Diversos grupos de thowar, os combatentes revolucionários, haviam feito de lá sua base, como mostram as paredes do hotel cobertas de grafites de diferentes brigadas de Misrata. A katiba Al-Nimar (o tigre, em árabe) é a mais presente, e uma das mais poderosas de Misrata, que possui 230 delas. Estavam presentes também as katibas Al-Fahad (o jaguar), Al-Assad (o leão) e Al-Qasba (a citadela).

Teriam os combatentes de Misrata, embriagados de raiva após as atrocidades cometidas durante os cinco meses de cerco e de bombardeios de sua cidade, tentado se vingar? O comandante da katiba Al-Nimr nega qualquer envolvimento. “O hotel nunca foi um lugar de detenção. Na manhã de 20 de outubro, fomos atacados por Gaddafi e suas forças. Tivemos de deixar o lugar. Quando voltamos no dia seguinte, os corpos estavam lá.” Para ele, eles provavelmente foram mortos por Gaddafi, “que queria impedi-los de falar”. Uma explicação pouco convincente, na medida em que o Guia líbio parecia preocupado sobretudo com sua fuga naquela manhã.

Já o chefe do conselho militar de Misrata, Ramadan Zarmouh, explica que Sirte está repleta de valas comuns de revolucionários presos ou desaparecidos há meses e coloca em dúvida a identidade das vítimas do Hotel Mahari. “São prisioneiros que os gaddafistas eliminaram antes de ir embora”, ele garante.

Um detalhe agravante é que a equipe do hospital Ibn Sina (Avicena) de Sirte garante que, uma semana antes da queda da cidade, os revolucionários entraram no estabelecimento, trancaram os médicos em uma sala e passaram por todos os quartos para pegar feridos suspeitos de terem participado dos combates, levando-os para um lugar desconhecido. Por medo de represálias, ninguém aceita testemunhar abertamente ou fornecer um número, nem a pediatra ucraniana que permaneceu ali durante todo o cerco. Nos andares de cima, os feridos se mostram igualmente evasivos, alguns chegando a se recusar a revelar a natureza de seus ferimentos, temendo ser identificados como combatentes.

Se esse massacre se revelar, ele não será o primeiro atribuído aos rebeldes. Já o regime Gaddafi recorreu a isso de maneira nitidamente mais sistemática e intensa. Para Peter Bouckaert, da Human Rights Watch, os assassinatos do Hotel Mahari “requerem a atenção imediata das autoridades líbias, que devem conduzir uma investigação sobre a morte de Muammar e Moatassim Gaddafi. O vice-presidente do CNT, Abdelhafiz Ghoga, prometeu na quinta-feira que o assassino do coronel Gaddafi seria julgado, quem quer que fosse. Resposta de Ramadan Zarmouh, o chefe militar de Misrata: “Ghoga está falando a partir de um hotel em Benghazi. Ele não sabe nada do que se passa num campo de batalha”. Novos corpos foram descobertos, enterrados na praia de Sirte, na quarta-feira.

Após queda de Gaddafi, Ocidente vê oportunidades de negócios na Líbia

Líbios comemoram a libertação da Líbia
As armas na Líbia mal se calaram, e a assistência militar da Otan à rebelião que derrubou Muammar Gaddafi não terminará oficialmente até segunda-feira (31). Mas uma nova força invasora já está tramando seu próprio desembarque nas costas de Trípoli.

Empresas ocidentais de segurança, construção e infraestrutura que veem as oportunidades de lucro diminuindo no Iraque e no Afeganistão voltaram suas atenções para a Líbia, agora livre de quatro décadas de ditadura. Os empreendedores estão agitados com o potencial de negócios de um país com imensas necessidades e petróleo para pagar por elas, além da vantagem competitiva da gratidão líbia aos Estados Unidos e seus aliados da Otan.

Uma semana antes da morte de Gaddafi em 20 de outubro, uma delegação de 80 empresas francesas chegou a Trípoli para um encontro com as autoridades do Conselho Nacional de Transição, o governo interino. Na semana passada, o novo ministro da Defesa britânico, Philip Hammond, pediu às empresas britânicas que fizessem as malas e seguissem para Trípoli.

Enquanto o corpo de Gaddafi ainda estava em exibição pública, uma empresa britânica, a Trango Special Projects, oferecia seus serviços de apoio às empresas interessadas em lucrar no país.

“Enquanto prossegue a especulação em torno da morte de Gaddafi”, dizia a Trango em seu site, “você e sua empresa estão prontos para voltar à Líbia?”

A empresa oferecia quartos em seu casarão em Trípoli e transporte “por nossa discreta equipe de segurança britânica e líbia”. Mas sua discrição não é barata. O preço para uma viagem de 10 minutos do aeroporto, que um táxi comum cobraria cerca de US$ 5, é listado por 500 libras britânicas, ou cerca de US$ 800.

“Há uma espécie de corrida do ouro ocorrendo no momento”, disse David Hamod, presidente da Câmara Nacional de Comércio Árabe-Americana. “E os europeus e asiáticos estão muito à nossa frente. Eu recebo telefonemas diariamente de membros da comunidade de negócios na Líbia. Eles dizem: ‘Voltem; nós não queremos que os americanos fiquem de fora’.”

Mas há hesitação em ambos os lados e, até o momento, há muito mais conversa do que ação. O Conselho Nacional de Transição, na esperança de evitar qualquer repetição da corrupção oficial da era de Gaddafi, disse que nenhum contrato de longo prazo será assinado até que um governo eleito tome posse. E com as cidades ainda repletas de armas e homens jovens desempregados, a Líbia está longe de oferecer um ambiente seguro de negócios –daí as propostas dos provedores de segurança.

Como a França e o Reino Unido, os Estados Unidos podem se beneficiar da gratidão das autoridades líbias pelo apoio aéreo crítico à revolução. Seja qual for o rigor das novas regras que venham a reger os contratos, as empresas ocidentais esperam ter alguma vantagem sobre, digamos, a China, que em julho ainda oferecia vender armas para Gaddafi.

“Vingança pode ser uma palavra muito forte”, disse Phil Dwyer, diretor do SCN Resources Group, uma empresa da Virgínia que abriu um escritório em Trípoli há duas semanas, para oferecer consultoria e serviços de “gestão de risco” para uma empresa que ele não quis citar. “Mas minha sensação é que aqueles que foram a favor” do Conselho de Transição “serão acolhidos de um ponto de vista de negócios”.

A Security Contracting Network, uma prestadora de serviços dirigida pela empresa de Dwyer, postou em seu blog dois dias depois da morte de Gaddafi que haverá abertura de muitas vagas de trabalho na Líbia.

“Haverá um aumento de atividade à medida que as companhias de petróleo voltarem à Líbia”, disse a empresa, juntamente com a necessidade de pessoal de logística e segurança, juntamente com a expansão das operações pelo Departamento de Estado e organizações sem fins lucrativos. “Fique de olho em quem ganhará os contratos relacionados, siga o dinheiro e encontre seu próximo emprego.”

Em Trípoli, ainda há um clima de aguardar para ver. No café da manhã de sexta-feira em um hotel no centro, um prestador de serviços de segurança britânico apontou para as mesas de homens corpulentos –seguranças contratados como ele. “Veja só”, ele disse. “Estão cheias deles.”

Muitos ainda estão protegendo jornalistas estrangeiros, mas outros estão esperando conseguir contratos de treinamento junto ao novo governo, que tenta domar suas forças armadas indisciplinadas. Representantes do setor de segurança dizem que o trabalho aqui poderá nunca se igualar à escala colossal de gastos no Iraque e no Afeganistão, mas com o arrocho de gastos promovido pelos governos europeus e americano, ainda assim é um prêmio cobiçado.

As oportunidades de negócios para empresas ocidentais começaram a surgir na Líbia em 2004, quando a decisão de Gaddafi de desistir de seu programa de armas nucleares colocou um fim ao status de pária do país. Hamod liderou quatro delegações de empresários americanos à Líbia entre 2004 e 2010, observando um “degelo gradual das relações comerciais”, ele disse.

O total de investimento estrangeiro direto na Líbia cresceu de estimados US$ 145 milhões em 2002 para US$ 3,8 bilhões em 2010, segundo o Banco Mundial. Mas muitos acordos foram perdidos devido às exigências descaradas dos filhos de Gaddafi de participação nos lucros, e o estado do país era ruim após muitos anos de sanções econômicas e abandono.

A Líbia “precisava de tudo”, disse Hamod: serviços bancários e financeiros, hospitais e clínicas médicas, estradas e pontes, infraestrutura para o setor de energia e petróleo.

Agora, após meses de combates e com a situação da segurança ainda frágil, há novas exigências imensas, como a reconstrução dos complexos residenciais reduzidos a escombros por bombardeios, a proteção das instalações de petróleo enquanto a produção é restaurada e expandida e treinamento e fornecimento de equipamento para as novas forças armadas.

Hamod disse que as empresas americanas frequentemente são mais hesitantes que as chinesas e algumas europeias em atuar em ambientes tumultuados como o da Líbia pós-Gaddafi.

“Há relutância em ingressar com tudo na Líbia”, ele disse. “Historicamente, as empresas americanas estão interessadas no estado de direito em solo e no que ele pode significar para um investimento multimilionário.”

Em uma reunião do Grupo dos 8 em Marselha, França, em setembro, os ministros das finanças prometeram US$ 38 bilhões em novo financiamento, principalmente empréstimos, aos países árabes entre 2011 e 2013. Apesar de a Líbia estar extraindo menos de um terço de sua produção de petróleo pré-guerra de 1,7 milhão de barris por dia, ela conta com as maiores reservas da África, o que futuramente significará uma fonte constante de dinheiro.

A empolgação e confusão simultânea para as pessoas que exploram oportunidades na Líbia são evidentes na proliferação de grupos com tema da Líbia no LinkedIn, a rede social online dedicada a negócios.

“Alguém no grupo sabe me dizer se há voos para Trípoli”, escreveu Peter Murphy, um topógrafo irlandês atualmente trabalhando em um projeto eólico no exterior, em uma página de discussão no LinkedIn chamada Grupo de Negócios Anglo-Líbio. “Além disso, qual é a situação dos vistos para viajantes a negócios?”

Uma resposta veio de Mabruk Swayah, que se identificou no LinkedIn como um líbio trabalhando em desenvolvimento de negócios.

“Olá, amigos, todos vocês são bem-vindos à Líbia”, escreveu Swayah. “Apenas certifiquem-se de passarem pelos canais apropriados para seus contratos de trabalho e não se envolvam em propinas, incentivos ou agrados às autoridades.”Ele acrescentou: “Lembrem-se que agora temos uma imprensa livre”.

Proposta de eliminação do posto de presidente evidencia luta política no Irã

Presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad
discursa na Assembleia Geral da ONU
Uma proposta incomum do líder supremo iraniano para eliminar a posição de presidente evidenciou uma luta cada vez mais amarga dentro da elite política do país, à medida que o líder e seus aliados continuam tentando cortar os poderes do ambicioso presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

O líder supremo, Ayatollah Ali Khamenei, disse num encontro acadêmico na semana passada que “transformar o Irã num sistema parlamentar” no qual os eleitores não mais elegeriam um presidente não seria um problema. Suas palavras foram vistas amplamente como o último golpe numa batalha que começou em abril, quando Ahmadinejad ultrapassou um limite brigando abertamente com Khamenei – que tem a palavra final em questões de estado – sobre nomeações de gabinete.

Alguns analistas veem a disputa de poder como um legado da eleição presidencial disputada de 2009, quando acusações de fraude – e meses de protestos nas ruas – aprofundaram as disputadas e reduziram o apoio do líder supremo entre o público e a elite política. Embora Ahmadinejad tivesse o apoio do líder supremo tanto nas eleições de 2009 quanto nas de 2005, e os dois homens fossem vistos por muito tempo como almas gêmeas ideológicas, o presidente tentou construir uma base de poder independente, e muitos conservadores se sentem ameaçados por sua visão de um Irã menos dominado pelos clérigos.

O ataque velado de Khamenei contra a presidência atraiu respostas polarizadas. Ali Larijani, o porta-voz do Parlamento e rival de Ahmadinejad, endossou os comentários e pediu um sistema parlamentar. Um ex-presidente, Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, que às vezes lutou contra o líder supremo, alertou na terça-feira que eliminar a presidência seria “contrário à constituição e enfraqueceria o poder de escolha do povo”, de acordo com o jornal centrista Aftab News.

Outros partidários foram mais longe, com um jornal pró-Ahmadinejad, chamado Irã, parecendo zombar dos comentários do líder supremo. (O artigo foi logo retirado do site do jornal.)

“A luta no Irã é muito séria agora”, disse Seyed Mojtaba Vahedi, ex-editor do Aftab-e Yazd, um jornal reformista influente. “O líder supremo durante muito tempo quis mais controle sobre a presidência, mas ele nunca esperou ter esses problemas com Ahmadinejad.”

Eliminar a presidência aumentaria o poder de Khamenei, que foi nomeado como líder vitalício em 1989, controlando uma instituição ao invés de duas, disse Vahedi. No sistema parlamentar que Khamenei esboçou, os legisladores elegeriam um primeiro-ministro entre suas fileiras.

O líder supremo pode não querer arriscar mais tumulto e confronto ao eliminar a presidência enquanto Ahmadinejad estiver no poder, dizem alguns analistas, e até é possível que seus comentários tenham sido mais um golpe retórico, destinado a domar o presidente, do que uma proposta séria.

Mas outros analistas dizem que viram a eliminação da presidência como uma possibilidade para 2013, quando acontecerá a próxima eleição presidencial, ou logo depois.

“Um dos motivos pelo qual eles podem decidir eliminar o sistema presidencial é precisamente evitar outra eleição presidencial e toda a incerteza política e oportunidades de revolta popular que vêm com ela”, diz Karim Sadjadpour, analista do Carnegie Endowment para a Paz Internacional em Washington.

De qualquer forma, disse Sadjadpour, parece claro que Khamenei tentará garantir que o próximo presidente ou primeiro-ministro seja um subordinado fraco e confiável que ele pode controlar facilmente. Todos os três presidentes iranianos eleitos desde 1989 – Rafsanjani, Mohammad Khatami e Ahmadinejad – tiveram suas próprias agendas e ambições, e se tornaram problemas para o líder supremo em vários níveis.

Num certo sentido, as tensões atuais podem ser traçadas a 1989, quando a Constituição do Irã foi modificada para criar uma presidência poderosa como contrapeso ao líder supremo. O último presidente antes dessas mudanças foi Khamenei, e o primeiro-ministro cuja posição foi abolida na mesma época foi Mir Hussein Moussavi – o líder da oposição que alegou que a presidência foi roubada dele em 2009.

Uma medida da batalha entre Ahmadinejad e Khamenei é o escândalo bancário que está se desenrolando no Irã. As autoridades prenderam dezenas de pessoas no que chamaram de um esquema de fraude, e oponente de Ahmadinejad acusaram repetidamente seus associados mais próximos – inclusive seu chefe de gabinete, Esfandiar Rahim Mashaei – de estarem ligados ao principal suspeito.

A corrupção é rampante no Irã, e analistas dizem que o líder supremo e sua equipe devem há muito saber de (e possivelmente ter lucrado com) uma movimentação tão grande de dinheiro.

“Eles estão revelando isso agora só para atacar Ahmadinejad e seus aliados”, disse Vahedi, o ex-editor.

O escândalo bancário parece ser pelo menos em parte uma tentativa de prejudicar o baú de guerra de Ahmadinejad e seus aliados, que esperam manter o poder ao eleger candidatos nas eleições parlamentares de 2012 e na corrida presidencial de 2013, dizem os analistas.

O conflito mais amplo é na maior parte pelo poder, mas também tem um componente ideológico. Embora intensamente devoto, Ahmadinejad não leva muito em consideração os religiosos tradicionais do Irã e diz que os muçulmanos não precisam da intercessão dos clérigos para se contatar com o Imã Escondido, uma figura messiânica do Islã xiita. Conservadores criticaram o círculo do presidente – com frequência destacando Mashaei – como uma “corrente deturpada”.

O atrito polarizou a elite política e parece ter prejudicado o papel tradicional do líder supremo como um negociante, dizem os analistas. Embora Khamenei tenha derrotado os reformistas e o movimento de oposição que levou a protestos massivos nas ruas em 2009, a crise rompeu sua relação com membros da velha guarda de fundadores da República Islâmica, notavelmente Rafsanjani.

“O maquinário do governo está quebrando cada vez mais”, disse Ray Takeyh, integrante sênior do Conselho de Relações Exteriores. “Khamenei perdeu a velha guarda, a economia está em colapso, e agora ele está cada vez mais isolado internacionalmente. Será que ele pode sobreviver. Resta ver.”

Há 30 anos com mesmo símbolo e líder, Liga do Norte defende ideologia xenófoba na Itália

Umberto Bossi
Umberto Bossi, líder da Liga Norte, tem nas mãos não só o futuro do governo italiano como os destinos da UE. O sócio de Silvio Berlusconi evitou a queda do Executivo ao aceitar os ajustes orçamentários impostos pela UE, e dessa forma permitiu que a Itália salvasse a face na cúpula da zona do euro sobre a crise da dívida. Mas se impõe cautela. O compromisso de Berlusconi e Bossi é frágil, e a reforma do sistema de pensões, chave para reduzir o endividamento, continua nos bastidores. A Liga aceitou o atraso da idade da aposentadoria de 65 para 67 anos, mas se nega que seja modificada a aposentadoria por tempo de contribuição, que independe da idade.

Quatro milhões de italianos se beneficiaram desse sistema, e 65% deles vivem nas regiões setentrionais. Vários milhares a mais esperam terminar logo sua vida ativa, e Bossi não pode adiar sua meta. Porque foram exatamente os eleitores do norte produtivo, dos grandes polos industriais e das pequenas e médias empresas que disseram a Bossi que sobre as aposentadorias não pode ceder.

O pacote de medidas esboçado pelo governo deverá passar pelo Parlamento em alguns meses. Nada garante que o Executivo continue em pé até então.

A Liga faz parte da coalizão que levou três vezes o governo a Berlusconi (1994, 2001 e 2008), e seu poder foi aumentando com o tempo. É a força mais antiga do país: desde sua fundação, no final dos anos 1980, nunca mudou de nome, de símbolo e de líder. Sua ideologia também se demonstrou de pedra, pelo menos na teoria. "Nós os primeiros" é o lema que resume tudo: posições intransigentes - muitas vezes racistas - contra a imigração, antieuropeísmo e federalismo, embora às vezes continuem pregando a secessão da Padania, um conjunto das regiões do norte que não existe em nenhum manual de geografia ou de história.

De resultados que rondavam os 3%, a Liga teve 10% nas últimas gerais e hoje ficaria perto de 12%, segundo várias pesquisas. Além disso, em julho de 2010 os partidários de Gianfranco Fini - que fundou com Berlusconi o Povo da Liberdade - saíram do partido comum e do gabinete: desde então a Liga Norte é a única aliada do governo, a única que pode lhe conceder a maioria absoluta ou tirá-la. Muleta indispensável de Berlusconi e sua eterna espada de Dâmocles.

Cada irritação dos liguistas volta a despertar o fantasma de dezembro de 1994, quando a Liga se deslizou da aliança e derrubou o neonato primeiro Executivo de Berlusconi. Foi preciso recorrer a um gabinete técnico e convocar as eleições antes do tempo, em 1996. Bossi e Berlusconi fizeram as pazes e juntos ganharam as gerais de 2001 e 2008. Mas a Liga é um amante lunático. Desde a primeira tentativa de convivência, desempenhou um papel um tanto esquizofrênico de "partido de luta e de governo".

Os dirigentes se sentam no Parlamento e no Executivo guiado por Berlusconi, e quando voltam para suas cidades do norte no fim de semana o criticam.

"Esse papel até agora se justificava diante dos eleitores com um raciocínio muito simples", explica Eleonora Bianchini, jornalista do "Fatto Quotidiano"

e autora de "O livro que a Liga Norte não o faria ler", de 2010. "Ficamos no poder para conseguir o federalismo de forma pacífica, para pressionar o poder por dentro." Mas os eleitores não querem engolir mais essa pílula.

"Não fazem mais que pensar nas confusões de Berlusconi", desabafou um pequeno empresário da região de Treviso (perto de Veneza) nos microfones da Rádio Padania, a emissora do partido de Bossi.

"As lutas entre Berlusconi e Bossi sempre acabam fortalecendo a Liga, ao menos em nível de mídia. É uma estratégia que o líder utiliza para deixar claro à sua base que tem um poder efetivo sobre o Executivo, que o sacrifício não é em vão. Mas a base aqui no norte está farta", prossegue Bianchini, em Milão. "A nova geração de liguistas, coligados ao redor do ministro do Interior, Roberto Maroni, está se cansando do líder."

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Governo alemão oferece o Exército Brasileiro 36 carros FlakPz Gepard de 35 mm da KMW

O Governo alemão oferece ao Exército Brasileiro 36 carros FlakPz Gepard de 35 mm (três regimentos), incluíndo pelas sobressalentes, suporte técnico, treinamento, transferência de tecnologia e nacionalização de itens, através da empresa alemã KMW do Brasil, instalada em Santa Maria, sul do país.

O Gepard está sendo desativado no Exército Alemão, que decidiu dissolver sua artilharia antiaérea de tubo em favor de mísseis terra-ar e severos cortes nos gastos de defesa. O governo alemão assegura suporte ao veículo via fabricante, a KMW, até o ano de 2024, e toda a frota disponível para venda (cerca de 100 carros) acabou de passar por modernização já paga.

Segundo o Cel. Edison Ferreira, representante da Gehr International, a oportunidade é única “Trata-se de um sistema de armas antiaéreas de tubo auto-propelido eficaz a baixa altura, e dotado de radares, uma capacidade que o Exército Brasileiro há muito persegue. O lote de 36 carros proposto inclui ferramental, bancadas, simuladores, lotes de munição em bom número, além de suporte técnico prestado por equipes especializadas no Gepard atuando em Santa Maria, cidade pólo deste tipo de equipamento (carros de combate) no país. Os Gepard estão em excelente estado, são atualizados e ainda oferecem a vantagem de utilizarem o mesmo chassi e motor dos Leopard 1A5 já utilizados pelo EB em bom número (239 exemplares), facilitando a logística de manutenção e economizando recursos em troca de uma capacidade de defesa antiaérea pontual de altíssima mobilidade e letalidade”.

No dia 20 de outubro, a 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea realizou a Operação "O SOL É CZA III", um exercício de defesa antiaérea com tiro real no Campo de Instrução de Formosa, na Região da Pedra de Fogo, estado de Goiás (70 km de Brasília).

A viatura antiaérea blindada Gepard, de produção alemã (KMW), realizou disparos em alvos terrestres e aéreos como carcaças de veículos e aeromodelos rádio controlado de grandes dimensões. Esse carro possui um alcance de utilização efetiva para seus canhões de 35 mm na casa de 5.000 metros, e realiza a defesa antiaérea a baixa altura usando radares de aquisição e direção de tiro com alcance de detecção de 20 km. Também possui condições de instalar dois suportes para lançamento de mísseis infravermelhos do tipo MANPADS.

Operação O SOL É CZA III’

Participaram desse exercício cerca de 300 militares dos cinco Grupos de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro, um grupo de cinco militares alemães do Grupo Artilharia Escola de Munster, liderados pelo Tenente Coronel Schommer (Panzer Gepard), além de pessoal das empresas Krauss-Maffei Wegmann, Oerlikon, MBDA e Rosoboronexport.

Os canhões BOFORS L70 da Brigada efetuaram disparos sendo guiados pelo Sistema EDT FILA, equipamento diretor de tiro fabricado no Brasil e que realiza a busca, detecção, identificação e acompanhamento de alvos aéreos a baixa altura. O radar nacional SABER M-60, utilizado na defesa aérea de baixa altura, e recém adquirido pela força, também foi empregado no exercício. Na sequência, foram lançados mísseis IGLA-S, artefato antiaéreo projetado para ser transportado e operado por apenas um soldado. No entanto, a versão com pedestal e reparos para dois mísseis e assento do atirador também foi demonstrada em Formosa.

Após o exercício de tiro, os convidados puderam visitar uma Exposição de Materiais de Emprego Militar de Artilharia Antiaérea de empresas como MBDA (Mistral), Oerlikon (Skymaster) e Rosoboronexport (IGLA-S).

Participaram do exercício  o Comandante de Operações Terrestres, General-de-Exército Américo Salvador de Oliveira, o Chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia, General-de-Exército Sinclair James Mayer, o Comandante Militar do Planalto, General-de-Divisão Araken de Albuquerque, o Comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, General-de-Brigada Marcio Roland Heise, autoridades civis, militares e convidados.

Ministério da Defesa da Espanha nega dívida com o consórcio EADS

Eurofighter Typhoon da Força Aérea Espanhola

O Ministério da Defesa da Espanha negou hoje que deve 600 milhões de euros ao consórcio europeu EADS por sua participação no programa Eurofighter Typhoon. As palavras do Ministério da Defesa da Espanha contradizem Louis Gallois, diretor executivo do grupo EADS, que há alguns dias afirmou que a Espanha está devendo a citada quantia ao grupo.

Segundo informou o jornal de economia espanhol Expansión, que cita informações da Secretaria de Estado de Defesa da Espanha, as cifras que Gallois mencionou não correspondem a realidade e que isso demonstra que o mesmo está mal informado.

Nesse sentido, o jornal diz que o Eurofigher "é um programa internacional complexo e de longo prazo", que pode produzir "desequilíbrios", mas de forma "conjuntural".

Leia também: Espanha deve € 750 milhões à EADS do programa Eurofighter Typhoon

Submarino estratégico “Yury Dolgoruky” efetua com sucesso lançamento do míssil Bulava

Submarino K-535 Yuriy Dolgorukiy
O submarino nuclear russo K-535 Yuriy Dolgorukiy, realizou hoje com sucesso um lançamento de testes do míssil intercontinental Bulava em posição de submersão no Mar Branco, comunicou um porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia.

Chefe da Nasa fecha parceria com o Brasil

Em visita ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Charles Bolden assinou acordos sobre projetos conjuntos

Brasil terá acesso a dados de satélite sobre as chuvas no planeta e a pesquisas sobre a camada de ozônio

O presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Raupp (à esq.), com Charles Bolden, administrador da Nasa

O administrador da Nasa, Charles Bolden, esteve ontem em São José dos Campos (interior de São Paulo) para firmar acordos entre sua agência e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) nas áreas de clima, desastres naturais e ambiente.

O primeiro deles abre a possibilidade de participação do Brasil no projeto GPM (Medidas Globais de Precipitação, em inglês). O GPM, uma parceria dos EUA com a Jaxa (agência espacial japonesa), é uma espécie de constelação de satélites que permitirá coletar dados como quantidade e periodicidade de chuvas de boa parte do planeta.

"Com esse acordo, o Brasil poderá ter acesso aos dados dos satélites mais facilmente, com pouca burocracia", avalia Marco Antonio Chamon, coordenador de gestão tecnológica do Inpe.

Apesar do avanço, a Nasa não bateu o martelo sobre a construção de um satélite em parceria com o Inpe, dentro do projeto GPM. A proposta chegou a fazer parte dos planos da Nasa durante algum tempo, mas os sucessivos cortes no orçamento espacial americano cancelaram a negociação.

"Estamos frustrados. Nós esperamos isso há algum tempo", diz Chamon. Apesar da insatisfação, o coordenador afirma que, com o que já existe de concreto, o futuro sistema de alerta de desastres naturais do Brasil ficará mais robusto.

O outro acordo diz respeito a pesquisas da composição atmosférica, sobretudo da camada de ozônio. Os termos de cooperação foram assinados por Bolden e pelo presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), Marco Antonio Raupp, no laboratório de testagem de satélites do Inpe.

O administrador fez um rápido passeio pelas dependências, mas não respondeu a perguntas da imprensa. Normalmente falante, Bolden tem diminuído suas declarações à mídia desde que as pressões sobre o orçamento do telescópio James Webb, que sucederá o Hubble, intensificaram-se.

O custo bilionário do dispositivo tem sofrido constantes aumentos. Parte do Congresso americano pede seu congelamento ou diminuição radical de recursos.

'SHOWMAN'

Apesar disso, o chefe da Nasa esbanjou simpatia com uma plateia de crianças e estudantes do Inpe. Bolden falou sobre sua experiência como astronauta (ele participou de quatro missões do ônibus espacial) e falou sobre os projetos científicos da agência.

Caminhando em meio à plateia e contando piadas com seu forte sotaque da Carolina do Sul, Bolden reforçou a importância do estudo de matemática e ciências.

Primeiro negro e ex-astronauta a comandar a maior agência espacial do mundo em caráter permanente, Bolden deixou o recado: "Não tenha medo de falhar". O slide era ilustrado por uma foto de um ônibus espacial, cuja frota foi aposentada em julho após dois acidentes fatais. Um dos desafios atuais da Nasa, e do próprio Bolden, é encontrar um sucessor para as naves aposentadas.

A exemplo da Sérvia, Montenegro trabalha para ser o próximo a integrar União Europeia

O governo espera que as negociações de adesão comecem na primavera de 2013



À esquerda o primeiro-ministro de Montenegro, Igor Lukšić; À direita Jose Manuel Barros, presidente da União Europeia

Embora a União Europeia esteja à beira do abismo, ela ainda é cobiçada. Montenegro recebeu com grande satisfação o parecer favorável da Comissão, no dia 12 de outubro, à abertura de negociações de adesão à União Europeia (UE) desse pequeno país dos Bálcãs ocidentais. O parecer deverá ser confirmado pelos 27 países-membros no início de dezembro.

Para Milan Rocen, o ministro montenegrino das Relações Exteriores, em visita a Paris na quarta-feira (26), a recomendação de Bruxelas é ao mesmo tempo “um imenso alívio” e “a confirmação de que trabalhar duro compensa”. “Sabemos que isso não é uma finalidade, mas o início de um difícil processo”, diz Rocen, que encontrou o ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé.

Bruxelas está satisfeita com os progressos obtidos em quase um ano por Podgorica [capital de Montenegro]. Após muitos anos de bloqueio, os deputados montenegrinos aprovaram, no início de setembro, uma nova lei eleitoral. Mas os critérios estabelecidos pela UE são muito exigentes na parte do respeito ao Estado de direito, das garantias oferecidas às minorias e das liberdades fundamentais.

A Croácia passou por isso; Montenegro é o próximo país dos Bálcãs ocidentais a ser colocado diante da obrigação de iniciar reformas. A Comissão não se contentará com a aprovação de textos legislativos: ela será vigilante quanto à sua aplicação. Milan Rocen espera que as negociações possam ter início na primavera de 2013.

Quando lhe perguntam sobre o esgotamento que a ampliação tem causado sobre os Estados-membros, agravado pela crise histórica que a UE vem atravessando, o ministro montenegrino ignora o argumento. “Estamos cansados de ouvir falar sobre esse esgotamento”, ele suspira. “É só conversa”. O ministro enfatiza o avanço da Croácia na direção da adesão, bem como o da Islândia, para ilustrar o dinamismo social do processo. “Concordo, são tempos difíceis. Mas a União sempre teve de enfrentar o desafio de encontrar os melhores mecanismos para funcionar como uma comunidade. Tenho certeza de que ela sairá reforçada da crise. Não há alternativa.”

Desde sua separação da Sérvia e a proclamação de sua independência em junho de 2006, Montenegro muitas vezes provocou a irritação de Belgrado. Milo Djukanovic, líder do partido no poder (DPS), ex-presidente e primeiro-ministro que pediu demissão em dezembro de 2010, recentemente agravou a situação ao declarar, no final de agosto, que a Sérvia “ainda não havia aceito totalmente a independência” do país.

Integrar a Otan

Se Montenegro levar a cabo sua ambição euroatlântica integrando a Otan, ninguém duvida que a Sérvia ficará mais tensa, apesar do avanço de ambos os países na direção da UE. Rocen não está preocupado com as pesquisas indicando que nem 31% dos montenegrinos são a favor de uma entrada do país na Otan. “Os estereótipos da guerra fria ainda estão vivos. E não se deve esquecer que pertencemos a um país bombardeado pela Otan em 1999”.

Mas o principal motivo de disputa com Belgrado foi o reconhecimento de Kosovo por Podgorica, em 2008, que havia levado a Sérvia a expulsar o embaixador montenegrino como sinal de mau humor. Hoje, Montenegro é contra uma divisão do norte do Kosovo, majoritariamente povoado por sérvios. “Com o tempo, as relações irão se normalizar, pelo interesse mútuo da Sérvia e do Kosovo”, garante Rocen. “Não existe alternativa para a construção de relações de amizade”.

Reprimidos nos anos 80, partidos islâmicos são os grandes beneficiários da Primavera Árabe

Coletiva de imprensa do partido tunisiano Ennahda, ganhador das recentes eleições

A Tunísia indica a direção. As maiorias parlamentares nos países árabes onde se realizarem eleições democráticas em boas condições se articularão ao redor de partidos islâmicos, todos eles, de uma ou outra forma, ramos nacionais ou derivações da Fraternidade Muçulmana, a veterana organização egípcia fundada em 1928 por Hassan el Bana. É o que acontecerá no Egito, que as realiza em 28 de novembro, e na Líbia, que quer realizá-las em oito meses; também em países onde não houve mudança, mas pode haver transição, como o Marrocos, que as efetua em 25 de novembro.

O Ocidente não aceitou a realidade do islamismo político em 1991, entre a primeira e a segunda etapa das eleições gerais na Argélia que dariam a vitória e o poder à Frente Islâmica de Salvação (FIS). Os militares, com o beneplácito de todas as capitais ocidentais, interromperam a transição, iniciada em 1989 com uma reforma constitucional e o desaparecimento do monopólio do partido único, a Frente de Libertação Nacional. Suspenderam as eleições, dissolveram o Parlamento, obrigaram o presidente Chadli Benjedid a se demitir, proibiram o FIS e implantaram o estado de emergência, que durou até 2011. O terrorismo e a repressão indiscriminada logo se transformaram em uma guerra civil que custou 200 mil vidas.

Vinte anos desde a primeira tentativa não passam em vão. Durante esses anos perdidos apareceu uma alternativa mais extremista e perigosa como é o projeto terrorista da Al Qaeda. A tentação violenta ficou majoritariamente desacreditada, embora ainda tenha adesões em lugares como a Faixa da Gaza.

Os partidos islâmicos sofreram sob as ditaduras, mas também tiveram ocasião de refletir sobre seus erros e a evolução de um mundo em mudança, no qual os benefícios da globalização se deslocam para os países emergentes. E, sobretudo, explodiram as revoltas da dignidade de ponta a ponta do mapa árabe.

Durante esses anos, o islamismo foi a principal força de oposição às ditaduras. Uma parte de seu êxito atual vem da proibição e a clandestinidade e foi ganho nos patíbulos, delegacias e cárceres, como ocorreu com o comunismo em países como a Espanha. Em muitos casos atuou como uma rede social que proporciona às camadas menos favorecidas a sensação de que alguém se encarrega dos cidadãos diante de um Estado ditatorial e corrupto. E conta com a força e a popularidade das mesquitas, isto é, do conservadorismo religioso e da tradição.

O islamismo não fez essas revoluções, mas será seu principal beneficiário.

Os jovens, que se lançaram às ruas das cidades árabes do Atlântico ao golfo Pérsico, a partir de janeiro passado, pouco tinham a ver com as irmandades muçulmanas organizadas para restaurar a pureza da sociedade islâmica contra a corrupção dos ditadores e da modernidade ocidental. Na Praça Tahrir, no Cairo, quase não se viam barbas nos primeiros dias, mas logo se apresentaram os disciplinados militantes para organizar a oração das sextas-feiras e segregar as mulheres. O impulso foi cosmopolita, laico e modernizador, mas a capitalização identitária, religiosa e tradicionalista.

Tudo isso preocupa os árabes mais laicos, que temem pelo tipo de Estado e de democracia que serão construídos. Uma democracia adjetivada como islâmica pode reduzir o campo de jogo e da pluralidade, ou simplesmente contar como uma opção a mais, a majoritária, dentro da pluralidade; assim como as democracias cristãs dentro dos Estados aconfessionais europeus. Se dos velhos partidos comunistas saíram formações reformistas e social-democratas, perfeitamente acomodadas às regras do jogo e preparadas para governar, nada impede que a Fraternidade Muçulmana termine constituindo a base dessa democracia islâmica.

Os temores não são gratuitos e têm uma base palpável: a segregação de sexos; a limitação dos direitos da mulher; a ocupação religiosa do espaço público; ou a pressão sobre os cidadãos de outras crenças, que no Egito tem reflexos de perseguição. A democracia não pode ser um mero trâmite nas urnas que abra as portas para a xariá. Significa instituições e equilíbrios entre poderes públicos, direitos e deveres dos cidadãos, igualdade diante da lei. Esse é o desafio do islamismo. E não há uma só xariá. Como não há um só islã.

Inclusive no islã político e conservador há pelo menos uma bifurcação, com um caminho autoritário que leva para a Arábia Saudita e outro democrático que conduz à Turquia.

O islã é uma solução, reza o slogan mais conhecido da Fraternidade Muçulmana. Não é verdade. O islã é, no máximo, o caminho obrigatório e inevitável nesta transição. Como lembra, uma e outra vez, o escritor egípcio Alaa al Aswany em seus artigos, antes e depois da queda de Mubarak, a solução é a democracia.

Agindo contra a Síria, Turquia abriga combatentes anti-Assad

Sírio bate com o sapato em cartaz com a imagem do presidente da Síria, Bashar al-Assad, durante protesto na praça Taksim, em Istanbul, na Turquia

Antes uma das maiores aliadas da Síria, a Turquia está abrigando um grupo armado de oposição que trava uma insurreição contra o governo do presidente Bashar Assad, fornecendo refúgio para o comandante e dezenas de membros do grupo, o Exército Sírio Livre, e permitindo que orquestre ataques do outro lado da fronteira a partir de um campo protegido por militares turcos.

O apoio aos insurgentes ocorre em meio a uma campanha maior turca para minar o governo Assad. A Turquia deverá impor em breve sanções contra a Síria e tem aprofundado seu apoio a um grupo de oposição chamado Conselho Nacional Sírio, que anunciou sua formação em Istambul. Mas sua proteção aos líderes do Exército Sírio Livre, uma milícia composta de desertores das forças armadas sírias, pode ser seu maior desafio a Damasco.

Na quarta-feira, o grupo, vivendo em um campo de refugiados fortemente armado na Turquia, assumiu a responsabilidade pela morte de nove soldados sírios, incluindo um oficial uniformizado, em um ataque na turbulenta região central da Síria.

As autoridades turcas descreveram seu relacionamento com o comandante do grupo, o coronel Riad al As’aad, e com os 60 a 70 membros que vivem no “campo do oficial” como sendo puramente humanitário. A principal preocupação da Turquia, disseram as autoridades, é com a segurança física dos desertores. Quando perguntado especificamente sobre a permissão para que o grupo organize operações militares enquanto está sob proteção da Turquia, um funcionário do Ministério das Relações Exteriores disse que sua única preocupação era com a proteção humanitária e que não podia impedi-los de expressarem suas opiniões.

“Quando todas essas pessoas escaparam da Síria, nós não sabíamos quem era quem, não estava escrito na cabeça deles ‘eu sou um soldado’ ou ‘eu sou um membro da oposição’”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, que falou sob a condição de anonimato, de acordo com o protocolo diplomático. “Nós estamos fornecendo residência temporária para essas pessoas com fins humanitários e isso continuará.”

No momento, o grupo é pequeno demais para representar qualquer desafio real ao governo Assad. Mas o apoio turco ressalta quão inflamável e resistente o levante Sírio provou ser. O país está em um cruzamento de influências na região –com o Irã, o Hizbollah no Líbano, Arábia Saudita e Israel– e o envolvimento da Turquia será cuidadosamente observado pelos amigos e inimigos da Síria.

“Nós combateremos o regime até que ele caia e construiremos um novo período de estabilidade e segurança na Síria”, disse As’aad em uma entrevista organizada pelo Ministério das Relações Exteriores da Turquia e conduzida na presença de um representante do ministério. “Nós somos os líderes do povo sírio e estamos ao lado do povo sírio.”

A entrevista foi concedida no gabinete de uma autoridade do governo local, e As’aad chegou protegido por um contingente de 10 soldados turcos fortemente armados, incluindo um atirador.

O coronel vestia um terno executivo que um funcionário do Ministério das Relações Exteriores turco disse que comprou para ele naquela manhã. No final do encontro, citando preocupações de segurança, o coronel e o representante do ministério orientaram para que todos os futuros contatos com seu grupo fossem encaminhados ao ministério.

A Turquia antes via suas relações calorosas com a Síria como sendo sua maior realização de política externa, mas as relações ruíram ao longo dos oito meses de protestos antigoverno e da repressão brutal que a Organização das Nações Unidas diz que matou mais de 3 mil pessoas.

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ficou ofendido com o repetido fracasso de Assad de cumprir suas garantias de que promoveria amplas reformas. As autoridades turcas previram que o governo Assad poderá cair nos próximos dois anos.

“Isso pressiona a política turca ainda mais a favor de uma intervenção ativa na Síria”, disse Hugh Pope, um analista do Grupo Internacional de Crises. Ele chamou o aparente relacionamento da Turquia com o Exército Sírio Livre de “um território completamente novo”.

“Está claro que a Turquia se sente sob ameaça diante do que está acontecendo no Oriente Médio, particularmente na Síria”, disse Pope, que notou que em discursos anteriores, Erdogan “falou do que está acontecendo na Síria como se fosse um assunto interno da Turquia”.

As’aad não especificou o número de combatentes, dizendo apenas que são mais de 10 mil, e não estava disposto a revelar o número de batalhões, alegando que o grupo tinha 18 batalhões “anunciados” e um número não especificado de batalhões secretos. Nenhuma dessas alegações pôde ser verificada de modo independente. As autoridades turcas disseram que seu governo não forneceu armas e nem assistência militar ao grupo insurgente, nem o grupo pediu diretamente essa assistência.

Mesmo assim, As’aad, que agradeceu à Turquia pela proteção, deixou claro que está buscando armas melhores, dizendo que seu grupo poderia infligir danos a uma liderança síria que provou ser notavelmente coesa.

“Nós pedimos à comunidade internacional que nos forneça armas para que nós, como um exército, o Exército Sírio Livre, possamos proteger o povo da Síria”, ele disse em uma entrevista. “Nós somos um exército, nós estamos na oposição e estamos preparados para operações militares. Se a comunidade internacional nos fornecer armas, nós podemos derrubar o regime em um prazo bastante curto.”

As palavras pareciam mais vanglória do que uma ameaça, e com os comícios em massa pró-governo e uma repressão que, por ora, conteve o momento das manifestações antigoverno, o governo sírio parece estar em uma posição mais forte do que nos últimos meses. Apesar de profundamente isolado, o governo sírio se sentiu fortalecido pelos vetos da Rússia e da China a uma resolução relativamente dura no Conselho de Segurança. Apesar das previsões contrárias, as forças armadas e os serviços de segurança, em particular, ainda não apresentaram rachas nos oito meses de repressão sangrenta.

As’aad disse que desertou das forças armadas e fugiu para a Turquia depois que protestos tiveram início em sua cidade natal, Ebdeeta, na província de Idlib no norte, atraindo uma repressão do governo que matou vários parentes e que atingiu a casa de sua irmã com fogo de artilharia. Mas ele também fugiu, ele disse, porque “sei que há um maior potencial de liderar operações em um local em que estou livre”.

Ele disse que todos os moradores do campo onde ele se encontra na Turquia são membros do Exército Sírio Livre. O campo inclui um assistente pessoal e um “escritório de imprensa” com meia dúzia de integrantes. Ele disse que os combatentes do grupo são altamente organizados, apesar de armados apenas com armas que levaram quando desertaram ou tomadas dos membros mortos das forças de segurança e pró-governo da Síria.

“Nossa estratégia para o futuro é que enfrentaremos o regime em seus pontos fracos e no próximo período esperamos adquirir armas, para que possamos enfrentar o regime mais fortemente”, disse As’aad.

Apesar de muitos analistas argumentarem que os ataques dos desertores na Síria parecem não coordenados e locais, As’aad alegou estar em pleno controle operacional. Ele disse estar encarregado do planejamento de “operações militares completas”, deixando os confrontos menores e as decisões do dia a dia para os comandantes em campo. Todavia, ele está em contato diariamente com os comandantes de cada batalhão, ele disse, passando horas por dia checando e-mail em um laptop conectado a um de seus quatro telefones –incluindo um por satélite– fornecidos a ele por sírios que vivem nos Estados Unidos, Europa e no Golfo Pérsico.

Andrew Tabler, um membro do Instituto Washigton de Políticas para o Oriente Próximo, disse que o surgimento do grupo é crucial para a questão mais ampla de se a oposição continuará realizando protestos pacíficos, como tem feito em grande parte, ou se “tomará outro caminho e contra-atacará”.

“Eles estão organizados e estão falando com pessoas de fora”, disse Tabler. “Mas a questão é até que grau eles estão recebendo apoio financeiro de pessoas de fora, como indivíduos na Turquia e na Arábia Saudita.”

Interpolitex 2011: Apresentação do veículo blindado de transporte de pessoal BTR-82

 
O potencial do novo veículo blindado de transporte de pessoal BTR-82 foi mostrado ontem, durante o segundo dia da Feira Internacional de Segurança do Estado "Interpolitex 2011". Veja no vídeo acima a atuação do veículo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Mi-28N “Caçador Noturno” vs Ka-52 “Alligator”

 
Se você se interessa pela aviação militar com certeza você já quis saber se o Mi-28N “Caçador Noturno” e o Ka-52 “Alligator” tem mais vantagens ou desvantagens sobre os seus análogos ocidentais. Mas agora é diferente, os citados helicópteros de ataque são submetidos a testes por especialistas do Centro de Treinamento de Pilotos Militares de Torzhok, na província de Tver, Rússia, para comparar as capacidades técnicas e de combate dos novos helicópteros.

INTERPOLITEX 2011: Forças Russas demonstram a capacidades de algumas armas

Terceiro protótipo do caça “invisível” Sukhoi T -50 voará em breve

O terceiro protótipo do caça russo de quinta geração, Sukhoi T-50, está pronto para ganhar os céus em um futuro muito próximo, disse uma fonte da indústria militar russa nesta quinta-feira.

“Ele voará quando os projetistas estiveram absolutamente confiante em seu produto”, disse a fonte.

A montagem do quarto protótipo está “em fase final de conclusão”, adicionou a fonte.

Quênia planejou incursão na Somália com antecedência

Soldados quenianos realizam assalto aeromóvel em bastião extremista somali com a ajuda dos sul-africanos

O governo queniano revelou na quarta-feira (26) que sua ampla incursão militar na Somália neste mês, para combater os militantes islâmicos, não foi uma simples resposta a uma onda de recentes sequestros, como alegou inicialmente, mas sim planejada com bastante antecedência, parte de uma estratégia secreta para penetrar na Somália e impedir que a violência de um dos países mais anárquicos da África se espalhe para um dos mais estáveis.

Mas agora muitos diplomatas, analistas e quenianos temem que o país, ao invadir o sul da Somália, tenha mordido mais do que podia mastigar, se abrindo para represálias terroristas e impedindo os sobrecarregados esforços de ajuda humanitária de salvar as vidas de centenas de milhares de somalis famintos.

A Somália é uma pedra no sapato do Quênia desde que este se tornou independente em 1963, com os dois países seguindo caminhos altamente diferentes. A Somália se tornou sinônimo de fome, guerra e anarquia, enquanto o Quênia se tornou um dos principais aliados dos Estados Unidos no continente, um baluarte de estabilidade e um destino procurado por turistas de todo mundo.

Mas as autoridades quenianas disseram que está se tornando impossível coexistir com um Estado fracassado como vizinho. Eles consideram o Al Shabab, o impiedoso grupo militante que controla boa parte do sul da Somália, um “risco real e imediato”, responsável por pirataria, ataques militantes e incursões em seu território.

Quando o Quênia ordenou que colunas de tropas cruzassem a fronteira com a Somália em 16 de outubro, as autoridades do governo disseram inicialmente que estavam caçando sequestradores que abduziram recentemente quatro ocidentais, dois de chalés de praia na costa queniana, e que o Quênia precisava defender sua indústria do turismo bilionária.

Mas na quarta-feira, Alfred Mutua, o porta-voz chefe do governo queniano, mudou o discurso, dizendo que os sequestros foram mais um “bom pretexto para o lançamento”.

“Uma operação dessa magnitude não é planejada em uma semana”, disse Mutua. “Ela estava em espera há algum tempo.”

Muitos analistas se perguntam como o Quênia conseguirá desafiar a história e estabilizar a Somália quando a ONU, os Estados Unidos, a Etiópia e a União Africana já intervieram antes, com pouco sucesso. Eles argumentam que a operação queniana parece mal planejada e não coordenada, com centenas de tropas atoladas na lama por causa das chuvas que caem nesta época do ano.

Os oficiais militares quenianos também disseram publicamente que os Estados Unidos e a França os estão ajudando, mas ambos os países se distanciaram rapidamente da operação, insistindo que não estão participando nos combates.

“A invasão foi um sério erro de cálculo e a economia queniana sofrerá muito”, disse David M. Anderson, um especialista em Quênia da Universidade de Oxford.

O Al Shabab, que é aliado da Al Qaeda, matou centenas em ataques suicidas na Somália e agora promete punir o Quênia, assim como o grupo atacou Uganda no ano passado por ter enviado forças de paz.

Ocorreram dois ataques com granada em Nairóbi, que as autoridades disseram ter sido obra de membros do Al Shabab, e esta capital normalmente descontraída entrou em modo de guerra. Seguranças revistam bolsas nos supermercados, os shopping centers estão desertos porque muitos quenianos agora temem se congregar em público, e o governo americano alertou sobre “uma ameaça iminente de ataques terroristas” contra shopping centers e casas noturnas.

Apesar de seu relacionamento estreito com os serviços de segurança quenianos, que recebem milhões de dólares em ajuda americana a cada ano, as autoridades americanas disseram que foram pegas desprevenidas pela incursão.

“Os Estados Unidos não encorajaram o governo queniano a agir, nem o Quênia pediu nossa opinião”, disse Katya Thomas, uma porta-voz da embaixada americana em Nairóbi. “Mas nós notamos que o Quênia tem o direito de se defender.”

As autoridades no Pentágono agora estão observando cautelosamente. “Isso não foi algo que foi coordenado conosco, de modo que não é algo de que temos muito conhecimento”, disse um alto funcionário do Pentágono. “Agora nós queremos ver como isso se desdobrará."

Segundo as autoridades no Pentágono, o impacto imediato da dispersão dos combatentes do Al Shabab foi bom. Mas sem saber muito sobre a estratégia geral queniana ou de um plano de longo prazo, eles permanecem cautelosos. “É difícil saber qual será o próximo passo”, disse o alto funcionário.

As autoridades quenianas disseram que o próximo passo é marchar até Kismayu, uma cidade portuária controlada pelo Al Shabab e que rende dezenas de milhões de dólares em taxas para o Al Shabab a cada ano.

Mas Lazarus Sumbeiywo, um ex-líder do exército do Quênia, disse que os quenianos estão errando taticamente.

“Deveriam ter ocorrido ataques cirúrgicos”, disse Sumbeiywo, argumentando a favor de pequenas equipes de forças especiais para caçar os militantes e eliminá-los discretamente.

Em 1990, antes de se tornar chefe do Estado-Maior, disse Sumbeiywo, ele realizou operações especiais para matar combatentes somalis que se infiltraram no Quênia. Ele disse que seus homens trabalhavam em pequenas unidades –um rastreador, um atirador e um tradutor– e que o Quênia é incomodado pela Somália há décadas.

“Tem sido assim desde o início”, ele disse, descrevendo como as forças quenianas combateram os militantes somalis nos anos 60 e 70, perdendo centenas de homens.

Nos últimos anos, o Quênia tentou usar milícias substitutas na Somália para afugentar o Al Shabab e criar uma zona tampão até Kismayu. Mas as milícias têm tido dificuldades e as autoridades quenianas disseram que seus planos para o grande porto de Lamu, perto da fronteira somali, foram colocados em risco pela instabilidade que vaza do sul da Somália.

“Isto não é a respeito do turismo”, disse um alto funcionário queniano, que falou sob a condição de anonimato. “Trata-se de nosso plano de desenvolvimento a longo prazo. O Quênia não pode atingir o que deseja economicamente com a situação em que se encontra a Somália, especialmente Kismayu.”

“Imagine que você esteja tentando nadar”, ele acrescentou. “Se alguém ficar segurando sua perna e seu braço, quão longe você conseguirá nadar?”

As autoridades somalis, apesar de serem inimigas do Al Shabab, ficaram furiosas com a incursão queniana, com o presidente da Somália, Sharif Sheik Ahmed, a chamando de uma violação “imprópria e inaceitável” da soberania somali.

A disputa fez com que os diplomatas ocidentais mediassem entre os dois lados, mas Mutua disse que “muito se perdeu na tradução” e que quenianos e somalis ainda são próximos.

Mesmo assim, organizações de ajuda humanitária estão profundamente preocupadas com a possibilidade das operações militares afetarem os esforços para chegarem às pessoas famintas no interior da Somália. A ONU disse que dezenas de milhares de somalis morreram e que 750 mil podem morrer de fome. O Al Shabab controla muitas das áreas mais atingidas e os combatentes do Al Shabab impedem a entrada da maioria dos grupos de ajuda ocidentais.

“Algumas das pessoas afetadas pela seca, que vieram de outras partes do país, agora estão enfrentando múltiplos deslocamentos devido às atividades militares”, disse um relatório da ONU na quarta-feira. “A movimentação de pessoal humanitário e suprimentos também poderá ser restringida, consequentemente afetando o fornecimento de assistência à população necessitada.”

Condoleezza Rice ameaçou se demitir por causa de Guantánamo, revela biografia

A ex-secretária de Estado dos EUA admite em suas memórias o erro que cometeu ao não prestar atenção imediata ao furacão Katrina. Revela detalhes de seus encontros com Gaddafi e Mubarak       

Condoleezza Rice

Pode ser que as memórias de Condoleezza Rice sejam na realidade as melhores que foram escritas até o momento sobre os anos da presidência de George W. Bush. Em mais de 700 páginas, a conselheira do 43º presidente dos EUA e depois secretária de Estado faz uma séria revisão da política externa de Bush e da estratégia de sua administração depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro que moldaram seu mandato. No livro não há lugar para trechos autobiográficos da infância, adolescência ou juventude, com sonhos a realizar; tudo isso foi retratado por Rice, 56 anos, em um volume anterior. Suas memórias são pura política, gabinetes de Washington com muita tensão e confrontos entre seus companheiros de ministério.

"No Higher Honor. A Memoir of My Years in Washington" [Não há honra maior. Uma memória de meus anos em Washington] foi escrito com paixão mas sem raiva, sem buscar vingança ou necessidade de vilipendiar ninguém. É verdade que Rice deixa claro que entre ela e o ex-vice-presidente Dick Cheney - talvez o número 2 com maior poder na história da Casa Branca - e Donald Rumsfeld, secretário da Defesa, houve mais de um confronto, que se sentiu desautorizada e inclusive chegou a ameaçar - se é que se pode fazer isso - Bush de apresentar sua demissão - "Se algo assim voltar a acontecer, ou Gonzales [Al Gonzales, conselheiro jurídico de Bush e cérebro de Guantánamo] ou eu teremos de nos demitir", disse Rice a Bush quando soube que se havia decidido instaurar as famosas comissões militares.

Inteligente, altiva e refinada, Rice considera - e assim o escreve - que todos os problemas que pôde ter com seus colegas de gabinete foram puramente profissionais, nunca "pessoais", o que dá uma ingenuidade ao livro que raramente se viu em volumes anteriores de seus companheiros no poder.

Com publicação prevista para 1º de novembro, vários meios de comunicação americanos tiveram acesso ao livro e o dissecaram. Também extraíram algumas das opiniões que a secretária de Estado teve sobre mandatários estrangeiros e líderes políticos. Por exemplo, Rice escreve que o presidente do Sudão, Omar Hasan Al Bashir, parecia que "estava drogado"; que sentiu que precisava de "uma ducha" depois de apertar a mão do presidente do Líbano Emile Lahoud; ou lembra como Hosni Mubarak se opunha às reformas em seu país dizendo que os egípcios realmente precisavam era de "mão firme" e em nenhum caso "interferências estrangeiras".

A relação mais estranha Rice viveu com o recém-falecido presidente da Líbia, Muammar Gaddafi - relação unidirecional, é claro. Gaddafi sentia um fascínio mórbido pela secretária de Estado, que deixou fixado na composição de um vídeo com imagens da chefe da diplomacia americana e uma canção com o título "Flor Negra na Casa Branca". "Era muito estranho, mas nunca foi grosseiro", afirma Rice.

Também tem alguns lamentos, embora poucos. Rice considera um erro que os EUA não tenham ratificado o acordo climático de Kioto - "foi como demos um tiro no pé; e ter tirado uns dias livres quando o furacão Katrina - e a incompetência do governo - devastavam Nova Orleans. Rice viajou para Nova York no final de agosto de 2005 e se hospedou no Palace. Antes de sair para jantar e ver uma obra de teatro, ligou para o então secretário da Segurança Interna, Mike Chertoff, e lhe perguntou se havia algo que ela poderia fazer para ajudar na Luisiana. Ele disse que a chamaria se fosse necessário, e por isso Rice desligou, vestiu-se e foi ver um musical na Broadway.

"Na manhã seguinte fui fazer compras na loja Ferragamo", escreve Rice em suas memórias. Mas quando a secretária percebeu a magnitude da tragédia no sul dos EUA soube que havia se equivocado ao abandonar Washington. Chamou Bush e lhe comunicou que voltaria imediatamente. "Teria me dado bofetadas por ter estado tão cega", lembra Rice. "Eu era não só a secretária de Estado, como a pessoa de cor de mais alto cargo no governo e uma assessora chave do presidente." A grande maioria dos mais de 1.800 mortos por causa do Katrina era afro-americana. "Em quê estaria pensando?", Rice se recrimina.

Ultraconservador, Nayef é provável substituto de príncipe herdeiro na Arábia Saudita

Nayef bin Abdul-Aziz Al Saud

É a primeira vez que a Arábia Saudita enfrenta a morte de um príncipe herdeiro. Pela primeira vez também existe o Conselho de Lealdade criado pelo rei Abdallah para consultar a família sobre a sucessão. No entanto, tudo indica que o falecido Sultan será substituído por seu irmão Nayef, o poderoso e conservador ministro do Interior. Sultan, que morreu no último sábado em Nova York, foi enterrado na terça-feira (25).

Nayef não é só um dos príncipes mais velhos e ativos entre os filhos de Abdelaziz ibn Saud, o fundador do reino, como já esteve à frente do país durante a ausência do monarca e do herdeiro por razões de saúde. Sua pronta indicação projetará a imagem de estabilidade tão desejada pelos sauditas em meio à agitação regional e, apesar dos temores, é improvável que se traduza em uma mudança política significativa.

Nayef, que segundo sua biografia oficial nasceu em Taef em 1933, e só é irmão do atual rei por parte de pai, é considerado conservador inclusive para os já conservadores padrões sauditas. Essa imagem tem tanto a ver com seus laços com a seita wahabita (que faz uma das interpretações mais rigorosas do islamismo sunita), como com seu desempenho à frente do Ministério do Interior, aonde chegou em 1975 depois de cinco anos como vice-ministro e 17 como governador de Riyad.

Suas simpatias wahabitas ficaram evidentes nos atentados de 11 de setembro de 2001, de cujos 19 autores materiais 15 eram sauditas. Negou que na Arábia Saudita houvesse servidores de Osama bin Laden. Um ano depois, ainda os atribuía em público a uma conspiração sionista. Teve de chegar o 12 de maio de 2003 - o chamado 11-S saudita -, no qual três atentados simultâneos deixaram 35 mortos em Riyad, para que o príncipe Nayef e muitos de seus concidadãos despertassem para o perigo do radicalismo islâmico.

De fato, desde então esteve à frente da luta contra a Al Qaeda. Há dois anos, um de seus filhos e atual vice-ministro do Interior, o príncipe Mohamed, se salvou por pouco de uma tentativa de assassinato realizada por um terrorista suicida procedente do Iêmen, onde encontrou refúgio o ramo local da Al Qaeda.

O herdeiro previsível se alinha com o setor mais imobilista da família real. Sauditas liberais expressaram o temor de que ele anule algumas das tímidas reformas empreendidas por Abdallah. Parece improvável. Com 78 anos, se chegar a rei talvez freie as reformas, mas não deixará de ser um monarca de transição, à espera de que a coroa passe para uma nova geração de príncipes.

INTERPOLITEX 2011: "Ossos blindados" e "Tigres" todo terreno

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Defesa perde verba vinculada a royalties

Acima o porta-aviões São Paulo, considerado obsoleto por muitos

A Marinha não terá mais recursos vinculados dos royalties do petróleo, de acordo com o projeto de lei aprovado na semana passada pelo Senado. Atualmente, a Marinha, que é a autoridade responsável pela segurança e fiscalização das plataformas de petróleo, tem direito a 20% da parcela dos royalties que corresponda a até 5% do valor da produção e a 15% da parcela dos royalties que exceder a 5% da produção, quando a lavra ocorrer na plataforma continental. Pelo projeto, a destinação dos recursos dos royalties para os vários órgãos do governo será feita por ato do Executivo.

Essa mudança, que foi uma exigência do próprio governo e feita de última hora no substitutivo apresentado pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), causou descontentamento no meio militar. Uma fonte desta área sintetizou as inquietações com o argumento de que "a partir de agora os recursos para a defesa da plataforma continental dependerão da boa vontade de cada governo".

O projeto aprovado no Senado acabou com todas as vinculações dos royalties e participações especiais a órgãos públicos que existem atualmente. Pela Lei 9.478/97, mais conhecida como Lei do Petróleo e ainda em vigor, uma parcela dos royalties vai para as Pastas da Ciência e Tecnologia, Minas e Energia, Meio Ambiente, além da Marinha.

Se o projeto aprovado no Senado também for aprovado pela Câmara, a parte da União nos royalties do petróleo explorado sob regime de concessão será destinada ao Fundo Social, "deduzidas as parcelas destinadas aos órgãos específicos da administração direta, nos termos do regulamento do Poder Executivo". Esse regulamento poderá ser feito por uma simples portaria, explicou um técnico da área.

A Lei 12.351/2010, que instituiu o regime de partilha de produção em áreas do pré-sal e criou o Fundo Social, foi aprovada no último mês do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta lei já acabou com as vinculações de royalties a órgãos do governo, incluindo a Marinha, nas áreas do pré-sal sob o regime de concessão. Assim, o projeto aprovado no Senado ampliou a desvinculação para todos os royalties.

O fim da vinculação dos royalties à Marinha ocorreu contra a vontade do relator do projeto, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Em seu substitutivo, o senador destinou 3% dos royalties da exploração do petróleo na plataforma continental em regime de concessão ao Ministério da Defesa, "para atender aos encargos decorrentes do emprego dos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica na fiscalização e proteção das áreas de produção e distribuição".

Vital do Rêgo contou, em entrevista ao Valor, que o governo pediu para que o dispositivo que destinava 3% ao Ministério da Defesa fosse retirado do projeto. "Eles me disseram que os outros órgãos do governo iriam querer também um taquinho dos royalties e que isso iria tumultuar a discussão", relatou. "Eu disse que não retirava os 3% e, então, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresentou uma emenda para suprimir esse artigo", acrescentou Vital. O senador Jucá é o líder do governo no Senado.

As negociações do governo sobre o projeto foram feitas pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. O ministro da Defesa, Celso Amorim, que estava em viagem à França, foi informado da decisão de excluir os 3% do substitutivo de Vital, segundo informou o ex-deputado José Genoino, assessor especial do ministro da Defesa. "Ele disse que acatava a decisão de governo", relatou Genoino ao Valor.

"O governo argumentou que se fosse definir uma parcela dos royalties para um ministério teria que fazer o mesmo para os outros [que atualmente possuem participação] e isso iria misturar com a disputa entre os Estados e municípios", explicou. Para Genoino, "o governo agiu corretamente", mas agora terá "a responsabilidade de definir os recursos para a segurança da plataforma continental".

Ele lembrou que o Decreto 7.403, que estabelece regra de transição para a destinação das parcelas de royalties e participações especiais devidas aos vários órgãos do governo, tem validade até 31 de dezembro deste ano. "Até lá é preciso definir quais serão os recursos [dos royalties para a Marinha] pois senão haverá um buraco", acrescentou.

Atualmente, os recursos do royalties financiam os projetos estratégicos da Marinha, como a construção dos submarinos nuclear e convencional e dos navios-patrulha oceânicos. Mas mesmos as despesas da Marinha com os recursos dos royalties foram contingenciadas este ano. De um total de R$ 1,83 bilhão previsto para este ano na lei orçamentária, somente R$ 332,1 milhões tinham sido pagos até o dia 15 de outubro.

Super Tucano ganha aval dos EUA

Turboélice militar da Embraer foi certificado pela FAA e pode, com isso, disputar contratos no maior mercado de defesa do mundo

A exigente Administração Federal de Aviação (FAA), a principal agência reguladora do setor aeronáutico dos Estados Unidos, certificou o turboélice de ataque leve Super Tucano, da Embraer Defesa e Segurança, para uma série de apresentações técnicas em bases militares americanas.

A chancela cria para a empresa brasileira a oportunidade de disputar contratos no maior mercado mundial de Defesa. Segundo Luiz Aguiar, o presidente da EDS, "o Super Tucano é o avião mais avançado da categoria - combina tecnologia no estado da arte com baixos custos". O Emb-314B1, nome técnico do avião, é empregado por forças de seis países - Brasil, Indonésia, Colômbia, Chile, Equador e Burkina Fasso.

A Guatemala entra no time até o fim do ano. Em mensagem enviada semana passada ao congresso nacional, o presidente Álvaro Colom comunicou que vai comprar no Brasil seis Super Tucanos para intensificar a repressão ao tráfico de drogas nas fronteiras, além de reprimir os voos clandestinos no país.

O valor do negócio é estimado em US$ 170 milhões e cobre também um radar de vigilância fornecido pela Atech, de São Paulo, coligada da Embraer Defesa. O financiamento será feito por bancos espanhóis e brasileiros. A entrega começa no segundo semestre de 2012.

Ataque bilionário. O atestado da FAA melhora, em certa medida, a posição da aeronave na difícil disputa pela encomenda bilionária da Força Aérea dos EUA, o programa LAAR. Por US$ até 2 bilhões, o governo americano quer de 100 a 200 aviões de ataque leve e reconhecimento armado. Quatro modelos são considerados finalistas: o T-6 Texan, da Hawker-Beechcraft, turboélice, produto local; o jato italiano Alenia Aermacchi M-346; o suíço Pilatus PC; e o Super Tucano.

Apenas o Emb-314B1 foi provado em ação - acumula 18 mil horas de combate sem perdas. A Embraer tem, a seu favor, outro fator estratégico: mantém uma fábrica na Flórida, de onde saem jatos executivos Phenom.

Entre os concorrentes, a americana Hawker é a única a se apresentar na mesma condição, todavia, com ressalvas. A principal delas é a forma como o Texas 2 é desenvolvido, uma colagem de partes. O sistema de armas ainda está na fase de integração. A decisão do Departamento de Defesa é esperada para o ano que vem.

O interesse americano, não apenas por meio do LAAR, é por um avião capaz de oferecer apoio à tropa em terra. Os caças pesados são caros. O gasto com a operação, alto. A hora de voo do supersônico F-16E não sai por menos de US$ 6,5 mil, contra apenas US$ 500 do Super Tucano. Mais que isso, leva carga eletrônica embarcada equivalente. O avião operado nos EUA é da Tactical Air Defense, empresa privada que presta serviços militares sob contrato.

Apresentado em 1995, pouco após a privatização da companhia, o Emb-314 B1 foi especificado pela FAB com referências de longo prazo. Depois de 15 anos, esse cuidado revela virtudes - o Super Tucano cumpre as missões de contrainsurgência, ataque leve, interceptação de alvos de baixo desempenho e a instrução avançada, com baixo custo de operação e alto rendimento, O batismo de fogo foi em 18 de janeiro de 2007. Dois esquadrões da Força Aérea da Colômbia despejaram 4,5 toneladas de explosivos sobre as instalações de um comando das Forças Armadas Revolucionárias, as Farc.

Em março de 2008, um número não revelado de aviões bombardeou um acampamento das Farc localizado pela inteligência colombiana em território do vizinho Equador. O alvo foi iluminado por dois times de operações especiais, em terra. Foram usadas bombas inteligentes do tipo Paveway, fornecidas por Israel.