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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Alemanha oferece pista na busca pela verdade na Síria

A Alemanha disse em termos claros que não participará de um ataque à Síria sem o apoio do Conselho de Segurança da ONU. Mas a agência de inteligência estrangeira do país, o Bundesnachrichtendienst (BND), concorda com a posição dos Estados Unidos, que consideram o presidente sírio Bashar Assad responsável pelos ataques com gás venenoso próximos de Damasco, em 21 de agosto.

Em um briefing secreto para parlamentares seletos na segunda-feira (2), o chefe do BND, Gerhard Schindler, disse que, apesar de ainda não existir prova incontestável, a análise da evidência disponível pode levar seu serviço de inteligência a acreditar que o regime de Assad é o responsável.

No briefing, Schindler disse que apenas o regime Assad possui armas químicas binárias como o sarin. O BND diz acreditar que especialistas do governo seriam os únicos capazes de manufaturar essas armas e empregá-las com mísseis pequenos. O BND afirma ainda que essas armas foram usadas várias vezes antes do ataque de 21 de agosto, que acredita-se que tenha matado mais de 1.400 pessoas. Schindler disse que, nos ataques anteriores, a mistura do gás venenoso foi diluída, o que explica o número muito menor de mortos nesses ataques.

Durante sua apresentação de 30 minutos, Schindler apresentou cenários para explicar por que o regime Assad recorreu ao uso de armas químicas, incluindo, disse ele, a possibilidade de Assad se ver envolvido em uma batalha crucial por Damasco. A cidade está sitiada por grupos rebeldes, com pressão vindo particularmente do leste. Schindler diz acreditar que é possível que o regime tenha ordenado o uso do gás venenoso como forma de intimidar os rebeldes. Também poderia ser o caso de erros terem sido cometidos na mistura do gás, o que pode tê-lo deixado mais potente do que o previsto.

A análise apresentada pelo BND é semelhante à produzida pelos Estados Unidos. O relatório americano diz que o gás venenoso foi lançado em vários mísseis pequenos, que podem ser disparados de unidades móveis de lançamento. Invólucros encontrados nas cenas dos ataques com gás indicam que são mísseis de 107 mm, que o regime possui em grande número. Schindler enfatizou que os rebeldes seriam incapazes de realizar um ataque orquestrado como esse.

Uma pista adicional
Apesar de os vestígios coletados na semana passada no local pelos inspetores de armas da ONU ainda estarem sendo analisados, o BND está relativamente certo de que o agente químico em questão é o sarin. Schindler notou que o BND interceptou um telefonema no qual um médico descreveu precisamente vários dos sintomas sofridos pelos pacientes --e todos eram consistentes com a exposição ao sarin. As amostras da ONU provavelmente oferecerão a prova final, mas a análise pode demorar várias semanas.

Schindler também apresentou uma pista adicional, uma que até agora não tinha sido divulgada. Ele disse que o BND ouviu uma conversa entre um importante membro da milícia libanesa Hezbollah, que apoia Assad e fornece assistência militar ao seu regime, e a embaixada iraniana. O membro do Hezbollah, relatou Schindler, parece reconhecer que o gás venenoso foi usado. Ele disse que Assad perdeu a cabeça e cometeu o grande erro de ordenar o ataque com armas químicas.

A nova informação do BND pode vir a ser importante nos próximos dias. Até o momento os Estados Unidos apenas notaram que, após o ataque, as agências de inteligência interceptaram comunicações internas do governo, indicando preocupação com uma possível inspeção da ONU no local. A conversa telefônica interceptada pelo BND pode se transformar em uma peça importante do quebra-cabeça que está sendo montando no momento pelos especialistas em inteligência ocidentais.

Schindler não indicou na segunda-feira o peso que está sendo dado ao telefonema interceptado e disse que sua agência apenas compartilha inteligência diretamente com a França. Mas parece provável que o BND também tenha informado os Estados Unidos, onde o presidente Barack Obama está no momento fazendo lobby por apoio do Congresso para um ataque à Síria. O presidente da França, François Hollande, está igualmente sob pressão da oposição para obter aprovação parlamentar antes de agir na Síria.

Vigilância alemã no Mediterrâneo
Apesar de sua recusa de participar de um ataque à Síria, as forças armadas alemãs estão se preparando para uma possível escalada em caso de uma ação americana e francesa. O navio de guerra alemão Sachsen está atualmente no Mediterrâneo e está preparado para evacuar alemães e outros estrangeiros no Líbano caso surja a necessidade. Uma checagem interna está igualmente em andamento para determinar se assistência estaria disponível para a Jordânia em caso de um ataque sírio com armas químicas.

Além disso, um navio alemão dotado de equipamento de vigilância altamente sensível está atualmente posicionado além da costa da Síria. Ele é capaz de interceptar comunicações de telefone e rádio no país devastado pela guerra. Os militares alemães indicaram na segunda-feira que permaneceriam ali mesmo em caso de um ataque americano. Mas fontes dizem que o navio é incapaz de fornecer inteligência útil relacionada a ataques com armas químicas, devido às montanhas entre Damasco e a área costeira.

Um comentário:

  1. "No briefing, Schindler disse que apenas o regime Assad possui armas químicas binárias como o sarin. O BND diz acreditar que especialistas do governo seriam os únicos capazes de manufaturar essas armas e empregá-las com mísseis pequenos."

    Faz-me rir. Com a OTAN e a Arábia Saudita apoiando os terroristas, o acesso a esse tipo de armamento p/ forjar um ataque, seria mais fácil que achar batata na feira.

    Texto, evidentemente, voltado p/ a manipulação da opinião pública e ratificação dessa farsa (mais uma).

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