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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Turquia tem planos de desenvolver mísseis balísticos


Acima o míssil balístico de médio alcance iraniano Sejil-2

Turquia irá desenvolver um míssil balístico para enfrentar os desafios à sua segurança nacional em uma região volátil em meio a incertezas pela Primavera Árabe e pela crise nuclear entre o Ocidente e o Irã, país que acelerou o desenvolvimento de um sistema de míssil balístico para se contrapor ao escudado antimísseis da OTAN.

De acordo com informações obtidas por um jornal turco, o Zaman, que cita fontes do Ministério de Defesa da Turquia, Ancara irá começar o desenvolvimento de um sistema de míssil balístico nacional para conter as eventuais ameaças contra a sua segurança. A decisão foi tomada recentemente em uma reunião do Comitê Executivo da Indústria de Defesa pelo o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdoğan. Para ser mais exato, a decisão foi tomada no último dia 17 de julho.

“Há reuniões em curso sobre o que pode ser feito a respeito de mísseis balísticos. O estabelecimento de veículos lançadores de satélite podem prover a capacidade de envio de mísseis além da atmosfera”, disse um funcionário do Ministério da Defesa da Turquia. Isso ajudará a chegarmos a tecnologia avançada de mísseis balísticos.

Os EUA, a Rússia, a Inglaterra, a França, a China e a Índia são os únicos países até o momento que possuem mísseis balísticos de longo alcance, os populares ICBMs. Isso atrelado aos avançados sistemas de defesa antiaérea, da a capacidade de um determinado países disparar contra alvos em qualquer parte do mundo e se defender de um contra-ataque.

Por falar em sistemas antiaéreos, a Turquia atrasou a decisão final sobre a concorrência para o fornecimento de sistemas defesa antiaérea de longo alcance. Erdoğan adiou a decisão porque ele faria uma visita russa e esperava discutir com o presidente russo, Vladimir Putin, a aquisição do avançado sistema de mísseis antiaéreos S-400, o preferido da Turquia. Participam da concorrência as empresas americanas Raytheon e Lockheed Martin que em parceria oferecem o sistema Patriot, a russa Rosoboronexport que oferece o sistema S-300, a chinesa CPMIEC (China Precision Machinery Export-Import Corp.) que oferece o sistema HQ-9 e o consórcio ítalo-francês Eurosam que oferece o sistema SAMP/T Aster 30.

Os turcos estão convencidos que é imperativo para as necessidades da Turquia desenvolver e produzir mísseis para manter a sua capacidade de dissuasão para se seguro em ambiente inseguro.  O Türkiye Bilimsel ve Teknolojik Araştırma Kurumu (TÜBİTAK) – Conselho de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas da Turquia – atualmente está a desenvolvendo um míssil de cruzeiro de nome SOM (Stand-off Mühimmat Seyir Füzesi) com alcance de 300 km.  O SOM será o primeiro passo para o desenvolvimento de uma série de mísseis balístico com alcance de 2.500 km. Ao contrário de outros tipos de mísseis, os mísseis balísticos podem voar além da atmosfera da Terra, como eles não queimam oxigênio, eles não encontram nenhuma resistência do ar. Os mísseis balísticos passam a maior parte do voo no espalho. Depois do lançamento, o míssil faz uma parábola de um ponto da terra ao outro. É muito difícil detectar mísseis balísticos com o radar como é igualmente difícil interceptar esse tipo de mísseis.

Falando ao Zaman, uma fonte anônima disse que um funcionário do Ministério da Defesa da Turquia disse na última reunião do comitê que o país decidiu trabalhar em um novo projeto, projeto esse que vista o desenvolvimento de um foguete lançador de satélite nacional. De acordo com especulações, Ancara pode buscar um parceiro no leste europeu com a experiência nessa área, fora a Rússia, a Ucrânia parece ser o país mais observado.

Considerações do Informante: A Turquia, país signatário desde 1997 do Missile Technology Control Regime (MTCR), parece que não poupará esforços e desenvolverá um míssil balístico de médico alcance. O país rasgará o nobre tratado e abrirá um forte procede. A atitude de Ancara pode levar a sua arquirrival Grécia a fazer o mesmo. Mas isso não é o pior: O pior é que a Turquia desenvolverá um míssil balístico sob a premissa de que está a desenvolver um foguete lançador de satélites. Isso acontecerá diante dos olhos dos EUA e da UE e como o país é membro da OTAN não sofrerá sanções, sanções que outrora receberam China, Índia, Paquistão, Coréia do Norte e Irã pelos mesmos motivos. Qual será o próximo argumento de Ancara para manter a dissuasão? O próximo passo dos turcos já é previsível: armas atômicas. Por falar em armas atômicas, não existe um país que desenvolvam armas atômicas que não tem armas atômicas ou que não tem a ambição de tê-las. Mísseis balísticos são caros de desenvolver, caros de se manter e caros de produzir. Não é benéfico gastar bilhões em um programa de mísseis balísticos e usá-los com carga convencional. 

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