Ministro critica falta de estabilidade e planejamento para a compra de equipamentos para as Forças Armadas
Segundo ele, não terão corte prioridades como a montagem de 50 helicópteros e a compra de quatro submarinos
Nelson Jobim |
"Precisamos de previsibilidade e estabilidade na aquisição de equipamentos", disse Jobim, que enfatizou, durante palestra na feira de material bélico LAAD 2011 (Latin America Aero & Defence 2011), ser preciso "desatar o nó orçamentário".
Jobim afirmou que três projetos prioritários não sofrerão com os cortes previstos pelo governo: a compra de quatro submarinos de modelo francês, a montagem de 50 helicópteros EC 725 Super Cougar (16 para cada força e dois para a Presidência) e o desenvolvimento do veículo blindado médio sobre rodas Guarani para o Exército.
Os três primeiros helicópteros de transporte, um de cada força, estavam ontem em exibição na área externa da feira.
"Nós precisamos recuperar décadas de atraso", afirmou o ministro, para quem, sem previsão orçamentária, "planejamento de médio e longo prazos tornam-se impossíveis".
Para Jobim, é importante usar uma lei de programação plurianual para quebrar um círculo vicioso: sem investimento não há inovação em tecnologia militar; sem inovação não há investimento.
Apesar de ressaltar a importância da tecnologia militar, o ministro ressaltou que ele não é capaz de retirar da política a primazia na condução dos conflitos.
"O mais fraco pode triunfar politicamente sobre o mais forte", disse o ministro, sobre a situação de "guerra assimétrica", característica, por exemplo, da guerra de guerrilha e de insurgências.
Nesse sentido, o ministro disse que o Brasil estaria em uma posição singularmente vulnerável, por possuir uma infraestrutura industrial, energética e de transporte que seriam alvos "compensadores" de um eventual ataque inimigo. Ou seja, as Forças Armadas do país teriam que ser capazes de atuar "em cenários convencionais, assimétricos e social-humanitários".
Nenhum comentário:
Postar um comentário