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domingo, 31 de julho de 2011

Folha de São Paulo: Comandante do Exército vira alvo de investigação

Inquérito aponta fraudes em obras rodoviárias executadas pelos militares

General Enzo e outros sete oficiais chefiaram departamentos que fizeram convênios com Dnit entre 2004 e 2009

O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, e sete generais são investigados pela Procuradoria-Geral de Justiça Militar sob suspeita de participar de fraudes em obras do Exército.

Os oficiais comandaram o DEC (Departamento de Engenharia e Construção) e o IME (Instituto Militar de Engenharia) entre 2004 e 2009, período em que o Exército fez convênios com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para obras em rodovias.

O general Enzo chefiou o DEC entre 2003 e 2007. Ele deixou o cargo para assumir o comando do Exército no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi mantido no posto pela presidente Dilma Rousseff.

O grupo investigado inclui cinco generais que comandaram o IME e dois que chefiaram o DEC depois do general Enzo: os generais Marius Teixeira Neto, na reserva desde março, e Ítalo Fortes Avena, hoje consultor militar da missão do Brasil na ONU.

A investigação foi aberta em maio pela procuradora Geral de Justiça Militar, Cláudia Luz, para apurar se o general Enzo e os outros que comandavam áreas envolvidas sabiam das irregularidades. A apuração foi um desdobramento de inquérito anterior que identificou indícios de fraude em 88 licitações do Exército para fazer obras do Ministério dos Transportes e apontou desvios de recursos públicos de R$ 11 milhões.

À Folha, o Centro de Comunicação do Exército diz que não tem conhecimento da investigação e que "não cabe à Força e nem aos militares citados emitir qualquer tipo de posicionamento".

Criados para atender necessidades de militares, os batalhões de engenharia do Exército são convocados com frequência para acelerar obras. Somente do Dnit, que nas últimas semanas teve quase toda a diretoria afastada por ordem de Dilma, o Exército recebeu R$ 104 milhões nos últimos cinco anos.

As investigações mostram que um grupo liderado por dois oficiais que coordenavam os convênios no IME, o coronel Paulo Roberto Dias Morales e o major Washington Luiz de Paula, criou seis empresas para entrar em concorrências do IME com dinheiro do Dnit.

O major Paula teria movimentado mais R$ 1 milhão em sua conta em um ano e feito 14 viagens aos EUA no período em que trabalhou com o Dnit.

Seis militares estão sendo processados na Justiça Militar. Se condenados, poderão ser presos e expulsos da corporação. Peças do processo foram encaminhadas à Justiça Federal para que eles sejam processados ali também.

sábado, 30 de julho de 2011

Frota Russa do Mar Negro receberá 6 submarinos da classe Kilo nos próximos anos

Submarino B-871 Alrosa
A Frota Russa do Mar Negro será reforçada com seis submarinos diesel-elétricos da classe Kilo nos próximos anos, afirmou hoje o comandante da Armada Russa, o Almirante Vladimir Vysotsky.

“Seis submarinos diesel-elétricos do Projeto 636 (classe Kilo segundo a classificação OTAN) serão construídos para a Frota do Mar Negro os próximos anos”, disse Vysotsky em entrevista exclusiva à RIA NOVOSTI.

A Frota do Mar Negro, baseada em Sevastopol, atualmente conta com apenas um submarino, o B-871 Alrosa, que atualmente passa por manutenção programada em Kalingrado.

Vysotsky disse a construção de três submarinos da classe Kilo já havia sido iniciada, um deles, inclusive, já foi batizado e se chamará B-261 Novorossiysk e pertencerá ao Projeto 636.3. Todos esses três submarinos estão sendo construídos no estão sendo construídos do estaleiro Admiralteiskie Verfi, em São Petersburgo. Vysotsky adiantou que a construção dos outros três submarinos aconteceria a cada ano após 2010, ou seja, a partir de 2010 um submarino dessa classe seria construído com a construção do último sendo iniciada em 2013.

É planejada a entrega de um total de 15 novas fragatas e mais esses submarinos para Frota do Mar Negro até 2020.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Supermáquinas de Guerra: Carros de Combate



Supermáquinas é um programa que se dedica a descobrir como as máquinas funcionam, com ênfase, neste caso, nas máquinas militares, que conseguiram superar todas as outras. A série analisa particularmente aquelas que maior impacto criaram na vida dos seres humanos.

12 de dezembro de 1991 - Destróier Churruca (D61) é afundado


Rússia começará a construir uma nova geração de destróier em 2012

Destróier Admiral Chabanenko - O navio pertence a classe "Udaloy", a classe de destróier mais moderna da Armada Russa
A Rússia inicializará a construção de uma nova classe de destróier de alto mar de nova geração em 2012, afirmou o Almirante Vladimir Sergeyevich Vysotskiy, comandante da Armada Russa nessa sexta-feira (29/07).

Depois do fim da URSS, a Rússia só construiu navios de superfície para a defesa de sua costa tais como corvetas e fragatas. Embarcações de alto mar não foram construídas ainda. Esse seria o primeiro grande navio a ser construído na Rússia depois da queda da URSS.

“O trabalho (de construção) de um novo destróier pode ser iniciado em 2012”, disse Vysotskiy sem dar muitos detalhes.

Anteriormente o mesmo comandante da Armada Russa havia afirmado que navios desse tipo só seriam construídos na Rússia em 2016.

Antes de comandante da Armada Russa dizer que o novo destróier seria construídos em 2016, Roman Trotsenko, presidente da empresa de Construção Naval Unida, tinha afirmado que esse tipo de navio começaria a ser construído em 2013.

Em março do ano passado (2010), uma fonte militar revelou que a Rússia tinha iniciado o projeto de um novo destróier. À época o que se sabia que o projeto estava na fase do desenho do novo navio e que essa fase duraria 30 meses. Palavras da fonte na época:

“Pesquisas estão sendo feitas no momento para determinar o desenho de um novo navio de alto mar e os documentos técnicos do projeto estão sendo elaborados. Esse processo durará 30 meses.” (...) “O destróier terá um sistema de armamento de mísseis vertical universal para disparar mísseis de alta previsão. Os mísseis poderão atacar alvos submergidos (submarinos), alvo de superfície e alvos em terra. A defesa do destróier ficará a cargo de mísseis anti-aéreos de curto, médio e longo alcance.”

Muito se fala do novo destróier russo, mas o que é certo é que esse será nuclear, terá linhas modernas e será stealth.

A militarização do Ártico

Rússia considera designar tropas de pára-quedista para a região

Unidades russas de pára-quedistas podem ser implantadas no Ártico como parte de um contingente “multi-duvisão” permanente na região, disse o comando das Tropas Pára-quedistas ontem, quinta-feira (28/07).

O tenente-general Nikolai Ignatov, disse que a possibilidade de pára-quedistas se juntarem ao contingente Ártico estava sendo estudada sob o comando do comandante das Tropas Pára-quedistas, o também tenente-general Vladimir Shamanov.

“Assim que a análise for concluída, vamos apresentar um relatório ao Ministério da Defesa, que por sua vez tomará a decisão final”, disse Ignatov.

Ignatov também disse que as Tropas Pára-quedistas podem contar com um regimento de helicópteros até 2020, período esse que o programa de aquisição de armas do Ministério da Defesa será concluído.

As tropas pára-quedistas da Rússia contam com um total de 32 mil homens constituindo assim quatro divisões, uma brigada de assalto aeromovel e um regimento de forças especiais para reconhecimento.

Armada Russa comissionará 8 submarinos da classe “Yasen” até 2020, diz comandante

Submarino Severodvinsk é lançado em 15 de junho de 2010 com grande pompa
A Armada Russa receberá até 8 submarinos nucleares de ataque da classe “Yasen” até a próxima década, afirmou o Almirante Vladimir Sergeyevich Vysotskiy, comandante da Armada Russa nessa sexta-feira (29/07).

“Estamos esperando o recebimento de ao menos oito submarinos de ataque da classe (Yasen) até 2020”, disse o comandante em entrevista exclusiva à RIA NOVOSTI.

Vysotskiy disse que o submarino insígnia da classe, o K-329 Severodvinsk, começará os testes de mar em agosto, testes esses que durarão 2 meses e que acontecerão no Mar Branco. Espera-se que o submarino entre no serviço ativo da Armada Russa ainda esse ano.

O segundo submarino da classe Yasen, o Kazan, está sendo construído nesse momento no estaleiro de Sevmash, na cidade de Saverodvinsk, no noroeste da Rússia.

O terceiro submarino da classe Yasen começará a ser construído ainda esse ano.

A classe Yasen de submarinos de ataque nucleares foi projetada para lançar uma vasta variedade de mísseis de cruzeiro de longo alcance (até 5.000 km), com ogivas nucleares ou convencionais, que efetivamente serão usados contra navios de superfície inimigos e alvos em terra. Os submarinos dessa classe também são capazes de caçar e destruir submarinos inimigos.

O armamento do submarino inclui 24 mísseis de cruzeiro, 8 lançadores de torpedos, bem como minas submarinas e mísseis anti-navio. Além disso o submarino tem 8 tubos para o lançamento de torpedos de 533mm e 650mm.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Documentário: A Arte da Camuflagem (em inglês)









O primeiro submarino espanhol

Navantia finaliza desenho do submarino S-80 e aspira fabricar 14 submarinos desse tipo para outras Armadas

Concepção artística da classe S-80
Os 2.170 planos do desenho definitivo do novo submarino S-80 já estão terminados, agora só resta a sua construção. Assim anunciou na terça-feira (27/07), Manuel Filgueira, diretor do estaleiro de Cartagena. Ele destacou que se trata do primeiro submarino convencional que é construído pela Navantia com desenho totalmente espanhol. Tal feito permite, segundo Filgueira, permite ao estaleiro espanhol entrar para p seleto clube dos construtores desse tipo de embarcação. Agora o país competirá com alemães, ingleses e franceses.

Filgueira foi pretensioso ao dizer aos que o submarino espanhol, que ainda está na prancheta, já é o submarino convencional mais avançado do mundo. Mas será que um país como a Espanha, que nunca projetou um submarino próprio, que tem poucos centros de referência, ter ultrapassado alemães, suecos, russos e franceses, país que tem larga tradição na construção de submarinos convencionais? Ele disse que avançada tecnologia do S-80 fará o país abocanhar vendas no mercado exterior e será nesse mercado que veremos se o que Filgueira diz é realmente verdade.

Ainda segundo Filgueira, o setor prevê que até o ano de 2020 sejam construídos 130 a 140 novos submarinos, uma vez que maior parte das frotas submarinas do mundo está obsoleta e requerem sua renovação.

“Nós aspiramos tomar conta de 10% desse mercado”, disse Filgueira. Se isso acontecer, segundo Filgueira, a Navantia garantira seu quadro de funcionários até 2030.

A Navantia já barganha na comercialização do S-80, uma vez que a empresa se faz presente em uma concorrência indiana para o fornecimento de novos submarinos convencionais. A proposta da Navantia é que 2 submarinos seja produzidos em Cartagena e outros 4, totalizando 6, sejam fabricados em estaleiros indianos.

Entretanto, o tom esperançoso de Filgueira deu espaço a palavras de cautela quando ele disse que seria difícil lograr contratos antes que o submarino esteja no serviço ativo da Armada Espanhola, o que aconteceria em 2015 depois de todas as provas.

O primeiro submarino já começou a ser construído e sua construção já está em 44%. Até o final do ano o processo de sua construção estará em 50%.

Desenvolvimento do caça russo-indiano de quinta geração avança à segunda fase

Sukhoi T-50
O desenvolvimento do caça russo-indiano de quinta geração, conhecido como Sukhoi/HAL Fifth Generation Fighter Aircraft (FGFA), avançou à segunda fase do projeto conforme o previsto, anunciou hoje o porta-voz oficial do Gabinete de Projetos da Sukhoi. A afirmativa desmente notícias anteriormente difundidas acerca de um suposto desentendimento dentre russos e indianos acerca do projeto.

“O desenvolvimento do caça de quinta geração avança a toda velocidade”, disse o porta-voz.

O contrato para o desenvolvimento da versão indiano do caça de quinta geração foi assinado em 21 de dezembro de 2010. A parte russa investirá US$ 295 milhões no projeto. A Força Aérea Indiana planeja adquirir entre 250 a 300 caças o que poderia resultar em um investimento de mais de US$ 25 bilhões.

O protótipo russo do caça, o T-50, desenvolvido pelo Gabinete de Projetos da Sukhoi, realizou seu primeiro vôo em janeiro de 2010. A entrada do caça no serviço ativo acontecerá em 2016.

Segundo o planejado, o caça russo-indiano de quinta geração será uma versão de exportação do caça T-50.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

SLBM Sineva é testado com sucesso

Submarino K-84 Ekaterinburg
A Armada Russa realizou mais um teste exitoso com o Míssil Intercontinental Naval R-29RMU Sineva (SS-N-23 Skiff segundo a classificação OTAN), informou a agência de notícia russa INTERFAX.

De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, o teste aconteceu hoje (27/07). O disparo foi realizado no Mar de Barents, a partir do submarino K-84 Ekaterinburg, submarino do Projeto 667BDRM. O disparo aconteceu com o submarino submergido e as ogivas atingiram o alvo no polígono de Kura, em Kamchatka, no tempo estimado.

O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, o coronel Igor Konashenkov, disse à INTERFAX que o teste foi realizado de acordo com os planos de verificação de confiabilidade das Forças Nucleares Estratégicas da Marinha da Rússia. Konashenkov revelou que esse foi o terceiro teste do tipo com esse míssil.

Entrevista de Nelson Jobim à Folha e ao UOL

O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), participou da estreia do programa "Poder e Política - Entrevista", conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.

Leia a íntegra e assista ao vídeo:

Folha/UOL: Olá internauta. Este é o primeiro "Poder e Política - Entrevista" produzido em parceira pela Folha de S.Paulo, pela Folha.com e pelo UOL. O programa é realizado no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O entrevistado de hoje é o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Jobim é gaúcho de Santa Maria. Nasceu em 1946 e tem 65 anos completados agora em abril. Estudou direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1987 tomou posse como deputado federal, em seu primeiro mandato. Ficou na Câmara dos Deputados até 1995. Participou ativamente do Congresso Constituinte de 1988.
Depois, Jobim foi ministro da Justiça de 1995 a 1997, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Da Justiça foi para o Supremo Tribunal Federal, corte que presidiu de 2004 a 2005. Antes, de 2001 a 2003, presidiu o Tribunal Superior Eleitoral.
No governo Lula, já fora do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim foi nomeado ministro da Defesa. E com a eleição de Dilma Rousseff permaneceu no cargo.

Folha/UOL: Olá ministro Nelson Jobim. O senhor foi ministro de três governos sucessivos. Com quem é mais fácil trabalhar: Fernando Henrique, Lula ou Dilma?
Nelson Jobim: Todos são fáceis de trabalhar. Cada um tem o seu estilo. A questão não é fazer comparações. Se você for fazer comparações, não dá solução e só cria problema. O Fernando [Henrique] tinha um estilo. O Lula tinha outro estilo. A presidente Dilma tem outro estilo. Mas são estilos absolutamente razoáveis. Pelo menos comigo as relações são absolutamente extraordinárias.

Folha/UOL: O senhor falava mais cotidianamente com Fernando Henrique, com Lula ou com Dilma?
Nelson Jobim: Com os três. Tendo em vista as relações do PMDB eu tinha uma grande integração com o Fernando [Henrique]. Trabalhei com o Fernando também, na Constituinte. Servi como uma espécie de assessor. Porque era advogado, tinha formação jurídica. Então eu tinha boa relação com o Fernando, tinha uma amizade mais íntima com o Fernando. Com o presidente Lula a mesma coisa, com menos intimidade. Eu frequentava a casa do Fernando e aquela fazenda que ele tinha aqui perto [de Brasília], aos finais de semana. Com o Lula tinha uma intimidade muito boa, sem nenhuma dificuldade. E a mesma coisa se passa com a presidente Dilma.

Folha/UOL: O senhor sempre foi do PMDB. Nessa época do Fernando Henrique, era do PMDB na Constituinte. Foi passando o tempo e o grupo que era próximo ao senhor foi para o PSDB. Não é novidade para ninguém que o senhor era muito amigo do deputado José Serra na Constituinte. Durante o ano de 2010, vários ministros fizeram campanha para a candidata do governo, Dilma Rousseff, que acabou vencendo. O senhor ficou meio afastado. Na eleição do ano passado, o senhor votou na presidente Dilma ou no candidato Serra?
Nelson Jobim: Fernando, eu não fiquei pouco afastado. Eu fiquei totalmente afastado. Ocorreu o seguinte: o ministro [Alexandre] Padilha, que à época era ministro das Relações Institucionais, distribuiu um ofício aos ministros do presidente Lula, para que gravassem alguma coisa para a televisão, para o programa da candidata do presidente.
Em uma reunião de articulação do governo, da qual eu participava, eu levantei o seguinte problema. Eu disse: "Olha presidente [Lula], eu estou com um problema. De um lado, por razões pessoais eu não tenho condições de fazer campanha para a ministra Dilma, uma vez que sou amigo íntimo do Serra. O Serra foi meu padrinho de casamento, eu morei com ele algum tempo aqui em Brasília. Quando vou a São Paulo normalmente eu janto com ele, vou ao Palácio [dos Bandeirantes] com minha mulher, nos damos muito bem. Por outro lado eu tenho também um impedimento de natureza institucional de fazer campanha para o Serra. Porque o governo do qual eu participo tem um candidato que é a ministra Dilma". Aí o Lula disse: "Olha Jobim, fique fora disso. Eu sei claramente das suas relações com o Serra. Sei que você tem uma amizade íntima com o Serra de muitos anos". E avisou ao Padilha: "Olha, não envolvam o Jobim na campanha". E eu votei no Serra.

Folha/UOL: O senhor contou para ela [para a candidata Dilma Rousseff] que o senhor iria votar no Serra?
Nelson Jobim: Ela sabia.

Folha/UOL: E isso nunca foi razão para que azedasse um pouco a relação? Até porque o senhor foi mantido no Ministério.
Nelson Jobim: Não. Azeda quando você esconde. Quando você não esconde, quando você é transparente, não tem como azedar. Tem como se resolver. O problema é quando você esconde, fica fazendo dissimulações. Daí dá problema. Eu não costumo fazer dissimulações, então não tenho dificuldades.

Folha/UOL: A presidente brinca com o senhor a respeito disso?
Nelson Jobim: Não, não se toca no assunto.

Folha/UOL: Sua manutenção no Ministério da Defesa foi muito atribuída ao presidente Lula. Ele dizia que era muito importante sua permanência porque gostava muito do seu desempenho no Ministério da Defesa. O senhor acha que a presidente Dilma resolveu mantê-lo no cargo e hoje tem segurança a respeito da sua permanência para consolidar o Ministério da Defesa que está completando 12 anos?
Nelson Jobim: Bom isso seria uma pergunta a ser dirigida a ela, não a mim. O que aconteceu com o presidente Lula foi que eu ingressei no Ministério da Defesa em 2007, em face àquela crise da aviação civil. Lembra-se daquela crise? O caos aéreo etc etc.

Folha/UOL: O senhor acaba de completar quatro anos no Ministério.
Nelson Jobim: [Completei] ontem. Em 25 de julho de 2007 que eu assumi [o cargo de ministro da Defesa]. E o objetivo inicial era exatamente compor aquele problema da crise aérea. Nós trabalhamos naquele assunto, reduziu-se imensamente a crise aérea. O primeiro objetivo meu, naquele momento, era tirar a crise aérea da mesa do presidente, porque estava na mesa do presidente naquele momento.
Depois que baixou a temperatura da crise aérea, eu decidi me dedicar ao Ministério da Defesa stricto sensu, a parte das Forças [Armadas]. E tive uma sorte muito grande, porque estava aqui no governo o Mangabeira Unger, que era secretário de Assuntos Estratégicos [da Presidência da República].
Conversando com o Mangabeira, que era meu amigo, nós bolamos o início de um trabalho amplo de reforma completa e transformação das Forças que iniciou com a elaboração da estratégia nacional da defesa. Foi uma longa discussão, que se fez internamente com as Forças e houve um grande programa. Um programa que se completou no ano passado, em 2010, quando se aprovou a alteração da legislação relativa ao Ministério da Defesa. E consolida-se juridicamente e institucionalmente o Ministério da Defesa.
Mas uma coisa é você ter o desenho institucional. Outra coisa é você ter a eficácia. Havia uma série de ações a serem desenvolvidas. Então eu tinha o plano diretor, desde 2010, depois da aprovação dessa legislação, que era a implementação disso. Que era o plano que eu submeti à presidente Dilma quando ela me convidou para continuar. Disse: "olha, isso aqui é o que a gente tem que fazer".

Folha/UOL: O senhor acha que depois de 12 anos da existência do Ministério da Defesa, já está pacificado nas Forças Armadas o fato de que eles sempre serão comandados por um civil no Ministério da Defesa? E os militares já se acostumaram a serem obedientes a esse comando civil?
Nelson Jobim: Veja, tem que compreender o processo histórico. Tem que voltar para 1987, 1988, quando começou o processo constituinte. Na verdade, a elite civil da época, os deputados, a parte política da época, não queria saber de defesa. A discussão de defesa era algo que todo mundo passava ao largo. Tanto defesa quanto segurança. Porque havia no imaginário de todos, oriundos de esquerda, ou de centro-esquerda, ou liberais democráticos, todos confundiam em seu imaginário a defesa e a segurança com repressão política. Então o assunto não era discutido.
A única discussão que tivemos em 1987 e 1988 foi a função das Forças Armadas. Foi a primeira manifestação constitucional de subordinação efetiva das Forcas Militares ao poder civil: quando autoriza e determina intervenção das Forcas Armadas para garantir a lei da ordem, desde que determinado pelos poderes constituídos.
Depois veio o Ministério da Defesa, com dificuldades. Eu no início participei das discussões, no governo Fernando Henrique, para criação do Ministério da Defesa. Era um processo complicado. Você tinha na época quatro ministros militares: o ministro do Exército, o ministro da Marinha, o ministro da Aeronáutica e o ministro-chefe do Estado Maior das Forças Armadas. E ainda tinha o ministro que era general de duas estrelas que era o chefe da Casa Militar. Eram na verdade cinco ministros militares. Mas esses quatro seriam substituídos por um civil. Então houve um processo de transição na legislação de 1999 que foi feita dentro das condições políticas de então.
E depois de 1999 começou um processo de, digamos, de institucionalização efetiva do Ministério da Defesa. Não vou falar na época do governo Fernando Henrique, mas no governo Lula eu inclusive fiz uma análise sobre essas coisas. Eu creio que nós tivemos um primeiro momento do governo Lula, com o ministro [José] Viegas, em que houve um reformismo moderado. Ou seja, o ministro Viegas tentou estabelecer o reformismo dentro do Ministério da Defesa. Depois, com as crises que se deram com o ministro Viegas, ele acabou se afastando. E o presidente [Lula] convida Zé Alencar, que era o vice-presidente, bonachão, mineiro simpático, agradável. Eu chamei esse período do Zé Alencar como um período de acomodação estratégica. Porque o ambiente estava tenso. Superado esse ambiente veio o momento do ministro Valdir Pires e o coitado do Valdir veio a ser sufocado por algo com o que ele não tinha nada a ver, que foi exatamente crise aérea. Foi um momento de turbulência.
Eu divido minha tarefa num primeiro momento que durou até outubro de 2010, com a aprovação da legislação a que me referi, como um freio de arrumação. Tinha que mexer na aviação civil, mexemos. E tínhamos que começar a mexer também nas Forças.

Folha/UOL: O senhor falou de aviação civil. O Ministério da Defesa não tem mais que cuidar da aviação civil, porque foi criada a Secretaria de Aviação Civil. Isso representou, em certa medida, uma perda de poder para a Força Aérea Brasileira e para o ministério da Defesa. Alguém se recente disso na área militar?
Nelson Jobim: Vamos deixar bem claro que a aviação civil ficou no Ministério da Defesa por uma questão de tradição. Porque a aviação civil se formou junto com a força aérea Foi A Força Aérea Brasileira que criou a aviação civil e ela acabou ficando. A Infraero era da Força Aérea, o controle de espaço aéreo continua sendo da Força Aérea. Não havia agência de regulação.
Na época do Fernando Henrique, transfere-se a Infraero para o setor civil. E aí fica no Ministério da Defesa a aviação civil. Quando baixamos a temperatura do caos aéreo na época, sugeri ao presidente Lula que transferisse a aviação civil para o Ministério do Transportes, já que o Ministério dos Transportes era, teoricamente aquele que seria adequado.
Em dezembro [de 2010], quando a presidente Dilma me convidou, eu sugeri a ela que fizesse a mesma coisa. Ela resolveu então fazer a Secretaria da Aviação Civil. Só que demorou um pouco porque a pessoa que ela pretendia que fosse o ministro da Aviação Civil teria possibilidades de ingressar só no fim de fevereiro. Mas depois não pôde e, enfim, se criou.
Mas não houve perda. Poderia você dizer: "ah, houve perda de poder. Você deixou de controlar um setor do governo". Isso é bobagem. O Ministério da Defesa tem sua função específica.

Folha/UOL: Mas de parte da Força Aérea Brasileira, algum ressentimento?
Nelson Jobim: Não nenhum. Ela já não tinha mais a regulação, que era da Anac. Já não tinha mais a infraestrutura aeroportuária, que era da Infraero, que era Civil. Somente tinha e continua tendo o controle do espaço aéreo com o Decea [Departamento de Controle do Espaço Aéreo]. A presidenta não pretende, pelo menos naquele momento em que conversamos, não pretende tornar civil, ter um controle de espaço aéreo civil e outro militar. Continuará o Decea que é o Departamento de Controle do Espaço Aéreo.

Folha/UOL: O senhor tem falado que certos documentos do passado do país, relacionados à área militar foram destruídos e que é muito difícil encontrá-los. Não seria possível abrir uma espécie de sindicância, um inquérito para saber como foi essa destruição?
Nelson Jobim: Isso tudo já foi feito. Veja, antes mesmo de [eu] entrar no Ministério da Defesa, na época a presidente Dilma era ministra da Casa Civil e tinha determinado criar uma comissão sobre documentos. Ela foi presidente [da comissão]. E enviou ao então ministro, o Zé Alencar, para determinar aos militares a entrega desses documentos. Foram encaminhados aos comandantes de Força os avisos. A Força Aérea inclusive colocou à disposição alguns documentos que ela havia encontrado nos seus arquivos. Mas o Exército e a Marinha disseram que não havia mais nenhum documento. Haviam sido incinerados há algum tempo.
Depois, essa comissão [presidida por Dilma Rousseff] determinou que o Ministério da Defesa abrisse um inquérito. Na época, [o ministro] era o Valdir [Pires]. O Valdir acabou atrapalhado com o problema da aviação civil e não tomou providências. Eu tomei providências nesse sentido. Mandei abrir os inquéritos. Vieram então as respostas das três Forças. A Força Aérea informou que tinha aqueles documentos que tinha posto à disposição. Entregou os documentos. Os demais informaram que os documentos tinham sido incinerados. E quando eles tinham informado que tinham sido incinerados, a ministra Dilma pediu então que se apresentasse o termo de incineração. Só que o termo de incineração, pela legislação vigente, exigia que os documentos fossem sigilosos. Eles informaram que não eram sigilosos e que foram incinerados normalmente.

Folha/UOL: O Senhor acha que ainda há como descobrir mais sobre esse processo? Há como responsabilizar alguém por esse fato?
Nelson Jobim: Internamente não. Não tem como. Como você não tem formalização do processo de incineração, você não tem como identificar de quem partiu o ato.

Folha/UOL: E os responsáveis, à época, pelos que acabaram incinerando?
Nelson Jobim: Pode eventualmente ocorrer pelos trabalhos da comissão da verdade que deverá ser criado pelo Congresso. Deverá ser aprovada agora em agosto. Aí poderá ser objeto, inclusive, de um estudo da Comissão da Verdade. Agora, documentos dentro das Forças não têm mais. Poderá eventualmente aparecer algum documento nas mães de terceiros, de alguns que guardaram. Mas eu espero que agora a Comissão da Verdade possa fazer um levantamento global de tudo isso.

Folha/UOL: O senhor nesse tema de acesso às informações públicas ajudou nos últimos dias a trabalhar um pouco no Congresso a aprovação da lei de acesso a informações públicas. Qual é sua expectativa no início agora do segundo semestre de que essa lei seja aprovada tal qual veio da Câmara dos Deputados encerrando aquele dispositivo de renovações sucessivas do sigilo?
Nelson Jobim: Houve uma objeção inicial. Vamos ser transparentes também sobre o processo histórico. Esse projeto que a imprensa carimbou de sigilo eterno que era aquela renovação sucessiva [do sigilo] dos documentos classificados em ultrassecretos. Tinham período de 25 anos e podia ser renovado indefinidamente. Essa renovação foi carimbada como sigilo eterno. Na verdade não é.

Folha/UOL: Por que não?
Nelson Jobim: Porque era uma comissão que a cada 25 anos iria examinar isso.

Folha/UOL: Poderia ser eterno...
Nelson Jobim: Poderia ser eterno. Mas não era carimbado como tal de forma absoluta. Poderia ser relativamente eterno em relação a algum, um ou outro documento.
Mas o fato é o seguinte: quando se discutiu isso no governo Lula, eu participei dessa discussão como ministro da Defesa. E de outro lado participou o secretário geral do Itamaraty, o Samuel Pereira Guimarães.
O Samuel sustentava, e eu acabei acompanhando ele nisso, aquele modelo que acabou sendo o projeto. Ou seja: que os ultrassecretos possam ser renovados de 25 em 25 anos. Qual é a preocupação? Minha preocupação eram os documentos relativos às nossas tecnologias sensíveis. Pesquisadas pelas Forças Armadas.
De outro lado, tinha a corrente que era liderada pela ministra Dilma, chefe da Casa Civil, e pelo Franklin Martins, que era da Secom [Secretaria de Comunicação Social da Presidência]. Os dois sustentavam que 25 anos ou 50 anos já eram suficientes, podia renovar só uma vez.
O Lula arbitrou pela solução proposta pelo Samuel e por mim.
Conhecendo o processo legislativo com uma certa profundidade, eu me preocupei em colocar também no texto, na época de que as tecnologias sensíveis não estavam sujeitas a essa lei.

Folha/UOL: Tecnologia sensível seria o quê?
Nelson Jobim: Vou te dar um caso. A técnica de construção brasileira do projeto nuclear. E que você tem uma tecnologia que nós inventamos e que o mundo todo namora essa tecnologia, que é um sistema complexo e de extrema eficácia. E que não pode ser revelado.
Então, com isso, se colocou no texto que essas tecnologias sensíveis não estavam sujeitas à lei. Também não estavam sujeitas à lei as questões relativas aos direito humanos. Ou seja: nenhum documento que envolvesse direitos humanos estava suscetível de classificação em secreto, ultrassecreto etc.
Com isso o presidente Lula mandou o projeto nesses termos. A Câmara alterou. É vitoriosa na Câmara a posição que era defendida pela Dilma e pelo Franklin. Vai para o Senado, onde há manifestação do presidente Collor e do Presidente Sarney e a presidente Dilma me chama para que eu possa conversar com os dois.
Eu conversei com o presidente Sarney no final de junho, no início de julho. Conversei com o presidente Collor e acertamos que agora, na reabertura do Congresso, voltaríamos a conversar para votar.
Eu estou defendendo já o texto que está na Câmara. Ou seja, recuo da minha posição primitiva à época de elaboração do projeto e não vejo nenhuma dificuldade. E tem mais uma coisa, estou me esquecendo. Aquelas matérias que dizem respeito à honra, à intimidade das pessoas, essas têm o sigilo natural de 100 anos no projeto.

Folha/UOL: O senhor acha que o texto tal como está parado no Senado deve ser aprovado?
Nelson Jobim: É absolutamente compatível e razoável. Até porque tem uma coisa, Fernando. Vamos ser práticos. Daqui a 50 anos, se algum governo, que não será nenhum de nós, nem vamos saber por que até lá estaremos mortos... Daqui a 50 anos, se algum governo achar que tem algum documento que vai chegar o momento de ter que revelá-lo porque a lei assim determina, ele poderá alterar a lei. A maioria da época, democrática, vai resolver o problema. Também não vejo documentos que possam ter prejuízos daqui a 50 anos. Isso é bobagem.

Folha/UOL: O seu partido, o PMDB, não tem candidato à Presidência da República há muitos anos. É um partido que tem uma fama péssima, a gente sabe disso. Apoia vários governos, apoia o governo atual, e há vários grupos ali dentro. O senhor mesmo tentou ser presidente e agora tem se reunido com senadores do PMDB e já não está tão distante do vice-presidente da República Michel Temer. Como está hoje sua vida e participação no partido?
Nelson Jobim: Bem, vamos deixar claro: eu sempre fui um outsider. Nunca fui da estrutura do partido, inclusive no Rio Grande [do Sul]. Inclusive na época em que eu terminava o Congresso, em 1994, 1995, eu sustentava que o PMDB era uma grande federação de partidos regionais.
O PMDB do Rio Grande do Sul tinha completas diferenças do PMDB de São Paulo, Recife, Amazonas etc. Você tinha um conjunto de grandes partidos regionais e fortes.
Aliás, lembre-se que o PSDB teve origem de divergências internas do PMDB. O PSDB nasceu por quê?* Porque o José Richa rompe com o Álvaro Dias no Paraná. Pimenta da Veiga rompe com Newton Cardoso em Minas Gerais. Fernando Henrique, Covas, Serra rompem com o Quércia. Aí se forma o PSDB. Nas disposições transitórias da Constituição tem um artigo que foi redigido por mim, a pedido do Pimenta para que possibilitasse a criação do PSDB sem aquelas dificuldades iniciais da legislação ordinária.
Bem, o fato é que o PMDB sempre foi, desde 1989, desde a derrota do dr. Ulysses Guimarães, um partido de grandes posturas regionais, de grandes líderes regionais. Nós não temos líderes nacionais. Não tem um líder nacional, de visibilidade nacional como tem o PT, como tem o PSDB. Tanto tem grande estrutura regional que tem grande participação na Câmara e no Senado.
Agora aconteceu um fato curioso. Eu estava operando na minha área, que nada tem que ver com política, a defesa. Sou chamado, num primeiro momento, em fevereiro ou março, para uma reunião na casa do deputado Osmar Terra, onde eles formavam uma facção. Primeiro uma reunião com deputados, uma corrente que se chama Afirmação de Democrática, do qual participo como um quadro, para discutir questões etc.
De outro lado, fui convidado para um jantar na casa do Luiz Henrique [senador por Santa Catarina], um grande amigo meu. Chega o Luiz e me chama com minha mulher, para jantar. Lá estava o Luiz, o Requião [senador pelo Paraná], o Moka [senador pelo Mato Grosso], o Jarbas Vasconcelos [senador por Pernambuco]. Todos amigos. Mas percebi que era um jantar que tinha sentido político. E aí surge discussão política. O que percebi, ouvindo, com toda cautela, ministro do governo, é que havia alguns discursos de natureza oposicionista de alguns deles.
Depois eu disse o seguinte: "estou percebendo que vocês querem que o PMDB tome sua posição e que vocês tenham um espaço dentro do partido. Para que vocês tenham espaço dentro do partido, vocês não podem se definir por uma oposição ao governo. Porque senão vocês estreitam a possibilidade do crescimento da conquista do partido". Aí o Jarbas Vasconcelos afirmou: "Você tem toda a razão. Não temos nada a ver com o problema do governo, vamos continuar no apoio ao governo, mas vamos disputar internamente o partido que é legítimo. Para tentar retomar uma posição de maioria em relação aos demais".
Esse conjunto depois trouxe a uma reunião, em outro jantar, o presidente do partido, o senador [Valdir] Raupp, e o senador Renan Calheiros, que é líder [do PMDB no Senado]. E exigiram inclusive... Uma Medida Provisória aprovada na Câmara, um projeto de lei de conversão, introduzia um dispositivo que viabilizava a recuperação de bancos quebrados antigos, foi introduzida por um deputado federal do Rio de Janeiro na aprovação na Câmara. Nessa reunião os senadores pediram ao líder no Senado que, aprovando esse projeto de conversão vindo da Câmara, a presidente Dilma vetasse esse dispositivo que consideravam imoral etc. Eu creio que as coisas estão se organizando.

Folha/UOL: O senhor acha que esse grupo do PMDB que era mais dissidente...
Nelson Jobim: Começa a se aproximar. Não faz mais oposição ao governo. Tanto é que votou junto no salário mínimo. Aquele foi um momento importante, para cada um dos deputados individualmente. Tanto o grupo da Câmara quanto o do Senado votaram o salário mínimo no modelo do governo. Então não há dificuldades. Há dificuldades internas do partido. O que eu deixei claro é que você não pode trazer para dentro da disputa da situação nacional, as disputas regionais. Porque, se trouxer isto, vai dar problema. Quem é oposição, quem disputa o governo no Estado do Rio Grande do Sul?* O PT de um lado, o PMDB de outro.

Folha/UOL: O senhor tem mantido uma relação mais próxima com o vice-presidente Michel Temer?
Nelson Jobim: Sim, tenho. Tenho várias reuniões com ele, almoço, conversamos muito, discutimos as questões políticas.

Folha/UOL: Não há ressentimento pelo senhor ter ensaiado uma disputa com ele pela presidência do partido?
Nelson Jobim: Vamos separar um pouquinho. Em política não há ressentimento. Tem uma regra que era do doutor Ulysses: em política, só para amadores [há ressentimento]. Em política, até a raiva é combinada. Não há ressentimento. Processos históricos vão se sucedendo. Há momentos que vão se superando.

Folha/UOL: Por falar em processo histórico, em 2006 o senhor já não tinha nenhum cargo publico, estava apto a disputar a eleição. Chegou-se a dizer que houve um ensaio para que o senhor talvez viesse a compor a chapa do presidente Lula como vice-presidente. O que ocorreu na época? Houve algum tipo de conversa nesse sentido?
Nelson Jobim: Não. Conversa comigo não houve. Houve mera especulação na imprensa. O presidente Lula nunca conversou comigo sobre este assunto.

Folha/UOL: O senhor, no começo do nosso papo, falou claramente que a presidente Dilma conhece claramente suas posições. Hoje, com alguns meses no governo Dilma, acredita que a presidente tem conduzido de maneira correta os problemas políticos que vão aparecendo? Porque ela é sempre apontada como alguém que não tinha muita experiência nessa área. Qual avaliação o senhor faz do manejo das duas crises mais recentes: Antonio Palocci na Casa Civil e Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes? Dilma atua de maneira correta?
Nelson Jobim: Se nós olharmos da perspectiva das ações de correção de governo, é absolutamente correta. Você poderá ter alguma crítica, que não é meu caso, de fazê-la em relação às questões que envolvam a Câmara e o Senado, as estruturas políticas. Mas você tem que fazer uma opção. Ou você se submete às estruturas, às injunções políticas, ou você impõe a essas injunções políticas determinadas posições. E ela tem força para isso. E isto é que pode alterar o tipo de funcionamento da Câmara e do Senado. Se você se acomoda às injunções da Câmara e do Senado, e eu conheço bem isso, você acaba se submetendo a eles. Ela [a presidente Dilma Rousseff] fez a opção contrária e eu acho que está absolutamente correta.

Folha/UOL: O senhor acha que está sendo bem sucedida essa atuação dela na crise do Palocci e agora na dos Transportes?
Nelson Jobim: Os parlamentares daquelas correntes, digamos, mais antigas, de imposições mais transparentes e com visão nacional, concordam absolutamente nas posições. Tanto na questão Palocci como na questão dos Transportes.

Folha/UOL: Ela não poderia ter evitado um pouco de fricção com esse Partido da República, o PR, que comanda o Ministério dos Transportes?
Nelson Jobim: Essa é aquela opção. Ou seja: se você valoriza não ter ficção, você tem que fazer concessões. Se você valoriza a afirmação de correções, você não pode fazer certas concessões.

Folha/UOL: O senhor faria a mesma coisa?
Nelson Jobim: Faria. Eu sou um estilo meio duro também, né.

Folha/UOL: O senhor acha que o governo Dilma age de forma muito distinta do que agiria um governo Serra se ele tivesse vencido?
Nelson Jobim: Não. Pelo contrário. Eu acho que seria a mesma coisa. O Serra teria também a mesma linha de opção. O Serra sempre foi visto dentro do PSDB, e no PMDB à época, como um articulador muito duro. É o tipo do negócio que você não tem condição de verificação da afirmação que a gente possa fazer. Diziam os analíticos neopositivistas lógicos, que eu estudei muito, diziam que isso é uma pergunta sem sentido porque você não tem como saber se a resposta é verdadeira ou falsa. Porque não tem como verificar. No entanto eu poderia dizer, conhecendo o Serra, que ele teria a mesma posição. Ou seja: absoluta correção na condução do problema.

Folha/UOL: Ou seja, não teria muita diferença o senhor votar em Serra ou Dilma então.
Nelson Jobim: Teria. Porque seria manter a minha coerência histórica com o Serra.

Folha/UOL: Aliás, teve essa polêmica recente, quando o senhor discursou no Senado nos 80 anos do Fernando Henrique. Dizendo que os idiotas perderam a modéstia. Muita gente entendeu que o senhor se referia a alguém no governo e o senhor disse que não, eram jornalistas. É isso mesmo?
Nelson Jobim: A frase tem que ser lida em sua inteireza. Primeiro, a frase não é minha. É de Nelson Rodrigues, que dizia que "hoje os idiotas perderam a modéstia". Eu referia logo a seguir: "perderam a modéstia e continuam escrevendo para o esquecimento". Escrevendo para o esquecimento é do Jorge Luis Borges, que dizia: "Los periodistas escribem para el olvido" e que "los periodicos son museos de minucias efímeras". Estava me referindo exatamente às críticas que eram feitas ao Fernando na época, principalmente as criticas que eu sofri em 1995 quando nos alteramos a questão indígena, o tratamento da do programa de demarcação de terra indígena.

Folha/UOL: A presidente Dilma chegou a perguntar para o senhor o que queria dizer com isso?
Nelson Jobim: Não, não. Ela até riu. Porque no dia seguinte, isso foi numa sexta-feira. Participei da homenagem ao Fernando, de manhã, e depois fui falar com o presidente Collor. No sábado nós tínhamos marcado uma reunião no Palácio [do Planalto] para discutir o problema dessa legislação [de acesso a informações públicas]. Então quando cheguei para a discussão, era de manhã, estava a ministra da Casa Civil [Gleisi Hoffmann], a ministra das Relações Institucionais [Ideli Salvatti], o Luís Eduardo [ministro da Justiça] e a ministra Maria do Rosário [Secretaria dos Direitos Humanos]. Ao entrar, [sem dizer quem falou a frase]: "ué, a imprensa agora acha que estamos brigando?". "É que a imprensa não sabe ler. Continua não sabendo ler" [risos].

Folha/UOL: O senhor assumiu durante a crise aérea. Um dos acidentes marcados pela repercussão foi aquele da Gol em que houve o choque com o jatinho. O senhor achou apropriada a sentença que foi aplicada aos pilotos do jatinho de cumprir trabalhos voluntários em repartição brasileira, sendo que eles estão nos Estados Unidos?
Nelson Jobim: Fernando, eu sou juiz. Eu fui juiz. Sentença não se discute, ou cumpre ou não se cumpre. Quando não se cumpre, se executa.

Folha/UOL: O senhor gostou da sentença?
Nelson Jobim: É a opção do juiz e não me cabe fazer isso. É a mesma coisa de eu discutir, por exemplo, se eu devo ter gostado da sentença da condenação do Brasil na questão do Araguaia. Eu estou cumprindo tudo o que determinou a juíza. Não tenho nenhum juízo a fazer sobre valores. Esse é o processo democrático. Você tem funções e distinções. Na condição de ministro da Defesa eu tenho a obrigação legal de cumprir todas as determinações naquela questão do Araguaia. Não tenho nada que emitir juízo, se a sentença está certa ou está errada, isso é questão ultrapassada. Nós temos é a capacidade de superar esse tipo de debate. O tipo do debate inútil. Quem pode não gostar das coisas são as pessoas diretamente envolvidas. As pessoas institucionalmente comprometidas têm que cumpri-las e pronto.

Folha/UOL: Notícia recente da imprensa agora disse que o ministro Dias Toffoli foi convidado para uma festa de casamento na Itália e as despesas do hotel foram pagas pelo noivo, que vem a ser um advogado, e tem questões no Supremo relatadas pelo próprio ministro Toffoli. O senhor acha apropriado um ministro do Supremo aceitar um convite desses?
Nelson Jobim: Não vejo dificuldades. Qual é a relação que se estabelece em se aceitar um convite? É que esse convite poderia criar facilidades ao advogado. Não é o caso. Com Dias Toffoli não é o caso.

Folha/UOL: Não seria prudente não aceitar?
Nelson Jobim: Não. Eu não vejo... É uma decisão pessoal. Conheço muito bem o Toffoli, ele tem absoluta independência. No Supremo você tem uma coisa curiosa principalmente com relação à imprensa. Você se lembra, quando eu era ministro do Supremo na época do governo Fernando Henrique, a imprensa e, principalmente, o PT me chamavam de líder do governo no Supremo Tribunal Federal. Depois assumiu o Lula. Foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral, presidi a eleição de 2002. Assume o presidente Lula. Em quatro ou cinco meses a imprensa já está me chamando de líder do governo Lula no Supremo. Por quê? Porque estava defendendo as questões de Estado e estava criando alguns problemas em relação às vitórias de determinados tipos de advogados que têm honorários que dependem dos resultados. Ou seja: dos resultados positivos. Não vejo problema nenhum. Acho que isso é um exagero de achar que a vida pessoal desse personagem possa causar influência nas decisões.

Folha/UOL: O senhor vai ficar ministro ou deseja ficar no Ministério até o final do governo Dilma?
Nelson Jobim: Olha, eu deixo que as coisas aconteçam. Quando eu sai do Supremo eu copiei aquele verso do Zeca Pagodinho. "Deixa a vida me levar." E se a gente fica tentando marcar prazos e tempos só cria problemas e você não cria soluções. Então deixa as coisas correrem. As coisas vão andando. No momento em que as coisas resolverem sair, sai. Aliás, a minha vida inteira foi assim. A minha avó materna, que era uma pessoa interessante, do partido libertador, maragata, antiga, dizia de mim que eu tinha mais sorte do que juízo. Eu continuo achando que eu tenho mais sorte do que juízo. Eu continuo achando que eu tenho mais sorte que juízo. Então prefiro deixar que a sorte comande, não o juízo.

Folha/UOL: Se for do desejo da presidente Dilma, o senhor gostaria de ficar até o final do governo?
Nelson Jobim: Não existe esse condicionante de gostaria ou deixar de continuar. As coisas vão se dando, as coisas vão acontecendo. O processo histórico não é um processo que depende de eu gostar ou deixar de gostar.

Folha/UOL: o senhor tem 65 anos, está ativo, é ministro é do PMDB. Deseja disputar algum cargo eleitoral novamente?
Nelson Jobim: Não. Esse projeto político já desapareceu. Aliás, alguns me perguntam por que eu sou ministro. Você tem pelo menos três razões para ser ministro. Ou porque você tem um projeto político. Não é meu caso. Ou porque você quer agregar alguma coisa à sua biografia. Também não é meu caso. Ou porque lhe é prazeroso. Que é meu caso. No momento em que a coisas deixar de ser prazerosa eu saio fora. Projeto político não tem mais nenhum, acabou em 1994 quando eu não concorri à reeleição e apoiei inclusive o Fernando Henrique contra o candidato do partido [PMDB] que era o Orestes Quércia.

Folha/UOL: Ministro Nelson Jobim, da Defesa, muito obrigado por sua entrevista aqui no estúdio do Grupo Folha em Brasília.
Nelson Jobim: Obrigado a você.

Sukhoi T-50 será exibido na MAKS 2011

Sukhoi T-50 durante um vôo de teste
O caça russo T-50, de 5ª geração, será exibido pela primeira vez ao público no Salão Aeroespacial MAKS 2011. A feira acontecerá entre os dias 16 e 21 de agosto, na cidade de Zhukovsky. A informação foi confirmada pelo subdiretor da empresa AVIASALON, Nikolai Zanegin.

"Os numerosos visitantes da feira terão a oportunidade de presenciar pela primeira o vôo do caça russo de 5ª geração na cidade de Zhukovsky", disse o executivo em entrevista à revista Natsionalnaya Oborona (A Defesa Nacional).

Segundo Zanegin, outra atração da feira serão os vôos diários do avião de passageiros Airbus A380, o maior avião de passageiros do mundo. Estados Unidos, França e Itália também farão apresentações de seus respectivos caças de combate.

Até o dia 1º junho um total de 627 empresas confirmaram participação na feira, das quais 473 são russas e o restante, 154, são empresas estrangeiras. A Boeing, a Airbus e a EADS são as maiores empresas estrangeiras que estarão na feira.

Criada em 1993, a MAKS é a principal feira de russa. A feira reúne as maiores empresas do setor aeroespacial, as quais exibem tanto produtos e tecnologias civis, como militares.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Zubr: Embarcação de Desembarque sobre Colchão de Ar




"Apoiar ditaduras em nome da estabilidade foi um erro", diz chanceler francês

Alain Juppé
Em tempos de extraordinárias tormentas internacionais, Nicolas Sarkozy decidiu entregar a um capitão de longa experiência a gestão da diplomacia francesa. Alain Juppé (nascido em Landes em 1945) assumiu o cargo em fevereiro passado.

Sua antecessora, Michèle Alliot-Marie, se demitiu depois de oferecer ajuda à ditadura tunisiana para controlar os protestos. Juppé --que foi primeiro-ministro entre 1995 e 1997-- deixa claro qual é o norte da política francesa em uma entrevista concedida na última quinta-feira (20) em Madri, antes da conclusão da cúpula da zona do euro, em Bruxelas.

"Apoiar as ditaduras em nome da estabilidade foi um erro. Hoje apoiamos em toda parte os movimentos de libertação dos povos e a aspiração à democracia", diz. E quanto à crise financeira na Europa, passo a passo, a França persegue um grande objetivo político: "Avançar para um verdadeiro governo econômico europeu".

El País - Os países periféricos da UE estão à deriva, e as medidas comunitárias não parecem capazes de estabilizar a situação financeira. A Alemanha se absteve na votação na ONU sobre a intervenção na Líbia. A Dinamarca quer restabelecer o controle de fronteiras. A Europa está se estilhaçando?
Alain Juppé - Essa é a pintura negra. Agora vou utilizar a cor-de-rosa. Pode-se fazer uma análise diferente da situação da UE. Em primeiro lugar, sobre a crise financeira, quero lembrar que tem sua origem nos EUA, e não na Europa. Em segundo lugar, não só a Europa está em dificuldades. As agências de classificação também colocaram os EUA sob observação. Em todo caso, mesmo que seja com dificuldade, lentamente a Europa encontra as soluções. Já fizemos progressos consideráveis no rumo que a França deseja, isto é, o de um verdadeiro governo econômico europeu. [Em uma conversa via e-mail posterior ao encerramento da cúpula da zona do euro, Juppé comentou que "diante de uma situação grave, os dirigentes da zona do euro vão demonstrar senso de responsabilidade para garantir a estabilidade da união monetária. Foram tomadas decisões essenciais, especialmente para flexibilizar o uso do Fundo de Estabilização. Como desejava o presidente Nicolas Sarkozy, esse dispositivo abre caminho para um verdadeiro fundo monetário em escala europeia. Diante da crise, não há outra solução senão avançar na integração".]

El País - Em política externa continuam existindo graves divisões.
Juppé - É verdade que há divisões. O Iraque há alguns anos. A Líbia há alguns meses. Mas tomemos outros exemplos. No processo de paz no Oriente Médio, a Europa tem uma posição comum. Outro é a política de defesa e segurança. É um assunto que a França considera muito importante. Pedimos à alta representante [Catherine Ashton] que fizesse propostas para relançar essa política. Ela apresentou um relatório muito bom e obteve o apoio de 26 países.


El País - Mas depois, em um momento crucial como a crise líbia, a Alemanha se absteve e outros países não parecem dispostos a fazer grandes esforços. O senhor considera suficiente a contribuição da Espanha ou da Itália na missão?
Juppé - Isto deve ser decidido pela Espanha ou a Itália. Eu constato que participam. O problema é que todos temos dificuldades e estamos reduzindo os orçamentos de defesa. Essa situação é um poderoso estímulo para cooperar, pôr recursos em comum.

El País - A França continua entregando armamentos aos rebeldes líbios?
Juppé - Não entregamos armamento. Ajudamos as populações que estavam sob ataque do regime, fornecendo-lhes armas de autodefesa durante um período de tempo muito limitado. Ficamos dentro dos limites da resolução da ONU. Sobre a intervenção, quero dizer que se não tivéssemos feito algo teria havido milhares de mortos em Benghazi. Interviemos para proteger a população. Agora cabe aos rebeldes fazer o trabalho em campo. No início as tropas rebeldes eram muito escassas, mal preparadas. Nós as ajudamos a se organizar. Agora estão na ofensiva, avançam. Continuaremos a ajudá-las com proteção aérea. É preciso manter a pressão militar contra Gaddafi até que ele ceda.

El País - Que tipo de armas de autodefesa entregaram?
Juppé - Não sou especialista em armas de autodefesa. Deve-se perguntar ao ministro da Defesa. São armas leves, não são tanques ou canhões. Saliento que temos a convicção de respeitar a Resolução 1973. O artigo 9º permite abolir o embargo de armas para proteger a população.

El País - Por que se intervém na Líbia, mas não na Síria?
Juppé - É preciso distinguir. A situação não é a mesma. Sem dúvida há uma repressão selvagem e brutal na Síria, mais de mil mortos, mas não é igual ao caso de Benghazi, com alguém que lançava seus tanques contra uma cidade de um milhão de habitantes para massacrá-los. Não é o mesmo cenário.

El País - Qual é a diferença? Uma questão de número de mortos?
Juppé - Não, não falo disso. É a situação global, política. Na Síria há diferentes comunidades e riscos de tensões entre elas. Além disso, na ONU alguns países optaram por fechar os olhos. Mas nossa posição na Síria é a mesma que na Líbia quanto à condenação sem ambiguidades da política do regime sírio.

El País - Foi um erro apoiar durante tanto tempo ditaduras em nome da estabilidade?
Juppé - Sim, certamente. Agora que conhecemos o final da história, se vê que foi um erro. Mas todos o cometeram. Deixamo-nos levar pelos discursos desses regimes que nos diziam que garantiam a estabilidade. Que eram a defesa contra o extremismo islâmico. Por isso os apoiamos. E cometemos um erro, porque descobrimos que essa muralha não era sólida. Por isso é necessário mudar, passar de uma política governada pela exigência de estabilidade para outra que priorize a democracia e os direitos humanos. Hoje sustentamos em toda parte os movimentos de libertação dos povos e de aspiração à democracia.


El País - No entanto, essa nova política não parece se aplicar com a mesma firmeza em todos os casos. A Arábia Saudita é um exemplo. A "realpolitik" sobrevive para a Arábia Saudita?
Juppé - Não creio que se possa dizer isso. As situações são diferentes. Apoiamos os movimentos populares quando se manifestam, como na Tunísia ou na Síria. Por outro lado, aconselhamos todos os regimes a avançar no caminho das reformas.

El País - Qual é o objetivo prioritário de sua visita à Espanha?
Juppé - Entre a Espanha e a França há uma amizade profunda e uma grande convergência em muitos assuntos. Refiro-me especialmente à luta antiterrorista e aos projetos de interconexão trans-Pirineus. Quanto à crise financeira, somos solidários com a Espanha. Minha mensagem é dizer que estamos do seu lado.

Cada “Mistral” russo abrigará 16 helicópteros Kamov

Helicóptero de ataque Kamov Ka-52
Cada porta-helicópteros russo da classe Mistral abrigará 16 helicópteros Kamov, dentre os quais, oito serão helicópteros de ataque do tipo Ka-52K Alligator e os outros oitos serão de transporte do tipo Ka-29, revelou hoje Sergei Mikheyev, projetista chefe da empresa aeroespacial Kamov.

“Nos navios russos da classe Mistral haverá 16 helicópteros: Oito de combate (Ka-52 Alligator, ou Hokum-B na classificação OTAN) e outros 8 de transporte Ka-29 (Helix-B na classificação OTAN), no entanto, essa combinação poderá mudar em função dos objetivos propostos”, disse Mikheyev.

Helicóptero de transporte e assalto Kamov Ka-29
Os Ka-29, segundo Mikheyev, será encarregado do transporte e desembarque de tropas de assalto, enquanto que os Ka-52 prestaria apoio de foto.

A Kamov planeja construir e testar um primeiro lote de helicópteros para os navios da classe Mistral até o final de 2014 ou no começo de 2015.

Os helicópteros serão fabricados nas instalações “Progress” que a empresa tem na cidade de Arsenyev, Extremo Oriente da Rússia.

Histórico: Um navio da Marinha Americana visitará pela primeira vez a base da Frota russa do Báltico

Fragata USS Carr (FFG-52)
A fragata americana lançadora de mísseis USS Carr (FFG-52) atracará em visita no porto Baltiysk, a base da Frota Russa do Báltico, assim anunciou fontes da Marinha Americana.

“A fragata lançadora de mísseis “Carr”, visitará o porto russo de Baltiysk, na província de Kaliningrado, a visita será a primeira de um navio de Marinha de Guerra dos EUA nesse porto”, disse um comunicado do Departamento de Estado.

De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, a visita será realizada no final de julho e começo de agosto.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Caça chinês entra no espaço aéreo taiwanês

Caça chinês Su-27UBK
Um caça de combate chinês, do tipo Su-27, adentrou no espaço aéreo taiwanês em 29 de junho, após cruzar a linha mediana do Estreito de Taiwan, revelou o Ministério da Defesa de Taiwan aos meios noticiosos daquele país.

O caça Su-27 adentrou no espaço aéreo taiwanês após perseguir uma aeronave americana de reconhecimento do tipo U-2S, assim informou o jornal taiwanês United Daily News. Ademais, conta o jornal United Daily News, que o caça chinês abortou a perseguição e retornou ao seu país ao encontrar dois caças F-16 de Taiwan.

Há relatos que o caça chinês estava tendo problemas ao perseguir o U-2S, uma vez que aeronave americana foi projetada para operar em um teto de serviço de cerca de 21.300 metros, enquanto o caça chinês tem teto máximo de serviço de 17.300 metros.

O Ministério da Defesa de Taiwan, garantiu hoje que esse incidente se tratou de um ato isolado, não provocativo e que a situação sempre esteve sob controle. Esse foi a primeira vez, desde 2008, quando na ocasião Ma Ying-jeou assumiu a presidência de Taiwan, que caças chineses adentram em espaço aéreo taiwanês.

Os militares taiwaneses aproveitaram a ocasião e disseram que o país mantém estrita vigilância com relação a aviação chineses no Estreito de Taiwan.

Segundo o também jornal taiwanês Lienhe, o avião de reconhecimento U-2S pertencia ao 5º Esquadrão de Reconhecimento da USAF lotado na base aérea de sul-coreana de Osan. No entanto, a aeronave alçou vou do aeródromo Kadena que fica na ilha japonesa de Okinawa.

Líbio registra imagens exclusivas da luta entre rebeldes e soldados



Sadik Giamal, que vive no Brasil há 25 anos, conta que deixou seu país por não concordar com o regime de Kadhafi. A maior lembrança da Líbia é do medo que o ditador provocava.

China está construindo armas de pulso eletromagnético para dissuadir a Marinha Americana

A China está desenvolvendo armas de pulso eletromagnético para usá-las contra os porta-aviões americanos ou em um eventual conflito com Taiwan, assim revelou quinta-feira um relatório do National Ground Intelligence Centerstudy, uma fração do Comando de Segurança e Inteligência do Exército dos Estados Unidos.

De acordo com o National Ground Intelligence Centerstudy as armas eletromagnéticas e microondas super-potentes revelam um ambicioso programa bélico chinês, o qual foi apelidado de “arsenal de assassinato em massa”. Tais armas poderiam não só propiciar a China equilibrar as forças com os EUA, mas também impor severas baixas a nação mais poderosa da terra.

A idéia básica de uma bomba eletromagnética ou de uma arma de pulso eletromagnético (PEM) é bastante simples. Esse tipo de arma é projetada para aniquilar circuitos elétricos com um intenso campo eletromagnético.

Se você já leu sobre o funcionamento do rádio ou sobre os eletroimãs, então você sabe que um campo eletromagnético mesmo não tem nada de especial. Os sinais de rádio que transportam AM, FM, a televisão e as chamadas de telefones celulares, todos são energia eletromagnética, assim como a luz comum, o microondas e os raios X.

O que nos importa aqui é saber sobre o eletromagnetismo, que as correntes elétricas geram campos magnéticos e que campos magnéticos variáveis podem induzir correntes elétricas. Se você não sabe como funciona o rádio e for pesquisar, saberá que um transmissor de rádio gera um campo magnético fazendo correntes elétricas oscilarem em um circuito. Por sua vez, este campo magnético é capaz de induzir uma corrente elétrica em outro condutor, como uma antena receptora de rádio, por exemplo. Se o sinal elétrico oscilante codifica uma informação em particular, o receptor poderá decodificá-lo.

Fica claro que comprar um rádio novo seria a menor de suas preocupações. A intensa oscilação do campo magnético poderia induzir uma enorme corrente em praticamente qualquer outro objeto condutor de eletricidade, por exemplo, em cabos telefônicos, de eletricidade e até em canos de metal. Essas antenas involuntárias transmitiriam o pico de corrente a qualquer outro componente elétrico que estivesse no fim do trajeto, digamos, para uma rede de computadores conectada aos cabos telefônicos. Um surto de corrente grande o bastante poderia queimar dispositivos semicondutores, derreter a fiação, fritar baterias e até explodir transformadores.

Há várias maneiras possíveis de se criar e "soltar" um campo magnético dessa intensidade. Na próxima seção nós vamos examinar algumas concepções práticas de armamentos baseados em PEM.

O relatório de inteligência, obtidos pelo setor privado, Arquivo de Segurança Nacional, fornece detalhes sobre as armas PEM da China e os planos para seu uso. Relatórios anuais do Pentágono sobre o poderio militar da China no passado fez apenas ligeiras referências a esse assunto.

“Se fosse usada contra Taiwan, a China poderia detonar uma bomba PEM a uma altitude muito menor (30 a 40 km)... isso limitaria confinaria os efeitos da PEM em Taiwan, mas isso limitaria os danos à vizinhança, ou seja, os danos à eletrônica no continente seriam muito menos”, diz o relatório.

O relatório foi produzido em 2005 e descrito como “secreto”, afirmou que militares chineses discutiram a construção de ogivas PEM de baixa intensidade, mas não se sabe se os chineses construíram ou não uma bomba PEM.

O míssil balístico de médio alcance chinês DF-21 foi citado no relatório como plataforma de ataque à Taiwan. O referido míssil levaria ogivas do tipo PEM.

O relatório suscita mais dúvidas sobre esse audacioso programa militar chinês ao revelar que cientistas chineses testaram os efeitos de uma bomba PEM em ratos, cães, macacos, ratos, coelhos... Os efeitos causaram lesões em diversos órgãos dos animais. Os órgãos mais atingidos foram o cérebro e a medula óssea.

“Está claro que o real propósito das experiências chinesas é de aprender os efeitos da exposição do corpo humano à radiação das bombas PEM e as poderosas microondas.”

O relatório prevê possíveis testes nucleares da China durante um período. Se durante esse período os EUA não mandar forças militares para Taiwan, em uma tentativa de defender o país, a China atacaria a infra-estrutura de Taiwan com suas forças convencionais.

O relatório concluiu que a China poderia considerar um ataque com bombas PEM contra as infra-estrutura eletrônica de Taiwan ou contra os porta-aviões americanos que rompessem o Estreito de Taiwan.

Coréia do Norte testou motores para um ICBM

Dois IRBM Musudan são exibidos durante parada militar na Coréia do Norte
Segundo fontes do alto escalão das Forças Armadas Sul-Coreanas, a Coréia do Norte testou em 2008 um novo motor para ser instalado em mísseis balísticos. O intrigante é que essas mesmas fontes afirmam que o novo motor poderia ser instalado em um ICBM (Míssil Balístico Intercontinental). A Coréia do Norte até o momento não possui nenhum míssil dessa categoria.

Várias agências de inteligência especulam que a Coréia do Norte busca a todo custo construir um ICBM. Em 1998 e 2006 conduziu dois testes de um possível ICBM, mas ambos os testes não obtiveram êxito. De momento, o que é oficial é que o país possuí um Míssil Balístico de Alcance Intermediário, o Musudan, cujo o alcance é de 3,200 km.

“Em outubro do ano passado, a Coréia do Norte testou foguetes na base de Dongchang-ri, os quais poderiam servir de base para um ICBM”, disse um alto funcionário do governo sul-coreano.

Os sul-coreanos acreditam que esses testes foram usados para demonstrar força, uma vez que eles (os norte-coreanos) têm consciência que os americanos impõe estrita vigilância ao território norte-coreano com auxilio de satélites.

O governo sul-coreano já suspeitava Coréia do Norte já conduzia em 2008 testes de motores para foguetes na base de Dongchang-ri, na província de Pyongan Norte.

“Eles estão construindo a base de mísseis de Dongchang-ri desde 2001, apesar de terem construído a plataforma de lançamento, acreditamos que eles ainda não concluíram a construção integral da base”, disse o oficial.

“...afim de acelerar o processo de construção, eles estão construindo ferrovias que ligam a base com outros ramais militares na região”, completou o oficial.

“Temos visto atividade que parece ser a instalação de trilhos entre a base de Dongchang-ri uma estação dos arredores.” “Não vemos nenhum sinal de preparação de um lançamento no momento”, afirmou o funcionário.

Voltando a falar dos mísseis norte-coreanos... O míssil de maior alcance da Coréia do Norte é o Taepodong-2, um míssil que tem um alcance de 6.700 km. O míssil é capaz de atingir o estado americano do Alaska. Ademais, fontes revelam que o míssil ainda não está totalmente operacional como Musudan.

Dois testes com o Taepodong-2 já foram conduzidos e todos foram mal-sucedidos. Em junho de 2006, o míssil explodiu no ar após a sua decolagem. Em abril de 2009, lançou o foguete, segundo alega os norte-coreanos, para colocar um satélite em órbita, mas como já foi dito, o teste foi um fracasso depois que o míssil caiu no Oceano Pacífico após ter viajado cerca de 3.200 km.

domingo, 24 de julho de 2011

Rússia começou a construir a segunda corveta do Projeto 21631

Acima, a corveta "Astrakhan" a primeira do Projeto 21631
A segunda corveta do Projeto 21631, classe anteriormente conhecida como Buyan, foi posta em quilha sexta-feira (22/07). A cerimônia aconteceu no estaleiro de Zelenodolsk, na República do Tartaristão, informou a Presidência desta república autônoma russa.

Assistiram a cerimônia o primeiro-ministro da República do Tartaristão, Ildar Khalikov Shafkatovich e o comandante da Frota Russa do Cáspio, o contra-almirante Sergey Alekminski, entre outros.

A primeira corveta do Projeto 21631 foi posta em quilha no Estaleiro de Zelenodolsk em agosto de 2010.

Os navios dessa classe foram projetados para cumprir missões de vigilância e defender as águas territoriais da Rússia. Em suma, são navios multi-função e diferem um pouco do seu protótipo do Projeto 21630, uma vez que podem deslocaram quase o dobro de tonelagem e podem levar mísseis para destruir alvos em terra e em mar.

Com 74,1 metros de cumprimento e 11 de largura, a corveta do Projeto 21631 desloca uma tonelagem de 949 toneladas e pode alcançar uma velocidade de 25 nós. É previsto a construção de um total de 5 corvetas desse tipo.

O navio insígnia dessa classe se chamará “Astrakhan” e a segunda corveta, a qual originou esse post, se chamará “Volgodonsk”.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Caças Mirage F1 da Armée de l'Air destroem veículos militares líbios



Obs.: Podemos ver claramente um veículo lançador de mísseis anti-aéreos sendo destruído por um Mirage F1.

Conheça as artimanhas do atirador russo (UPTADE 2)



Há um tempo atrás, eu postei um documentário instrutivo acerca do atirador do russos. Nele você poderia as técnicas do atirador russo em ambientes urbanos, de selva/floresta e em ambientes gélidos. Agora, o vídeo acima, mostra como o sniper russo se prepara para detectar e abater outro sniper. Veja isso e muito mais!

Marinha Paquistanesa cria seu primeiro esquadrão de aeronaves não-tripuladas

Não é surpresa que o Paquistão cada vez mais tenta reduzir a dependência estrangeira em suas Forças Armadas. Seguindo esse pensamento, a Marinha Paquistanesa , criou hoje, seu primeiro esquadrão de aeronaves não-tripuladas. A cerimônia de lançamento do primeiro esquadrão de aeronaves não-tripuladas, aconteceu na Estação Naval Paquistanesa de Mehran, em Karachi. A cerimônia teve a presença do comandante da Marinha Paquistanesa, o Almirante Nouman Bashir.

O primeiro esquadrão de aeronaves da Marinha Paquistanesa foi formado com o UAV UQAB-11, um UAV paquistanesa, de baixo custo, mas que a princípio é bem moderno, uma vez que têm equipamentos de última geração.

O UQAB-11 ajudará a Marinha Paquistanesa a patrulhar a Costa do Paquistão.

“A introdução do UQAB-11 irá reforçar as capacidades operações da Marinha”, disse Bashir, acrescentando que as Marinhas de todo mundo tem desafios variados e que os UAVs são instrumentos chave para o cumprimento desses desafios.

Bashir também parabenizou toda a equipe que esteve envolvida no desenvolvimento do UQAB-11 e lembrou que o mesmo será importante da dissuasão do terrorismo marítimo.

Sniper: Missões Mortais (em espanhol)