Social Icons

https://twitter.com/blogoinformantefacebookhttps://plus.google.com/103661639773939601688rss feedemail

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Conheça um pouco da história do soldado americano que matou 2.746 "inimigos" no Iraque

Dillard Johnson, um veterano de guerra de 48 anos, se converteu no soldado mais efetivo do Exército Americano ao matar 2.746 soldados inimigos durante a Guerra do Iraque.

Como comandante de um veículo de combate Bradley apelidado de "Carnivore", Johnson ajudou a liderar o ataque terrestre durante a Operação Liberdade do Iraque, dominando o inimigo com um show implacável do poder militar que deixou um rastro de morte.

Segundo o jornal alemão "Die Welt", o ex-comandante escreveu um livro de memórias em que afirma que assassinou suas vitimas com armas leves ou em combates corpo-a-corpo, com uma faca ou com as próprias mãos.

Johnson é originário de estado americano de Kentucky e esteve no Iraque por duas vezes. Ali criou uma lista em que marcava cada morte uma linha. Dentre outros episódios, o autor escreve em seu livro como uma vez enfrentou o ataque de 44 tanques iraquianos e 20.000 soldados inimigos e narra também que em uma ocasião teve que matar o inimigo com uma faca depois que sua pistola falhou.

Ele escolheu sua promissão ainda criança devido ao seu amor por armas. "Enquanto que todos meus amigos queriam ser astronautas ou bombeiros, eu desde pequeno tinha um grande talento para o tiro", confessa Johnson, que entrou para o Exército Americano em 1986.

Vários conflitos se passaram para que finalmente, no Iraque, ele pudesse ter seu batismo de fogo. Em sua segunda missão no Iraque, Johnson ascendeu a posição de atirador de elite e nessa posição matou 121 pessoas. A "kill" mais distante que ele logrou foi a distância de 750 metros.

Como comandante de um veículo de combate Bradley apelidado de "Carnivore", Johnson, 48 anos, ajudou a liderar o ataque terrestre durante a Operação Liberdade do Iraque, dominando o inimigo com um show implacável do poder militar que deixou um rastro de morte em seu rastro.Após o serviço militar, o oficial recebeu 37 prêmios por bravura. O 'Die Welt' conclui que Johnson atualmente sofre de vários problemas de saúde, além de uma bala na perna, ele luta contra um câncer nos gânglios linfáticos.

Muitos pensaram que é bravata desse cidadão, mas todas as mortes são confirmadas pelos Exército Americano. Sei que muitos se impressionam com esses número, o que não é pra menos, mas no Dia D, um alemão de nome Heinrich Severloh levou ao terror os aliados que desembarcava na praia de Omaha. Estima-se que ele matou mais de 2.000 soldados inimigos em quase 9 horas de combates.

As guerras do futuro serão curtas, intensas e sangrentas, acredita general britânico

As guerras do futuro serão curtas, duras e sangrentas. Assim afirma o Chefe do Estado-Maior do Exército Britânico, o general Peter Anthony Wall, em um artigo publicado pelo jornal britânico "The Guardian".

Em declarações ao jornal citado, o general Wall destacou que as operações militares do futuro serão provavelmente breves e intensas e por isso será necessário comandantes dispostos a assumir riscos.

O Reino Unido deve correr o risco de sofrer mais baixas para ganhar os conflitos de curta duração que acontecerão no futuro, disse o general.

O general afirmou que em contraste com as campanhas militares no Iraque e Afeganistão, a "aversão ao risco" aumento e "que será necessário recalibrar o nível de tolerância entre as Forças Armadas e o público geral para ganhar as batalhas do futuro".

O Reino Unido deve estar preparado "político, mentalmente, emocionalmente e militarmente para intervir em interesse da nação se assim for necessário", diz o general.

O alto comandante também previu que a guerra cibernética pode ser a chave para as Forças Armadas. Na sua opinião, a ameaça de guerra cibernética obriga as Forças Forças Armadas a "pensar e agir de forma diferente."

"A capacidade de defender e atacar, a fim de aproveitar e manter a iniciativa será um pré-requisito para o sucesso das operações", disse ele.

"As capacidades cibernéticas devem ser totalmente integradas em nosso planejamento e nos mecanismos de comando e controle", disse o chefe do Exército Britânico.

No entanto, a contratação de especialistas em cibernética é um assunto um pouco delicado, disse ele. "A educação e as qualidades pessoais dos ciber-soldados poderia representar um desafio para o comportamento militar que é mais linear, portanto, deve-se pesar como para recrutá-los."

Novo tanque de batalha russo superará todos os tanques atuais e futuros

O novo tanque de batalha russo, o qual segue em desenvolvimento pelas empresas Ural Design Bureau of Transport Machine-Building e Uralvagonzavod, supera todos os tanques de batalhas em serviço e os idealizados pelos ocidentais, assim afirmou Yury Borisov, vice-ministro da Defesa da Rússia.

Borisov se referia ao tanque de batalha de 4ª geração, que seria desenvolvido a partir da plataforma universal Armata. Segundo ele, o tanque terá um canhão de artilheiros e será controlado digitalmente à distância.

O tanque será controlado desde uma cápsula blindada capaz de resistir a um impacto direto de todos os tipos de tanques modernos existentes atualmente.

Todos os canais de comunicação do sistema de controle remoto estarão protegidos por uma nova blindagem, a qual não poderia ser transpassada por nenhum sinal externo.

Ao mesmo tempo, a tripulação estará separada tanto da planta motriz como do compartimento do canhão e suas munições, estando dentro de uma cápsula de varias chapas de blindagem e materiais compostos.

"O novo tanque russo por suas características e capacidades de combate integrais superará todos existentes (tanques), assim como os projetos que estão em execução nos exércitos modernos em todo mundo", comentou Borisov.

Segundo a Uralvagonzavod, principal fabricante do tanque, o primeiro protótipo será construído esse ano, enquanto a produção em série do Armata se iniciará em 2015.

No momento, os dados técnicos do projeto são guardados a sete chaves.

Inteligência americana afirma que o Irã está testando um "grande motor" de foguete que pode ser usado em um futuro ICBM

As agências de inteligência americanas detectaram recentemente que o Irã está a conduzir um teste de campo estático de um grande motor para foguete, o qual poderia ser usado em futuro míssil balístico intercontinental (ICBM, por sua sigla em inglês).

A divulgação desse teste forçou os congressistas americanas a pressionarem a administração Obama para construírem uma terceira base antiaérea na Costa Leste dos EUA.

"Esse motor poderia ser usado em um ICBM", disse uma fonte familiarizada com relatórios de inteligência sobre o teste.

Maiores detalhes não foram divulgados, mas é notório que os EUA estão muito preocupados com rápido avanço iraniano em matéria de mísseis.

"O Irã é tecnicamente é capaz de realizar um teste de voo de um míssil balístico intercontinental em 2015", diz o último relatório anual do Pentágono para o Congresso.

O relatório afirmou que o desenvolvimento de lançadores especiais poderiam ajudar na construção de ICBMs.

"Desde 2008, o Irã lançou veículos espaciais de multiestágio que poderiam servir de base para um teste de desenvolvimento de tecnologias de mísseis balísticos intercontinentais", diz o relatório.

Michael Elleman, um ex-inspetor de armas da ONU e autor do livro "Iran’s Ballistic Missile Capabilities", afirmou em um artigo recente que o programa espacial iraniano é fundamental na construção de poderosos foguetes e outras habilidades que podem ser usadas no desenvolvimento de mísseis de maior alcance, incluindo mísseis balísticos intercontinentais .

O principal lançador espacial iraniano é o Safir, que lançou um satélite iraniano ao espaço em 2009. "Ele demonstrou uma nova sofisticação na separação multiestágio e sistemas de propulsão", afirmou Elleman em um artigo publicaod pelo U.S. Institute of Peace.

No Líbano, Sídon teme ser lançada de volta aos anos da guerra civil

Mahmoud Zorkali caminha tropeçando em sua sala, ou melhor, naquilo que restou dos combates entre o exército regular e os combatentes do xeque salafista Ahmed al-Assir, no domingo (23) e segunda-feira (24), em Abra, um subúrbio pobre de Sídon, no sul do Líbano.

O chão está coberto de entulho e estilhaços de vidro, as paredes estão enegrecidas e os móveis, carbonizados. Através dos vidros quebrados da varanda, Mahmoud observa a fileira de prédios que o separa do ex-bastião islamita, a uma centena de metros. O exército, que assumiu o controle, ainda bloqueava seu acesso na quarta-feira (26). Depois das pesadas perdas que eles sofreram nessa mini-guerra (17 soldados mortos), os militares estão tensos.

Zorkali, 64, pula de susto com o barulho de uma explosão. A violência, desencadeada no domingo pelo ataque a um posto de controle de Abra, que matou três soldados, não recomeçou: o exército só está tirando as minas e bombas que foram colocadas no pequeno forte islamita. Na rua, operários consertam os cabos elétricos que foram danificados. Mas os residentes de Abra estão certos de que a batalha não acabou. Eles temem novos confrontos ou atentados.

Apesar da tomada do reduto de Ahmed al-Assir, um imame que se tornou célebre por suas diatribes contra o Hezbollah e contra o regime sírio, a caçada a ele está no seu auge. Mais de 120 mandados de prisão foram emitidos contra o xeque e seus asseclas. Nas entradas de Sídon, os soldados verificam a identidade das pessoas e revistam veículos. A cidade está controlada pelos militares.

Mahmoud, que veio olhar como estava sua casa na quarta-feira, ficou chocado. A sala foi devastada pelos combatentes salafistas. Ele imagina qual seria a origem dos ataques que destruíram outra parte do apartamento, que fica em frente a Haret Sídon --uma região controlada pelo Hezbollah e seu aliado Amal--, e mais ao longe, a um promontório, Mar Elias, para o qual milicianos teriam sido enviados. "Não sei quem atirou a partir dessas regiões. Digamos que nos sentimos como se aqui fosse Israel", ele conta.

"Estávamos morrendo de medo"
Dois jornalistas ocidentais afirmaram ter visto na noite de domingo que o Hezbollah participava dos combates. Segundo uma entrevista ao jornal "As-Safir", Hassan Fadlallah, um deputado do Partido de Deus, garantiu que os combatentes "não participaram das operações" de Abra, mas "se defenderam nos casos de extrema necessidade".

Dois andares acima da casa de Mahmoud, Nazira Ammar não consegue conter sua emoção. Essa diabética de 73 anos viveu os combates em seu banheiro, o único local que lhe parecia seguro. Prostrada sobre o vaso sanitário, com sua doméstica estrangeira agachada na banheira.

"Estávamos morrendo de medo. O prédio tremia violentamente, ouvíamos tiros aqui, granadas ali." Na sala, toca um telefone. "Mamãe, precisamos sair daqui. O exército vai lançar a ofensiva contra Ain el-Heloué --um acampamento palestino situado a leste de Sídon--, é perigoso!", se alarma sua filha, estendendo-lhe sua bolsa. A ofensiva não vai acontecer. Sídon está borbulhando com milhares de rumores, inclusive sobre o destino do xeque Al-Assir, que estaria refugiado entre os fundamentalistas de Ain el-Heloué.

Mais para baixo, em Haret Sídon, homens de uniforme paramilitar instalam faixas em homenagem a um certo Mohammed Saleh. Retratos dele foram colocados recentemente nos muros. Em uma floricultura, homens montam coroas fúnebres. Na loja ao lado, todas as mulheres usam preto. Elas dizem que o defunto foi morto em sua quitanda por um franco-atirador. O homem, que na verdade é um combatente ligado ao Hezbollah, foi enterrado com grande pompa na quarta-feira, enquanto um recruta filtrava o acesso ao funeral.

Qualquer que tenha sido o envolvimento de seus milicianos em Abra, não há nenhuma dúvida de que o movimento xiita tenha comemorado a queda do bastião salafista. Ele acusa os líderes sunitas tradicionais de Sídon de não terem contido o fenômeno Assir, ou até de o terem manipulado. A batalha de Abra pode acentuar o ressentimento dos sunitas, que se consideram lesados e impotentes diante do Hezbollah. Ainda mais se a participação do Partido de Deus for comprovada.

Em Sídon, os combates também reavivaram a lembrança funesta da guerra civil (1975-1990). "'Sunitas', 'xiitas', é só o que se ouve," fulmina uma moradora. "A animosidade está em seu ápice. E tudo isso por obscenas razões políticas."

Fantasma em Moscou: onde está Edward Snowden?

 Edward Snowden
Edward Snowden estaria dentro de um terminal de trânsito de um aeroporto de Moscou há dias, mas não há evidência para provar. Enquanto sua ausência provoca novas teorias de conspiração, o Kremlin está tirando proveito do caso.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, incitou novamente os repórteres. Sim, Edward Snowden está em Moscou, ele disse a eles na noite de terça-feira (25), durante uma visita de Estado à Finlândia. E sim, o delator fugitivo dos Estados Unidos permanece na área de trânsito do Aeroporto Sheremetyevo, em Moscou.

Snowden é um "homem livre", disse Putin, provocando outro frenesi entre os jornalistas em Moscou, que tentam encontrar Snowden desde domingo. Os repórteres reviraram de novo os bares e restaurantes fast food na área de trânsito, sem contar os bancos onde passageiros se esticam para descansar. Eles também reviraram o "hotel-cápsula" do terminal, chamado V-Express, onde Snowden supostamente se hospedou.

O aeroporto tem uma "vasta quantidade de portas trancadas", notou o jornal "The New York Times" na terça-feira, "algo que uma pessoa não notaria sem passar 17 horas procurando por Snowden".

Mas não havia traço dele –exceto, é claro, pelo fluxo constante de citações que a agência de notícias russa "Interfax" recebe de uma fonte misteriosa, supostamente "próxima" de Snowden. O ex-prestador de serviço da Agência de Segurança Nacional (NSA), que vazou informação sobre o imenso programa de vigilância Prisma dos Estados Unidos, não pode comprar uma passagem aérea porque Washington cancelou seu passaporte.

"Snowden realmente existe?"
Cerca de 48 horas se passaram desde que o voo de Snowden pela Aeroflot, saído de Hong Kong, pousou em Moscou no domingo (23). Os jornalistas disseram que nenhum passageiro naquele voo se recorda de tê-lo visto. Não há fotos de Snowden na Rússia. Também não há nenhuma imagem dele feita pelas câmeras de vigilância do aeroporto –e há muitas câmeras lá.

"Será que Snowden esteve mesmo em Moscou?", pergunta o tabloide russo "Komsomolskaya Pravda". Os comentários dos leitores vão um passo além, perguntando: "Será que Snowden realmente existe?". O vácuo de informação está repleto de teorias de conspiração.

As declarações de Putin também não colocaram um fim à especulação. Se Snowden realmente é livre, por que ficaria tanto tempo em um terminal do aeroporto? Putin também alegou que a inteligência russa não teve nenhum contato com Snowden. Mas muitos observadores se recusam a acreditar que Moscou é capaz de tamanha restrição altruísta –particularmente diante do fato de que Ilya Kostunov, uma integrante do Parlamento russo, disse que o aparato de inteligência do país deve analisar "se Snowden tem documentos que ofereçam uma compreensão da ciberespionagem".

O jogo de especulação
E pegar Snowden não seria um feito para a inteligência russa, que em maio deteve e expulsou um diplomata americano sob acusações de espionagem? A presença de Snowden em Moscou é como um "salmão enorme saltando no colo de um urso pardo", segundo o site da revista americana "Time".

A única coisa que parece clara é que Snowden viajou para a Rússia. Mas, mesmo se for o caso, a área de trânsito do aeroporto de Moscou é uma opção estranha de refúgio. A longa duração de sua estadia pode significar que seu destino e sua rota de viagem não estejam mais sob seu controle.

É claro, assim como muita coisa cercando o caso de Snowden, isso é apenas especulação. Apesar da escassez de fatos, há alguns poucos cenários possíveis. Por exemplo, é provável que Snowden esteja tendo problemas com seu passaporte invalidado, o que torna viajar pelo mundo virtualmente impossível. Ele poderia ser forçado a pedir asilo na Rússia, uma opção que o Kremlin já ofereceu dias atrás. Mas, em troca de asilo, Snowden provavelmente teria que compartilhar alguns de seus segredos.

Isso certamente seria um golpe de propaganda sem precedente para Putin, particularmente após ele ter repreendido Washington e as poderosas agências de inteligência americanas, se retratando como o protetor potencial de um dissidente. A reputação de Snowden entre o público ocidental sofreria um sério abalo se ele fornecesse informação valiosa ao Kremlin, cujos serviços de inteligência são conhecidos por reprimir tanto a oposição quanto ativistas de direitos humanos.

Talvez Snowden ainda não tenha partido da Rússia porque as autoridades russas o prenderam, na esperança de descobrir mais detalhes sobre seu tesouro de dados secretos.

E também há uma chance de que Snowden não tenha partido da Rússia porque Moscou está hesitante em entrar em um conflito aberto com Washington. Na terça-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, adotou um tom bem menos agressivo em relação a Moscou, dizendo que não havia necessidade de "elevar o nível do confronto". Os Estados Unidos, ele acrescentou, estão "simplesmente requisitando um procedimento muito normal de transferência de alguém". Seu par russo, Sergei Lavrov, já reagiu furiosamente antes, chamando as ameaças americanas de "absolutamente infundadas e inaceitáveis".

Apesar da exibição frequentemente ostentosa de rixa diplomática entre a Rússia e os Estados Unidos, o fato é que ambos os países cooperam em muitos assuntos, variando desde a luta contra o terrorismo ao Afeganistão. Sim, o presidente Putin excluiu a possibilidade de entregar Snowden, citando a falta de uma base legal, porque os países não possuem um tratado de extradição. Mas o Departamento de Estado vê o assunto de modo diferente, notando que nos últimos anos vários criminosos procurados foram transferidos pelos Estados Unidos para as autoridades russas.

E, finalmente, Moscou poderia oferecer entregar Snowden em troca de Viktor Bout, um notório traficante de armas russo que cumpre pena de 25 anos nos Estados Unidos.

'Corra, Snowden, corra'
Não importa o que tenha acontecido ou quais sejam seus motivos, o Kremlin já explorou o caso mais do que alguém poderia prever quando as revelações foram feitas. A mídia pró-governo da Rússia, que normalmente demonstra pouco afeto por dissidentes, está repentinamente repleta de elogios ao fugitivo americano de 30 anos.

"Corra, Snowden, corra", dizia a manchete do "Rossiyskaya Gazeta", um jornal publicado pelo governo russo. E o jornal "Izvestiya" escreveu triunfantemente que, na batalha contra Snowden e o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, os Estados Unidos estão usando a máscara preta de Darth Vader, e a máscara tem a característica de aderir à pele".

De fato, a estratégia do Kremlin no caso de Snowden é clara: fazer os pecados da Rússia empalidecerem diante da má conduta americana.

Táticas ambíguas do Talibã geram dúvidas sobre diálogo de paz com EUA

Na semana passada, quando o Talibã abriu seu escritório político no Qatar e se colocou diante do brilho halógeno das câmeras de TV, foi a primeira vez em mais de uma década que o mundo via os membros do círculo íntimo dos insurgentes – e eles pareciam diferentes. Corteses e educados, eles concederam entrevistas em inglês, árabe, francês e alemão com fluência. Também distribuíram e receberam números de telefone e, o mais incrível, falaram sobre paz.

No Afeganistão, no entanto, eles têm se comportado como o mesmo velho Talibã de sempre: seus combatentes têm realizado ataques suicidas que vem matando um número cada vez maior de civis e, na terça-feira passada, os militantes promoveram um ataque fatal bem no coração do distrito onde estão situados os prédios do governo, em Cabul, local que é fortemente protegido.

Para as autoridades que estão assistindo as conversações, essas contradições expõem duas táticas diferentes que estão sendo utilizadas pela alta liderança do Talibã: por um lado, o grupo continua orquestrando combates e ataques e, por outro, cria um novo ponto de apoio diplomático internacional em Doha, no Qatar. Isso complica os esforços para determinar os verdadeiros objetivos dos insurgentes.

No escritório do Talibã, ficou claro muito rapidamente que os membros do grupo que estavam sendo entrevistados haviam sido cuidadosamente selecionados devido a suas credenciais diplomáticas. Embora muitos sejam autoridades que atuaram no antigo governo do Talibã e já tenham sido enviados muitas vezes ao exterior, nenhum deles é conhecido como combatente. E todos eles são considerados leais ao recluso líder do Talibã, o mulá Muhammad Omar, que atualmente vive no exílio.

Além disso, apesar de os delegados afirmarem que estavam ali para falar sobre paz com o governo afegão e as autoridades norte-americanas, em uma análise mais aprofundada o que eles fizeram – que consistiu, basicamente, na criação de uma embaixada virtual aberta para o mundo – foi, na opinião de muitas pessoas, emitir a mensagem oposta a esse suposto pacifismo, levantando, antes de tudo, sérias dúvidas sobre os motivos reais que levaram os membros do movimento insurgente a irem até o Qatar.

Trato?
"Desde o primeiro minuto, o Talibã não está seguindo as regras", disse uma autoridade ocidental que tem monitorado as ações do Talibã há vários anos. "Eles passaram por cima de diretrizes muito bem acordadas".

As identidades e origens dos principais membros da delegação – e, portanto, alguns dos objetivos que levaram a liderança Talibã a selecioná-los – agora podem ser detalhadas com base em entrevistas realizadas com quatro autoridades diferentes e por meio de apresentações públicas realizadas pelo grupo no Qatar. As fontes dessas informações incluem um membro do Quetta Shura, conselho da liderança do Talibã no Paquistão, um comandante militar do Talibã do leste do Afeganistão, uma ex-autoridade do Talibã e um funcionário ocidental que atua em Cabul e está familiarizado com as negociações em Doha e que falou sobre a abordagem geral da delegação. Todos mencionaram os mesmos nove nomes-chave, embora as listas de cada um difiram ligeiramente de outras maneiras.

"Cada membro da delegação foi escolhido pelo conselho de liderança depois de uma longa série de discussões prolongadas e conversações que se mostraram, por vezes, tensas", disse o comandante militar do Talibã oriental. "Havia alguns critérios que eles precisavam satisfazer. O primeiro era a lealdade ao mulá Muhammad Omar. Em segundo lugar, eles tinham que ter experiência em diplomacia. Em terceiro lugar, eles precisavam falar pelo menos uma língua estrangeira, como inglês ou árabe".

Acompanham essa delegação seis ex-diplomatas, cinco ex-ministros ou vice-ministros e quatro pregadores religiosos – um deles tão admirado por sua habilidade oratória que o ministro da Defesa do Qatar supostamente comparece à congregação quando ele faz aparições em sua mesquita.

Todos eles são vistos como aliados próximos do mulá Omar. Um deles, Tayeb Agha, que aparentemente é o líder da delegação, foi secretário e chefe de gabinete de Omar. Outro, Hafiz Aziz Rahman Ahadi, é filho do professor do mulá Omar. Esse professor leciona na madraça de Omar em Quetta, no Paquistão.

"Todos os representantes que foram selecionados e enviados ao Qatar para participar das negociações de paz pertencem à ala política (do Talibã)", disse o membro do Quetta Shura. "Nenhum deles tem backgroud militar. Nós não precisamos enviar comandantes para cá: não estamos lutando no Qatar. Estamos lutando no Afeganistão".

Embora existam cerca de duas dezenas de autoridades do Talibã aqui no Qatar – juntamente com suas famílias, somando cerca de 200 pessoas no total –, a maioria faz parte de equipes administrativas e de apoio.

Os emissários são, de acordo com os padrões da liderança do Talibã, relativamente jovens, e se encontram principalmente na faixa dos 40 anos. Tayeb Agha é aparentemente o mais jovem deles, com 37 ou 38 anos.

Embora digam que Agha é fluente em inglês, ele não estava falando pelo grupo na semana passada. Esse papel foi preenchido por Sohail Shaheen, ex-segundo secretário da embaixada do Talibã em Islamabad, no Paquistão. Ele deu várias entrevistas à rede de TV Al Jazeera, a agências de notícias japonesas e a outros meios de comunicação árabes depois que o escritório do Talibã foi aberto no Qatar. Mas quando o governo afegão ameaçou colocar um ponto final em seu falatório, ele ficou em silêncio.

"Nós realmente queremos falar", disse ele durante uma breve conversa por telefone, falando um inglês fluente e com um leve sotaque paquistanês, "mas até que decidamos qual será a nossa resposta, eu não posso dizer nada".

Em outra entrevista, concedida à Al Jazeera, ele deixou claro, no entanto, que qualquer negociação em Doha seria realizada de forma concomitante à luta travada pelo Talibã no Afeganistão. Ele disse que o Talibã "segue simultaneamente opções políticas e militares. Pois não há nenhum cessar-fogo agora. Eles estão nos atacando e nós também os estamos atacando".

Outro porta-voz do grupo, Mohammad Naim Wardak, tem cerca de 40 anos, também é fluente em inglês e ainda fala árabe e alemão. Quando o Talibã estava no poder, ele foi enviado a embaixadas e consulados no Paquistão e nos Emirados Árabes Unidos.

Procedimentos
Dos nove delegados do Talibã que estão sabidamente no Qatar, pelo menos três estão na lista negra da Organização das Nações Unidas (ONU), que autoriza a apreensão de bens e impede a realização de viagens internacionais. No entanto, parece que preparativos especiais foram feitos para que eles pudessem ir a Doha. Os homens que estão na lista negra são Shahbuddin Delawar, que, segundo as Nações Unidas tem entre 56 e 60 anos, é um diplomata veterano e vice-presidente do Supremo Tribunal do governo do Talibã, Sher Mohammad Abbas Stanekzai, que teria cerca de 50 anos e é ex-ministro da Saúde Pública, e Qari Din Mohammad Hanif, que tem aproximadamente 58 anos, é um tadjique da região do Badakhchão (localizada entre o Afeganistão e o Tadjiquistão) e o único membro não-pashtun da delegação. Shaheen, o ex-segundo secretário da embaixada do Talibã em Islamabad, também fazia parte dessa lista, mas teve seu nome retirado dela antes de assumir sua função em Doha, disse uma autoridade ocidental.

Os outros delegados confirmados incluem Mualavi Nik Mohammad, idade desconhecida, do distrito de Panjwai, em Kandahar, um ex-ministro da Agricultura e do Comércio, e Khalifa Sayid Rasul Nangarhari, um ex-diplomata de baixa patente sobre quem há poucas informações disponíveis.

O Qatar e outros países estão fornecendo ampla ajuda monetária para apoiar a abertura e a manutenção do novo escritório do Talibã em Doha, é já investiram um total de US$ 100 milhões no empreendimento, de acordo com Mualavi Shahzada Shahid, porta-voz do Alto Conselho de Paz do governo afegão. Não foi possível obter confirmação sobre o valor investido de nenhuma fonte independente, apesar de ser sabido que Estados Unidos, Japão e outros aliados já investiram US$ 250 milhões nos esforços de paz e de reconciliação com o Afeganistão.

Quando a tentativa anterior de abrir um escritório do Talibã no Qatar fracassou, em março de 2012, muitos analistas viram esse insucesso como resultado da divisão existente entre as autoridades do Talibã que atuam na liderança política e seus chefes militares. Mas algumas autoridades ocidentais também observaram que, quando o mulá Omar e seus assessores mais próximos tomam uma decisão, ela é cumprida.

"Nós compreendemos que existem divisões entre os talibãs – algumas pessoas querem continuar com a campanha militar, outras preferem o meio termo e outras ainda concluíram que só pode haver um caminho político daqui para frente, e que esse caminho deve ser adotado já", disse uma autoridade ocidental que está em Cabul e está familiarizada com as negociações. "Eu não sei em que ponto esse equilíbrio se encontra atualmente".

Seja qual for o estado de harmonia dentro do Talibã, ainda existem contradições óbvias entre suas declarações e suas ações.

O mulá Omar, por exemplo, promulgou um código de conduta que, entre outras coisas, alerta os combatentes para não colocarem civis em perigo. No entanto, as armas preferidas do grupo – homens-bomba e artefatos explosivos improvisados – são armamentos que matam indiscriminadamente devido a sua própria natureza. De acordo com dados das Nações Unidas, mais de 75% de todas as mortes de civis registradas na região são causadas por insurgentes, e essa proporção tem aumentado constantemente nos últimos anos.

Ainda assim, Sayid Akbar Agha, uma ex-autoridade do Talibã que continua próxima do grupo, insistiu que as tensões anteriores existentes entre as alas política e militar foram resolvidas – pelo menos no que diz respeito à criação da missão em Doha.

"Algumas pessoas pensavam que as negociações de paz talvez constituíssem uma conspiração arquitetada pelo governo afegão", disse ele. "Mas, desta vez, há um acordo amplo entre as comissões políticas e militares do Talibã sobre a criação desse escritório político".

A verdadeira intenção do Talibã ao criar esse escritório no Qatar, no entanto, ainda é contestada por autoridades ocidentais e afegãs.

Uma autoridade ocidental que há muito tempo acompanha o Talibã acredita que é difícil dar crédito à ideia de que os insurgentes estão verdadeiramente interessados em alcançar a paz.

"O próximo passo será, então, dizer que existe o 'bom Talibã' no Qatar e existe o 'mau Talibã', que são os caras que estão lutando contra nós", disse essa autoridade. "Se eles são os bons talibãs e não falam pelos outros, os maus talibãs, então eles não são realmente do Talibã. Ou esses caras que estão no Qatar não têm nada a oferecer e são irrelevantes, ou eles estão mentindo sobre seus objetivos".

Falta de gasolina intensifica vontade dos egípcios de que Mursi renuncie

Já passava bastante da meia-noite quando Mahmoud Hifny finalmente perdeu a cabeça.

Hifny havia avançado com dificuldade pelo congestionamento, suando dentro de seu carro, enquanto o ponteiro do combustível pairava ameaçadoramente sobre o "E" vermelho quando, finalmente, ele conseguiu entrar numa fila sinuosa que levava a um dos poucos postos de gasolina do centro da cidade que ainda tinham combustível para vender. Duas horas depois, ele ainda estava esperando, preso em um mar de carros sufocados pela fumaça e cujos motoristas também tinham perdido horas tentando encher seus tanques.

"Nós vamos nos livrar desses filhos da mãe!", gritou Hifny, 42 anos. O grito não tinha nenhum alvo em especial, embora todos soubessem que ele estava se referindo ao presidente Mohamed Mursi e a seus aliados. Os motoristas que estavam próximos assentiram com a cabeça. "Eles são os responsáveis por todos os problemas deste país!"

Uma poderosa confluência de crises está engolindo o Egito enquanto as temperaturas do verão alcançam picos que mais parecem castigos divinos, exaltando os ânimos e alimentando a raiva de muitas pessoas em relação aos líderes do país.

O mal-estar econômico vem se espalhando pouco antes do Ramadã, a época mais penosa do ano para os muçulmanos --que jejuam durante o dia e celebram à noite. Para aumentar ainda mais a tensão, o governo não conseguiu reduzir os frequentes cortes de energia elétrica nem a piora da crise dos combustíveis, que tem provocado filas nos postos de combustíveis, obstruindo as principais vias das cidades durante horas.

Na origem do descontentamento há uma profunda sensação de mau presságio, como se os protestos marcados para este fim de semana para pedir a saída de Mursi da presidência do Egito possam desencadear uma nova onda de violência nas ruas ou fazer o país se afundar ainda mais na instabilidade política.

Espera-se que os protestos e os contraprotestos ganhem força nesta sexta-feira e que alcancem seu pico no próximo domingo, data do aniversário da posse de Mursi, o primeiro presidente eleito livremente no Egito --embora a oposição afirme que só sairá das ruas quando Mursi cair. Na quarta-feira passada, um homem foi morto na cidade de Mansura durante um ataque a uma marcha promovida pela Irmandade Muçulmana.

"Há tanta tensão entre as pessoas em relação ao que está acontecendo", disse Mohammed Ali, diretor de cinema que acelerou seu cronograma de produção devido aos protestos. "É como ver gasolina perto de uma fogueira, mas não saber quem é que vai acendê-la."

As famílias estão se apressando para terminar suas compras de Ramadã o quanto antes caso as lojas sejam fechadas, e outras pessoas têm corrido para terminar seus projetos, temendo que eles sejam impedidos de fazê-lo quando os protestos começarem. Os egípcios já se acostumaram com as paralisações generalizadas que os protestos em massa são capazes de causar. Por isso, eles sabem se preparar.

"Não tem a ver com o que vai acontecer durante esses três dias", disse Ali. "Estamos preocupados com o que vai acontecer depois desses três dias. E ninguém tem a menor ideia."

Poucas noites atrás, essa sensação de descontentamento pairava no ar no posto de gasolina localizado próximo à praça Galaa, em Dokki, um bairro do centro do Cairo.

A praça, cujo nome celebra o fim da ocupação britânica do Egito após a revolução de 1952, foi transformada pela crise de abastecimento de gasolina. Atualmente, centenas de carros, ônibus, caminhões e motocicletas que não conseguem encontrar combustível em outros postos lotam cada centímetro de calçada em torno do posto da praça Galaa e formam filas enlouquecedoramente longas, que se espalham pelas ruas circundantes e as deixam totalmente congestionadas.

A polícia ergueu barreiras para separar as filas do posto de gasolina do tráfego e, ocasionalmente, os policiais intervêm para impedir que espertinhos furem as filas e para evitar brigas. Na terça-feira à noite, um homem foi morto a tiros durante uma briga em um posto de gasolina em outro bairro do Cairo.

Os motoristas passam seu tempo conversando e discutindo com seus vizinhos de fila, tirando sonecas curtas e jogando games em seus celulares. No dia em que a reportagem esteve no local, uma mulher idosa vendia jornais freneticamente.

"Nós tentamos rir sobre isso tudo, pois o que mais podemos fazer?", disse Khalid Shaaban, 35, enquanto aumentava a música do rádio do carro e fazia sua esposa, irmã e três filhos baterem palmas e dançarem acompanhando a batida. "Mas nós estamos muito, muito cansados de tudo isso."

Esse era o sexto posto de gasolina que Shaaban visitava, e ele estava aguardando há mais de uma hora na fila. Da mesma forma que muitos outros que estavam esperando na fila, ele culpava Mursi pelo caos.

"Durante o governo de Mubarak, nós sabíamos que as pessoas estavam roubando. Mas nós nunca tivemos crises como esta", disse Shaaban, referindo-se a Hosni Mubarak, o presidente que foi deposto em 2011. "E tudo porque o cara que está governando o país agora não sabe dirigir."

Dois jovens desempregados estavam em um carro próximo --e um deles declarou apoio restrito ao presidente e seus aliados da Irmandade Muçulmana. "Eles são boas pessoas e temem a Deus, mas não conseguem adotar as políticas corretas para governar o país", disse o homem, Ashraf al-Adawi, 27, acrescentando que não vai participar dos protestos por temer a instabilidade do país.

"Se o país já recuou 90%, ele irá recuar 100% se eles derrubarem o presidente", disse Adawi. "E se Mursi sair, quem virá a seguir? Não há ninguém que agrade a todos."

A maioria dos motoristas não tinha ideia do que causou a atual crise da gasolina, apesar de muitos citarem teorias da conspiração. Alguns acusam os inimigos de Mursi de interferir no fornecimento de combustíveis para tentar arregimentar apoio aos protestos. Outros sugerem que o presidente tenha restringido a distribuição para conter os manifestantes em potencial.

O governo tem feito muito pouco para esclarecer a situação, e durante uma entrevista coletiva realizada na última terça-feira, vários ministros colocaram a culpa pela crise na paranoia alimentada pela mídia, nos vendedores do mercado negro e nos próprios egípcios.

O ministro do Petróleo, Sherif Haddara, minimizou a extensão da escassez de combustíveis dizendo que o problema havia sido causado por um erro técnico em uma instalação de armazenamento, e que a introdução de um novo sistema de "smart cards" pelo governo, que visa a impedir a venda ilegal de gasolina, tinha reduzido o ritmo da distribuição. Mas poucos acreditam que esses realmente sejam os motivos causadores das longas filas e das bombas vazias.

Quanto aos frequentes cortes de energia elétrica, o ministro do Desenvolvimento Local, Mohammed Ali Beshr, sugeriu que os egípcios sigam o exemplo do primeiro-ministro Hesham Qandil, que nunca liga o ar condicionado e trabalha passando calor o dia inteiro.

"Nós suamos quando vamos ao escritório de Qandil", disse Beshr, fazendo o tipo de observação que provavelmente não acalmará os ânimos da população. "Qandil tira a gravata e nunca concorda em ligar o ar-condicionado."

Em um discurso proferido na quarta-feira passada, Mursi renovou o seu apelo para que a oposição apresente emendas constitucionais, mas repudiou os manifestantes e afirmou que eles estão tentando minar o processo democrático para "voltar no tempo".

"Se você não gosta do governo, forme uma maioria parlamentar e crie o governo que você deseja ter", disse ele.

Reconhecendo a crise dos combustíveis, ele disse que aumentou os poderes de ministros e governadores para que eles promovam uma repressão às vendas ilegais e punam quem estiver se beneficiando com a crise.

Mas a ideologia e a política tiveram pouco espaço na fila da gasolina, onde os ânimos se exaltaram em meio ao calor paralisante da noite. Parecia que a amnésia tinha tomado conta das pessoas, pois muitos diziam que a melhor solução seria se as forças armadas dirigissem o país, como ocorreu após a derrubada de Mubarak --pelo menos até que a estabilidade fosse alcançada. Os militares governaram o Egito durante um ano antes que Mursi fosse eleito, período que não foi exatamente livre de problemas.

"Se Deus quiser, Mursi vai cair e o exército vai assumir o controle", disse Hani Abdel-Fattah, 35 anos, que tinha viajado de Port Said até o Cairo e precisava de gasolina para chegar em casa.

Ele também estava nervoso sobre o tipo de consequência que os protestos poderão trazer.

"O dia está se aproximando e há aqueles que querem que Mursi seja o presidente e aqueles que não querem", disse ele. "Ninguém sabe realmente quem está certo."

Clipe do 2e régiment étranger de parachutistes



quinta-feira, 27 de junho de 2013

Trailer do documentário "Simo Häyhä, o atirador"

Rússia está desenvolvendo 12 novos sistemas de guerra eletrônica

A Rússia está desenvolvendo meios de guerra eletrônica para neutralizarem os sistemas especiais americanos.

A nova gama de meios de guerra radio-eletrônica "neutralizarão todas as vantagens dos equipamentos avançados, incluindo sistemas especiais militares" desenvolvidos pelos EUA, afirmou o chefe de pesquisa e desenvolvimento e vice-diretor da empresa Radioelektronnyye tekhnologii (KRET), Yuriy Mayevskiy.

"Em verdade, o trabalho está em andamento para criar um conjunto de ferramentas, incluindo a guerra eletrônica, que irá garantir a neutralização de armas espaciais inimigas", disse Mayevskiy sem dar mais detalhes.

Além do sistema de guerra eletrônica Vitebsk-25, que é equipado com o moderno sistema "perturbador" digital L-370-3S, que não só localiza e identifica a radiação dos radares inimigos, mas como também interfere em seus sinais em um amplo raio de frequências, outros 12 sistemas estão em desenvolvimento. São sistemas aéreos, terrestres e sub-aquático. Esses últimos serão instalados nos submarinos nucleares de 4ª e 5ª geração. Uma parte desses projetos é o novo avião de guerra eletrônica que está sendo desenvolvido atualmente.

Coppe e Marinha juntas para equipar o primeiro submarino nuclear brasileiro

LabSonar, no Fundão, ajudará a desenvolver tecnologias de defesa

O fundo do mar é escuro, mas é muito barulhento. Chuvas, raios, peixes, baleias e navios, entre outros, enchem os oceanos de ruídos que podem se propagar por centenas de quilômetros. Assim, detectar, localizar, identificar e acompanhar os sons produzidos por embarcações inimigas e diferenciá-los dos barulhos naturais sem revelar a própria posição são capacidades fundamentais para que uma das mais furtivas máquinas de guerra já inventadas, o submarino nuclear, cumpra suas missões.

Para isso, os submarinos usam os chamados sonares passivos, conjuntos de hidrofones, computadores e programas guardados em segredo pelos países que têm esta tecnologia. Com planos de lançar ao mar seu primeiro submarino nuclear em 2023, a Marinha do Brasil precisa dominar o desenvolvimento deste tipo de sistemas e por isso se juntou à Coppe/UFRJ, que na próxima segunda-feira inaugura na Ilha do Fundão seu Laboratório de Tecnologia Sonar (LabSonar).

Segundo José Seixas, professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe e coordenador do LabSonar, o laboratório é fruto da histórica parceria entre as duas instituições. Ele lembra que os sonares em uso pela Marinha já contam com partes desenvolvidas conjuntamente e desataca que o foco principal do novo laboratório é fabricar um sonar passivo totalmente com tecnologia nacional, desde a captação dos sinais até seu processamento.

- O submarino nuclear é uma oportunidade especial para colocar o Brasil em uma posição de destaque na área de defesa - diz. - Este projeto traz grandes demandas tecnológicas que vão exigir um salto de qualidade e inovação da indústria brasileira. A soberania nacional é resguardada quando se tem autonomia nas tecnologias e processos como as dos sonares passivos e temos o conhecimento de processamento, instrumentação e capacitação para fazer isso.

De acordo com Seixas, um dos principais desafios é encontrar maneiras de separar e identificar os sons de interesse tático e estratégico no ruidoso ambiente subaquático.

- Em geral, o ruído é algo que atrapalha o desempenho dos sistemas de detecção, mas neste caso tudo é ruído, com a diferença que alguns são de interesse e outros não - explica. - São muitos os possíveis contatos para serem identificados e a propagação do som no ambiente subaquático é um processo bem complexo, principalmente quando se tem contatos múltiplos, em que o ruído de um pode interferir no do outro e eles têm que ser desembaralhados.

De olho neste problema, Seixas conta que a Marinha já está construindo uma base de dados com a “assinatura” de vários sons subaquáticos, desde os produzidos naturalmente até os de variados tipos de navios.

- O sistema tem que conhecer muitas classes de som, reconhecer algo desconhecido que pode representar um problema e fazer tudo isso rápido, já que ele será a base de decisões de vida ou morte, ou de vitória e derrota - conclui.

*A informações são do jornal "O Globo"

Observatório Sírio relata que mortos na guerra passam de 100 mil

Um grupo de monitoramento de oposição, que acompanha a crescente guerra civil na Síria, disse na quarta-feira (26) que mais de 100 mil pessoas morreram nos 27 meses de conflito, com as forças pró-governo sofrendo mais baixas do que os rebeldes que buscam a derrubada do presidente Bashar al-Assad, enquanto os civis representam mais de um terço de todas as baixas, a maior categoria individual.

O grupo, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede no Reino Unido e que depende de uma rede de ativistas na Síria para obtenção de sua informação, colocou o número total de mortos em 100.191 desde que a revolta síria teve início, em março de 2011. Esse número é bem maior do que a mais recente contagem da ONU, de quase 93 mil, no final de abril, um número extraído por pesquisadores de um pool de 263.055 mortes relatadas, que eliminaram aquelas que carecem de detalhes e realizaram um cruzamento de dados para eliminar os relatos duplicados. O número final era, portanto, conservador, disseram os pesquisadores e a ONU.

Rami Abdul Rahman, fundador do Observatório Sírio, disse em uma entrevista por telefone que seu número (100.191) foi obtido pela soma das contagens diárias que sua organização mantém desde o início do levante.

Essas contagens se baseiam em informação de fontes que incluem os ativistas em solo na Síria, advogados e funcionários de saúde nos hospitais civis e militares, em vez de combatentes, cujas estimativas podem não ser confiáveis.

Ao longo de todo o conflito na Síria, ambos os lados buscam vantagem na propaganda e campanhas na mídia, que figuram de modo proeminente ao lado dos combates físicos.

"Na guerra, ambos os lados mentem", disse Abdul Rahman, citando exemplos de números exagerados de mortos, não corroborados por evidências por parte dos ativistas, e outros casos em que pessoas que morreram de causas naturais foram listadas como mortas em combate.

Seu grupo também disse que ambos os lados provavelmente diminuíram o número relatado de suas próprias baixas.

As estimativas da ONU  e do grupo de oposição oferecem a ressalva de que a verdadeira escala das mortes pode ser muito maior.

"O número de mortos não inclui os mais de 10 mil detidos e desaparecidos dentro das prisões do regime, nem inclui os mais de 2.500 soldados regulares e militantes pró-regime capturados pelos combatentes rebeldes", disse o Observatório Sírio em uma declaração em seu site.

"Nós também estimamos que o número real de baixas nas forças regulares e nas forças rebeldes seja o dobro do número documentado, porque ambos os lados são discretos a respeito das perdas humanas resultantes desses choques", acrescentou a declaração.

Em sua discriminação, o grupo disse que os mortos incluem 36.661 civis, incluindo oito mil mulheres e crianças, 13.539 combatentes rebeldes e 2.015 desertores das forças do governo.

Entre as forças pró-governo, o grupo disse que 25.407 soldados regulares foram mortos juntamente com 17.311 membros das milícias e unidades pró-governo, incluindo alguns listados como informantes do governo.

A guerra atraiu um número desconhecido de combatentes e militantes estrangeiros, incluindo as forças libanesas do Hezbollah. Os números divulgados na quarta-feira disseram que os mortos incluem mais de 2.500 combatentes não identificados e não sírios no lado rebelde, e 169 combatentes do Hezbollah.

Neste ano, Abdul Rahman, que fugiu da Síria 13 anos atrás, disse que sua rede contava com quatro homens dentro da Síria, que ajudavam a relatar e reunir informação de mais de 230 ativistas em solo. Seu grupo tem sede na cidade inglesa de Coventry, nas Midlands, e opera em uma casa de tijolos vermelhos em uma rua residencial.

Incentivada pelo governo, Argel tem "primavera" de suas fachadas

Presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, atualmente submetido a um tratamento de saúde em Paris, na França
Trompetes, pífanos e tamborins invadiram as ruas de Argel, na sexta-feira (21), e escoteiros foram convocados para uma primeira parada noturna que deve se repetir. No meio da multidão, o prefeito, Abdelhakim Bettache, estava exultante.

"A partir deste dia, todas as praças públicas e jardins ficarão animados todas as noites até as 23h", ele explicou, na véspera, em seu gabinete.

Não é uma iniciativa privada ou mesmo local, é uma instrução vinda da cúpula do Estado. Argel precisa ressuscitar as noites.

Em visita a Batna, em Aurès, no dia 4 de junho, o primeiro-ministro Abdelmalek Sellak deu o exemplo: "Os jovens precisam viver, não podemos mandar eles dormirem logo após a oração da noite".

Neste momento em que a Argélia se encontra mergulhada na incerteza sobre o exercício do poder desde que seu presidente, Abdelaziz Bouteflika, foi internado em Paris, no dia 27 de abril, as autoridades têm feito vários gestos de abertura para conter os movimentos recorrentes de fúria de seus jovens, à medida que se aproxima o mês do Ramadã. É um período sempre delicado, durante o qual os preços disparam.

Diante dos escândalos de corrupção no estratégico setor dos hidrocarbonetos, que todo dia estampam a primeira página dos jornais, o governo está tentando corrigir seu efeito desastroso sobre a população oferecendo à capital sua "primavera". Uma população que, até hoje, praticamente não se beneficiou da redistribuição da renda do petróleo, fora os aumentos de salário destinados a conter, desde 2011, a erupção da "primavera árabe".

De fato, um pequeno clima festivo atípico tem pairado em Argel. No espaço de poucas semanas, 24 cafés, todos com charmosos terraços oferecendo Wi-Fi, surgiram ou foram reformados no centro da cidade. Restaurantes instalaram mesas com toalhinhas nas calçadas ou em espaços adaptados. Todos foram orientados a permanecer abertos até pelo menos meia-noite. Por ter descumprido essa ordem e guardado suas mesas e cadeiras antes do horário, um dono de café foi advertido. "As autoridades passaram me procurando no dia seguinte. Eu lhes disse que não tinha mais clientes, e eles me responderam: 'Não importa'."

No coração da capital argelina, que até então ficava deserta assim que caía a noite desde os "anos negros" da guerra civil, as transformações são impressionantes. Em uma ruela do bulevar Didouche-Mourad, o primeiro bar com cena musical, onde jovens se revezam na guitarra, abriu suas portas no início de junho. "Não entendo o que está acontecendo", gargalha seu proprietário, Samir Ouâar, de 37 anos.

Ele, que aos 18 anos imigrou para a Bélgica, onde trabalhava em um banco, criou o L'Escalier des Artistes no ponto de um antigo pé-sujo mal-afamado, em sociedade com uma jovem, Lydia Boudjema, que voltou da França. "Fomos procurar o prefeito para pedir um alvará e em menos de dez minutos estava entregue", se espanta Samir Ouâar.

"Também temos carta branca para decorar os muros da viela como quisermos, contanto que seja bonito!"

No salão, moças e rapazes se divertem e, com a propagação no boca à boca, músicos de visual rastafári e cabelos longos correm para lá. Os pratos cabem em qualquer bolso. A única restrição é que, assim como em todos os outros cafés, não há bebidas alcoólicas, e os bares que as servem continuam sumindo.

Fechadas há anos ou sobrevivendo em condições insalubres, as salas de cinema também estão sendo reavivadas. O Casino reabrirá suas portas no dia 5 de julho, e depois o Algérie. Uma à uma as lojas vão sendo reformadas, de acordo com regras bem específicas.

"Fachadas brancas, 80 centímetros de mármore preto no chão, plantas artificiais e os guarda-sóis publicitários estão proibidos", detalha o prefeito Bettache, 47, eleito há seis meses, mas adjunto da prefeitura há dez anos. "Antes da independência era assim: estamos reativando a 'Argel, a Branca'", ele afirma. Até pouco tempo atrás, uma referência como essa teria sido considerada descabida.

Não foi pago nenhum subsídio público. "Incentivados" a fazer reformas, os comerciantes devem financiá-las. A restauração das fachadas dos imóveis, iniciada com a visita do presidente François Hollande no final de dezembro de 2012, continua em ritmo acelerado.

É verdade que ainda há muitas sacadas que estão caindo aos pedaços, vítimas da velhice e do abandono. Mas aos poucos a revitalização vai ganhando terreno. As antenas parabólicas, típicas das ruas argelinas, foram relegadas aos telhados, os gramados foram limpos e aparados. O mais surpreendente foi o comércio informal, que havia se expandido, ter sumido do centro. De leste a oeste, milhares de palmeiras foram plantadas ao longo dos grandes eixos de circulação.

Sentado no terraço de um restaurante, Lakhdar, 50, morador de um subúrbio vizinho, arregala os olhos. "Nunca tinha visto isso, mesmo quando estudante, e, sinceramente, está ótimo!", comemora esse funcionário de banco. "Será que vai durar? Essa é a questão...", ele diz, subitamente desconfiado.

As forças policiais ainda são onipresentes e foram até reforçadas, só que com ordens expressas de aparecer uniformizadas. Mas continua proibida qualquer tipo de manifestação. Um pequeno grupo de militantes foi rapidamente dispersado depois de, no sábado (22), ter aberto, pela quarta vez seguida, faixas com a inscrição "Val-de-Grâce para todos" [em alusão ao hospital onde está internado Abdelaziz Bouteflika].

Berlim tornou-se um lugar importante para falar dos EUA

Obama discursa em frente ao Portão de Brandemburgo, Berlim, em 19/06/2013
O último dos três discursos extraordinários proferidos por John F. Kennedy em junho de 1963 foi apresentado justamente no dia de hoje (26), há 50 anos.

Com cada um desses três discursos, Kennedy inovou. Em 10 de junho de 1963, na Universidade Americana de Washington, ele esboçou uma visão de convivência com a União Soviética, mensagem que se mostrou em notável desacordo com os discursos mais belicosos de 1961 e 1962. Em 11 de junho, em um pronunciamento transmitido pela TV, Kennedy endossou o movimento pelos direitos civis e prometeu apresentar um projeto de lei, indo muito além de qualquer outro presidente dos EUA e muito além do ponto no qual ele próprio se encontrava poucos meses antes.

Em 26 de junho de 1963, Kennedy chegou a Berlim, na Alemanha, em um dos dias mais frenéticos da história da Guerra Fria. Uma enorme multidão --estimada em 1,1 milhão de pessoas, ou 58% da população da cidade-- saiu às ruas para vê-lo.

A cena do evento é inesquecível: um jovem líder falando ao ar livre para uma multidão eufórica, numa época em que a maioria dos discursos era proferida por homens idosos em locais fechados. Mas as palavras contidas no discurso não foram menos importantes do que o cenário e remodelaram a Guerra Fria ao refletir os dois discursos que ele havia proferido no início do mês.

Kennedy havia anunciado sua intenção de visitar Berlim durante a primavera, pouco tempo depois de tomar conhecimento de um tratado franco-alemão que ameaçava substituir a ampla aliança atlântica existente.

Em certo sentido, a visita de Kennedy tinha como finalidade analisar os franceses e os russos. Mas ela também escondia um drama muito interessante, baseado na própria história do presidente norte-americano com a cidade. Kennedy tinha estado em Berlim em agosto de 1939, uma semana antes de os alemães invadirem a Polônia --na verdade, a embaixada dos EUA na Alemanha tinha solicitado que Kennedy transmitisse a seu pai, à época embaixador dos EUA em Londres, informações do serviço secreto de inteligência, segundo as quais uma guerra era iminente.

Ele havia retornado a Berlim em julho de 1945, quando visitou as ruínas da cidade que, naquele momento, vivia seu pior momento. E, já no cargo de presidente, Kennedy foi a Berlim repetidas vezes. Em agosto de 1961, a construção do muro provocou uma grande crise. Durante a crise dos mísseis cubanos, em outubro de 1962, os pensamentos de Kennedy se voltaram para Berlim e para a possibilidade de os soviéticos tomarem a cidade caso norte-americanos invadissem Cuba.

Cada uma dessas possíveis fatalidades foi evitada. A decisão de visitar Berlim durante o verão de 1963 foi uma espécie de volta olímpica para celebrar uma cidade que tinha sobrevivido a sua morte iminente em várias ocasiões.

O famoso discurso que Kennedy proferiu naquele dia na Rudolph Wilde Platz não foi, como tantas outras apresentações presidenciais, um evento bem coreografado. O orador e a multidão se alimentaram da exuberância mútua, e Kennedy improvisou com ousadia. Foi durante esse discurso que ele disse a frase que ficaria famosa: "Ich bin ein Berliner", que transmitia sua admiração pela sobrevivência corajosa da cidade.

Posteriormente, analistas de gabinete deitaram e rolaram com a frase dita por Kennedy, sugerindo que o presidente havia se comparado a um bolinho doce (o Berliner), mas a reação da multidão mostrou que ele tinha acertado em cheio. (Em 1954, um ex-presidente dos Estados Unidos, Herbert Hoover, escreveu "Eu sou um berlinense" no livro de visitas da cidade, mas Kennedy desconhecia o fato.)

O discurso, apesar de ter sido breve, disse muita coisa. As palavras mostraram a mente de Kennedy em funcionamento, passando habilmente das referências a John Donne ("vocês vivem em uma ilha onde a liberdade é protegida, mas a vida de vocês faz parte do todo") ao humor jovial (ele agradeceu seu intérprete por ter traduzido para o alemão sua tentativa de falar alemão --uma brincadeira espontânea que o intérprete, em seguida, traduziu para o alemão).

O discurso também abordou alguns temas sérios. Primeiro, Kennedy falou sobre seu próprio pacifismo, que havia sido expressado em alto e bom som na Universidade Americana 16 dias antes. O discurso apresentado na universidade foi um gesto nobre, que refletiu o próprio pavor de Kennedy em relação à crise dos mísseis em Cuba e mencionou o novo entendimento que estava sendo alinhavado com Nikita Khrushchev (de certo modo, Kennedy e Khrushchev tinham sobrevivido juntos à crise dos mísseis, quando tiveram que fazer manobras para superar seus próprios parceiros linha-dura).

Mas a situação preocupava o chanceler alemão ocidental, Konrad Adenauer, que temia que a Alemanha Ocidental estivesse sendo negligenciada. Adenauer, que à época tinha 87 anos, foi apelidado de Der Alte --o velho. Kennedy, aos 46 anos, era 41 anos mais jovem do que o chanceler alemão.

No entanto, Kennedy era o líder do mundo livre e estava prestes a iniciar o que provavelmente seria um difícil ano de campanha. Kennedy costumava fazer ajustes no tom de seus discursos e, em Berlim, inspirado pela multidão, ele eliminou parte do Unitarismo universal do redator de seus discursos, Ted Sorensen, e emitiu uma defesa da liberdade a plenos pulmões.

A vigorosa linguagem de Kennedy em Berlim satisfez Adenauer e o fez perceber que os norte-americanos não abandonariam o barco tão cedo. Kennedy ridicularizou o muro como prova do fracasso do comunismo. E ele levou a multidão ao delírio com sua promessa de que Berlim estava no centro do mundo, da mesma forma que a Roma antiga, e que a cidade era admirada por todos aqueles que se importavam com a liberdade.

Apesar de ser algo mais difícil de detectar à época, Kennedy também estava respondendo ao seu recente discurso sobre os direitos civis --e a um problema que o vinha incomodando. Desde seu discurso de posse, quando ele prometeu defender a liberdade em todo o mundo, mas no qual pouco falou sobre o tema dos direitos civis dentro dos EUA, a política externa norte-americana vinha sendo assombrada por sua própria incoerência.

Propagandistas soviéticos deitaram e rolaram com o racismo norte-americano, um racismo que ficava perfeitamente evidente na capital do país. Kennedy tinha suas razões para reagir de forma lenta na defesa dos direitos civis --ele precisava de todos os Estados do sul para conseguir obter a vantagem apertada que lhe deu a vitória em 1960. Mas as dificuldades enfrentadas em 1962 e 1963 o tocaram profundamente, e ele estava claramente lendo os textos de Martin Luther King Jr.

Na "Carta da prisão de Birmingham", escrita por Luther King em abril de 1963 e que começou a ser amplamente divulgada por jornais e revistas em junho daquele mesmo ano, o ativista dizia que "a injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todos os lugares". Em Berlim, Kennedy disse: "a liberdade é indivisível e, quando um homem é escravizado, todos não são livres".

E, dali em diante, ele teria que enfrentar mais do que a sua própria quota de problemas. Naquele mês, Charles de Gaulle anunciou que estava retirando a frota francesa do comando da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O conflito no Vietnã, que havia esquentado durante o verão, só iria piorar durante o outono.

Mas Kennedy tinha dado um passo importante ao endireitar a política norte-americana em casa e no exterior. E ele pagou um preço político por essa postura --seria um desafio manter o sul do país do lado dos democratas e, sem o sul, a reeleição estava longe de ser dada como certa. Foi por esse motivo que ele viajou a Dallas em novembro. Mas, assim como Lincoln havia feito um século antes, Kennedy tinha resolvido uma grande inconsistência e colocado todo o poder dos Estados Unidos para apoiar a liberdade e os direitos humanos em casa e no exterior.

"Deixe-os vir a Berlim", disse ele em alemão e inglês. E assim eles fizeram, num fluxo constante de visitantes de peso que nunca mais cessou. O próprio Khrushchev, na tentativa de não ficar para trás, foi à cidade dois dias depois de Kennedy e atraiu uma multidão impressionante de 500 mil pessoas, apesar de sua frase de efeito ("Eu amo o muro") não ter pegado.

Quase todos os presidentes dos Estados Unidos foram a Berlim desde então, incluindo o presidente Obama, que visitou a cidade na semana passada. Surpreendentemente, Berlim se tornou um lugar importante para dizer coisas sobre os Estados Unidos.

"Nós nunca teremos outro dia como este enquanto vivermos", disse Kennedy a Sorensen quando eles deixaram Berlim. Essa previsão acabou se mostrando verdadeira e, em novembro de 1963, enquanto os sinos de John Donne dobravam*, era possível recordar o dia 26 de junho como o ponto alto e mais bem sucedido daquela época.

Naquele dia, havia razões de sobra para se acreditar que o mundo estava se organizando. O absurdo da existência do muro era óbvio, e um dia a construção teria que ser posta abaixo. No dia em que o muro de Berlim caiu, 26 anos depois, a visita de Kennedy foi lembrada como uma grande inspiração. A Europa não poderia ficar dividida para sempre. E nem os Estados Unidos.

(Ted Widmer é assistente do presidente dos EUA para projetos especiais na Universidade de Brown. Recentemente, Widmer editou "Listening In: The Secret White House Recordings of John F. Kennedy" ("Ouvindo: as gravações secretas de John F. Kennedy na Casa Branca", em tradução livre)

*John Donne (1572-1631) é o autor da citação "For whom the bell tolls" (por quem os sinos dobram), que foi retirada de uma obra na qual ele explora a natureza interconectada da humanidade.

Exército estuda PPP para construção de polo de tecnologia

A busca por mais investimento para viabilizar projetos levou o alto comando do Exército a partir para uma iniciativa ainda inédita nos quartéis-generais. Os militares decidiram lançar mão de uma parceria público-privada (PPP) para viabilizar a construção do polo de ciência e tecnologia do Exército em Guaratiba, no Rio de Janeiro.

Desenhado para integrar o Instituto Militar de Engenharia (IME), com pistas de voo aéreo não tripulado, centro tecnológico e diversas empresas ligadas à área de conhecimento em defesa, o polo do Exército está planejado desde a década de 80, mas que nunca saiu do papel, porque precisa de R$ 1,5 bilhão para se tornar realidade.

"Não temos esse recurso. Estudamos todas as alternativas e concluímos que a PPP é o melhor caminho para erguermos nosso polo", diz o chefe do comitê executivo do projeto, general Jaldemar Rodrigues de Souza.

Uma minuta da proposta e de manifestação de interesse já foi elaborada pelo Exército e encaminhada ao Ministério do Planejamento. Segundo Souza, várias empreiteiras já disseram que vão analisar o negócio, entre elas Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez e Carioca. A intenção do Exército é que elas construam o polo e, a partir daí, tenham direito de explorar, por 25, 30 anos, os diversos serviços que serão oferecidos no local, como aluguel de áreas de shopping, restaurante, creche e policlínica, entre outros.

A previsão é que cerca de 10 mil pessoas circulem diariamente pela área de 600 mil metros quadrados de Guaratiba, que terá ainda cerca de 1,5 mil moradias. Companhias como Vale e Petrobras, segundo Souza, já demonstraram interesse em ter estruturas dentro do polo. Em termos práticos, o que existe até agora desse empreendimento é um anteprojeto e um estudo de viabilidade técnica e econômica.

O Ministério da Educação sinalizou ao Exército que poderá financiar os recursos que serão usados na construção do novo prédio do IME, obra avaliada em cerca de R$ 300 milhões. "Nós podemos usar esse recurso para formar o fundo garantidor que viabiliza a parceria com a iniciativa privada", diz o general.

O Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) também considera a viabilidade de erguer um laboratório no polo. A expectativa do Exército é lançar a concorrência no segundo semestre do ano.

Militares querem incluir projetos de defesa no PAC

O EB tem vontade de substuir o velho fuzil FN FAL pelo fuzil Imbel IA2, mas falta recursos 
Os militares decidiram apelar ao Ministério do Planejamento para que tenham seus projetos incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O pedido feito pelo Exército foi encaminhado ao ministro da Defesa, Celso Amorim, que repassou a demanda na semana passada à ministra do Planejamento, Miriam Belchior. O pleito militar tem uma motivação muito clara: o Exército quer fugir do contingenciamento do Orçamento da União. Ao entrar no PAC, teria os projetos protegidos de cortes do governo.

Em entrevista ao Valor, o general Luiz Felipe Linhares, chefe do escritório de projetos do Exército, disse que um total de sete programas militares estão com cronograma comprometido, devido a sucessivos cortes de orçamento. Um dos projetos mais afetados é o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron).

O plano envolve a compra de radares, sistemas de comunicação e veículos aéreos não tripulados, tem um custo total estimado em R$ 12 bilhões e implementação em dez anos. Para este ano, contava-se com o aporte de R$ 1 bilhão para o projeto, mas a cifra não deverá ultrapassar R$ 200 milhões. "Com o que a gente tem recebido de recursos, o Sisfron levará uns 60 anos para ser concluído", diz Linhares.

O prazo de instalação do Sistema Integrado de Proteção de Estruturas Estratégicas Terrestres (Proteger), iniciativa de R$ 11 bilhões, que trata do monitoramento de grandes empreendimentos do país, também desandou. A previsão de orçamento para este ano era de R$ 800 milhões, mas o recurso acabou reduzido a R$ 44 milhões. "Esse projeto praticamente não começou. O Brasil é hoje o único país dos Brics que não tem um sistema de proteção militar de sua infraestrutura terrestre", afirma Linhares.

A falta de recursos, segundo o general do Exército, também compromete o desempenho de uma fábrica de veículos militares, que acaba de ser concluída em Sete Lagoas (MG). A unidade, que é operada pela Iveco, foi montada para produzir mil unidades da nova família de carros blindados militares. O veículo batizado de Guarani vai substituir os carros da extinta Engesa. Uma primeira remessa de 102 unidades já foi feita e deve ser entregue até o primeiro semestre de 2014, mas o Exército não tem mais dinheiro para pedir um segundo lote de carros.

"Recebemos R$ 90 milhões para o programa neste ano. Um carro desses custa por volta de R$ 6 milhões, ou seja, conseguimos encomendar só mais 15 carros. Uma fábrica dessas precisa de escala, de produção de pelo menos cem carros por ano, senão não se justifica", diz Linhares.

Um quarto projeto está na lista de prioridades que o Exército espera ver incluídos no PAC. Trata-se de um sistema de mísseis e foguetes. O programa, batizado de Astros 2020, recebeu R$ 90 milhões neste ano, quando seu orçamento total é de R$ 1,5 bilhão.

A inclusão de pelo menos esses quatro projetos na relação do PAC implicaria desembolso, ainda neste ano, de R$ 3 bilhões para os militares. Uma segunda remessa de mais R$ 3 bilhões seria pedida em 2014, quando acaba o PAC.

Os benefícios do investimento, segundo Linhares, são imediatos para a população. Ele dá como exemplo o monitoramento de fronteiras para o combate ao tráfico de drogas. Levantamento realizado pelo Exército aponta que, se o Sisfron conseguisse reduzir o tráfico em 3,5%, o impacto que isso teria na queda de gastos com segurança e com saúde pública seria suficiente para pagar todo o sistema em dez anos. "O que o governo está gastando em ações corretivas poderia ser realocado em ações preventivas", diz o chefe da seção de relações internacionais do Exército, coronel João Paulo da Cás.

Procurado pelo Valor, o Ministério do Planejamento confirmou que recebeu o pedido do Exército e informou que, "como procedimento padrão para inclusão de projetos no programa, é necessária análise técnica e posteriormente submissão dos pleitos para apreciação do Comitê Gestor do PAC, que aprova ou não sua inserção".

Segundo o Planejamento, os blindados Guarani e o lançador de foguetes Astro 2020 já passaram a integrar a carteira do PAC. O Exército nega a informação e diz que, no ano passado, esses projetos receberam apenas uma parte de recursos destinados à linha PAC Equipamentos e que "foi um fato isolado e de oportunidade". Segundo os militares, os dois programas estão fora do PAC neste ano.

No início do ano, afirma o ministério, outros projetos do setor de defesa passaram fazer parte do PAC, como a compra de caminhões (Aeronáutica, Marinha e Exército) e viaturas (Marinha e Exército) e o projeto KC-X de jatos cargueiros, para modernização do controle do espaço aéreo.

O Planejamento chama a atenção para a linha de montagem e produção de 48 helicópteros de porte médio das Forças Armadas, a realização de cem experimentos em reator nuclear compacto, a construção de estaleiro e de manutenção de base naval, além da construção de um complexo radiológico, submarinos convencionais e de propulsão nuclear.

Sobre a modernização do M-113 do Exército Brasileiro

Empresa de Santa maria, em parceria com a UFSM, moderniza blindado M-113, que está em uso no 29º BIB

Em 2002 a Universidade de Campinas (Unicamp) foi escolhida para participar de um processo de modernização de largatas e materiais rodantes do blindado M-113 do Exército Brasileiro. Após estudos, em 2003, o responsável técnico Osmar Dutra em convênio com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), iniciou estudos sobre a viatura M-113B, com o objetivo de modernizar e eliminar os diversos problemas de peças e componentes, com acentuado desgaste e quebras no conjunto de força e trem de rolamento desta viatura. Isto é, o motor, transmissão e material rodante.

A revitalização da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) M-113 busca a nacionalização do maior número de peças e componentes e materiais nacionais, para que os M-113 voltem a ativa, pois 70 dos carros no momento estão parados por indisponibilidade de manutenção. As peças para restauração do modelo são importadas, portanto é um procedimento caro. “Por ser um processo de tecnologia importada, houve a necessidade de uma nacionalização de componenetes”, explica Dutra.

De acordo com o responsável técnico, o primeiro protótipo - um carro blindado fornecido pelo Exército – foi executado ainda em 2003 e está em operação até os dias atuais no 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7ºBIB) de Santa Cruz do Sul. Todo o serviço de reforma e de adaptação foi feito sem custos para o Exército Brasileiro. O segundo projeto foi executado no ano de 2006, e, parceria com Exército Brasileiro, UFSM e empresas do ramo metalúgico da cidade. Este projeto foi homologado pelo fabricante MWM de motores, em Santa Maria. Fato único, pois este foi o primeiro projeto homologado por este fabricante de motores aqui.

Após exaustivos testes e por solicitação dos militares, a viatura foi avaliada no Centro de Avaliação do Exército (Caex), no Rio de Janeiro, durante quatro meses, passando novamente por rigorosos testes e não apresentando nenhum problema relacionado aos serviços executados. Desde então, esta viatura é a mais utilizada em operações do 29º BIB e de outras unidades de Santa Maria. “A maior virtude desse carro é que ele é 100% mais econômico em relação ao modelo americano, sendo anfíbio sem preparação”, destaca Dutra.

Conforme o responsável técnico, durante os sete anos que a viatura está em operação, não houve e nem foi necessário qualquer tipo de manutenção corretiva no modelo. Conforme Dutra, o M-113 é o veículo mais utilizado em terinamentos, por sua simplicidade, economia, durabilidade e especialmente por ser um carro anfíbio. No mundo todo, existem cerca de 80 mil carros deste modelo.

Licitações
A partir de 2008, tendo a participação da empresa santa-mariense Medianeira Mecânica, “participamos do processo licitatório, com empresas nacionais e internacionais, para modernização de toda a frota de viaturas M-113”, explica Dutra. As empresas de Santa Maria ficaram relacionadas entre as cinco empresas que defenderam o projeto em Brasília, sendo que o resultado desta licitação não foi apresentado. Na realidade houve um cancelamento de todo o processo licitatório. Não houve explicação razoável por anular a licitação, um mês depois.

No ano de 2009, uma nova licitação, para recuperação de um lote de viaturas M-113 foi aberto e as empresas de Santa Maria ficaram classificadas com a segunda colocação. "Acreditamos que uma das causas para esta segunda colocação, foi a exigência de uma pista particular pavimentada, com impacto ambiental, com extensão de 16 km, o que aumentou muito o custo da licitação. E a empresa vencedora nada disso apresentou, abrindo falência e não concluindo as obrigações assumidas", ressalta Dutra. Outro fato que muito onerou a licitação, foi o aumento da multa por não execução, de 10% para 28% do valor.

Tendo em vista a falência desta empresa executante, esperava-se que a segunda colocada - a Medianeira Mecânica de Santa Maria - fosse convocada. No entanto, isso não aconteceu. "Atualmente, o que nos causa surpresa, é o fato do Exército ter contratado uma empresa americana, sem licitação, para vender projeto de modernização de um lote de viaturas blindadas, com o processo totalmente importado e tecnologia ultrapassada, utilizando motores dois tempos Detroit. Este motor não atende ao controle de emissões e é de alto consumo. Tem custo elevado de suprimento e de manutenção, o que torna o projeto totalmente importado, fugindo à lei criada pelo ministro da Defesa em 2012, que prevê apoio e estímulo à indústria bélica nacional e a exigência de máxima nacionalização," constata Dutra.

Para lembrar, no final da década de 70, as empresas Ford, GM e CBT testaram essa motorização por dois anos, em seus produtos, e desistiram pela complexidade e por outros itens já mencionados. Caso o Exército necessite fazer uma manutenção corretiva hoje, adquire-se dois motores Mercedes ou MWM novos com o mesmo valor. Outro item que não convence, é a execução desse projeto no estado do Paraná e não no Parque de Santa Maria, pois 80% dessas viaturas estão aqui no sul do país.

As empresas santa-marienses estão atentas ao que está acontecendo e preparadas, tecnologicamente, para executar o melhor serviço para o Exército Brasileiro. Para conhecer o protótipo em ação veja o vídeo a seguir:

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Entrevista com Sergey Bogdan, piloto de testes da Sukhoi

O renomado piloto russo e Herói da Rússia, Sergey Bogdan, que realizou para grande admiração dos espectadores voos artísticos no comando de um caça único, o Su-35S, na 50ª edição do Paris Air Show, que aconteceu de 17 a 23 de junho, em  Le Bourget, fala sobre as vantagens da aeronave que pilota, as viagens que vez e o medo das alturas.

Sergey Bogdan no dia que T-50 voo pela primeira vez 
Você foi ovacionado de pé pelo publico a cada voo no céu de Paris. Como se sente piloando o Su-35S?
Sergey Bogdan: Participo do desenvolvimento desse caça desde o primeiro momento. Me designaram como encarregado do grupo de pilotos de testes e fui o primeiro empreender vôo em 19 de fevereiro de 2008. Agora todos os pilotos da empresa fabricante, a Sukhoi, pilotam esse avião, mas os 4 primeiros foram testado por mim. Por isso, sinto como se fosssem meus".

Quantas vantagens tem o Su-35S em comparação aos caças estrangeiros da mesma geração?
Bogdan: Não gosto de comparações. Essa pergunta deveria ser feita para os especialistas. Só posso dizer que é um novo caça multifuncional da geração 4++, superior em muitas características a outros caças de sua geração, em particular o afamado caça Su-27, a partir do qual foi desenvolvido. Ele tem uma capacidade maior de transportar armas e combustível, em tanques internos e externos, se comparado com a última versão do caça pesado de longa alcance. A carga de combustível alcança 11,5 toneladas, duas a mais que o Su-27. A maior disposição de combustível aumenta a autonomia do avião. A carga de armamento máxima do Su-35 é de 8.000 quilos, podendo ser instalada em 14 pontos fixos. Mas, novamente, o que mais importa é a tática.

Ao longo de sua carreira profissional, você testou 55 diferentes modelos e tipos de aviões. Agora está a testar o novo caça de 5ª geração, o que pode dizer a respeito do mesmo?
Bogdan: Somos 7 piloyos que testamos o caça, o T-50, desde que foi construído o primeiro protótipo. Os testes e ensaios, em geral, nunca terminam. Enquanto um avião estão em serviço, não deixa de ser testado. Em uma determinada etapa o protótipo já começa a ser utilizado pelos militares com algumas funções restringidas. No caso do T-50, ele será colocado em serviço entre 2015-2016. Qualquer aeronave tem que passar por umas fases de densenvolvimento. Ele funcionará em pleno rendimento passado certo tempo. Quando um aparato levanta voo pela primeira vez, é como um filho que aprende a caminhar, tempos que segurá-lo pela mão. Por isso, o caça de 5ª geração está mais limitado que outros aparatos menos modernos. No entato, cada dia que passa, de voo em voo, ampliam suas possibilidades.

Que avião você mais gosta de pilotar?
Bogdan: Para um piloto testar um avião, qualquer um que seja, é uma grande honra e o piloto se apaixona pelo avião que testa. E mais, muitos aviadores apreciam a possibilidade de voar em um avião de geração anterior porque é mais complicado. É como um treinamento, como fazer ginástica para um esportista. Os aparatos modernos te permitem fazer muitas manobras aéreas com facilidade, inclusive para fazer um giro vertical basta uma velocidade de cerca de 300 km/h, enquanto um avião de 3ª geração necessita de quase 1.000 km/h para fazê-la.

Falando de manobras... Há pilotos que tem medo de altura?
Bogdan: Claro que sim. Eu, por exemplo, tenho medo de altura. Mas tudo é relativo. Se alguém tem medo de alto, tem que superará-lo. O medo das alturas vem do instinto de conservação que tempos. Se alguém não tem medo de nada pode ser simplesmente perigoso.

Você viajou por meio mundo. Tem lugares que você gostaria de ir?
Bogdan Muitos. Não conheço, por exemplo, a América do Norte e Austrália. Viajei muito pouco pela Ásia, no entanto, conheço muito bem a África. Gostaria de voltar à Yugoslávia, onde conheci quando era pequeno há muitos anos.

Gosta de voltar para casa?
Bogdan: Claro! Sempre sintou falta da minha casa, dos nossos bosques e rios. Adoro a natureza russa.



Japão pode desenvolver mísseis balístico para defender a soberania das Ilhas Senkaku (Diaoyu)

O Ministério da Defesa do Japão está considerando projetar seus próprios mísseis balísticos para se precaver de um eventual invasão chinesa nas Ilhas Senkaku (Diaoyu), cuja a soberania é disputada pelos os dois países.

Se trata de mísseis com alcance de 400 e 500km, uma distância que poderia ser percorrida em 5 minutos, segundo a impresa chinesa.

Os mísseis seriam instalados na Ilha de Okinawa, ao sul do Japão. Desta maneira, Tóquia poderia previnir a invasão do pequeno arquipélogo em disputa. Se aprovado o plano detalhado do projeto, os engenheiros japoneses poderia começar a projetar os mísseis já em 2014.

Em anos anteriores, responsáveis ​​pela defesa do Japão também planejaram a possibilidade de construir os seus próprios mísseis balísticos de longo alcance, mas o projeto não foi realizado porque os peritos consideraram que isso iria contradizer Constituição pacifista de 1947. O problema é que o artigo 9 da Constituição japonesa, que proíbe atos de guerra pelo governo, embora o Japão mantém de facto forças armadas, conhecidas como Forças de Auto-Defesa.

Japão e China disputam a soberania sobre as ilhas Senkaku, chamadas de Diaoyu em chinês, desde a década de 1970. Tóquio insiste que se apropriou das ilhas em 1895 e antes elas não pertencia a ninguém, mas Pequim afirma que esses territórios eram da China há mais de 600 anos.

Após a Segunda Guerra Mundial, EUA controlaram  as ilhas Senkaku até 1972, ano esse que passou o controle destas ilhas e de Okinawa ao Japão.

Nos últimos anos, as ilhas eram de propriedade privada, mas em 2012 o governo japonês comprou e anunciou a sua nacionalização, que iniciou uma nova escalada das tensões entre Tóquio e Pequim.

Argentina discute a co-produção do caça chinês FC-1 Xiaolong

A fabricante de aeronaves argentina FAdeA iniciou conversas com a empresa aeronáutica Chengdu Aircraft Industry Group sobre a possibilidade de fabricação do caça multifuncional sino-paquistanês FC-1 Xiaolong em solo argentino. As informações são do Jane's Information Group.

Segundo um funcionário da Fabrica Argentina de Aviones (FAdeA), ambas as partes tiveram várias conversas durante o Paris Air Show 2013. As discussões estavam indo bem, mas a transferência de tecnologia é um ponto de discórdia. Ademais, as conversas são os primeiros formais, que poderia levar à co-produção de um caça moderno chinês na América Latina. Funcionários da FAdeA revelaram que se realmente argentinos e chineses entrarem em um acordo, o caça FC-1 Xiaolong poderia ser "rebatizado" de Pulqui-III, relembrando o Pulqui-II, primeiro caça a jato desenvolvido e fanricado a América Latina. O Pulqui-II foi projetado pelo engenheiro alemão Kurt Waldemar Tank, que ficou famoso na Alemanha por projetar o lendário Focke-Wulf Fw 190 Würger, o Focke-Wulf Ta 152 e o Focke-Wulf Fw 200 Condor.

O FC-1 Xiaolong é equipado, no momento, com um motor RD-93, desenvolvido às bases do motor russo Klimov RD-33 (instalado no MiG-29), especificamente para o lutador chinês. O caça é capaz de atingir velocidades de até 2.200 quilômetros por hora, alcance máximo de 3,482 km. O raio de combate do caça chinês é de 1,352 km. Ele está armado com canhão de 23mm GSh-23-2 e equipado com sete pontos fixos para a instalação mísseis e bombas. Ele pode ser armado com 3,6 toneladas de armamento. O custo de um único FC-1 gira em torno de US$ 15-25 milhões, dependendo da versão.

Cidade libanesa fica atordoada após combates entre exército e líder sunita

Soldado libanês fica ferido em embate com a milícia sunita
O crepitar de armas nas mãos de franco-atiradores do xeque salafista Ahmed al-Assir vai enfraquecendo no final da tarde de segunda-feira (24). Já o exército metralha com virulência o último bolsão de resistência, a algumas centenas de metros de lá. Ao lado de blindados enviados para uma das últimas saídas que levam até Abra, um subúrbio no alto de Sídon (sul do Líbano), soldados ajustam seus fuzis.

Fugindo dos combates, civis avançam de carro com medo de serem alvejados, cantando pneus. Não há nem sombra de pedestres. O chão está repleto de cartuchos de munição. Timidamente, Salam caminha até sua sacada. Um tanque se encontra diante de seu prédio, e pratos deixados pelos soldados se espalham pelo saguão.

A professora de inglês Salam, 54, segura as lágrimas enquanto conta sobre a loucura que tomou conta de Sídon, durante mais de 24 horas, antes que o exército assumisse o controle do reduto islamita, na noite de segunda-feira.

"Estávamos vivendo sob a ameaça de ataques de atiradores emboscados. Ninguém podia nos proteger. Mesmo quando o exército enviou seus tanques, isso não deteve os franco-atiradores. Sem contar as granadas! Era impossível colocar o nariz para fora. Foi assustador!", ela lembra.

Não há água, nem eletricidade, tudo foi cortado durante o cerco. São detalhes para Salam, que está angustiada por sua filha que mora no coração de Abra, epicentro dos combates. "Graças a Deus, o exército vai proteger a área!" Salam não quer exprimir suas opiniões políticas. Ela não se importa que o xeque Ahmed al-Assir e seus asseclas tenham a barba longa, que suas mulheres usem o niqab, cada um é livre. Mas ela se revolta contra suas armas. "Infelizmente, está escrito que o Líbano viverá sempre em guerra!"

Militares apreenderam armas pesadas na mesquita de Abra, onde havia se entrincheirado parte dos cerca de 300 combatentes de Ahmed al-Assir, que incluíam sírios. Foi no meio de cascalhos que o exército avançou, depois de ter apertado o cerco contra o baluarte do líder radical: a mesquita e vários prédios, guardados há meses por milicianos.

As forças de segurança não encontraram nenhum sinal do xeque, alvo de um mandado de prisão, nem de seus colaboradores mais próximos. Ele havia jurado que estava disposto a morrer como mártir diante do exército, mas fugiu. O saldo dos combates foi muito pesado: 16 mortos e uma centena de feridos dentro do exército, vários milicianos mortos, dezenas de civis feridos. Foi no domingo que Sídon, onde a tensão era latente, entrou em ebulição. Partidários de Ahmed al-Assir atacaram então uma barreira do exército e três militares foram mortos. O xeque garantiu que estava reagindo à prisão de várias pessoas do seu círculo, o que o exército nega. Este decidiu "acabar" com o líder salafista. Foram enviados reforços.

Esse religioso radical, que havia organizado uma manifestação em Sídon durante o verão de 2012 para exigir o desarmamento do Hezbollah, mergulhou a cidade em um estado de violência jamais visto em anos. A ascensão do xeque ao longo dos meses foi alimentada pelo conflito sírio. Ele condenava incansavelmente o banho de sangue, criticando os tradicionais líderes sunitas libaneses, se colocou como defensor da "dignidade" da comunidade e fez várias provocações.

Ele foi se tornando cada vez mais virulento contra o Hezbollah, sua nêmesis. A onipotência do partido xiita no Líbano consolidava a frustração dos sunitas. Quando o Partido de Deus reconheceu seu envolvimento militar ao lado de Bashar al-Assad, o xeque fez um apelo para combatê-lo na Síria.

"Queremos viver!"
O ataque que ele conduziu contra o exército foi condenado por figuras proeminentes da cidade, totalmente paralisada na segunda-feira pelos combates. Estes se estenderam para a região do campo de refugiados palestinos de Ain al-Heloué, onde o salafista possui simpatizantes, antes de serem contidos no meio da segunda-feira. Na estrada à beira do mar, a presença de cartuchos lembrava os confrontos da manhã.

Ayman Nasr, 44, gerente do restaurante Arouss al Baher ("A casada do mar"), assistiu à cena. "Homens armados e encapuzados desceram do centro antigo de Sídon e a briga com o exército começou."

Ambulâncias carregadas de feridos passam em grande velocidade. O comerciante, um palestino de Sídon, detesta o Xeque Assir. "Atos de violência equivalem à falta de trabalho. Dois dos meus filhos deveriam fazer provas esta segunda-feira, mas tudo foi adiado. Quando ele se limitava a rezar em sua mesquita, gostávamos muito dele. Mas quando ele começou a falar de maneira sectária, degringolou. Não aguentamos mais tensões religiosas, já conhecemos isso de cor. Queremos viver, viver juntos."

A algumas mesas de lá, Bilal, 40, acompanha os desdobramentos pela televisão. Ele hesita em falar. Para ele, "Ahmed al-Assir é a vítima. Por que o Hezbollah tem armas e não está preocupado? O exército está contra os sunitas."

Em Trípoli e em Beirute, os combates de Sídon provocaram a raiva de certas facções sunitas. Na grande cidade do Norte, homens com kalashnikovs na mão intimaram comerciantes a baixar suas portas, relata uma testemunha. Houve atos de violência no final do dia. O xeque Salem al-Rafei, uma figura salafista popular de Trípoli que havia tentado bancar o mediador entre o exército e Ahmed al-Assir, afirmou na segunda-feira que ele "não tentará mais controlar as reações de seus apoiadores", revoltados com "o que estão fazendo com os sunitas".