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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Negociações com o Taleban ainda aguardam por progresso

O início das negociações de paz entre os Estados Unidos e o Taleban foi adiado na quinta-feira, sem um quadro claro de quando –ou mesmo se– elas reiniciarão.

Os diplomatas ainda estavam envolvidos nas discussões sobre como o Taleban se apresentaria em seu novo escritório. Após as autoridades afegãs anunciarem furiosamente que não participariam nas negociações, porque o Taleban ergueu sua bandeira ao lado de uma faixa dizendo "Emirado Islâmico do Afeganistão", as autoridades americanas pediram aos qatarianos que pedissem ao Taleban que removesse esses emblemas de legitimidade.

A faixa foi removida na noite de quarta-feira, e a bandeira –em um mastro no complexo onde fica o escritório do Taleban– desapareceu de vista mais ou menos ao mesmo tempo. Mas na manhã de quinta-feira, sob mais claridade, era possível ver que a bandeira ainda estava tremulando, mas em um mastro que foi encurtado em uns dois metros, para que a bandeira não pudesse ser vista por cima do muro pelo público em geral.

Ela só podia ser vista por frestas no muro alto –onde funcionários da embaixada do Afeganistão foram vistos na manhã de quinta-feira tirando fotos.

Enquanto isso, vários representantes do Taleban davam entrevistas por telefone na quinta-feira. A agência de notícias "Associated Press" citou um dos principais representantes, Ahmad Suhail Shaheen, como tendo dito que o Taleban estava pronto para libertar seu único prisioneiro de guerra americano, o sargento Bowe Bergdahl, em troca de importantes prisioneiros do Taleban mantidos na prisão de Guantánamo, em Cuba.

A soltura dos presos em Guantánamo é um obstáculo central para o avanço do processo de paz há aproximadamente 18 meses, segundo autoridades americanas e afegãs. Os líderes do Taleban tornaram a soltura um pré-requisito tanto para as negociações quanto para a soltura de Bergdahl, que é mantido pelos insurgentes desde 2009.

Falando do Qatar em uma entrevista por telefone a um repórter da "AP" em Islamabad, Paquistão, Shaheen disse que Bergdahl "está, até onde eu sei, em boas condições".

O negociador americano que deveria dar início à primeira rodada de negociações com o Taleban, James Dobbins, permaneceu em Washington na quinta-feira. E apesar de a presença do secretário de Estado americano, John Kerry, ser esperada aqui no sábado, era para uma conferência internacional a respeito da Síria, não do Taleban. As autoridades em Washington disseram que esperam que as negociações possam prosseguir como planejado nos próximos dias.

Mesmo que os principais negociadores americanos apareçam aqui em breve, os afegãos disseram que estão descontentes com os termos da existência do novo escritório, depois que representantes do Taleban dali deram uma série de entrevistas.

O presidente Hamid Karzai deixou claro que seu governo concordou apenas relutantemente com a ideia de um escritório do Taleban no Qatar –e apenas para o início das negociações de paz, que então seriam transferidas para solo afegão, uma ideia rejeitada pelo Taleban. Assim que o Taleban declarou que via o escritório como um local para dar entrevistas à imprensa, e onde se encontrar com autoridades internacionais e diplomatas, o governo afegão rejeitou a realização de negociações lá.

A questão da faixa declarando que se tratava de uma representação do Emirado Islâmico do Afeganistão –o nome do antigo regime do Taleban– apenas aprofundou essa preocupação, assim como uma bandeira sugerindo que se tratava na prática de uma embaixada do Taleban, disseram autoridades afegãs.

Uma declaração do Ministério das Relações Exteriores do Qatar, citada pela "Agência de Notícias Qatar", disse que o escritório deve ser conhecido como "o Birô Político do Taleban Afegão em Doha, não uma representação política do Emirado Islâmico do Afeganistão".

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