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terça-feira, 24 de maio de 2011

Paquistão pede que a China construa base naval no país

Instalação no porto de Gwadar seria a primeira para missões no exterior

País oriental nega ter fins hegemônicos, mas deverá atrair suspeitas sobre as suas intenções militares a longo prazo

O Paquistão pediu que a China construa uma base no porto de Gwadar, no sudoeste do país, e que a Marinha de guerra chinesa comece a manter uma presença regular na área. O plano deverá causar alarme tanto na Índia quanto nos EUA.

"Solicitamos aos irmãos chineses que construam uma base naval em Gwadar", disse o ministro da Defesa paquistanês, Chaudhary Ahmed Mukhtar, ao "Financial Times". Ele diz que o pedido foi feito à China na visita do premiê Yusuf Raza Gilani ao país, na semana passada.

Por enquanto, Pequim evita ações que possam alienar os EUA e os países vizinhos da China, como Índia, Malásia e Indonésia. Um funcionário chinês ligado à defesa negou que o país tenha "ambições hegemônicas". Mas Christopher Yung, pesquisador sênior na Universidade de Defesa Nacional de Washington, afirmou em um estudo publicado recentemente que "a natureza e grau de acesso chinês a bases fora de sua região servirão como maior indicador e alerta" da possível intenção de Pequim de se tornar uma potência militar mundial.

Um representante do Pentágono admitiu haver "questões e preocupações quanto a esse desdobramento e às intenções chinesas".

"Mas é por isso que acreditamos que seja importante ter um relacionamento saudável, estável e contínuo entre as forças dos dois países."

Um funcionário paquistanês ligado às discussões entre a China e o Paquistão disse que "a base é algo que esperamos que permita a embarcações chinesas visitar nosso país regularmente no futuro, e também utilizar o local para reparo e manutenção de uma frota [na região do Oceano Índico]".

Missões
Esse tipo de presença representaria a primeira base estrangeira da Marinha chinesa destinada a futuras missões fora dos mares do país. Por isso, provavelmente, reforçará as preocupações internacionais quanto às ambições militares de Pequim em longo prazo.

"Isso certamente mudará o jogo em termos de relacionamentos de defesa e segurança da China", disse Rahul Roy-Chaudhury, especialista em segurança do sul da Ásia no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.

Segundo ele, "a construção de uma base em Gwadar ofereceria aos navios de guerra e possivelmente aos submarinos chineses direitos "permanentes" de presença, bem como a possibilidade de patrulhas e exercícios regulares no mar da Arábia".

Com isso, continua, a China aumentaria sua capacidade de "proteger o número cada vez maior de petroleiros de bandeira chinesa que navegam pela região, para levar petróleo extraído na região do golfo Pérsico para atender às crescentes necessidades chinesas de energia".

A base atenderia às necessidades da China e seria menos agressiva do que uma base chinesa em solo estrangeiro. Mas sua construção poderia alienar a Índia, porque surge como parte de um estreitamento dos laços entre chineses e paquistaneses.

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