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domingo, 6 de abril de 2014

Ucrânia e o perigo da proliferação de mísseis balísticos

SS-18 Satan
O caos e a falência que se encontra a Ucrânia, país que herdou da URSS uma poderosa indústria bélica, põe em perigo o regime de proliferação de tecnologia de mísseis balísticos.

Em 1991, ano da desintegração da URSS, a Ucrânia herdou da URSS uma poderosa indústria militar, incluindo a capacidade de produção e a tecnologia de mísseis e foguetes espaciais. E uma verdadeira joia dessa coroa foi a empresa Yuzhny Machine-Building Plant, com sede na cidade de Dnipropetrovsk. Essa empresa foi uma importante projetistas de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM).

Pra se ter uma ideia, a Yuzhny Machine-Building Plant construiu o ICBM R-36M2 Voyevoda (SS-18 Satan, na classificação OTAN), até agora o mais poderoso ICBM de todos os tempos. Até que o SS-18 Satan não seja totalmente substituído pelos novos mísseis Topol, RS-24 Yars e outros, a empresa ucraniana realiza a supervisão e modernização dos mesmos. Quem acompanha a página do blog no Facebook, pode ler que no ano de 2006, a Rússia aceitou que a Yuzhny Machine-Building Plant prorrogasse a vida do SS-18 Satan como parte do pagamento de várias dividas que o Estado ucraniano tem com a Rússia.

A produção do SS-18 Satan foi encerrada há muito tempo, mas a documentação referente a este ICBM encontra-se de possa da empresa ucraniana, igualmente como a documentação do ICBM instalado em trens RT-23 Molodets (SS-24 Scalpel), míssil esse que foi retirado de serviço com efeito do tratado américo-russo START-2.

No último dia 29 de março, o diretor da estatal russa Ukroboronprom disse que a partir daquele momento seu país estava rompendo com qualquer contrato com a indústria militar russa. No entanto, a Yuzhny Machine-Building Plant e outras empresas da indústria bélica ucraniana dependem dos pedidos russos e no caso da Yuzhny Machine-Building Plant, ela terá que buscar outros clientes, o que o know-how, as tecnologias e os profissionais ucranianos podem servir aos interesses de Israel, China, Índia e Paquistão. Todos nós sabemos que esses países são potências nucleares, porém carecem de mísseis modernos para integrar uma arma nuclear.

Os clientes prováveis
Israel seria um deles e deve ser por isso que faz vista grossa acerca do antissemitismo que toma conta da Ucrânia, inclusive no governo ucraniano há nazistas declarados.

China, por sua vez, também estaria interessada em manter boas relações com o setor bélico da Ucrânia, independente de quem for o governante. E o fato dos chineses não pouparem dinheiro com a aquisição de tecnologia militar é bastante conhecido.

Quais podem ser as consequências da falência das empresas ucranianas? Em primeiro lugar, sua privatização, seguido por sua venda parcial ou total. Em tal caso, o comprado poderia adquirir uma fábrica de armamento ou escritório de projetos e no meio poderiam vir os projetos altamente secretos e complexos.

Outra consequência seria os próprios empregos das empresas, sobretudo os executivos, venderem os documentos classificados.

Outro possível caso seria o próprio governo ucraniano repassar projetos e tecnologias militares em troca de empréstimos da China ou qualquer outro país.

5 comentários:

  1. Acho que as empresas dos EUA vão compra-las para que essa tecnologia não sirva mais a Ucrânia, pois seria um perigo a mesma apontar qq desses mísseis para a OTAN. Então como quem manda na Ucrânia é os EUA (o ouro já foi) fecha a fabrica e pronto e/ou manda para Israel. Então Paquistão, China e Índia não terão jamais acesso a essa tecnologia. Será que a CIA vai dormir no ponto? Não mesmo!

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  2. Michel acabei de lê no blog aereo.jor que a Russia depende da ucrania na fabricação dos misseis ss-18 satan, ss-25 topol, ss-19 nuttkh em seus sistemas de guiagem, foguetes de lançamento de satélites. Depende tbm de turbinas a gás e engrenagens para meios de superficies. Tbm depende da mesma na fabricação de misseis com os r-27 e r-73, sistemas auxiliares para os caças su-27, su-30, su-35 e su-34 e motores dos aviões da antanov e dos helicopteros de transporte e ataque. Ha ia esquecendo q a russia depende de 20% do urânio ucraniano. Achei um absurdo tanta coisa. Gostaria q vc relatasse tudo q vc conhece sobre esse assunto pra nós leitores do seu blog. Obrigado!

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    Respostas
    1. O texto deixa claro que a Rússia não depende da Ucrânia. O Satan não é fabricado há anos. O último Satan foi fabricado em 1988. De lá pra cá a Rússia desenvolveu o Yars e o Topol, mísseis mais modernos que o Satan. Tanto o Topol e o Yars projetados pelo Instituto de Tecnologia Termal de Moscou e são fabricados pela Planta de Fabricação de Maquinarias Votkinsk, ou seja, os ucranianos não participaram do desenvolvimento dos mais modernos mísseis. O SS-19 Stiletto é fabricado pelos russos, ou melhor pelo Centro Espacial Estatal Khrunichev de Pesquisa e Produção Khrunichev.

      Turbinas a gás do que?

      Conversa! O R-27 e o R-73 são fabricados pela Vympel, russa diga-se de passagem.

      A Rússia fabrica todos os componentes da família SU. Todo motor aeronáutico fabricado em território ucraniano é fabricado em solo russo. O problema é que as vezes a Klimov não pode dar conta da produção interna e da exportação aí os russos recorrem aos ucranianos.

      Ora, por favor. A Rússia não depende do urânio ucraniano. A Rússia tem a sexta maior produção desse mineral. A Rússia é o segundo maior exportador de urânio da UE. Veja essa notícia, por exemplo:
      http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/uranio-russo-gerou-50-de-energia-nuclear-nos-estados-unidos

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  3. Seria uma bela oportunidade para comprarmos todo o projeto e a planta industrial do Ciclone 3, já que o 4 deve ter ido pro vinagre, e junto contratar uns técnicos ucranianos.

    Com isso pularíamos uma grande etapa no nosso programa espacial e evitaríamos de perder o que já foi investido na ACS.

    Mas infelizmente sei que não vai acontecer.

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  4. Obrigado pela resposta, sabia q a russia ñ depende fortemente da ucrania, a verdade é q ta cheio de anti-russia por aí...

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