Uma carta revelaria que Hess não foi perseguido devido a ordem do 'führer'
Hitler e juiz serviram na mesma unidade na Primeira Guerra
Ernst Hess |
A notícia foi publicada em um jornal da Alemanha e repercutida pelas agências de notícias ontem. O texto é de autoria da historiadora germânica Susanne Mauss.
Mauss aponta como prova para essa alegação uma carta de agosto de 1940 assinada por Heinrich Himmler, então chefe da temida organização paramilitar nazista SS.
No texto, Himmler pedia que o juiz Ernst Hess fosse poupado da perseguição devido à "vontade do 'führer'".
Hess, herói de guerra condecorado, havia sido por um breve período o comandante da unidade em que servia Hitler. Após o conflito, ele trabalhou como juiz, até ser forçado a renunciar em 1936 devido às leis raciais nazistas.
Ele se mudou para a Itália, mas foi obrigado a voltar à Alemanha. Em 1942, a proteção de Hitler foi revogada por razões desconhecidas, e Hess foi submetido a trabalho forçado. Ele sobreviveu, mas sua irmã morreu no campo de concentração de Auschwitz.
Encerrada a Segunda Guerra Mundial, ele permaneceu na Alemanha e tornou-se, então, o chefe da autoridade ferroviária com base em Frankfurt. Hess morreu em 1983.
De acordo com Ursula, 86, sua filha, Hess teve a proteção de Hitler por meio da influência de Fritz Wiedemann, outro companheiro de Primeira Guerra Mundial.
Em entrevista, ela afirma se lembrar de ter ouvido o pai dizer que Hitler não tinha amigos no regimento e que ele era bastante reservado.
Ursula diz que os companheiros de unidade ficaram chocados com o fato de Hitler alcançar fama política e se tornar o líder da Alemanha.
Uma vez no poder, ele promoveu perseguição violenta contra os judeus, submetidos a trabalhos forçados e ao extermínio em massa.
A historiadora Mauss nota no texto que, mesmo que a carta encontrada seja genuína, ela não é prova irrefutável de que a ordem de poupar Hess veio de fato de Hitler.
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