No campo de batalha, até energia pode ser produzida
Com os insurgentes atacando cada vez mais o suprimento de combustível americano que passa pelo canal Khyber no Afeganistão, os militares americanos estão atrás do desenvolvimento da energia renovável para diminuir sua necessidade de transportar combustíveis fósseis.
A tecnologia que envolve energia renovável -que se tornou mais confiável e menos cara nos últimos anos- é responsável por somente uma porcentagem reduzida da energia usada pelas Forças Armadas dos EUA, mas líderes militares planejam expandir sua utilização nos próximos anos.
"Existem profundas razões para que eles façam isso, mas para nós a principal é a praticidade", disse Ray Mabus, secretário da Marinha e ex-embaixador na Arábia Saudita, que planeja que metade da energia utilizada pela Marinha venha de fontes renováveis até 2020.
Combustíveis fósseis respondem por 30% a 80% da carga dos comboios no Afeganistão, o que significa riscos para os soldados. Enquanto os militares compram gás por somente US$ 1 o galão (cerca de US$ 0,27 o litro), conseguir o mesmo galão para alguma base de operação mais distante custa US$ 400.
Enquanto definir política de energia nacional precisa de debates no Congresso, os líderes militares podem simplesmente ordenar a adoção da energia renovável. E os militares têm o poder de criar produtos e mercados. Isso pode fazer a energia renovável mais prática e barata para o uso no dia a dia, especialistas dizem.
No ano passado, a Marinha dos Estados Unidos introduziu seu primeiro navio híbrido, movido à eletricidade.
A Força Aérea terá toda a sua frota certificada para voar com biocombustíveis em 2011 e já está realizando voos de teste com mistura de combustíveis fósseis e renováveis (50% cada um) no tanque; a Marinha obteve, pela primeira vez, combustível vindo de algas. Biocombustíveis podem, na teoria, ser produzidos onde estejam disponíveis os materiais para tanto. Isso significa que podem ser produzidos perto dos campos de batalha.
Recentemente, os militares convidaram empresas para demonstrar produtos que podem ser úteis no campo de batalha. O objetivo foi ver, por exemplo, se sistemas de refrigeração poderiam amenizar as temperaturas desérticas ou se o uso dos painéis solares poderia prejudicar as tropas por fazer com que as barracas ficassem mais visíveis para o radar inimigo.
As tecnologia renováveis se provaram capazes de fornecer energia para computadores, residências e a maior parte dos equipamentos por mais de uma semana na base de teste no deserto de Mojave nos EUA -apesar de não terem sido capazes de colocar para funcionar os sistemas mais sofisticados de proteção.
Outras novidades estão em estágio de teste: um sistema experimental de refrigeração usa um cano embaixo da terra, dois metros abaixo, para que jogue ar gelado dentro das barracas.
Os integrantes da Marinha estão explorando sistemas de purificação da água, através da energia solar, e considerando a possibilidade de construir, em escala menor, uma usina baseada em um caminhão que transformaria a colheita local em combustível.
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