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terça-feira, 27 de março de 2012

O desafio do Ocidente é tentar conter a bomba do Irã e o bombardeio israelense


Acima Ayatollah Seyed Ali Hosseini Khamenei , líder supremo da República Islâmica do Irã

Se o Irã se tornar nuclear, isso mudará o nosso mundo.

Uma bomba atômica iraniana forçaria Arábia Saudita, Turquia e Egito a obterem suas próprias bombas atômicas. Assim, ficaria estabelecida uma arena nuclear multipolar na região mais volátil do planeta. Cedo ou tarde, esse desdobramento sem precedente resultaria em um evento nuclear. O mundo como o conhecemos deixaria de existir depois de Teerã, Riad, Cairo ou Tel Aviv se tornarem a Hiroshima do século 21.

Uma bomba iraniana provocaria uma proliferação nuclear universal. A maior realização da humanidade desde 1945 foi controlar o armamento nuclear por meio da limitação do número de membros no clube nuclear exclusivo. Esse arranjo injusto criou uma ordem mundial que garantiu a relativa paz mundial.

Mas se o Irã se tornar nuclear e o Oriente Médio se tornar nuclear, o mesmo acontecerá com o Terceiro Mundo. Se os aiatolás puderem ter o brinquedo mortal de Robert Oppenheimer, toda potência emergente na Ásia e na África se sentirá no direito de tê-lo. A ordem mundial que por 60 anos garantiu a paz mundial ruiria.

Uma bomba atômica iraniana daria ao Islã radical uma enorme influência. Assim que se tornasse nuclear, o poder xiita ascendente dominaria o Iraque, o Golfo e os preços internacionais do petróleo. Ele espalharia o terror, provocaria guerras convencionais e desestabilizaria os países árabes moderados.

Assim como as ogivas nucleares iranianas ameaçariam Israel, elas também colocariam a Europa em risco. Pela primeira vez, centenas de milhões de cidadãos das sociedades livres viveriam sob a sombra do poderio nuclear de fanáticos religiosos. A união do fundamentalismo supremo com a arma suprema tingiria o mundo em que vivemos em um tom infernal.

Se Israel atacar o Irã, isso mudará nosso mundo.

Um ataque israelense contra as instalações nucleares do Irã criaria a crise internacional mais dramática da era pós-Guerra Fria. Enquanto o Estado judeu e a república xiita trocassem golpes, o Oriente Médio se agitaria. As tensões cresceriam entre China, Índia e Rússia pró-iranianos e os Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha anti-iranianos. Os preços do petróleo subiriam (para US$ 230-US$ 300 o barril), os mercados financeiros entrariam em pânico e a economia mundial experimentaria um verdadeiro revés.

Um ataque israelense contra as instalações nucleares do Irã provocaria uma guerra regional cujas consequências poderiam ser catastróficas. O Irã revidaria com tudo que tem: Hizbollah, Hamas, mísseis Shahab, surpresas estratégicas. O Irã bloquearia o Estreito de Hormuz e convocaria todos os muçulmanos em seu auxílio. Apesar de que a maioria dos regimes árabes apoiaria em segredo a operação israelense, as massas árabes poderiam se levantar.

Por todo o mundo, milhões de muçulmanos veriam o ataque ao Irã como um ataque contra sua própria dignidade e orgulho. A luta religiosa provocada pela ação israelense poderia durar décadas.

Um ataque israelense contra instalações nucleares do Irã poderia arrastar os Estados Unidos para a guerra. Israel tem poder aéreo limitado. As cidades israelenses são ameaçadas por 200 mil foguetes. Se uma contraofensiva iraniana incendiasse Tel Aviv e matasse milhares de civis israelenses, os Estados Unidos se sentiriam obrigados a intervir. Em vez de iniciarem um ataque cirúrgico bem planejado e com apoio internacional contra o projeto nuclear do Irã, os Estados Unidos se tornariam reféns de uma guerra israelense-iraniana fora de controle. Após saírem da lama iraquiana e enquanto tentam sair do deserto afegão, os Estados Unidos se veriam atolados em um conflito altamente carregado e caro com a República Islâmica.

A questão internacional chave enfrentada pelo Ocidente nos primeiros 12 anos do século 21 tem sido o Irã. O principal desafio estratégico da última década tem sido como prevenir duas ameaças: a bomba (iraniana) e o bombardeio (israelense). Mas o Ocidente fracassou em tratar do desafio a tempo.

Por anos, ele cometeu todos os erros possíveis. Primeiro, o presidente George W. Bush se concentrou no Iraque, em vez do Irã. Então o presidente Barack Obama perdeu tempo precioso com diplomacia inútil. O Reino Unido e a França tentaram o melhor que puderam, mas a União Europeia fez corpo mole até passar a uma ação decisiva. As sanções econômicas que deveriam ter sido adotadas há dez anos foram implantadas apenas no ano passado.

As sanções debilitantes que deveriam ter sido impostas em 2005 ainda não foram impostas. A diplomacia assertiva não foi seriamente buscada quando poderia ter sido eficaz. A solução política criativa nunca foi realmente explorada. A liderança ocidental não endossou uma estratégia de terceira via abrangente, engenhosa, consistente e dura que poderia impedir a bomba e o bombardeio.

Agora, nós estamos testemunhando uma mudança. Assustados com a perspectiva de um ataque israelense iminente, os tomadores de decisão e os líderes de opinião nos Estados Unidos e na Europa passaram a se concentrar no Irã. Na semana passada, o Irã foi cortado da rede SWIFT de transferências bancárias. Em julho, todos os países da União Europeia deixarão de comprar petróleo iraniano.

Mas tudo isso é muito pouco, tarde demais. Em nove meses os iranianos estariam imunes a um ataque aéreo israelense. No Natal, Israel perderia a capacidade militar de impedir uma bomba xiita. Ao ver sua existência ameaçada, o Estado judeu se sentiria obrigado a agir.

Assim, o verão (no hemisfério norte) de 2012 agora parece ser o verão da última oportunidade. Se nos próximos meses sanções debilitantes não forem impostas contra o Irã e Israel não conseguir garantias substanciais para assegurar seu futuro, qualquer coisa poderá acontecer. Poderia se tornar o inferno na Terra.

Se o Ocidente não agir da forma apropriada neste último momento, ele em breve poderá enfrentar as terríveis consequências de sua própria impotência.

13 comentários:

  1. Creio que o texto não é de sua autoria, visto as opiniões expressas no mesmo. Mas, de qualquer forma, Michel, você acha que um Irã nuclear seria de fato um problema?

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    1. O texto de fato não é meu. Pensei que estivesse contido a fonte no texto, mas não. Peço desculpa por isso. O texto é do Herald Tribune. Eu jamais acharia o Irã um problema.

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  2. Texto extremamente tendencioso e pró Israel,uma análise como essa só fomenta a retórica anti-Irã. Só existe uma possibilidade do Irã desistir do bomba,se o estado sionista desistir de suas bombas,como essa chance é nula então terão que conviver com o medo difundido por eles na região. O Irã tem todo direito de ter a bomba para se protejer de Israel como o inverso tambem é verdadeiro. O se encaminha para uma mudança significativa na relação de poderes regionais e globais. Resta saber se as nações até agora dominantes aceitaram este novo estatus quo.

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    1. O inverso não é verdadeiro. A criação de Israel jamais deveria ter existido.

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  3. Se Israel nuclear não levou todo mundo a ter bombas atômicas, e Paquistão nucllear não levou, porque o Irã nuclear levaria?

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  4. O Irã tá ferrado, o Hamas já avisou que ficara neutro, não vamos esquecer que o líder do Hamas se mudou para o Catar, o Hamas nem reagiu quando Israel bombardeou Gaza, ninguém vai na ajuda do Irã, só o Hezbollah, a Rússia nem vende mais armas para o Irã, a China já aceitou comprar menos petróleo do Irã Na Síria o Assad está enrolado, o máximo que fará e deixar equipamentos do Irã chegarem ao Hezbollah,se a Israel e OTAN bombardearem a Síria e o fim de Assad então ele vai tirar o da reta... Rússia e China só falam, o que fizeram até hoje na pratica de suposta oposição? Deram um simples veto na questão Síria e mais nada, o Irã está sozinho junto do Hezbollah e mais ninguém.

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    1. Nada disso. Um dos principais porta-vozes do Hamas, o Abu Obaida, disse que o Hamas auxiliaria o Irã caso Israel atacasse o primeiro. O Hamas não reagiu quando Israel atacou Gaza recentemente porque não tinha nada a ver com a história, a as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa é o braço armado do Fatah. Diziam que China, Índia e Paquistão estavam ferrados com as sanções, mas os anos se passaram e Índia e China provaram que as pessoas estavam erradas. O Paquistão só não foi pra frente por causa de sua aliança com os EUA. A China mantém um comércio com o Irã muito intenso, mais do que o mundo pode mensurar. Os EUA já disseram isso quando acusou a Síria de não cumprir as resoluções da ONU.

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  5. EUA não quer guerra agora pq é eleição, vão esperar uns anos para ás sanções pesarem mais, quando os EUA e Israel mostrarem quem manda no oriente médio o Irã está ferrado, vão ver com quem meteram a cara.

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  6. Os yankes estão cada dia mais fortes, tem pessoas que sonham com o fim do império, e não entendem que a economia caindo em nada representara o fim do império, ainda tem muitos países para serem invadidos, o Irã se esmagado, daqui 100 anos ainda estarão sonhando com o fim do império yankee, ninguém derrota USA & Israel

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    1. O Império Americano foi o que menos durou, cerca de 10 anos quando os EUA fora a maior potência do mundo. Hoje o mundo é multipolar.

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    2. Império americano provou estar vivo na guerra da Líbia, bombardearam como quiseram um páís em uma guerra que não era deles mais que passou a ser, França e Reino Unido juntos foi a guerra dos 3 pilares do império,os países que os EUA quer prejudicar por seus interesses prejudica, como se vê com o Irã,Coreia do Norte e por ai vai, o mundo baseado no capitalismo neo-liberal não tem como ter um império a moda antiga, isso cria uma falsa ideia de que os EUA não manda no mundo, mais basicamente manda,quando tem muito dinheiro envolvido a vontade deles continua prevalecendo, a sorte do Bashar Assad que a Síria praticamente não tem o que explorar, se tivesse todo petróleo da Líbia a história seria diferente

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    3. Existe uma grande diferença entre os EUA terem posições imperialistas e de fato ser um império. Na Líbia quem deu as cartas não fora os EUA, mas sim a França.

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