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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sanções são último recurso da UE contra violência na Ucrânia

Se a situação na Ucrânia não fosse tão séria, uma pessoa poderia rir da ironia que produziu. No início deste mês, a diplomata americana Victoria Nuland ganhou notoriedade mundial instantânea quando uma gravação dela dizendo "Foda-se a UE" se tornou viral. Em um telefonema gravado para um colega, ela expressou sua esperança de que a União Europeia finalmente adotaria sanções contra o governo do presidente ucraniano Viktor Yanukovych.

A Europa ficou indignada. A revolta foi intensa. Mas agora, após os eventos de terça-feira (18) na Ucrânia, Nuland provavelmente terá o que queria.

As imagens da Praça da Independência em Kiev foram brutais demais para serem ignoradas. E com nenhum lado demonstrando disposição em ceder, a noite de quarta-feira pode apresentar ainda mais vítimas além das 25 pessoas que perderam suas vidas na terça-feira.

Na quinta-feira (13), os ministros das Relações Exteriores da União Europeia deverão se reunir em uma reunião arranjada às pressas em Bruxelas para determinar a extensão das penas que serão impostas à liderança política da Ucrânia. Segundo a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, os diplomatas dos países membros apresentaram a base para essas penas na quarta-feira. "Todas as opções possíveis serão exploradas", ela disse em uma declaração, "incluindo medidas restritivas contra os responsáveis pela repressão e violações de direitos humanos".

O que a UE pode fazer?
Poucas pessoas em Bruxelas duvidam que sanções de algum tipo serão impostas. Vários líderes europeus vieram a público na quarta-feira (19) exigindo penalidades, do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso. O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, que se encontraram em Paris na quarta-feira (19), também deram seu apoio a sanções direcionadas, repetindo uma declaração feita mais cedo na quarta-feira pelo ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.

Mas o que a UE realmente pode fazer? Parece provável que quaisquer sanções que forem aprovadas serão modestas. As mais prováveis são proibições de viagem à UE para o presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, e seus principais assessores, assim como o congelamento de quaisquer contas que possam ter no bloco europeu. Empresas específicas na Ucrânia também podem se ver colocadas em uma lista negra.

Uma porta-voz da Comissão Europeia enfatizou que sanções contra a oposição também seriam consideradas. Os ataques dela aos prédios do governo, ela notou, são igualmente inaceitáveis. Quaisquer penas acertadas seriam aplicadas já na sexta-feira.

Um novo porrete
Mesmo assim, permanece a dúvida dentro da UE quanto a eficácia das sanções. Os críticos reconhecem que Yanukovych basicamente eliminou qualquer esperança de uma solução política nos últimos dias e eles também entendem que penas poderiam demonstrar graficamente para os oligarcas ucranianos que há um preço a ser pago pelo apoio ao presidente.

"Mas há motivos para sanções não terem sido impostas antes", disse um alto diplomata da UE. Não apenas os vizinhos da Ucrânia temem uma escalada, mas muitos também acreditam que medidas direcionadas individualmente são fáceis de ser contornadas. Os críticos dizem que elas também limitam significativamente as chances de ocorrerem negociações frutíferas --mesmo que os eventos de terça-feira pareçam impossibilitar quaisquer negociações pelo futuro previsível.

O ex-chanceler alemão Gerhard Schröder compartilha essas preocupações. Sanções conseguem "pouco", ele disse à "Spíegel Online" na quarta-feira. Até mesmo Merkel estava no campo dos céticos antes de sua aparição com Hollande na quarta-feira, preferindo exercer pressão por meio de aparições públicas com os líderes da oposição.

Entretanto, agora parece que a UE não tem mais essa opção. Os manifestantes na Praça da Independência se tornaram da Europa até certo ponto, com muitos deles se enrolando em bandeiras da UE. Se os diplomatas europeus ficarem de lado sem fazer nada, seria uma declaração de impotência.

Na quinta-feira (13), o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski –cujo governo há muito apoia os esforços europeus para cortejar a Ucrânia– está viajando para Kiev em nome da UE. Ele será acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores alemão, Steinmeier, e pelo par francês deles, Laurent Fabius. A cenoura, na forma de ajuda da UE e acordos de parceria, já foi oferecida há algum tempo e a UE insistiu na quarta-feira que ainda é válida.

Agora, após os eventos da noite de terça-feira, o trio também levará um porrete.

2 comentários:

  1. O que aconteceu na Ucrânia foi uma forma de golpe de estado moderno, colocam manifestantes nas ruas como massa de manobra, e forçam a queda de um governo, ninguém acha estranho que muitos governos estão caindo assim? No passado geralmente caiam em golpes militares na maioria das vezes ou uma outra com suposta vontade popular, hoje caem com suposta vontade popular (a Ucrânia é um país de 46 milhões de habitantes, em momento algum a oposição conseguiu se quer colocar um milhão nas ruas, então não foi povo nenhum, e sim uma parte da população revoltada contra um governo, isso tem no mundo inteiro), aqui no Brasil mesmo, já viram quantos grupos encontramos no facebook que odeiam ao governo? Grupos com vários milhares de membros, isso por acaso seria o povo contra o governo daqui? E lógico que não. Em qualquer país do mundo, existem aqueles inimigos de um governo, seja ele bom, mais ou menos, péssimo sempre terá quem adora como terá quem odeia, ninguém é unanimidade. Na Ucrânia acontecia o mesmo, a oposição na cara dura negociava com a UE, que autoridade tem uma oposição para negociar com países estrangeiros sem ser vista como traidora do próprio país? Seria tolerado por acaso, um partido francês ou britânico ou alemão recorrer a China ou a Rússia para resolver algum problema interno de seu país? E lógico que não. Então na Ucrânia não teve nenhuma revolução como muitos erroneamente estão falando por ai, e sim um claro golpe de estado, aonde a UE venceu a disputa com a Rússia ou alguém tem dúvidas o que dará nas eleições carta marcadas de Maio? Agora o ex Presidente da Ucrânia, virou mais um dos vilões criados pela propaganda ocidental, e mais uma vez a Rússia se ferrou perdendo um aliado, a dúvida que fica é: porque a Rússia fala tanto se no final das contas não age? Qual foi a vitória russa, evitar uma guerra na Síria ao preço de Assad se livrar de suas armas mais poderosas? Isso pode ser chamado de vitória? A Rússia deveria rever seu papel ou age ou aceita ser mais um, o que fica ridículo para Rússia é frequentemente perder aliados entre os poucos que consegue, quando EUA e UE querem tomar da Rússia algum aliado, ou então ou a Rússia aceita um papel irrelevante, ou começa agir porque do jeito que andam ás coisas, ser ou não aliado da Rússia não quer dizer quase nada na prática.

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    1. Acredito que em breve chegará nossa vez. O palco já está armado. Estranho que o Brasil viveu época de hiper-inflação, desemprego altíssimo e a própria Saúde Pública e Educação estiveram piores também, ou ninguém lembra como era difícil entrar numa faculdade? Porém não se viam manifestações assim. Após o governo FHC as coisas começaram a se melhorar, mas não concordo com a posição subalterna do governo tucano aos americanos. O PT, que enfrenta timidamente os EUA (ao menos com discursos menos inflamados como Chávez e Maduro), tem atraído ataque da extrema esquerda e direita (esta conta com a grande mídia). Mas se um governo eleito por uma maioria pode ser destituído por uma minoria agressiva, não haverá mais estabilidade política nem econômica.
      Engraçado que só países sem influência americana entram em crise social!
      E quanto a nós, que queremos manter o processo democrático no nosso país , embora tumultuado, como podemos nos organizar para evitar um colapso como esse?

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