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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Le moral en berne de l'armée française / O exército francês com o moral em baixa

Acima um soldado francês do 1er régiment d'infanterie no Afeganistão 
O desfile do 14 de Julho, conduzido por soldados malineses, será um belo dia para o exército francês, assim como os anteriores. Mas, por trás da costumeira pompa, o moral dos militares se encontra em baixa. O sucesso da operação "Serval" no Mali, celebrado repetidamente pelos políticos, não conseguiu acalmar um clima tenso. A instituição mais uma vez está em reforma. O orçamento foi reduzido, sendo congelado em um valor de 31,4 bilhões para três anos. Grandes cortes de efetivos foram incluídos na lei de programação militar, que será apresentada no conselho de ministros no dia 2 de agosto.

O Ministério da Defesa iniciou a reforma duplamente pressionado: pelas restrições orçamentárias e pela estratégia nacional estabelecida pelo Livro Branco, publicado em abril. Mais uma vez os objetivos pareciam louváveis: garantir as operações militares, tornar a instituição mais eficaz, simplificando sua organização.

"O primeiro desafio é acabar com os problemas que costumam pesar sobre os funcionários dos exércitos", afirma o ministro da Defesa, Jean-Yvez Le Drian, em um documento interno. Na linha de mira está a usina de gás nascida na reforma anterior das "bases de defesa", lançada em 2008 como parte da revisão geral das políticas públicas (RGPP). Ninguém vê as vantagens disso. "O operacional funciona bem, mas o resto é uma bagunça. Não há nenhuma linha clara de responsabilidade, o sistema é maluco", resume o gabinete de Le Drian.

A enorme falha no programa de pagamentos dos militares, o Louvois, foi vista como algo revelador. "Ele havia sido considerado pouco robusto" e "difícil de usar" em 2010, e depois em 2012, e "mesmo assim nada aconteceu". A preocupação é com o fato de que os oficiais superiores locais perderam a credibilidade. Falando de forma exagerada, tornou-se impossível mandar pintar um alojamento, pois suas requisições se perdem.

Até o ano de 2019, serão eliminados 24 mil empregos civis e militares, além dos 54 mil (-17%) já cortados pela direita. O objetivo é preservar o máximo possível das unidades operacionais – bases e regimentos não devem perder mais de 8 mil empregos. Portanto, são a administração central (-2.400 postos), os serviços de apoio (-5.000 a -9.000), os estados-maiores regionais (-1.000), sobretudo, que contribuirão com a maior parte das reduções de postos. Mas a Defesa ainda não sabe com precisão quais são seus efetivos. E, embora eles estejam diminuindo, a massa salarial vem aumentando (+1 bilhão de euros entre 2009 e 2013 para 30 mil empregos a menos).

Então o ministério quer centralizar a gestão dos recursos humanos sob autoridade do secretário-geral para a administração, em detrimento dos "empregadores", ou seja, os estados-maiores. O mesmo vale para a direção financeira. Ou ainda o suporte – a limpeza, a alimentação, os uniformes etc. Quanto à manutenção dos equipamentos (um orçamento anual de 6,5 bilhões de euros), ela será também revista de cima a baixo com o objetivo de poupar nas compras de armamentos.

Cansados da "eterna reforma"
Os militares se sentem privados de prerrogativas. Eles dizem que estão cansados da "eterna reforma", considerando que os outros serviços do Estado não contribuem com o mesmo esforço. Muitos temem um exército de dois pesos e duas medidas, pela chamada "diferenciação" do Livro Branco: unidades eficientes, em alerta para todas as guerras, coabitarão com outras menos bem dotadas, e portanto menos atraentes para os jovens.

Já os oficiais veem seu horizonte se fechando. A proporção instrutor/aluno, que aumentou desde 2008, será reduzida. "O problema dos oficiais é que estão lhe pedindo para conduzirem a nova reforma ao mesmo tempo em que lhe prometem a guilhotina", observa um coronel.

"Estamos em uma profunda crise de moral", afirma o general Vincent Desportes, ex-diretor da Escola de Guerra. "O clima é de hostilidade entre os exércitos – cada um tentando tirar o seu - , reina o desentendimento entre os superiores e o gabinete do ministro, oficiais querem deixar a instituição, os soldados não confiam nos superiores." Para ele, "em um corpo social que não é autorizado a falar, isso é algo explosivo".

Alertas foram dados. "Os chefes militares vão se mostrar cada vez mais reticentes em acompanhar de forma leal reformas de contornos indecisos", declarou o general Elrick Irastorza, ex-chefe do exército, mencionando o Louvois no dia 25 de junho perante a comissão da Defesa da Assembleia Nacional. "Os exércitos são obedientes por natureza", ele acrescentou. "Não seria necessário que eles chegassem a perceber essa força como uma vulnerabilidade".

O descontentamento não é algo novo, relativiza Jean-Pierre Maulny, pesquisador no Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS), mas "quanto menor se torna o bolo, mais difícil fica". De acordo com ele, as tensões também são crescentes entre as forças operacionais e as indústrias. Os civis também. "Em um dado momento, será preciso parar de pensar que esse ministério tem um problema estrutural, ele simplesmente tem um problema de grana", afirma por sua vez um representante desses funcionários.

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