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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Caso envolvendo Cuba e Coreia do Norte é um alerta sobre a proliferação do tráfico de armas

A odisseia do Chong Chon Gang cheira a desespero. O cargueiro norte-coreano interceptado no Panamá com açúcar e antigo material bélico cubano a bordo é um sintoma do estado de asfixia em que se encontram os regimes envolvidos no obscuro episódio, segundo concordam especialistas do setor. Mas o caso faz parte de um florescente tráfico que aproveita o constante aumento dos volumes do comércio internacional e a escassez de meios de controle para contornar os embargos internacionais de armas. Um fluxo que alimenta regimes párias e guerrilhas em todos os cantos do mundo.

A operação descoberta no Panamá é atípica no "modus operandi" norte-coreano. "Claramente, não foi bem planejada. Tem uma aparência quase amadora", comenta em conversa por telefone Hugh Griffiths, chefe do Departamento de Combate ao Tráfico de Armas do Instituto Internacional de Estudos para a Paz (Sipri), de Estocolmo. O Chong Chon Gang já tinha sido interceptado anteriormente com uma carga de munições; e percorria uma rota mais que suspeita --de Cuba à Coreia do Norte. Era, portanto, um alvo elementar.

Normalmente, Pyongyang não assume riscos tão evidentes; procura que os carregamentos delicados façam escalas em grandes portos, de preferência chineses, e troquem de navio para que se perca sua pista.

"O tráfico marítimo ilegal é cada vez mais difícil de combater. O aumento do comércio global --o Sipri aponta que atualmente são transportados quase 500 milhões de contêineres por ano--, a redução de meios de controle devido à crise econômica em muitos países ocidentais e a desregulamentação do setor de comércio complicam as coisas", diz Griffiths.

Naturalmente, o transporte aéreo também é utilizado e o terrestre é muito fluido em zonas como o Sahel ou, por exemplo, nos corredores Sudão-Egito-Gaza e Síria-Líbano. A aviação israelense bombardeou pelo menos duas vezes o Sudão em 2009 para conter carregamentos de armas destinados ao Hamas. Posteriormente, a guerra da Líbia e o descontrole de seus arsenais produziu uma enchente de mercadoria em todo o norte da África.

O que aconteceu então com o Chong Chon Gang? Foi a iniciativa individual de algum traficante norte-coreano imprudente?

"O regime norte-coreano não é mais tão monolítico quanto foi até duas décadas atrás. Entretanto, não creio que uma operação que envolva aviões Mig e foguetes possa ter sido realizada sem algum tipo de aprovação do regime", comenta por telefone Aidan Foster-Carter, especialista em Coreia do Norte. "O caso deixa entrever o desejo desesperado de Pyongyang de superar seu isolamento, tecendo de qualquer maneira uma relação com um regime como o cubano, com o qual, embora não haja uma verdadeira amizade, pelo menos há um diálogo", diz.

James Hardy, analista especializado em Ásia-Pacífico da revista "Jane's Defense", indica que as características do material apreendido permitem excluir que o mesmo se destinasse a alimentar o programa de mísseis e nuclear norte-coreano. Hardy observa que talvez Pyongyang pudesse ter um interesse próprio nos dois Mig-21 que o Chong Chon Gang transportava. Mas, em todo caso, se for confirmado que no cargueiro só havia o material até agora divulgado, não parece um carregamento com grande valor estratégico.

"Realmente, tem o aspecto de um truque. Algumas toneladas de açúcar, produto de que a Coreia do Norte carece, em troca de uma revisão de material militar", diz Griffiths. Talvez um sintoma de que as sanções, reforçadas depois dos recentes testes balísticos e nucleares de Pyongyang, estão tendo um duro efeito.

Mesmo assim, a capacidade proliferadora da Coreia do Norte é um temível ativo. O incipiente reator nuclear bombardeado, também pela aviação israelense, em 2007, na localidade síria de Al Kibar, tinha as mesmas proporções do norte-coreano de Yongbyon. O Chong Chon Gang fez escala em 2009 na cidade costeira síria de Tartus, segundo Griffiths.

Os telegramas da diplomacia americana vazados pelo WikiLeaks ilustram a enorme atenção que Washington dá a esse capilar tráfico subterrâneo. Através do programa Blue Lantern, o Departamento de Estado tenta interceptar transportes suspeitos em todos os lugares. O eixo Coreia do Norte-Irã-Damasco é o que desperta maior preocupação. Mas o fluxo é mundial. A ONU mantém ativos uma dezena de embargos de armas contra países e grupos guerrilheiros ou terroristas.

2 comentários:

  1. Só queria q o BRASIL tivesse a capacidade de fazer esses tipo de contrabando de motor de missil p cortar etapas e ver o VLS, o amarrado, sair do chão. Ofoguete de hj é o missil de amanhã...Sds.

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  2. TUDO FARINHA DO MESMO SACO: VENEZUELA, CORÉIA DO NORTE, CUBA E O PT. A CORÉIA DO NORTE TENTANDO FAZER UMA BOMBA NUCLEAR PARA MATAR MILHÕES DE INOCENTES, CUBA AJUDANDO E O PT FINANCIANDO COM DINHEIRO PÚBLICO A DITADURA CUBANA. A DITADURA EM CUBA E NA VENEZUELA JÁ NÃO MATOU O NÚMERO SUFICIENTE DE PESSOAS INOCENTES? PRECISAM MAIS? E O PT Q SE ELEGEU COM UM DISCURSO HIPÓCRITA FALANDO EM DEMOCRACIA, MAS APOIA ESSAS DITADURAS, TENTA IMPLANTAR UMA AQUI E DESGOVERNA DE FORMA AUTORITÁRIA.

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