Diante de Obama, premiê Binyamin Netanyahu defende "direito soberano" do país de "tomar suas próprias decisões"
Americano reitera seu apoio a Israel, porém sugere via diplomática para conter programa atômico iraniano
Foto de setembro de 2011 mostra encontro entre Obama e premiê de Israel, Benjamin Netanyahu (D), que defende direito de se defender contra o Irã |
"No que diz respeito à segurança, Israel tem o direito, o direito soberano de tomar suas próprias decisões", disparou o premiê, mesmo depois de ter ouvido Obama repetir que ainda "há uma janela para uma solução diplomática" [da pendência com o Irã em torno do programa nuclear do país].
Netanyahu foi ainda mais claro no momento seguinte de sua fala, ao afirmar que sua responsabilidade "suprema" como primeiro-ministro é "assegurar que Israel permaneça senhor de seu destino".
Antes da reunião, Obama havia dito saber que tanto ele quanto Netanyahu preferem "resolver isso diplomaticamente. Quero assegurar os povos americano e israelense de que nós estamos em constante e próxima consulta".
O discurso do primeiro-ministro israelense, em pleno Salão Oval da Casa Branca, é a manifestação mais incisiva, até agora, de que Israel, o mais íntimo aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio, talvez no mundo, não delega ao parceiro decisões que considere necessárias para espantar o risco existencial que o Estado judeu vê na posse pelo Irã da bomba atômica.
A maior parte dos analistas internacionais acredita que o governo israelense está se preparando para um ataque ao Irã, para brecar o programa nuclear, mas acha também que não agiria sem o aval norte-americano.
É essa perspectiva que o discurso de Netanyahu machuca seriamente.
Ainda mais que foi feito depois de Obama reafirmar que é "profundamente do interesse dos EUA evitar que Irã obtenha uma arma nuclear".
"Não queremos ver uma corrida às armas nucleares em uma das regiões mais voláteis do mundo. Não queremos a chance de uma arma nuclear cair nas mãos de terroristas. E não queremos que um regime que tem sido patrocinador de terrorismo possa sentir que pode agir ainda mais agressivamente ou com impunidade como consequência de seu poder nuclear."
Obama reiterou ainda que "todas as opções estão sobre a mesa", o que significa que a opção militar não pode ser descartada. Acontece que, para o presidente, ainda é hora da diplomacia, acompanhada de sanções. Para Netanyahu, essa janela já se fechou e Israel se diz pronto para defender o "próprio propósito do Estado judeu, o de restaurar para o povo judeu o controle sobre seu destino".
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