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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Brasil se arma contra guerra virtual e cria centro de defesa


A internet virou assunto de segurança nacional no Brasil. Depois dos Estados Unidos e Alemanha, o país segue a tendência mundial e se prepara para dar vida ao Centro de Defesa Cibernética, que será administrado pelo Exército. Previsto inicialmente para entrar em operação no fim de 2011, a data da inauguração, no entanto, não foi confirmada pelo Ministério da Defesa. Ao que tudo indica, as informações nesse setor são tratadas com o mesmo sigilo que operações militares.

O Brasil quer reunir recursos humanos de excelência para ter armas para lutar numa eventual guerra cibernética. "O governo quer criar uma rede nacional de excelência, integrando iniciativas das universidades, empresas e centros de pesquisa", explica Kalinka Castelo Branco, especialista em segurança na internet da Universidade de São Paulo, USP, uma das parceiras do futuro Centro.

O quão grande é essa ameaça cibernética, a ponto de levar os governos a se equiparem? "Se seu computador, tablet, ou outro equipamento está conectado à internet, existe a possibilidade de um ataque virtual", resume Ascold Szymanskyj, vice-presidente para a América Latina da empresa especializada em segurança digital F-Secure. E os crackers, definição atualizada de hackers com intenções criminosas, estão prontos para tirar proveito das redes menos protegidas. "Quando esses criminosos detectam que um setor é mais vulnerável, é lá que vão atacar", analisa Szymanskyj.

O governo brasileiro coleciona ataques maliciosos a arquivos secretos: em junho último, o banco de dados do Exército foi invadido e links no Twitter com dados pessoais de quase mil funcionários das Forças Armadas foram divulgados. Outros sites, como o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, também já foram atacados.


Criatividade e crime
Dentro das estatísticas geradas pelo mundo online, o Brasil ocupa uma posição nada honrosa: é um dos maiores produtores de vírus e spams, juntamente com alguns países do Leste Europeu. "Já há alguns anos temos essa triste classificação no mundo", afirma Szymanskyj. Para a empresa especializada em segurança digital, fundada na Finlândia, alguns comportamentos explicam essa "liderança" ao avesso. "O fato de o brasileiro estar muitas horas conectado influencia. E isso leva a um segundo passo, que é se utilizar da internet para aplicar golpes", complementa Szymanskvj, lembrando que a criatividade da população também é manifestada na criação de vírus virtuais.

Estima-se que, só em 2010, crimes cibernéticos no Brasil geraram custos de R$ 104,8 bilhões. Um estudo da empresa Norton feito em 24 países publicado recentemente mostrou que 80% dos entrevistados no Brasil já foram vítimas de golpe online, analisou o especialista em segurança virtual Adam Palmer. Kalika Castelo Branco aponta que a principal meta do Centro será proteger as informações porque prever os ataques é praticamente impossível. Isso quer dizer, por exemplo, fazer mais uso da criptografia. Além de reunir e avaliar informações, o serviço criado pelo governo vai tratar incidentes e simular ataques numa eventual guerra cibernética.

Corrida de gato e rato
A diferença no nível de proteção, segundo a F-Secure, está no que cada país pode aplicar em tecnologia. Segundo especialistas em segurança digital, o Brasil se classifica numa situação de risco alto: é uma economia emergente, existe a preocupação em aumentar a proteção cibernética, mas também existe vulnerabilidade. E os crackers aproveitam isso. "A ideia é que o Brasil esteja preparado para ações maiores como a Copa e as Olimpíadas, que a gente tenha uma rede nacional segura, para que o país não esteja tão exposto", avalia Castelo Branco sobre a importância do Centro de Defesa Cibernética.

A decisão brasileira de aumentar a vigilância online foi saudada. "O terrorismo pode se utilizar dessas invasões. E o governo precisa se preparar, porque essa é uma ameaça muito silenciosa e os perigos são imensos, principalmente porque toda a sociedade é dependente da internet", conclui Szymanskyj. Para Castelo Branco, a era da guerra cibernética já começou. "Todas as informações, sejam privilegiadas ou não, trafegam pela rede. Qualquer um pode pegar esses dados e fazer qualquer uso deles são desde sites de pornografia até sites com confecção de bombas. Pode não ter ainda um país atacando o outro, mas as informações estão lá."

Um comentário:

  1. Já que o plano cibernético têm sido intento de incorporação à medidas de segurança nacional, e que o Brasil, por ventura, têm sido ranqueado como um dos maiores produtores de vírus, spams e outras pragas virtuais, provando que, apesar de usarem a informática para atos criminosos, existem brasileiros que teoricamente, poderiam aperfeiçoar a defesa contra a guerra cibernética, porque não então, chegar a esses crackers, hackers e persuadi-los a trabalharem a favor do Estado e não da criminalidade?

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