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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Superar o 11 de Setembro significa reduzir as cerimônias, dizem alguns americanos

Bandeira americana e uma flor em placa do memorial para as vítimas do ataque de 11 de Setembro, em Nova York, nos Estados Unidos

Os minutos de silêncio. Os interlúdios musicais. Os guardas de honra dos policiais e bombeiros, colegas daqueles que morreram resgatando outros em 11 de setembro de 2001. E a leitura dos nomes, quer seja para homenagear as três vítimas de Nutley, Nova Jersey, ou as quase 3.000 pessoas do mundo inteiro que morreram nos ataques.

Por todo o país, os elementos de uma cerimônia em memória do aniversário de 11 de Setembro se tornaram familiares, desde onde ficava o World Trade Center em Manhattan até o campo na Pennsylvania onde o voo 93 da United colidiu, até dezenas de cidades em Nova Jersey com vizinhos a homenagear. Depois de as cerimônias terem atingido uma espécie de ápice no 10º aniversário no ano passado, uma série de comunidades decidiu reduzir as homenagens - incentivadas, dizem elas, por uma sensação crescente de que pode ter chegado a hora de seguir em frente.

Quase toda cerimônia foi menor este ano, até no epicentro dos ataques. Numa iniciativa que atraiu alguma controvérsia, o prefeito Michael R. Bloomberg retirou da cerimônia de Nova York os presidentes, governadores e outros políticos que no passado liam trechos literários ou religiosos. Em vez de Yo-Yo Ma, James Taylor e Pal Simon, tocadores de gaita de fole e um coro jovem foram responsáveis pela música.

A Catedral Nacional em Washington recebeu o presidente George W. Bush, o arcebispo Desmond Tutu e o Dalai Lama para orações nos dois anos seguintes aos ataques e em 2011 realizou uma homenagem de três dias com o presidente Barack Obama. Este ano, ela simplesmente ofereceu orações durante as missas agendadas na última terça-feira.

"A missão da catedral é servir ao papel espiritual do país, e parte desse papel é ajudar o país a se curar e deixar a tragédia para trás", disse Richard M. Weinberg, porta-voz da catedral, fazendo eco a uma declaração do reverendo Francis Wade, deão interino da catedral. "Acho que é justo dizer que 11 anos mais tarde, todos nós sentimos que ainda é importante celebrar a data, mas fazer isso de uma forma talvez menos evidente, menos sombria - fazer isso de forma madura e olhar adiante."

Em Nova Jersey, que perdeu quase 700 moradores, pelo menos duas comunidades decidiram não realizar seus programas memoriais anuais este ano. Ambas apresentaram as decisões com cuidado à comunidade, reconhecendo que o aniversário ainda é um tópico delicado para muitos.

Em Montclair, Nova Jersey, os moradores se reuniam na Watchung Plaza todo setembro desde 2001 para ouvir funcionários e parentes das nove vítimas da cidade falarem. Este ano, os funcionários decidiram fazer uma cerimônia menor na prefeitura, com a tradicional leitura dos nomes e uma gaita de fole.

"É triste, porque você quer que todos lembrem, mas eu entendo que a vida continua", disse Kate Pruim, moradora de Montclair cujo marido, David L. Pruim, vice-presidente sênior da Aon Corporation, morreu no World Trade Center.

Pela primeira vez desde 2002, Glen Rock, Nova Jersey, onde 11 moradores morreram, não realizou uma cerimônia formal. Em vez disso, membros do Conselho de Assistência e Doação de Glen Rock, que construiu o memorial do 11 de Setembro da cidade e organiza a cerimônia anual, declararam a terça-feira como um dia para a reflexão pessoal e privada - um "dia de memória", disse Diane Hirschberg, uma das integrantes do conselho.

Com o turbilhão de memoriais e cobertura da mídia do ano passado, os integrantes disseram que o 10º aniversário desencadeou uma fatiga emocional - mesmo entre as famílias dos mortos, que concordaram com o conselho de que a data deveria ser observada de forma mais pessoal.

"Nós fizemos uma espécie de clímax emocional no ano passado", disse Brad Jordan, presidente do conselho, que contou que ele e outros integrantes sofreram com a decisão. "Estávamos adquirindo uma sensação distinta de que eles estavam saindo da necessidade de continuar a institucionalizar a homenagem à perda."

Ele disse que depois de medir o clima da comunidade, a mudança para uma cerimônia mais pessoal foi necessária.

Mesmo onde as cerimônias anuais continuam praticamente iguais, os organizadores estão ansiosos pelo dia em que o aniversário poderá ser celebrado de forma mais silenciosa.

Em Boston, onde o prefeito e o governador patrocinaram uma comemoração anual em homenagem às 206 vítimas com ligações em Massachusetts, os responsáveis consideraram cortar os eventos do aniversário nos próximos anos. A cerimônia atraiu parentes de cerca de 50 das 206 vítimas nos últimos anos, e os organizadores estão esperando para ver se as famílias continuarão participando, disse John H. Curtis, vice-presidente do quadro de diretores do Fundo Massachusetts 9/11, que organiza a cerimônia.

"É uma boa questão e uma que discutimos mais de uma vez", disse Curtis. "Mas se os familiares continuarem a aparecer e continuarem vendo valor na cerimônia, continuaremos fazendo."

"Com certeza daqui a 50 anos aposto que não haverá o mesmo tipo de evento que temos agora", ele acrescentou.

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