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terça-feira, 5 de março de 2013

Grupos laicos e islamitas exigem reformas na Jordânia, mas país resiste à Primavera Árabe

Jordanianos protestam contra o regime de Abdullah II

A monarquia jordaniana venceu uma batalha, mas ainda lhe resta uma longa guerra pela frente. Até hoje, apesar de seus protestos, a oposição não conseguiu acuar o regime como aconteceu no Egito e no Iêmen. Os protestos, que têm ocorrido toda sexta-feira, não atraem multidões. Uma mistura de grupos laicos com islamitas, inspirados na primavera árabe, pede por reformas. A monarquia ofereceu algumas, modestas. E os cidadãos ainda resistem às revoltas, vendo com receio a violência que consome a Síria e a instabilidade vivida pelo Egito depois que a Irmandade Muçulmana ascendeu ao poder.

A oposição islâmica voltou às ruas na sexta-feira. Ela esteve ausente dos protestos durante um mês, depois da derrota nas legislativas do dia 23 de janeiro. A Frente de Ação Islâmica, o braço político da Irmandade Muçulmana na Jordânia, havia pedido um boicote aos comícios, como protesto. Mas a participação, de 56%, acabou ficando quatro pontos acima da manifestação de 2010. O rei Abdullah 2 disse que agora consultará o novo Parlamento para formar o Executivo.

"Embora consideremos que as mudanças não são suficientes, temos outras opções. Temos colégios e mesquitas, nossa existência nas ruas da Jordânia. Continuaremos pedindo por mudanças de forma pacífica", garante Ali Abu Sukar, da Frente de Ação Islâmica. "Não queremos acabar com o regime. Queremos reformá-lo. E o Egito pode ser um modelo, mas o Marrocos é o país no qual estamos de olho".

Abdullah 2 procurou caminhos para conter a oposição. Na abertura da nova legislatura, no dia 10 de fevereiro, disse que "o governo deveria tomar a iniciativa e lançar uma revolução branca". A ideia seria um Executivo de tecnocratas que renove as instituições, para chegar a uma democracia parlamentar plena. Em novembro, o fim dos subsídios para a gasolina e outros bens básicos reacendeu os protestos. Houve tumultos, e alguns manifestantes chegaram a pedir pelo fim da monarquia, algo pouco comum na Jordânia.

"As mudanças do rei são cosméticas", opina Mothanna Gharaibeh, ativista da secular Corrente Progressista Nacional. "Mas a verdade é que a monarquia venceu esta batalha. Ela isolou a oposição nas ruas. A ausência de grandes multidões é uma vitória, pois a monarquia tem medo dessas multidões. Na oposição devemos ter em mente que perdemos essa batalha e devemos buscar novos caminhos".

Gharaibeh participou da primeira grande manifestação contra o governo. Foi no dia 24 de março de 2011, quando milhares de pessoas tomaram as ruas em Amã. A polícia investiu contra elas. Mothanna tem uma cicatriz de 10 pontos na cabeça por causa dos golpes que levou na época. Uma pessoa morreu. Até o momento, os protestos na Jordânia têm um saldo de duas únicas mortes.

Há quem acredite que se a monarquia continuar no mesmo caminho de reformas tímidas, a Jordânia passará por revoltas violentas. "Não virão por motivos políticos, mas sim econômicos. Pela pobreza, pelo custo de vida, pelo preço da moradia", opina Jaled Kalaldeh, líder opositor veterano e ex-secretário-geral do Movimento Social de Esquerda. "Um motivo para que essa luta esteja demorando para chegar é que os cidadãos perceberam o que aconteceu nos países que completaram as reformas, como o Egito e o Iêmen, onde o islamismo mostrou sua faceta mais feia".

A monarquia vai avançando aos poucos, com mudanças discretas. Ela criou, por exemplo, um Tribunal Constitucional. Mas a insatisfação não se dissipou. O desemprego é de 13%. O déficit público, de 2,2 bilhões de euros. E já chegaram 395 mil refugiados da Síria, mão de obra barata que provoca receios entre os jordanianos. Os protestos continuarão às sextas-feiras. E a oposição concorda que se o regime quiser evitar uma revolta, deverá fazer algo mais além de ganhar tempo.

Um comentário:

  1. São dois(2) os reizecos q vão se ferrar : o da Jordânia e da A.Saudita...ainda q demore. Quem viver verá.sds.

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