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quinta-feira, 28 de março de 2013

Retirada francesa faz crescer temor no Mali

Tropas francesas no Mali

Com a França planejando iniciar a retirada de suas tropas do Mali em abril, autoridades ocidentais e africanas temem que os soldados africanos que devem levar adiante a campanha contra militantes ligados à Al Qaeda no país não tenham treinamento e equipamentos adequados para a tarefa.

Os combates mais pesados, que expulsaram os militantes das cidades e vilas do nordeste do Mali, foram travados por forças francesas e chadianas, mais ou menos sozinhas. Essas forças estão fazendo patrulhas no norte do país, enquanto tropas enviadas por outros aliados regionais do Mali, incluindo a Nigéria e o Senegal, têm demorado a chegar e se concentrado na manutenção da paz, fato que provocou queixas do presidente do Chade, Idriss Déby Itno.

O resultado dos combates no Mali terá consequências importantes não apenas para a França, mas também para os Estados Unidos. Teme-se que a Al Qaeda no Magreb Islâmico e outros grupos militantes possam conservar um reduto duradouro nas montanhas remotas do deserto malinês.

Para ajudar as forças francesas, os EUA iniciaram em fevereiro voos de drones (aviões não tripulados) de vigilância sobre a região. A administração Obama gastou mais de US$ 550 milhões em quatro anos para ajudar a treinar e equipar Exércitos da África ocidental para combater militantes. Mas críticos dizem que os resultados são parcos.

Para o general francês François Lecointre, que comanda o esforço de treino do Exército malinês, converter esse Exército numa força coesa e eficaz exigiria "um trabalho imenso".

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve decidir em breve se autoriza o envio de uma força de manutenção da paz ao Mali.

"Há a possibilidade dessas tropas irem ao Mali", disse o tenente-coronel M. Dieye, do Senegal, comandante de um pelotão de soldados de forças especiais que participaram de um exercício recente liderado pelos EUA na Mauritânia. Seu país e outros que participaram do exercício, como o Chade, o Níger, Burkina Fasso e a Nigéria, enviaram tropas ao Mali. "Agora trabalhamos em conjunto com outras tropas africanas, como faremos se formos ao Mali."

A operação liderada pela França no Mali matou dezenas de militantes e destruiu muitos depósitos de armas. A França declarou que não retirará suas forças do país enquanto a ameaça dos militantes não diminuir.

Mesmo assim, alguns líderes ocidentais dizem que as tropas africanas no Mali vão enfrentar guerrilheiros com grande experiência nos combates no deserto.

"Nenhum treinamento ou exercício que seja feito nos próximos meses ou semanas será o bastante para preparar forças africanas para seu novo papel no Mali", opinou Benjamin P. Nickels, especialista em contraterrorismo no Centro de Estudos Estratégicos da África da Universidade Nacional de Defesa, em Washington. "Será preciso um engajamento permanente."

A França já adiou sua retirada em pelo menos um mês, em meio a combates acirrados contra um grande reduto militante. Participaram dessa batalha 1.200 soldados franceses que, ao lado de 800 do Chade, focaram seus esforços sobre uma zona de 24 quilômetros nas Adrar des Ifoghas, as montanhas rochosas e áridas próximas da fronteira malinesa com a Argélia.

Diplomatas consideram provável que a França conserve uma pequena força de contraterrorismo no Mali depois de retirar a maior parte de seus 4.000 soldados do país. A maior parte das tarefas de manutenção da paz será confiada a tropas africanas, com a probabilidade crescente de que elas operem sob mandato da ONU.

Alguns diplomatas estão sugerindo que as Nações Unidas aprovem uma força de resposta rápida, fortemente armada e de até 10 mil soldados, para afastar qualquer ameaça islamita ressurgente no Mali. O Chade, que tem 2.200 soldados no Mali, provavelmente seria responsável pela parte principal de qualquer missão de paz.

O Exército do Mali, que, no início do ano passado, derrubou o governo civil do país, "é extremamente mal equipado", segundo o general Lecointre, que a partir de 2 de abril vai liderar a missão da União Europeia para retreinar as tropas malinesas. "É o Exército de um país muito pobre."

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