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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

China e França preparam comemoração de cinquentenário do reconhecimento da China por De Gaulle

M. Kong Quan, embaixador da China na França 

"O General tinha um cozinheiro?", "Que tipo de pratos ele apreciava?", "Quantos membros tinha a família De Gaulle?". Na segunda-feira (28), na sala de jantar de La Boisserie, diante da lareira coberta de azulejos de Delft, Kong Quan, embaixador da China, parece dispor de uma inesgotável reserva de perguntas para Yves de Gaulle. O neto do estadista responde a elas com prazer durante essa visita íntima à residência de Colombey-les-Deus-Eglises (Haute-Marne).

Em janeiro de 2014, os dois países celebrarão o 50º aniversário do reconhecimento da China popular pelo general De Gaulle – primeiro chefe de Estado ocidental a realizar esse gesto diplomático. "E comemoraremos com grande pompa", garante ao "Le Monde" o embaixador. Esse 49º aniversário organizado pela Fundação Charles-de-Gaulle é a promessa disso.

Para escrever, em chinês, no livro de visitantes, Kong Quan se senta na escrivaninha do general, em um cômodo hexagonal que dá para o jardim coberto de bruma. As máscaras africanas na entrada, o cubículo sob a escada destinado ao único telefone da casa, a biblioteca, as fotos, não falta nada. Em 2012, o diplomata visitou a casa onde De Gaulle nasceu, no número 9 da Rue Princesse, em Lille.

Kong Quan realiza seu percurso com convicção: flores sobre o túmulo, visita ao memorial, hinos nacionais diante da imensa cruz de Lorena sobre a colina. O reconhecimento de 1964, lembra o diplomata, parecia impossível "para aqueles que estavam imersos na guerra fria. Mas esse gesto deu forma ao tabuleiro mundial. Um gesto visionário da parte de Mao e de De Gaulle".

E qual seria o programa para os próximos anos? Um mundo onde a parceria franco-chinesa seria reforçada por um benefício mútuo, a prosperidade compartilhada, e onde as duas potências trabalhariam pela estabilidade mundial...

"É passado"
Bernard Accoyer, "seu amigo" desde que ele se recusou a içar a bandeira tibetana sobre a Assembleia Nacional, quando era presidente, conta ter cultivado relações com o Parlamento chinês. "O problema não é a diferença total de nossos regimes políticos", explica o deputado de Alta-Saboia. "Há exigências que devem transcender essas diferenças".

O outro convidado do dia, Jean-Pierre Chevènement, que considera De Gaulle "o maior estadista do século 20", conhece há muito tempo o embaixador, ex-aluno do ENA. "A inserção da China no mundo do século 21 é fundamental. É uma garantia de paz e de equilíbrio", enfatiza o senador de Belfort.

Em off, Kong Quan ressalta o quanto a memória do General ainda está viva em seu país, ainda que isso não valha para toda a população. As tensões com o ex-presidente, Nicolas Sarkozy, antes dos Jogos Olímpicos de 2008, "são coisa do passado", ele jura, antes de se mostrar "extremamente tocado pelo fato de ter sido recebido por François Hollande no dia seguinte à sua eleição".

Indagado se o futuro presidente chinês, Xi Jinping, visitaria a França na ocasião do 50º aniversário de 1964, Kong Quan respondeu: "E por que não antes?"

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