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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

El País: Diante de uma juventude descrente, Fidel transforma cadete em ícone de castrismo

Elián Gonzáles, 6, sendo segurado por Donato Dalrymple, um dos pescadores que o salvaram do naufrágio, é retirado a força por um agente do Serviço de Imigração dos EUA do armário em que estava escondido, em Miami (EUA)

A imagem deu a volta ao mundo: agentes aparelhados como que para aniquilar extraterrestres apontam para um homem escondido em um armário, com um menino aterrorizado em seus braços. Era o amanhecer de 22 de abril de 2000. Aquela foto, ganhadora do prêmio Pulitzer, fixou o desenlace exagerado de uma história que havia começado seis meses antes, quando Elizabeth Brotons embarcou com seu filho Elián, de 6 anos, em um precário bote de alumínio para fugir de sua Cuba natal, rumo à Flórida. Um temporal pôs fim a seus sonhos. Antes de se afogar, a mãe colocou Elián em uma câmara de pneu. Foi como o encontraram dois pescadores americanos. O menino estava à deriva havia dois dias, protegido por alguns golfinhos. Era 25 de novembro, Dia de Ação de Graças. Falou-se em um milagre.

Elián foi entregue a seu tio-avô paterno, Lázaro González, que vivia em Miami. De Cuba, Juan Miguel, sobrinho de Lázaro e pai de Elián, reclamou o menino, que fora tirado da ilha sem sua autorização. Seus parentes alegavam a vontade da mãe. O que deveria ter-se resolvido em família se transformou em uma encarniçada batalha política entre Havana e Miami.

Fidel Castro fez do "balserito" [de "balseros", os cubanos que pegavam balsas improvisadas para fugir da ilha] o novo símbolo de sua luta contra o império (apesar de o governo de Bill Clinton apoiar a repatriação do menino) e pôs os cubanos a desfilar em manifestações incessantes. O exílio anticastrista montou guarda diante da casa dos González. O assunto foi resolvido com uma sentença judicial a favor do pai e o conseguinte "resgate" pelos militares. Em 21 de junho de 2000, o pequeno aterrissava em Havana. Fidel o exibiu como "o orgulho" de Cuba.

Hoje com 18 anos, ele é um jovem aprumado, de gestos sérios, decidido a dar a vida pela revolução. É cadete na Escola Militar Camilo Cienfuegos e membro destacado da União de Jovens Comunistas. O próprio Fidel Castro lhe entregou a carteirinha quando completou 14 anos.

Elián mora com seu pai, Juan Miguel, sua madrasta e dois irmãos pequenos em sua cidade natal, Cárdenas, a 150 quilômetros de Havana. A vida familiar deu uma virada radical. Juan Miguel deixou seu trabalho de garçom para ocupar um lugar na Assembleia do Poder Popular, o Parlamento cubano. Mudaram-se para uma casa mais afastada, com portão e vigilância. Segundo o jornalista cubano Iván García, "Elián vive em uma bolha", rodeado de agentes de segurança. Para falar com ele é necessária uma autorização.

Todo cuidado é pouco para proteger o herói e exemplo da juventude cubana. Quando Elián estava em Miami, Fidel acusou a "máfia" do exílio de lavar o cérebro do menino. "Não vamos fazer nenhuma dessas porcarias", disse Fidel. "Destruir a mente de um menino, mudando-a totalmente para fins vergonhosos de propaganda, é pior que a morte física." O "Comandante" se empenhou para neutralizar as sequelas nocivas que a passagem por Miami poderia ter deixado no garoto.

Até seu afastamento por motivos de saúde em 2006, Fidel Castro participou de alguns aniversários de "Eliansito" em Cárdenas e apareceu com o menino e seu pai em desfiles e comemorações. Aos 11 anos, o pequeno pronunciou um discurso na Tribuna Anti-imperialista de Havana. Aos 14 recebeu a famosa carteira das juventudes comunistas. Aos 15 se incorporou à chamada Batalha de Ideias, uma campanha de reafirmação revolucionária lançada por Castro quando Elián estava em Miami. Ao completar 16, coincidindo com o décimo aniversário de seu retorno, ingressou na Escola Militar. "Uma década depois de ter sido o joguete dos inimigos da revolução", escreveu então o jornal "Juventud Rebelde", "o vemos vestido de verde-oliva, preparando-se como oficial das Forças Armadas Revolucionárias". Houve missa de celebração em Havana, à qual assistiu Raúl Castro, já presidente. E em dezembro passado, quando completou 18 anos, Elián desfilou mais uma vez para exigir o regresso de cinco espiões cubanos condenados nos EUA.

Parece que Fidel Castro pode respirar tranquilo. Elián assumiu seu papel de modo exemplar, segundo suas declarações. Uma amostra: "Estou orgulhoso de poder dar uma contribuição à revolução"; "o papel da juventude é estar na vanguarda revolucionária"; "nosso comandante Fidel Castro é o máximo para nossa história, o povo somente de vê-lo retoma sua fé, suas esperanças e se sente feliz"... Nem sequer quando fala de suas diversões ele sai do roteiro: pratica caratê, gosta de nadar, de praia e sentar-se no parque, "como um jovem a mais desta revolução".

A influência que "Eliansito" possa ter em uma juventude saturada de ditadura é bastante duvidosa. Mas daquele episódio de 12 anos atrás ficaram duas marcas perenes na vida cubana. Por um lado, a Tribuna Anti-imperialista, construída em Havana diante da Seção de Interesses Americanos, para reclamar a devolução de Elián. "Aqueles meses foram um inferno", lembra Carmen, que de sua varanda vê os arcos de aço da praça. "Marchas, discursos, gritos por megafone. Uma loucura." O outro que ficou é a Mesa Redonda, um programa de doutrina que ocupa as noites da televisão.

A agradável Cárdenas, transformada em berço de um herói, também tem sua lembrança. O quartel de bombeiros abriga hoje o Museu da Batalha de Ideias, presidido por uma estátua de Elián com o punho erguido.

Não é o único lugar dedicado ao "balserito". O tempo parou no número 2319 da rua Segunda da Pequena Havana, a casa que abrigou Elián em Miami. O dormitório está intacto, com seus brinquedos, os bonecos Power Rangers, o uniforme da escola e o quimono de caratê. Na entrada, o pneu em que ele sobreviveu. No jardim, um retrato de sua mãe, diluída para sempre nessa história.

Delfín González, tio-avô de Elián, cuida do lugar. Seu irmão Lázaro deixou a casa. Nada, tampouco, voltou a ser igual para o ramo familiar do exílio. Esgotado, Lázaro, mecânico de profissão, mudou-se em busca de um pouco de paz. Sua filha Marisleysis, que com 21 anos serviu de "mãe adotiva" de Elián, se casou, tem uma filha e administra um cabeleireiro. E Donato Dalrymple, o pescador que o resgatou do mar (e que é o homem imortalizado na foto com ele nos braços, sob a mira do fuzil do agente da imigração), pendurou em sua sala um quadro do menino cercado de golfinhos.

A família não pôde contatar o jovem, mas seus parentes em Cárdenas os mantêm informados. Em uma ocasião Elián se referiu a eles para dizer: "Embora não tenham nos apoiado em tudo, não guardo rancor deles". A família se dividiu "por culpa de Fidel", dizem em Miami. E têm certeza de que se tivessem podido agir livremente Elián e seu pai teriam ficado com eles.

Como seria sua vida se tivesse ficado nos EUA?, perguntaram uma vez para Elián em uma dessas entrevistas autorizadas. "Como os interesses do império são monopolizar o mundo, desenvolver indústrias, obter capital, talvez pudesse ter muito dinheiro. Ou talvez não. Poderia ser manipulado como um brinquedo (...) quem sabe o que poderia fazer o império com o fim de continuar com suas patranhas. Me usariam como uma figura política para me manipular a seu modo."

Sabe-se que Elián visita com frequência um aquário de golfinhos perto de sua cidade. Talvez os golfinhos sejam a ligação mais íntima com aquela aventura dramática e extraordinária que mudou sua vida. Uma vida que até agora todo mundo decidiu por ele.

5 comentários:

  1. não é verdade, ele é comunista porque quer, e ele é um homem agora, não mais uma criança, tem opositores do regime fazendo greve de fome, estes são opositores, cuba investiu nele como prioridade? sim, mas ele same que toda criança cubana tem acesso a cuidados, alimentação, educação, saúde, públicos e gratuitos, que todo jovem cubano tem acesso a universidade e emprego, no brasil existem dezenas de milhares de crianças obrigadas a se prostituir, em trabalho escravo, nas ruas, ou em escolas pessimas com professores que trablham de graça e não ensinam quase nada, vão pra escola pra comer, saude(principalmente odontologia), segurança, lazer horriveis pras crianças brasileiras, todo deputado de direita no brasil tem uma fazendo no nordeste com algum tipo de trabalho escravo e prostituição infantil, Elian Gonzales sabe disso, ele também sabe assim todo dota pessoa descente e honesta, de que para compararmos a qualidade de vida da população(povo brasileiro, um povo pobre, leitores da minoria de classes média, silêncio filhos, não falo de vocês) Elian sabe que basta ver nas olimpiadas como a pequena ilha de Cuba humilhante humilhantemente o Gigante brasil para ver que ele tem sorte de ter nascido em Cuba, milhões de crianças nas periferias das capitais brasileiras e no norte-nordeste não tiveram a sorte de nascer em Cuba, no Brasil Cadete é um filho de militar na maioria das vezes, são variais as instituições que remetem a monarquia e de todas, o moral das tropas é sempre "baixo", espero em um dia Elian visite o brasil, em missão de guerra(libertação na verdade), junto com os trabalhadores brasileiros fazer o grande serviço histórico que Cuba já fez em Angola, Namibia e até na Africa do Sul, Elian sabe que se botar um pé nos estados unidos volta a ser tratado como santo, vai receber mesadas vitalicias de tudo que é instutição que lambe as botas da cia, vai votlar a ser o messias, vai poder ter mais poder sobre a comunidade dos exilados do que a igreja universal tem com seus fieis e mesmo assim Elian não se vende, é, sei que alguns leitores não intenderiam porque num mundo dos negocios alguém nçao se vende, lembrense, "existem os comunistas", lias a prefeitura de Porto Alegre, a capital mais politizada do brasil vai ter daqui uns meses uma prefeita de um partido com a foice e o martelo, e vamos colocar a bandeira de coba ao lado da do Rio Grande do Sul como o ex-governador Olivio Dutra, fez no dia da posse, parace que mesmo contra todas as forças combinadas da grande midia, anda fazendo sucesso e tal de comunismo, já avisamos o Elian sobre a vitória que teremos em Porto Alegre e varias outras cidades brasileiras nas próximas eleições, um motivo a mais pra ele e a juventude comunista cubana permanecer firme e forte, não há lavagem cerebral ele apenas esta no time que está ganhando, império em crise e comunistas gannhando eleições a rodo na américa do sul(como chavez que vai ganhar mais uma), o socialismo cresce.

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  2. obs: jogando uma perolazinha aos porcos: Havana tem mais população que Belo Horizonte e é 100 vezes menso violenta, tu pode passear com um colar de ouro no pescoço de madrugada segurando 1000 dolares na mão e com o nike mais caro e perambular por digamos 95% das ruas da cidade sem correr nenhum risco de assalto, duvida? va a cuba e faça a experiencia, em cuba se pode durmir de porta aberta, lá se é mutio mais feliz que em são paulo, sempre que visito sp fico com pena do povo, alem da precariedade são um povo assustado, com medo, jamais moraria em são paulo, mesmo q fosse nos jardins, enfim, cuba é uma patria, o brasil é um estado que não é nação e o povo desunido só se une na copa e carnaval, é simples, o estado brasileiro e seu sistema economico não inspiram orgulho no povo, as pessoas se matam, se roubam, não se respeitam não se sentem parte de um projeto nacional e sim no todos-contra-todos, Cuba era como o Brasil, mas Cuba virou uma patria porque teve uma revolução que deu dignidade ao seu povo, Elian sabe de tudo isso, assim como todo mundo sabe, a diferença é que Elian tem carater e por isto segue um caminho, quem não tem segue o caminho contrario, porém cuba tem defeitos bizarros em relação a liberdade de expressão e internet fidel tem o seu lado burocrata, mas em termos de dignidade humana seguem humilhando o brasil, imagina se cuba realmente tivesse um governo de comites dos trabalhadores...

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  3. Cuba é bem segura mesmo de morar, no entanto não encontra nas ruas alguém com um colar de ouro no pescoço de madrugada segurando 1000 dolares na mão e com o nike mais caro não em vermelho1,lá ninguém vai ser roubado o que não tem rs, lá a economia é um lixo. O problema de Cuba sempre foi e sempre será a economia se eles não mudarem o modelo econômico atual,vão continur tendo o mero básico para viver, Cuba tem saúde de ponta, segurança, educação de nível e valorização pelos esportes sim,tem média mais baixa de analfabetismo do mundo junto da Letônia e Lituania com 99,8% da população alfabetizada e média de vida equivalente a população americana de quase 78 anos. No entanto eles tem uma economia péssima, onde muitos largam Cuba para tentar a vida nos EUA e olha que a falta de profissionalismo nos esportes por idiotices do Comunismo, mancha o legado esportivo vencedor em olimpiadas, esporte amador da dinheiro pra ninguém o que dá e o profissional.

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  4. os pontos positivos que Cuba tem que superam disparado a maioria dos paises do mundo, não são por acaso isso se deve a economia planificada estatal que Cuba possui ao contrario da grande maioria dos paises do mundo, quanto aos defeitos, eles se devem sim a burocracia(um problema que os estados que estatizaram os meios de produção ainda não conseguiram resolver), porém no caso de Cuba, a ilha tem mais méritos ainda por ser uma "ilha", não ter riquezas naturais nenhumas e precisar importar até cano de pvc, soma isso ao embargo economico = Cuba tira leite de pedra, se o Brasil tivesse o governo de Cuba, teriamos todas essas maravilhas que você citou sobre Cuba, com a diferença que nossas matéria prima, mão de obra, energia, impulsionariam uma economia muito maior que a nossa, o Brasil estava na frente da China em tudo em 1950 e olha a China hoje, e não diga que se deve tudo ao setor privado porque as grandes cnquistas technologicas, militares, etc se deveram ao grandiosos projetos publicos.

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