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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Relatório indica neonazistas alemães estão bem armados


Ao que parece, os neonazistas alemães estão mais bem armados do que se pensava. Segundo um relatório divulgado nesta semana pelo Ministério do Interior alemão em resposta a uma comissão parlamentar de inquérito, as autoridades policiais do país confiscaram 811 armas de extremistas de direita no período de dois anos de 2009 a 2010.

As armas apreendidas incluem pistolas, rifles e até mesmo armamentos utilizados pelas forças armadas. Além disso, a polícia apreendeu 40 artefatos explosivos, diversos tipos de gás pimenta (um tipo de gás lacrimogêneo) e mais de 300 facas e punhais.

"O número crescente de armas descobertas em poder de elementos neofascistas comprova que a direita militante está se armando em um ritmo alarmante", disse Ulla Jelpke, a porta-voz para questões de política interna do partido A Esquerda (em alemão, Die Linke) no parlamento alemão, ao jornal "Berliner Zeitung", que foi o primeiro a noticiar as novas estatísticas relativas às armas. "O que nos preocupa especialmente é o aumento do número de armas de fogo".

O relatório foi divulgado como resposta a uma solicitação ao Ministério do Interior feita pelo bloco do partido A Esquerda no parlamento alemão.

A notícia é publicada em um momento no qual a Alemanha continua a absorver as revelações de que uma célula terrorista neonazista situada na cidade alemã de Zwickau foi responsável por uma operação de assassinatos que tinha como alvo imigrantes, e que resultou em nove vítimas, entre 2000 e 2006, bem como na morte de uma policial em 2007. Embora a violência neonazista na Alemanha tenha sido identificada há muito tempo, a descoberta do trio de assassinos, que passou 14 anos atuando clandestinamente, provocou um choque na sociedade alemã.

"Facção Exército Marrom"

Na quarta-feira (30/11), um comitê parlamentar continuava procurando identificar possíveis erros cometidos pela polícia durante as investigações da onda de crimes. Nas últimas semanas uma grande quantidade de críticas tem se concentrado no Departamento para a Proteção da Constituição (em alemão, Landesbehörden für Verfassungsschutz), a agência de inteligência interna da Alemanha. A agência tem escritórios em todos os Estados alemães, além da sede federal, e os críticos dizem que problemas de comunicação interna foram um motivo significante para que a ação dos criminosos demorasse tanto tempo para ser descoberta.

Além dos detalhes relativos à descoberta de armamentos, o relatório do Ministério do Interior indica também que, desde 2001, 13 grupos de extrema direita vêm sendo investigados com base nas leis alemãs que proíbem a criação de organizações terroristas. Os grupos têm nomes como "Movimento Nacional para a Lealdade Eterna a Hess", "Novo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães", "Associação Alemã de Luta Contra os Judeus" e "Facção Exército Marrom".

A célula de Zwickau, que se autodenominava "Nacional Socialismo Underground", é o mais recente acréscimo a essa lista. Além dos três membros centrais - Uwe Böhnhardt e Uwe Mundlos, ambos encontrados mortos em uma van de camping no início de novembro, e Beate Zschäp, que se encontra atualmente detido – as autoridades policiais suspeitam que havia muito mais gente apoiando o grupo. Na última terça-feira, a polícia prendeu mais um homem que se acredita que tenha vínculos com a célula. Ralf Wohlleben, um ex-membro graduado do direitista Partido Nacional Democrata da Alemanha (em alemão, Nationaldemokratische Partei Deutschlands – Die Volksunion, ou NPD), é suspeito de ter fornecido uma arma e munições ao trio.

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