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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Situação no norte de Kosovo ainda é tensa, diz líder de força de paz

O general Erhard Bühler lidera
a Força de Paz para o
Kosovo (KFOR) da OTAN
O general Erhard Bühler lidera a Força de Paz para o Kosovo (Kfor) da Otan. Em uma entrevista para a “Spiegel”, o comandante das forças armadas alemãs discute a situação crítica no norte de Kosovo, a responsabilidade da União Europeia na região e quando ele acha que será a hora de finalmente iniciar a retirada das tropas.

Spiegel: Sr. Bühler, no final de julho ocorreram confrontos ao longo da fronteira entre Kosovo e a Sérvia, durante os quais soldados da Otan estiveram sob fogo. Seus soldados estão seguros?
Bühler: A situação ainda é tensa. Enquanto não houver um acordo entre a Sérvia e Kosovo sobre como a fronteira deve ser controlada e como as taxas alfandegárias devem ser cobradas, nossos soldados protegerão as travessias da fronteira –ao menos até o final de setembro. Em troca, o governo em Belgrado já declarou que desmontaria os bloqueios de estrada sérvios. Mas eles obviamente precisam de algum tempo para implantar este acordo entre seus compatriotas no norte de Kosovo.

Spiegel: Criminosos e contrabandistas controlam o norte de Kosovo. Belgrado tem alguma influência sobre os sérvios lá no norte?
Bühler: O norte de Kosovo é na verdade uma área onde é difícil fiscalizar o cumprimento da lei. O governo em Kosovo não tem controle sobre a região. E Belgrado tem uma influência limitada sobre os sérvios nacionalistas radicais no Kosovo.

Spiegel: O senhor mediou recentemente as negociações entre os sérvios e os kosovares, mas esse não é seu trabalho como soldado. A chefe de diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, não deveria ter assumido a função?
Bühler: A Kfor estava no local e era capaz de intervir da noite para o dia. A sra. Ashton foi mantida informada e participou o tempo todo. Mas o verdadeiro problema continua: quem controla o norte de Kosovo? Quem governa as fronteiras e a alfândega? Apenas a União Europeia pode conduzir essas negociações.

Spiegel: Cinco países membros da UE não reconhecem a independência de Kosovo. Como a UE negociará isso?
Bühler: Isso é certamente um problema. Os parâmetros políticos incertos impedem uma solução para o conflito.

Spiegel: No norte de Kosovo, os sérvios vivem como se estivessem na Sérvia. Eles usam sua própria moeda e se recusam a comprar pão assado por albaneses-kosovares. É possível uma solução pacífica?
Bühler: Eu estive há pouco no sul de Kosovo e os sérvios também vivem lá. Mas lá os dois grupos étnicos estão agora trabalhando estreitamente juntos. Lá os sérvios se estabeleceram como prefeitos para conseguir seus interesses.

Spiegel: Uma separação do norte seria de ajuda?
Bühler: Essa é uma questão política na qual não posso me envolver, mas há políticos suficientes, inclusive na UE, que não aprovariam uma solução dessas.

Spiegel: A chanceler Angela Merkel planeja se encontrar com o presidente sérvio, Boris Tadic, em Belgrado na terça-feira. O que o senhor espera que possa ser conseguido?
Bühler: A visita da chanceler ajudará. A Sérvia tem grande interesse em resolver a situação. Eles não querem colocar em risco as negociações para ingresso na UE.

Spiegel: O ministro da Defesa alemão, Thomas de Maizière, visitou o senhor em março e declarou que queria sinalizar que é possível para missões militares chegarem a um final. O ministro calculou mal?
Bühler: Não. Se pudermos superar a atual crise, então poderemos reduzir ainda mais nossas tropas no ano que vem. Mas não podemos sair cedo demais. É preciso que permaneçam ao menos 2.500 soldados. Caso contrário, certamente não seria benéfico para a estabilidade aqui nos Bálcãs.

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