quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
El País: Japão quer um governo forte para enfrentar a poderosa nação chinesa
O nacionalismo que envolve as eleições que se realizam no domingo (16) no Japão não tem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial. Depois de duas décadas de estancamento que o levaram a perder para seu vizinho o lugar de segunda potência econômica mundial, os japoneses querem um governo forte em meio à crescente sombra projetada pela emergência da China. Para muitos, o declínio é propiciado pela classe política: nos últimos sete anos o país teve seis primeiros ministros, e com o que ganhar no domingo serão sete.
O ambiente eleitoral foi animado por Shintaro Ishihara, 80, e governador de Tóquio desde 1999, que em outubro passado apresentou sua demissão para concorrer nas legislativas. Ishihara, um escritor transformado em político para dar voz à extrema-direita nacional, prometeu devolver ao Japão seu "orgulho pisoteado", e embora tenha poucas possibilidades de ganhar seu populismo patriótico contagiou toda a campanha eleitoral. Anticomunista visceral, apoia a ruptura de relações diplomáticas com a China e forçou o governo de Yoshihiko Noda a comprar as disputadas ilhas Senkaku (em japonês) e Diaoyu (em chinês) para impedir que ele as comprasse e as utilizasse como plataforma de sua verborreia, provocando um incêndio impossível de apagar.
O PLD (Partido Liberal Democrata) - que governou o país de forma quase ininterrupta desde sua fundação em 1955 até sua arrasadora derrota em 2009 - parte como favorito nestas eleições. É liderado pelo ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, 58, um dos principais falcões do PLD e filho de uma das grandes dinastias políticas do Japão.
Tudo indica que depois destas eleições o Japão porá fim ao pacifismo que abraçou depois de sua derrota em 1945. Ishihara defende que o país tenha armas nucleares, como possuem seus vizinhos - Rússia, China, Coreia do Norte e, do outro lado do Pacífico, os EUA. Abe é contrário a essa opção, que desataria uma perigosa corrida armamentista na Ásia, mas aprova que o Japão transforme suas forças de autodefesa em exército, o que exige reformar o artigo 9º da Constituição.
Já em 2006, Abe deu passos importantes nesse sentido, mas seu governo durou apenas um ano e não pôde levar a cabo uma reforma apoiada por boa parte da classe política, já que a atual Constituição foi imposta em 1946 pelos EUA como potência ocupante. A crescente presença naval da China nas águas dos mares de seu entorno, onde mantém disputas com diversos países - Japão, Filipinas, Brunei, Malásia e Vietnã - por vários conjuntos de ilhas e o aumento exponencial do orçamento militar do país vizinho dispararam os alarmes em Tóquio. "Para garantir sua segurança, o Japão pretende ter forças de autodefesa combinadas com outra potência com a qual compartilhe valores, como os EUA", afirma Satoru Sato, embaixador de Tóquio em Madri.
Segundo Sato, "o Japão está tentando se reinventar" para enfrentar seus fortes desafios econômicos e sociais - uma população decrescente. Muitos especialistas consideram que essa reinvenção passa por uma nova abertura ao exterior, como a realizada em 1868, durante a chamada Restauração Meiji.
Abe assumiu o clamor da sociedade sobre a necessidade de um governo forte, que dê estabilidade ao país e permita pôr em ação toda uma bateria de reformas para tirar a economia do abismo em que afundou. Os últimos dados econômicos confirmam a urgência de tomar medidas para aliviar a crise. Entre julho e setembro, o Produto Interno Bruto caiu 3,5% anuais e 0,9% com relação ao trimestre anterior.
O primeiro-ministro Noda e seus dois antecessores do Partido Democrático do Japão (PDJ) não conseguiram rentabilizar a ânsia de mudança da sociedade japonesa que propiciou a virada eleitoral que os levou ao governo em 2009. Yukio Hatoyama foi obrigado a deixar o cargo aos oito meses, quando compreendeu que não poderia cumprir sua principal promessa eleitoral, a de fechar a impopular base aérea americana de Futenma, em Okinawa.
A tragédia do tsunami e o consequente acidente na central nuclear de Fukushima, em março de 2011, acabaram com Naoto Kan. E Noda foi vítima do sistema bicameral que, com eleições separadas no tempo, causa com frequência o bloqueio do Executivo, cujas leis a Câmara baixa aprova e a Câmara alta rejeita, na qual agora o PLD tem maioria. As últimas pesquisas situam o PDJ com apenas 20% das intenções de voto.
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"...Tudo indica que depois destas eleições o Japão porá fim ao pacifismo que abraçou depois de sua derrota em 1945. Ishihara defende que o país tenha armas nucleares, como possuem seus vizinhos - Rússia, China, Coreia do Norte e, do outro lado do Pacífico, os EUA. Abe é contrário a essa opção, que desataria uma perigosa corrida armamentista na Ásia, mas aprova que o Japão transforme suas forças de autodefesa em exército, o que exige reformar o artigo 9º da Constituição."...=== Adeus TNP....é a hipocrisia da grandes potências nucleares, assim como suas chantagens.Abrolhos BRASIL. Sds.
ResponderExcluirCreio que eles não porão fim ao pacifismo, e sim ao estagnatísmo, pois perceberam que ser pacífico sem se preparar é coisa de retardado. E depois em relação a ele e China, só na bala irá ser decido a quem pertencerá por muito tempo que será dono das ilhotas.
ResponderExcluirJapão e Alemanha? rsrsrsr ... Continuam ocupados e não vão fazer nada, pois vão continuar embaixo do guarda-chuva nuclear dos EUA/FRANÇA/INGLATERRA/iSSrael e está muito bom! Onde já viu falar em nacionalismo em 2012? Pois é os dois perderam o nacionalismo na marra imposto pelos EUA e a patota. Na Copa na Alemanha os jovens estavam na dúvida entre torcer e ser nacionalista, no Japão os mais velhos engolem no seco, eles sabem PERFEITAMENTE os vedadeiros PORQUÊS da 2ª WW. Bombas atômicas no Japão! Ainda não conseguiram expulsar os ocupantes, não sei se rio ou se choro. Vai ficar tudo por isso mesmo, os EUA não vão permitir nacionalismo hora em nenhuma nos dois. Negócio com EUA é na base do canhão, sem história de diplomacia, eles não conhecem isso. John Wayne não morre nunca!
ResponderExcluirNovamente você pega pela pressa em postar um comentário. Você deveria pensar mais, ouvir e ler mais e escrever e falar mesmo.
ExcluirDesde quando a Alemanha e o Japão está sob o guarda-chuva de Israel, cidadão? Ora, faça-me o favor...
Você deveria procurar saber o que é nacionalismo. O nacionalismo dos povos é esquecido em dado momento de sua história, mas basta um momento de adversidade para que ele ressurja. Não foi assim quando a Alemanha perdeu a Primeira Guerra e Hitler chegou no poder?
Michel vc me adora, será q ñ notou q as armas atômicas de iSSrael indiretamente defenderão a Alemanha? Acho q isso ñ é difícil entender. Mas como vc toma birra das pessoas e se recusa em aceitar outras ponderações sobre o tema, fica difícil dialogar. As sua lições são ótimas, então eu desaprendi de saber o q é nacionalismo. É, é, é... Vc deve conhecer tanto qto eu a nossa matriz, e o q mais se vê lá, é a bandeira hasteada em 90% das casas. Pelo q vc diz deve ser para espantar as moscas, mas p/mim aquilo não passa de um nacionalismo barato que significa fanatismo. Mas ñ é desse que estou falando e sim de uma proposta de SOBERANIA, e que os EUA não admitem em NINGUÉM, só eles podem. Ou vc obedece ou será retaliado. Já sei que não fui claro e que está tudo errado, mas espero que outras pessoas tb tenham o mesmo entendimento meu. Ah sim! Não vou respondê-lo, já perdi! Tá bom!
ExcluirEu adoro somente um ser: Deus!
ExcluirEu não notei que as armas atômicas de Israel indiretamente defenderão a Alemanha. Isso só existe em seus livros.
Se você não sabe, Israel tenta a todo custo roubar a Alemanha e as relações com esses países são tímidas. Da pra contar nos dedos as relações bilaterais entre esses dois países.
A Alemanha não precisa das armas atômicas de Israel, esqueceu que a Alemanha abriga as armas atômicas americanas?
Eu tenho birra com pessoas? Eu tenho birra com os delírios das pessoas, é diferente.
Como eu vou dialogar com alguém que não sabe na de geopolítica e crê que a Alemanha e Israel são aliados?
Com certeza, você não sabe o que é nacionalismo.
Quer dizer que o fato de você hastear a bandeira em sua casa lhe converte em um nacionalista?