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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

TRANSIÇÃO CHINESA: Líderes chineses estudam reforma no partido


Presidente e provável sucessor querem que a 2ª instância na hierarquia tenha processo mais aberto de escolher integrantes

Objetivo da mudança é restaurar legitimidade; pesquisadores veem com ceticismo as chances de aprovação

18º Congresso do PCC

O líder chinês que está encerrando seu mandato, Hu Jintao, e o seu provável sucessor, Xi Jinping, estão pressionando o Partido Comunista, que governa o país, para que seja adotado um processo mais democrático de seleção de líderes, de acordo com fontes próximas a dirigentes do grupo. O objetivo é restaurar a legitimidade do partido.

A dimensão da reforma proposta não tem precedentes na China comunista, onde as eleições para os escalões mais altos do partido, feitas a cada cinco anos, costumam ser apenas uma formalidade para confirmar os candidatos já decididos pelas figuras influentes do partido.

O Partido Comunista, que detém o poder desde 1949, vive dificuldades para manter sua legitimidade popular diante da crescente desigualdade, corrupção e degradação ambiental, ainda que a economia do país continue em acelerado crescimento.

Hu Jintao e Xi Jinping, propuseram que o 18º Congresso do Partido Comunista, que começa amanhã, conduza eleições internas para selecionar os integrantes de seu órgão diretivo, o Politburo, em que, pela primeira vez, o número de candidatos seria maior que o de assentos disponíveis.

Mas eleições direta pela população ainda estão fora de cogitação.

O Politburo, no momento com 24 integrantes, é o segundo grau mais elevado da hierarquia chinesa. De seus membros são escolhidos os integrantes do Comitê Permanente, o mais elevado órgão decisório.

De acordo com a proposta dos dois líderes, poderia haver 20% mais candidatos que assentos disponíveis para a formação do novo Politburo. Não estava claro se a seleção do comitê permanente também envolveria eleição competitiva.

"Hu deseja expandir a democracia interna do partido, e quer que esse seja um de seus legados", disse uma fonte que pediu anonimato. "Isso também beneficiaria a imagem de Xi", acrescentou.

Especialistas afirmam que uma eleição mais competitiva para o Politburo representaria uma reforma histórica, que poderia resultar em surpresas na formação do governo de Xi -o que teria implicações mais amplas para novas reformas políticas.

"Trata-se de um desdobramento muito, muito importante", disse Cheng Li, pesquisador na Brookings Institution, em Washington.

"Isso representaria nova fonte de legitimidade. O processo deixaria de ser apenas uma manipulação obscura. A legitimidade do partido é tão baixa que eles precisam fazer alguma coisa."

Mas Li e outros especialistas continuam céticos quanto à aprovação da proposta, já que ela poderia ser vetada pelos líderes mais velhos ou pela ala conservadora.

O Serviço de Informação do Conselho de Estado, que serve como assessoria de imprensa da liderança do partido, se recusou a comentar.

A proposta de Hu e Xi surge em um momento em que o partido está dividido entre esquerdistas que se preocupam com as desigualdades econômicas que surgiram após três décadas de abertura de mercado, e a ala dos que desejam acelerar essas reformas.

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