Visita de Hillary Clinton não é suficiente para um acordo quanto à situação na Síria e às disputas territoriais na Ásia
Secretária de Estado dos EUA chegou em meio a várias críticas publicadas por jornais estatais chineses
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, durante encontro com o presidente da China, Hu Jintao, em Pequim |
Em outro revés, ela teve cancelado seu encontro com o vice-presidente, Xi Jinping, que no mês que vem deverá ser nomeado o próximo líder do país. Ele alegou dor nas costas e também cancelou os outros compromissos do dia.
Nos encontros de Hillary com Hu Jintao, atual líder máximo, e o chanceler Yang Jiechi, ambos os lados declararam ter "boa vontade" em avançar nos atritos entre as duas economias líderes.
Os EUA, porém, não conseguiram mudar a política de não-interferência da China, com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, com relação à Síria.
Em outro tema delicado -as disputas no mar do Sul da China entre Pequim e outros quatro países-, Yang concordou com a necessidade de um "código de conduta", defendido por Hillary. O governo chinês, porém, manteve a posição de que é um tema regional e o envolvimento americano é desnecessário.
A visita de Hillary foi alvo de palavras duras da imprensa estatal: "Muitos chineses não gostam da secretária", disse um comentário publicado pelo jornal "Global Times". "A antipatia e cautela que ela pessoalmente traz ao público chinês não são necessariamente do interesse diplomático americano."
"Semear a discórdia entre vizinhos da China não beneficiará os Estados Unidos", disse o editorial do "Diário do Povo", jornal que serve de porta-voz do Partido Comunista. "Se a política externa americana prejudicar os interesses centrais chineses, isso só pode levar a uma reação forte por parte da China."
Ambos os governos estão em época de transição e sofrem pressão para endurecer um com o outro.
O presidente Barack Obama vem sendo criticado pelo Partido Republicano por ser leniente com a China, principalmente em questões comerciais.
Já a China tem passado por uma aumento de protestos nacionalistas, alimentados até certo ponto pelo governo. O principal alvo é o Japão, aliado militar americano com quem Pequim tem uma reavivada disputa marítima.
O atrito ganhou um novo capítulo ontem. A imprensa japonesa informou que o governo pagará US$ 26 milhões pelas ilhas Senkaku, hoje em mãos de uma família.
A notícia provocou uma resposta dura de Pequim, que reclama o arquipélago, conhecido no país como Diaoyu.
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