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domingo, 5 de dezembro de 2010

Promotor espanhol liga a máfia russa ao Kremlin

O promotor espanhol contra a corrupção e o crime organizado, José Grinda, vinculou a máfia russa aos serviços secretos dependentes do Kremlin. Ele o fez em uma reunião a portas fechadas de especialistas hispano-americanos em 2008 em Madri. Durante o encontro, fez comentários "perspicazes e valiosos" sobre esses bandos. E indicou que a Espanha "era o braço executor do governo dos EUA contra a máfia russa".

Grinda participou do processo contra o georgiano Zahkar Kalashov, considerado "vozr v zakone" (ladrão de lei, o mais alto grau entre a chefia das redes criminosas russas). Preso na Espanha no verão de 2006, esse promotor o acusou em 2009 de ser um dos sujeitos "com maior influência na criminalidade gestada na antiga União Soviética" e de lavar na Espanha "grandes somas de dinheiro". Mas ele está em liberdade até que o Supremo resolva seus recursos.

Grinda sugeriu que há duas razões para se preocupar com a máfia russa. Porque ela exerce um "tremendo controle" sobre setores estratégicos da economia global, tais como o alumínio. Comentou de passagem a suspeita de que a máfia russa tem investimentos na empresa General Motors através da canadense Motors International. A segunda preocupação é a pergunta sem resposta sobre até que ponto Putin está envolvido com a máfia russa e se controla os atos dessas organizações.

Citou uma "tese" de Alexander Litvinenko, o espião russo que morreu envenenado em Londres em 2006, de que os serviços secretos e de segurança russos - o Serviço Federal de Segurança (FSB), o Serviço de Inteligência Estrangeira (SVR) e a inteligência militar (GRU) - controlam os grupos criminosos. Expressou sua opinião de que essa tese é "exata". O promotor acredita que o FSB está "absorvendo" a máfia russa, mas que esse serviço secreto também pode eliminar esses bandos através dois procedimentos: assassinando os chefes dos grupos criminosos que não fazem o que os serviços de segurança querem ou prendendo-os para eliminá-los como concorrentes, embora também pudessem ser encarcerados para sua própria segurança.

Grinda afirmou que segundo a informação que recebeu dos serviços de inteligência - "sem testemunhas nem gravadores" - certos partidos políticos operam na Rússia "mão a mão" com o crime organizado. Disse que o Partido Liberal Democrata foi criado pela extinta KGB (Comitê para a Segurança do Estado) e seu sucessor o SVR e atualmente inclui importantes criminosos. Salientou que há vínculos comprovados entre os partidos políticos russos e o tráfico de armas.

Sem dar mais detalhes, referiu-se ao estranho caso do barco Arctic Sea como "um claro exemplo" de tráfico de armas. O mercante finlandês, que levava um carregamento de madeira avaliado em 1,3 milhão de euros, desapareceu em meados de 2009 no canal da Mancha e foi localizado duas semanas depois perto de Cabo Verde. [O governo russo desmentiu na época essa informação.]

O promotor resumiu suas opiniões afirmando que a estratégia do governo russo é usar os grupos criminosos para fazer o que não seria aceitável que o governo faça.

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