terça-feira, 21 de agosto de 2012
El País: Artigo sobre direitos das mulheres de nova constituição provoca protestos na Tunísia
A transição de um regime laico, mas autocrático, para uma democracia, liderada por um partido islâmico, tem deixado a Tunísia muito agitada nos últimos meses. Os setores mais laicos e os mais religiosos radicais fizeram ouvir suas vozes na semana passada. Os primeiros pacificamente; os segundos, com intimidações graves. Milhares de mulheres marcharam na semana passada em protesto contra o esboço de um artigo da nova Constituição que consideram uma tentativa de cortar seus direitos reconhecidos desde 1956.
Nos dias seguintes, jovem salafistas (islâmicos extremistas) causaram incidentes que obrigaram a cancelar três festivais culturais. Os artistas acusam o governo - uma coalizão liderada por islâmicos do Ennahda com dois partidos laicos - de não enfrentar esses grupos radicais.
A sociedade tunisiana é há décadas a sociedade árabe mais laica e liberal. Uma situação que os menos religiosos querem preservar depois da vitória em outubro do Ennahda com 41% dos votos.
Cerca de 6 mil pessoas protestaram no centro de Túnis, alarmadas pela redação proposta para o artigo 28 da nova Constituição, que contempla a mulher "sob o princípio de complementaridade de funções com o homem na família".
Grupos de direitos humanos, civis e feministas consideraram que o dia 13 de agosto, 50º aniversário da aprovação do Código de Estatuto Pessoal, era a data idônea para lançar uma advertência. Marcharam para reivindicar a lei de 1956 que consagrou homens e mulheres como cidadãos iguais, vetou a poligamia, proibiu o véu, estabeleceu um processo judicial para o divórcio e exigiu o consentimento mútuo para o casamento, segundo explica o site Tunisia Live.
"O aniversário foi importante, mas o que mais nos mobilizou é o artigo 28", explica por telefone a ativista feminista Rim. "Mulher, levante-se para que seus direitos estejam consagrados na Constituição", dizia um dos cartazes. Outra ativista dos direitos humanos, Nasrin Hasan, critica por telefone, de Túnis, que a redação proposta só contempla as mulheres casadas.
A parlamentar do Ennahda, Souad Abderrahim, insistiu para a Tunisia Live que "é um rascunho, nem sequer é definitivo... Escrevemos que o homem e a mulher se complementam, não que a mulher complementa o homem. Segundo, já mencionamos a igualdade no artigo 22".
O porta-voz da presidência, Adnane Moncer, afirmou que os direitos adquiridos "não pertencem às mulheres, mas também à sociedade", e afirmou que qualquer passo atrás "é impossível porque essas conquistas foram obtidas pela sociedade tunisiana e são aceitos unanimemente".
O assunto dos direitos das mulheres é um dos que despertam mais paixões e repercussão na mídia, mas de modo algum é o único foco de debate na transição na Tunísia. Também se discute a independência judicial ou a liberdade de imprensa.
Grande preocupação é provocada pela crescente influência dos salafistas, encorajados desde a queda do ditador, que em junho causaram graves distúrbios. Na última terça-feira (14), um grupo de radicais se pôs a rezar na sala onde o ator Lotfi Abdelli apresentava o espetáculo intitulado "100% Halal" (palavra que define o que é adequado no islã) e "aterrorizou" o público. "Havia agentes de polícia, mas estavam esperando uma ordem oficial para intervir. O silêncio do governo é o mais preocupante", diz Abdelli. Os outros dois espetáculos anulados por pressões salafistas eram um concerto de música sufi e um festival para reivindicar Jerusalém como capital palestina. O que indignou os extremistas sunitas nesses casos foi a participação de xiitas nos atos.
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A primavera árabe foi um completo fracasso heheheheh
ResponderExcluirNão tem um país que esteja melhor que antes. A Líbia virou uma zona, o Egito o sinai está tendo problemas, cristãos perseguidos, um presidente da irmandade muçulmana que não inspira confiança em ninguém, então ás relações externas devems er cada vez piores. A Tunisia está ai podendo perder o que tinha de bom que era ser laico, a Síria se o Assad cair vai virar um antro de terroristas de todas ás partes se com ele no poder já está como está imagina sem, com um monte de grupos brigando pelo poder um mais fanatico que o outro e o Irã se vingandod esses grupos, porque não vão ficar de braços cruzados vendo seu aliado cair não vão deixar por isso mesmo de jeito nenhum. A primavera árabe seria melhor chamada de piada árabe, foi um verdadeiro fracasso.
Discordo sobre o Egito. O Egito teve um período de instabilidade política, mas parece que está sendo resolvido esses problemas aos poucos. O problema do Sinai tem mais a ver com sabotagem do que desordem, afinal as autoridades egípcias culpara Israel, especialmente o Mossad por aqueles ataques. Aonde você viu que os cristãos estão sendo perseguidos?
ExcluirUm presidente da Irmandade Muçulmana não dá confiança para os entreguistas. Um cara como o Morsi, que busca melhorá a vida dos cidadãos do Egito e acabar com o coronelismo no país só incomoda Israel e os EUA que perderam um aliado.
A Tunísia nunca foi um país laico, de onde você tirou isso?
O próprio texto se referiu a Tunisia como um país laico, e li em outros lugares também, e vi reportagens sobre isso, na Record news mesmo citaram algo sobre isso na queda do presidente o Ben Ali. Repressão a cristãos no egito já foram até reclamadas por missionários e padres, em um site católico que agora não recordo o nome saiu uma reportagem sobre isso, além de ter lido no Google.
ResponderExcluirVocê diria que um país cuja sua população é de 99% de muçulmanos é realmente um país laico? Nem o Brasil podemos dizer que é um país laico.
ExcluirEu vou colocar alguns dos links em que li sobre perseguições a cristãos no Egito depois da queda de Mubarak, além desses li vários outros, vou colocar 4 que me recordo e achei rápido aqui, quem pesquisar a fundo acha bem mais casos disso, desde da queda de Mubarak
ResponderExcluirhttp://www.istoe.com.br/reportagens/168132_CRISTAOS+PERSEGUIDOS
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/perseguicao-a-cristaos-no-egito-democratico-faz-12-mortos-e-deixa-220-feridos/
http://noticias.gospelprime.com.br/dezenas-de-cristaos-sao-crucificados-no-egito/
http://noticias.gospelprime.com.br/egipcios-muculmanos-incendeiam-casas-de-cristaos/
O texto da Isto É deixa claro que os cristãos morrem em confrontos. Deve ser analisado mais a fundo a real causa disso. Não é só citar fatos isolados.
ExcluirO segundo link, da Veja, é bem tendencioso.
Os dois links do Gospel Prime não vou mencionar por não ser imparcial.
Esse outro caso que citarei nesse outro link, foi bem recente, foi agora em Agosto, os cristãos continuam sendo perseguidos depois da eleição presidencial do Egito
ResponderExcluirhttp://www.comshalom.org/blog/carmadelio/30958-perseguicao-religiosa-bairro-cristao-e-incendiado-no-egito
Nem vou comentar a notícia de um site judaico, também por não ser imparcial.
ExcluirSerá que esse site fala da perseguição que os cristãos sofrem em Israel?
Falando em Egito, viram o investimento que o emir do Catar fez no Egito? Vai chegar á 10 bilhões de dólares, isso que é investimento em, 2 desses bilhões será no banco central. Dinheiro no Catar é algo que não tem fim, o que o Al-Thani gasta quando quer está fora do mapa
ResponderExcluirhttp://al-shorfa.com/en_GB/articles/meii/features/2012/08/20/feature-02