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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Falar de possível adesão da Ucrânia à Otan é brincar com fogo

O presidente da Ucrânia está defendendo a ideia de um referendo nacional para o país entrar para a Otan, uma ideia que o chefe da aliança militar vem apoiando abertamente. Mas um debate como este é perigoso - porque ele divide os Estados-membro e fornece uma munição poderosa a Putin.

Apenas para ter certeza de que não há mal-entendido: Vladimir Putin é o principal responsável pela nova Guerra Fria entre o Ocidente e a Rússia. Hoje em dia, é preciso deixar isso claro antes de criticar as políticas ocidentais para não ser empurrado para o campo pró-Putin.

Durante uma entrevista à rede pública alemã ZDF na noite de domingo, o presidente ucraniano Petro Poroshenko disse que gostaria de realizar um referendo sobre a adesão à Otan em algum momento no futuro.

E o novo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, aparentemente não tinha nada melhor a fazer do que oferecer a Poroshenko seu apoio verbal e reiterar o direito de toda nação soberana da Europa pleitear a adesão à Otan. Como se isso não fosse suficiente, Stoltenberg acrescentou em comentários dirigidos a Moscou que "nenhum terceiro país de fora da Otan pode vetar" o crescimento da aliança.

Brincando com fogo
Em meio ao clima tenso atual, a especulação em aberto sobre uma possível adesão da Ucrânia à Otan é semelhante a brincar com fogo. A chanceler alemã Angela Merkel propôs o ex-primeiro-ministro norueguês como chefe da Otan porque ele é considerado um político muito mais equilibrado do que o antecessor Anders Fogh Rasmussen. Mas desde que ele assumiu o leme, tem sido difícil identificar diferenças entre os dois. Declarações agressivas feitas pelo alto comandante militar da Otan, Philip Breedlove, não fizeram muito para facilitar a situação.

Por que os funcionários da Otan têm necessidade de comentar sobre a Ucrânia com tanta frequência? Desde que a crise irrompeu no país, a aliança vem expressando a opinião de que o conflito não pode ser resolvido através de meios militares. Se isso é verdade, então não seria melhor se Stoltenberg, Breelove e companhia ficassem quietos?

Fazer qualquer coisa diferente disso é vantajoso para Putin enquanto ao mesmo tempo semeia a divisão na Europa. Torna mais fácil para o presidente russo tagarelar sobre as supostas políticas expansionistas do Ocidente. No que diz respeito à UE, é claro, Putin se contradiz. Ele disse uma vez: "se a UE aceitar a Ucrânia como membro, acho que a Rússia receberia isso bem." No ano passado, ele mudou de curso de foram surpreendente e repentina.

Mas Putin sempre viu a adesão da Ucrânia à Otan como uma linha vermelha. Mesmo que a Otan se concentre na defesa, ainda assim é uma aliança militar. Ela só pode ser poderosa, todavia, quanto dos 28 Estados-membro compartilham da mesma posição. E aí está o problema: só uma pequena minoria - formada principalmente pelos Estados bálticos e a Polônia - atualmente apoia a entrada da Ucrânia na aliança. Todos os outros aderem ao princípio de que cada entrada não deveria ser benéfica apenas para o novo membro, mas também para a comunidade como um todo. É difícil ver no momento como a Ucrânia pode beneficiar a Otan.

Nesse sentido, há apenas uma resposta correta às divagações de Poroshenko. Ela foi formulada pelo ministro de relações exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. "Vejo uma relação de parceria entre a Ucrânia e a Otan, mas não de adesão", disse o primeiro-ministro à Spiegel Online na semana passada.

Ou, colocando de forma mais simples, a questão da adesão da Ucrânia não está nem mesmo na agenda.

2 comentários:

  1. OTAN manipulando o terror...

    http://legio-victrix.blogspot.com.br/2015/01/jay-dyer-manipulando-o-terror.html


    REPASSEM.


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  2. Isso é igual ao banco de dar crédito quando você está totalmente endividado. Não vai acontecer. Ucrânia deveria ter aderido à OTAN 5 anos atrás. Agora não é a hora, não vai rolar.

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