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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Como efeito bumerangue, sanções contra a Rússia atingem economia alemã

Sede do Ministério Federal de Finanças da Alemanha em Berlim
Os Estados Unidos e a Europa anunciaram na semana passada a imposição de sanções mais fortes contra a Rússia, em resposta à crise em andamento na Ucrânia. Mas a indústria alemã pode estar entre os perdedores.

Não muito tempo atrás, as autoridades do Kremlin mal conseguiam deixar de rir quando perguntadas sobre as sanções econômicas impostas contra a Rússia pelo Ocidente. Enquanto cada país membro da OTAN buscasse ciumentamente proteger seus próprios interesses comerciais, a situação não seria tão ruim, eles se gabavam.

Mas desde a semana passada, o sentimento deles mudou. Por meses, a União Europeia, em particular, relutava em aprovar penas eficazes contra Moscou. Na última quarta-feira, entretanto, os 28 chefes de Estado e governo da UE (União Europeia) superaram um obstáculo psicológico: pela primeira vez, eles optaram por ir além de sanções contra líderes políticos individuais em Moscou, adicionando proibições contra realização de negócios com empresas russas específicas, que contribuem para a desestabilização da situação na Ucrânia. Uma lista concreta será apresentada até o final do mês. Bancos de desenvolvimento europeus também foram proibidos de fornecer empréstimos para empresas russas.

Os Estados Unidos, por sua vez, penalizaram uma dúzia de importantes conglomerados russos, incluindo a gigante de petróleo Rosneft, a produtora de gás natural Novatek, o Gazprombank e a fabricante de armas Kalashnikov. De agora em diante, estas empresas estão proibidas de tomar empréstimos de instituições monetárias americanas e de emitir títulos da dívida de médio e longo prazo para investidores com laços com os Estados Unidos.

Para as empresas envolvidas, as penas são um golpe significativo. Está difícil conseguir capital na própria Rússia, com investidores tanto domésticos quanto estrangeiros retirando seu dinheiro do país nos últimos meses. Logo, não causa surpresa que o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, tenha falado de um retorno à Guerra Fria e que o presidente Vladimir Putin tenha alertado que sanções "costumam ter um efeito bumerangue".

Mesmo antes das sanções, a economia russa já passava por dificuldades. Agora, entretanto, a crise na Ucrânia está começando a ser sentida também na Alemanha. O Comitê de Relações Econômicas com o Leste Europeu da indústria alemã acredita que a crise possa colocar em risco até 25 mil empregos na Alemanha. Caso uma ampla recessão atinja a Rússia, o crescimento alemão poderia encolher em 0,5%, segundo um estudo do Deutsche Bank.

Riscos significativos
As mais recentes sanções americanas, alerta Eckhard Cordes, chefe do Comitê de Relações Econômicas com o Leste Europeu, causam tensão adicional "ao clima geral de investimento". Particularmente, ele acrescenta, porque as empresas europeias precisam se adaptar às penas americanas.

Na última quinta-feira, apenas um dia após o anúncio das sanções americanas, a Secretaria Alemão-Russa de Comércio Exterior, em Moscou, foi sobrecarregada de telefonemas preocupados de empresas alemãs que têm negócios tanto com os Estados Unidos quanto com a Rússia. As câmaras de Comércio e Indústria alemãs estimam que até um quarto das empresas alemãs com negócios no exterior poderia ser afetado. E os riscos são significativos, com grandes multas ameaçando aquelas que violarem as sanções americanas, de forma intencional ou não.

Stefan Fittkau, que chefia o escritório em Moscou da EagleBurgmann, a especialista em vedação industrial com sede na Baviera, diz que as vendas da empresa já despencaram 30%. "Pedidos foram cancelados ou adiados --ou simplesmente não mais os recebemos", ele diz. A Novatek, a segunda maior empresa russa de gás natural, por exemplo, tinha contratado a EagleBurgmann para cuidar da vedação de uma vasta instalação de gás natural liquefeito na Península de Yamal, na Sibéria. Agora, fazer negócios com a Novatek não é mais permitido.

Medidas radicais
A inclusão da Rosneft na lista também afeta mais de uma dúzia de empresas alemãs: a construtora Bilfinger faz a manutenção das instalações da Rosneft, por exemplo, enquanto a Siemens recebeu um contrato de 90 milhões de euros para fornecimento de turbinas e geradores. "No final, ambos os lados, os russos e os europeus, perderão", diz Frank Schauff, chefe da Associação das Empresas Europeias, em Moscou.

O desconforto já pode ser visto no Índice Ifo de Clima de Negócios. Uma entre três empresas pesquisadas no final de junho disse esperar efeitos adversos. "Os clientes russos começaram a procurar fornecedores fora da Europa", diz Ulrich Ackermann, um especialista em comércio exterior da associação de engenharia alemã VDMA. "Eles estão preocupados que as empresas europeias, por causa da ameaça de aumento das sanções, fiquem impedidas de fornecer."

Mesmo antes das mais recentes sanções, os negócios vinham desacelerando em quase todos os setores. A E.on, a gigante de energia com sede em Düsseldorf, por exemplo, construiu recentemente usinas elétricas na Rússia no valor de 9 bilhões de euros. A maioria dos geradores já está em operação, mas como a economia na Rússia passa por dificuldades, os retornos estão muito menores do que o previsto. A Volkswagen é outro exemplo. Os números de vendas da fabricante de automóveis para 2014 são 10% menores do que os do ano passado. Os números da Opel caíram 12% durante os primeiros cinco meses do ano.

A Opel já foi forçada a tomar medidas radicais. Em São Petersburgo, onde o Astra é fabricado, a empresa fechou recentemente as linhas de montagem por várias semanas.

8 comentários:

  1. América do Sul e Asia agradecem os Europeus dos essa sanções bestas. As empresas brasileiras agradecem também. Brasil vai começar a fornecer, carne de boi, frango, carne porco e queijos para Rússia, além de frutas e verduras...

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    1. Abraça, vai fornecer se o ocidente permitir... O Brasil sempre se alinhou com os americanos e europeus, não vai ser diferente agora, a petralhada não é tão burra assim.

      Aí do Brasil se não fizer dessa maneira, caso o contrário vamos viver somente com carne, frango, frutas, verduras etc...

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    2. Isto era no tempo do Tucanistão.

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  2. Amigo você está enganado. Governo Brasileiro é contra sanções contra qualquer país. Além disso ,a Rússia é Brics.

    O nosso mercado agradece as sanções.

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  3. quem mais perde com essas sanções dos países ocidentais contra Russia é a Alemanha, vovó Merkel tem q fazer alguma coisa, sendo q os laços economicos com a Russia são fortes!

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  4. A Rússia sempre tem uma carta na manga para peitar de frente os EUA e seus fantoches.

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  5. A exportação do Brasil para Rússia em 2014 aumentou muito. Bom para nós, ruim para países europeus como Alemanha, Polona, Estonia, Lituania, Finlândia, etc, que tiveram queda importante em suas exportações para a Rússia. Muitos empresários destes países estão reclamando bastante das sanções. A Finlândia recentemente solicitou da UE cobertura pelas perdas significantes de suas exportações !!
    Assim, está ruim não só para Rússia, mas tb. para a UE. Por outro lado, os USA estão dando risada...nada aconteceu para eles, apesar se serem os que "puseram fogo no circo"...A Rússia parece que não é exatamente o Iraque, o Afganistão, e muitos outros...

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