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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Le Monde: Gigante da América Latina, Brasil exibe desenvolvimento irregular

No Brasil, chamam isso de "pibinho", um "pequeno" produto interno bruto (PIB), ou seja, um crescimento ridiculamente pequeno da economia. Apesar de um vigoroso plano de estímulo elaborado pela presidente Dilma Rousseff, a sétima maior potência mundial registrou, entre janeiro e março, um crescimento decepcionante de 0,6%, mesmo nível que no trimestre anterior, segundo números divulgados na quarta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O ministro da Fazenda, o indemissível Guido Mantega, na função há mais de sete anos, anunciou no mesmo dia que "evidentemente" ele iria rever para baixo as previsões de crescimento anual, atualmente em torno de 3,5%.

Outro elemento que preocupa é a inflação, assunto delicado no Brasil, que saiu em muito do quadro estabelecido pelo Banco Central. Em março, o índice de preços subiu 6,6%, número recorde desde novembro de 2011 e que ultrapassa o índice de tolerância estabelecido em 6,5%. No início de abril, o preço do tomate disparou 122%!

Falhas no modelo de desenvolvimento
Resultado: para surpresa dos mercados, o Banco Central anunciou, na noite de quarta-feira, que a taxa de juros interbancária (Selic) passaria para 8%, a fim de apertar um pouco mais sua política monetária. Alguns analistas ressaltam que isso poderia frear ainda mais os investimentos. Assim, o Brasil se torna o único país do G20 a efetuar um aumento desse nível.

São indicadores que, acumulados, vêm contrariar a ação de Rousseff, que, no entanto, determinou uma redução nas tarifas de eletricidade, exonerou de impostos a cesta básica e até mesmo exigiu uma redução no preço do transporte público nas grandes cidades.

De um ponto de vista geral, o gigante da América Latina de fato exibe um quadro desigual, com o aparecimento de falhas cada vez maiores em seu modelo de desenvolvimento. Os raros sinais de alívio registrados neste primeiro trimestre se situam no setor agrícola e pecuário, que tiveram um crescimento de 9,7%. Esse avanço --o maior desde 1998-- representa quase metade do crescimento do país nos últimos meses.

Outra novidade positiva foi a volta dos investimentos, que aumentaram 4,6% em relação ao mesmo período de 2012, após quatro recuos seguidos no ano passado. Porém, esse aumento está aquém das expectativas e previsões dos analistas, que haviam contado com um salto de 6% a 6,5%, o que traz o temor em Brasília de que esse impulso encontre dificuldades em se manter ao longo do ano.

Os sinais preocupantes revelados pelo IBGE dizem respeito essencialmente ao baixíssimo avanço no setor de serviços, que não confirmaram o impulso esperado. Com 0,5% de crescimento, esse setor realizou menos da metade do previsto. Outro ponto negativo foi a atividade industrial, que retraiu 0,3%, apesar dos vários planos de apoio.

"Direção errada"
Os olhares têm se voltado especialmente para o famoso consumo das famílias, agora quase nulo (0,1%) após anos de euforia. É um revés ainda mais difícil de aceitar para o governo de centro-esquerda que, desde a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva, baseou o crescimento do país nesse apetite do consumidor, ele mesmo estimulado pelo aumento de salários e do crédito.

De fato, os brasileiros têm reduzido suas compras. O primeiro trimestre revela um gasto doméstico quase inexistente, comparado com os meses anteriores. Os supermercados, restaurantes e pequenos comércios viram sua receita cair em abril e maio, segundo análises do banco Itaú.

"Nada no Brasil atingiu um nível de crise, mas tudo parece estar indo em uma direção errada", explica Tony Volpon, estrategista do banco Nomura e especialista em economias emergentes da América Latina para a Bloomberg. Ele diz ainda: "Existe a percepção de uma deterioração constante da situação". Uma maneira de lembrar que a maior economia da América Latina acaba de registrar, pela quinta vez consecutiva, resultados inferiores aos previstos pelos analistas.

Na quarta-feira, no início da tarde, o índice Bovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, perdeu 2%, ou seja, uma queda acumulada de 10 pontos em um ano. Mas isso não foi o suficiente para abalar a confiança de Guido Mantega. Embora ele se diga disposto a rever suas previsões, o ministro ressaltou que "o Brasil começou o ano de 2013 com um crescimento bem superior e de melhor qualidade que em 2012".

Diante dos microfones, o ministro brasileiro da Fazenda não conseguiu deixar de apontar a fragilidade do clima econômico mundial, lembrando que outros países anunciaram resultados decepcionantes este ano, sobretudo da América Latina e "até mesmo a China", ele se consolou.

14 comentários:

  1. Ora,ora Le Monde,vocês sempre ditando o''certo'' a se fazer,não que o Brasil esteja no caminho certo,navegando em águas calmas,mas como podemos crer em seus prognostico se a própria Comunidade Europeia se encontra mergulhada em uma crise !

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    1. O fato da Europa está em crise inviabiliza um jornalista francês de fazer uma análise de um país emergente?

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    2. Não meu caro Michel,oque eu disse se resume em um pequeno provérbio brasileiro ou seja
      ''É O SUJO FALANDO DO MAL LAVADO !''
      Quantas vezes eu vi e ouvi o seu xará Michel Camdessus, o Rodrigo Rato e tantos outros agentes do FMI ''venderem'' suas soluções perversas para acabar com crises financeiras em países subdesenvolvidos,soluções essas que na maioria das vezes acabavam agravando as coisas,o Brasil que o diga !
      E enquanto isso a Europa pouco a pouco mergulhava em uma crise que ai esta ! Agora eu termino com outro sábio provérbio Tupiniquim !
      ''FALAR QUALQUER UM FALA,EU QUERO VER É FAZER !''
      ( Michel como eu faço para meu nome aparecer no começo?)
      Salutos,CUCA

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    3. Estamos falando de jornalismo, não de sanguessugadas.

      Para aparecer seu nome você tem que seguir o blog (http://www.google.com/friendconnect/signin/home?st=e%3DAOG8GaBkcl25a6Hr5L9079ko9lYi2Lq3e9AewNocxzFtkzQpGvQOSGhCjJ4fcd9o0AcT1M3YBV2hGoGJ4BfjKPsFhA4lCVfhLHCvZ1doSZB%252FkAaPmraNpf%252BVW%252BHpMzD%252BlM%252F0VU9a7LZkrIpyTtw3GL1p63u0U5lNgp%252FuPE0p2A7%252BQvvQJ1lB0QdKELEX1WvVtZGAtDuljMPjaRlSvgY5sSVihLduA6EPZWBWlHa%252FhHmJaPgFsh7PV%252BRRvvfjpxNThM%252BgFefb7Wx7%26c%3Dpeoplesense&psinvite=&subscribeOnSignin=1) ou ter uma conta no GOOGLE.

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    4. Se as análises dele forem corretas sobre seu país e sua vizinhança, não. Mas não é o que parece.

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    5. Obrigado por responder minha dúvida meu caro Michel !
      Quanto ao jornalista talvez eu não me fiz entender,mas vou falar de uma maneira mais simples.
      Eu quero dizer que análise,qualquer jornalista faz,daí elas se confirmarem é outro caso !
      Todos podemos fazer análises o FMI,fazia muitas dai dizer que estavam certas só com o tempo !
      Salutos de novo! CUCA.

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  2. Os EUA,Inglaterra,UE ( na verdade todo começou na Babilônia) inventaram o tipo de capitalismo que conhecemos aonde as riquezas dos países são tragadas atravez de um sistema de pirâmide baseadas em papel sem lastro algum (títulos financeiros, papel-moeda, etc) e agora observamos o desmoronamento de tal estratégia que durou décadas. Não sabemos para o mundo vai mais o capitalismo como conhecemos está morto e enterrado. Um dica singela:Está na hora de comprar ouro e prata.

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  3. Os europeus estão comendo nossa poeira a alguns anos e isso para eles que sempre nos viram como uma sub raça é humilhante.
    Por isso essa preocupação deles com o nosso PIB. Devíamos dar as opiniões deles a mesma importância que eles dão as nossas, mesmo com um PIB menor do que o desejável nos temos uma perspectiva de um belo futuro, enquanto eles tem pela frente anos de recessão e decadência.

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  4. Não entendi o que a analise do Le Monde está errada, já vi gente do próprio governo em conversas com críticas mais pesadas. O problema do PIB foi do próprio governo que deu uma importância maior que precisa em discurso da Dilma e do Mantega no começo deste governo, alguém está feliz com o crescimento do PIB/Inflação/Juros subindo, eu não.

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    1. O '' X'' da questão não é se a análise do Le Monde esta certa ou errada,o problema é que esses analista fazem muitas análises,que nem sempre se traduzem em realidade. A pouco tempo a Europa nadava de braçada e poucos previram a crise que se abateu sobre a UE, o boom das commodites ainda não passou,a China ainda pode fazer a situação mudar, tudo é análise há muitas opções !
      Por fim os europeus tem errado tanto que já perderam credibilidade !

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    2. Tá mais para constatação o texto que analise futuro, o artigo mais me pareceu tentar explicar as razões do Brasil ser o único país do G-20 a subir os juros e a ter ao mesmo tempo um crescimento baixo, para isso eles ancoram-se em dados oficiais do governo.

      Não li o texto no original, mas como está nesse excelente blog deve ser o original, por isso achei que jornalista francês foi educado até dizer que o Brasil tem crescimento irregular, se colocassem fraco seria mais real.

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    3. Bem eu queria dizer que o comentário ''Anonymous4 de junho de 2013 00:24
      O Le Monde é um jornal patrocinado por mercenários!
      CUCA'' que leva o meu nome não é meu !
      Trata-se de uma galhofa típica de pessoas levianas que se escondem no anonimato,para prejudicar os outros !
      Quero até aproveitar o momento para dizer a essa pessoa,para abandonar esse medo e manifestar as suas opiniões,sem se esconder atrás dos outros,isso é mais elegante e honesto,se você quer respeito então respeite ! Pode sair do seu armário meu caro,chega de se esconder !
      Grato a todos! CUCA !

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  5. Para terminar eu gostaria de disser que não sou fake do Michel,e gostaria ate que ele não deletasse essas mensagens insanas de alguns,para os comentaristas sérios verem como há pessoas baixas,que só querem denegrir os outros,porque não possuem opinião caráter,nem argumento !
    Por último quero dizer se houver outra mensagem com o nome CUCA no final,ela não é minha,mas sim de alguém se passando por mim ! essa é a última mensagem que posto!
    Quem viu minhas mensagens reais saberá distinguir minha opinião desses covarde que se escondem por trás do anonimato !
    Obrigado pelo espaço Michel,estou me despedindo se colocarem CUCA nas mensagens, não se trata de mim !
    Gratos a todos CUCA !

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  6. Não é novidade que a europa ainda pense que somos França Antártica, isso é normal pois sempre quizeram nos OCUPAR de todas as formas. Me recordo qdo o Ministro da Fazenda - Funaro / governo Sarney, estava em visita a Alemanha e houve uma entrevista coletiva com a presença do ministro alemão de finanças. O alemão começou dizendo que o BRASIL deveria fazer isso, aquilo outro e não sei o que mais, enfim um monte de baboseiras. Aí o ministro Funaro respondeu que o alemão cuidasse das medidas econômicas do seu país (estava ao lado do troglodita) e que das finanças do BRASIL, mesmo que não fossem boas cuidava ele e os economistas brasileiros. Já os ingleses do jornal Independent, para fazer loas a direita do BRASIL desceu o pau na Dilma e no Mantega, no entanto o The Economist já aceita uma pequena inflação porque senão não tem como crescer, pois, a rigidez alemã não é também aceita na França (o país com maior número de estatais do mundo). Então era melhor ficarem calados porque lá estão duros de marré de si.

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