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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Em meio a reduções de orçamento, Otan vive crise de identidade


É uma angústia profunda, talvez o prelúdio para uma verdadeira crise existencial. Ela resulta de uma questão às vezes enfrentada pelas organizações: "Mas para quê nós servimos, realmente?" E essa questão está começando a ser levantada na sede da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em Bruxelas.

De reuniões ministeriais sem pauta até cúpulas sem decisões, a organização sobrevive, tenta se encontrar e "redefinir" isto ou retomar aquilo. Na verdade, o fim de sua missão afegã em 2014 – com incertezas sobre o que virá depois -, conjugado a uma crise econômica e orçamentária sem precedentes que mina seus membros europeus, tem a mergulhado em consternação. E não são os comentários, abafados ou explícitos, dos dirigentes americanos sobre aquilo que o "International Herald Tribune" do dia 12 de abril chamava de risco de "falta de relevância militar coletiva" dos europeus que devolverão moral ao secretário-geral Anders Fogh Rasmussen e a seus adjuntos... Mais um sinal das dificuldades atuais: uma cúpula dos chefes de Estado e de governo da Aliança foi cancelada, pela incerteza quanto à presença de Barack Obama.

Desde 2010-2011, quase todos os europeus reduziram seus orçamentos militares, alvos bastante fáceis, evidentemente. As opiniões públicas são menos sensíveis a essas medidas do que a outras, que as atingem mais diretamente. No total, o continente dedica hoje à sua Defesa 15% a menos que em 2001. Nem a França, nem o Reino Unido atingem mais a norma da Otan de 2% do PIB dedicado ao domínio militar. O esforço francês deverá se aproximar de 1% em 2025. E embora hoje a Alemanha disponha, no que diz respeito ao armamento convencional, de um orçamento comparável ao da França, ela ainda hesita em tomar a iniciativa que a levaria a um outro status que não o de potência econômica.

Os europeus estão assumindo somente um terço das despesas da Otan, em breve um quarto, ao passo que dez anos atrás eles bancariam metade delas. Nações pequenas e médias estão simplesmente fora do jogo, incapazes de trazer à organização meios militares significativos.

Assim, é difícil continuar funcionando, a longo prazo, como um suposto conjunto unido e consensual. Ainda mais se, como aconteceu na guerra da Líbia, surgirem divergências políticas: oito membros participaram da guerra, mas a Alemanha, a Polônia e a Turquia ficaram de fora. E a Otan, atraída um pouco contra sua vontade para a ação, não deixou de evidenciar as lacunas e as falhas da operação. Que foram muitas, é verdade: reabastecimentos aéreos, meios para inteligência ou técnicas de supressão das defesas antiaéreas inimigas foram insuficientes. Aos soldados dinamarqueses faltou munição; a abstenção de Berlim por um tempo paralisou a frota de aviões de controle Awacs administrada pelas forças armadas alemãs…

A Otan esteve ausente no Mali, onde também não lhe pediram nada ainda que ela se gabasse de ser também uma força antiterrorista; ficou bastante feliz por seu papel no conflito sírio se limitar a enviar mísseis para a Turquia e a fazer planejamento "em todo caso"; e desde 2002 dispunha de uma Força de Reação Rápida que nunca foi acionada; ela buscava uma razão de ser, e um meio de acalmar suas tensões internas. Ela acreditava ter encontrado, com a "smart defence": uma "defesa inteligente" à base de mutualização e divisão de despesas, com uma melhor coordenação dos investimentos e a esperança de economias de escala beneficiando o conjunto.

Os grandes contribuidores da Aliança, hoje pressionados financeiramente, poderiam aceitar a continuar pagando por aqueles que recebem verbas conjuntas ao mesmo tempo em que contribuem muito pouco. E Washington, em dúvida sobre a verdadeira vontade dos europeus de participarem mais, mas também sobre sua real utilidade na solução de conflitos no Oriente Médio ou na Ásia futuramente, talvez visse com bons olhos o aspecto econômico do projeto: expandir as cooperações e os financiamentos conjuntos poderia significar uma maior venda de material americano e uma imposição a todos da norma "made in USA".

Hoje estão sendo lançados projetos concretos de cooperação. Quantos darão em algo? É difícil de dizer, levando em conta sua extensão, as dificuldades financeiras dos europeus e do pouco entusiasmo de alguns deles. Sem falar na concorrência com as iniciativas da sempre quimérica "Europa da Defesa". Esta última lançou projetos de "pooling and sharing", e tanto a França quanto a Alemanha – esta última com mais ambiguidade – se perguntam se, em vez de considerar uma nova divisão de papéis dentro de uma Otan que envelhece, não seria melhor expandir a potência de capacidade da União.

É um belo tema de reflexão para o sucessor de Catherine Ashton, a alta representante da diplomacia europeia encarregada das questões de segurança, em teoria. E para o sucessor de Anders Fogh Rasmussen, que também deixará seu posto em 2014. A menos que, até lá, o Congresso dos Estados Unidos encontre um consenso entre todos ao reorientar de uma vez por todas a participação americana em uma Aliança frequentemente considerada por Washington como definitivamente em declínio.

2 comentários:

  1. OTAN/EUA hein! Destruiram militarmente: Sérvia, Iraque, Líbia, Afganistão, Síria. Agora só faltam destruir Irã e Coréia do Norte, e pior conseguiram criar um país de bandoleiros: Kosovo com o propósito de roubarem (EUA) a maior reserva de carvão da Europa, pq se lá fossem nacionalistas mesmo não deixariam que os EUA lhes roubassem o carvão. OTAN foi criada para deter a Rússia, pós 2ª WW esta estava em frangalhos, pois quem aguentou os 2/3 da Wehrmacht foram os eles, então a OTAN só serviu para criar desgraças e ainda mais agora que ninguém tem grana para bancar os devaneios dos falcões de Washington. Portugal, Espanha, Grécia, Hungria, Roménia, Polônia estão duros; Inglaterra e França (Mali hein!) não se aguentam em pé economicamente ... tá difícil! Os EUA já sustentam iSSrael, Egito, Líbano ... e por isso tá faltando grana para a OTAN/Europa. Ah sim, já ia me esquecendo que a OTAN (fazem alguma coisa) patrulham o espaço aéreo dos países dos Báltico, porque a Rússia pode atacar a qualquer momento! rsrsrs ... Finalmente a OTAN se transformou na Organização Terrorista do Atlântico Norte, porque nunca combateu a RÚSSIA que era seu propósito inicial, não salvou ninguém do "COMUNISMO", só espalhou desgraças, criou inimigos (atentado a embaixada da França na Líbia) por onde passou, etc ... . OTAN está pela "BOLA 7 (preta)", falta pouco, aguardem! (Que vergonha para os países nórdicos, pois se sujaram pelos loucos de Washington, aquilo lá só tem doido. E como tem!)

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  2. Só espero q os Rússos ajudem seus + antigos aliados, os sérvios e retomem o kosovo...Quanto a C.do Norte...ninguém quer lavar na cara um (s) missil(eis) com uma explosivo nuclear...eles estão seguros.O mesmo ñ posso falar do Brasil, nem caças temos ( esqueçam os FX2 ) , vide à Argentina. Trágico.Sds.

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