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domingo, 1 de setembro de 2013

Fonte bélica da Síria, Rússia está contra o Ocidente

Existe uma grande potência instalada na Síria. Dois anos atrás, ela teria tido condições de incitar Bashar al-Assad a adotar moderação. Ela poderia ter facilitado um diálogo entre o governo e a oposição. Na época, esta não se encontrava corroída pelo jihadismo e se manifestava pacificamente – algo muitas vezes esquecido – contra o regime baathista.

A chamada grande potência, sempre ávida por reconhecimento, poderia ter tido um papel eminente. Mas ela não o fez, preferindo outra coisa: a política da degeneração deliberada; E ela tem uma parte enorme de responsabilidade, esmagadora, no fato de que o regime sírio violou o tabu da utilização de uma arma de destruição em massa.

Essa grande potência é a Rússia. Ela equipa e treina o exército sírio. Desde o início do conflito, Moscou teve como questão de honra continuar, e mesmo intensificar, seu fornecimento de armas para Damasco. Bashar al-Assad dizia, até poucos dias atrás, na imprensa moscovita: graças à Rússia, não falta nada a seu exército – peças avulsas para os aviões de caça, lança-mísseis, blindados etc., não faltou nem um alfinete no arsenal da guerra total que o regime sírio tem conduzido contra a rebelião.

Como a relação militar entre os dois Estados data do início dos anos 1970, a Rússia é o país que melhor conhece o estado-maior sírio e também, provavelmente, os serviços secretos do regime. Foi a Rússia que equipou – maciçamente, pelo visto – a Síria com armas químicas. Ela deve ter uma ideia bastante precisa do local onde estão armazenadas.

A Rússia defende interesses perfeitamente legítimos na Síria. A cooperação econômico-militar que ela mantém com esse país se parece com a que os Estados Unidos têm com muitos países da região. Mais importante, Moscou dispõe de uma base marítima na Síria, em Tartous, que é a chave de seu dispositivo naval no Mediterrâneo. Os laços comerciais também são consideráveis.

Americanos e europeus asseguraram a Moscou que uma solução política, se ela fosse buscada em conjunto, preservaria os interesses russos na Síria. Mas o Kremlin não fez nada para favorecê-la. Pelo contrário, ele se recusou a exercer qualquer pressão sobre o regime. À medida que a guerra civil ia tomando forma, foi fácil para Moscou dizer que a Rússia estava contendo na Síria a extensão de um extremismo sunita que a ameaçava em suas fronteiras caucasianas.

Mas essa não é toda a história. O comportamento irresponsável dos russos na Síria se explica de outra forma. Ele é produto dessa "ressovietização" da diplomacia russa que o presidente Vladimir Putin está conduzindo. Uma  mistura de ultranacionalismo com paranoia, ela consiste em ser contra "o Ocidente" em tudo, que é apresentado como um inimigo estratégico e cultural, cuja única preocupação seria impedir a Rússia de voltar a ser uma grande potência. Então Putin é contra a intervenção na Síria... ainda que isso signifique a banalização do uso das armas químicas.

O Kremlin só tem uma desculpa: em nenhum momento os "ocidentais" exerceram pressões sérias para fazer com que ele mudasse sua política sobre a Síria.

20 comentários:

  1. A Rússia vai assistir de braços cruzados seu aliado (Síria) ser "sapecada" de misseis por todos os lados.

    Rússia é um tigre de papel esperneia, bate na mesa mais quando chega a hora da verdade, faz "acordos" espúrios e abandona seus "aliados". Isso quando não trai seu próprio povo. http://www.youtube.com/watch?v=SG8_49wcD2E

    Historia e fatos, basta pesquisar.

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    1. A Rússia irá abandonar a Síria? Não é isso o que se sabe:
      https://www.facebook.com/blogoinformante/posts/515566081853304

      Sobre o Kursk, a Rússia não traiu seus submarinistas, cidadão. A Rússia não tinha como socorrê-los. Não fale o que você não sabe.
      http://codinomeinformante.blogspot.com.br/2012/12/estaleiro-russo-sevmash-inicia.html

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    2. Falei os fatos concretos, o Kursk aṕos ter colidido com o USS Toledo foi atingido por um torpedo Mark 48 disparado pelo USS Memphis para encobrir o ocorrido e em troca de "favores financeiros" Putin deixou os marinheiros morrerem por asfixia. Podiam ser salvos a profundidade era pouca.

      Se duvidam constatem a imagem (buraco da entrada do torpedo) no vídeo abaixo aos 03:25m:
      http://www.youtube.com/watch?v=KoBmOn7LcKs

      Quanto a Síria, aguardemos o que a Rússia fara, particularmente tenho certeza absoluta que em caso de ataque os russos irão "jogar palavras ao vento".

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    3. Você não falou de fatos concretos. Você fala de coisas que não são oficiais.

      Outra coisa, a ogiva de um torpedo Mark 48 é altamente explosiva e não faria aqueles simples buraco. Veja:
      http://www.youtube.com/watch?v=fBydeP-5jKw

      A imagem do submarino favorece a tese de uma implosão interna.

      A Rússia não precisou de favores financeiros, a Rússia se beneficiou das seguidas crises. Mas enfim, eu falo de fatos, não de "estórias".

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    4. Olha numa boa, eu não duvido das condições técnicas/teóricas de que a Rússia teria capacidade de atacar a Arábia Saudita. O que falta neste história é todo o resto.
      Ou seja, a Arábia Saudita não é um país isolado do ocidente, a Rússia teria que enfrentar as sanções americanas e europeias tendo de recorrer a ameaça que seu arsenal nuclear representa, apenas pra continuar existindo.
      No fim iria acabar pobre e isolada...
      Como dizem:
      Cachorro que ladra não morde...

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  2. O Mk-48 explode apos penetração não no impacto.

    Na época a Rússia estava um frangalho econômico em 1997 decretou moratória unilateral...voltou a crescer a partir de 2000 com a elevação do preço do petróleo.

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    1. Os torpedos explodem quando sua "head" toca o alvo. Muito semelhante o que acontece com as ogivas das armas antitanques russos. Torpedos não são armas bombas de penetração.

      A Rússia em 2000 já estava com sua economia boa, tão é verdade que lançou a segunda ofensiva na Chechênia.

      Durante 2000-01, a Rússia não só cumpriu com os compromissos da dívida externa, mas também fez grandes reembolsos antecipados aos empréstimos que fez do FMI, mas também acumulou reservas do Banco Central com o orçamento do governo, comércio e superávits em conta corrente.

      Mas enfim, qualquer site sério não ousa afirmar que o Kursk foi afundado e você não pode afirmar isso. Encerre por aqui sua opinião, visto que o post fala de outro assunto.

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    2. Mostra que a economia russa só crescia:
      http://www.economist.com/node/432036

      Sem mais delongas.

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    3. Que eu me lembre a Rússia ganhou o perdão da dívida esterna pelo EUA kkkk.

      Aí fica fácil cumprir com os compromissos.

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    4. Com todo respeito, mas você falou a maior bobagem de todos os tempos. O dia que os EUA perdoarem a dívida de algum país como a Rússia, eu paro de falar mal do governo daquele país.

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    5. Perdão de divida externa?... a russia conseguiu sanar rapidamente as suas dividas com as divisas criadas e agora tem uma divida externa entre as mais baixas do mundo.

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  3. Parabéns. Bela Matéria.

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  4. Boa Noite

    O seu post trata um assunto polemico de uma forma abrangente e de fácil leitura. Concordo que a Federação Russa teve uma ótima oportunidade de ter evitado todo esse conflito atual e estaria digamos numa situação mais confortável.
    Acredito que ao expor uma opinião deve ter consciência e discernimento, pois mostra o quanto você é capaz inteligente.

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    1. E desde quando que a Rússia teme o ocidente? A Rússia tem petróleo e se beneficia da alta do petróleo em cada conflito. Aliás, foi graças a crise do começo dos anos 2000, o 11 de setembro, a Invasão do Afeganistão e Iraque que a Rússia pode sair daquela crise financeira que não tinha fim. Foi aí que o mundo passou de unipolar para multipolar.

      Os EUA vivem boicotando a Rússia e embargando-a, mas só fica nisso. A Europa está nas mãos dos russos. Em tempo, a Rússia esmagou a Geórgia, país que ajudava a OTAN e aspirava adentrar na Aliança Atlântica. Todo mundo dizia que a Rússia não tinha coragem de atacar esse país e atacou. O resultou todos sabem: a Geórgia perdeu a guerra feio confiando no apoio americano da OTAN, perdeu parte do seu território, teve o país arruinado em apenas 5-6 dias, se afastou do Ocidente e OTAN não quer mais a Geórgia como membro.

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    2. Desde que o seu poderio bélico tradicional ficou tecnologicamente atrasado em relação ao "ocidente", E agora que eles estão melhorando sua qualidade não conseguem igualar sua quantidade, logo está em permanente desvantagem...
      Uma coisa é você ter petróleo quando você faz parte da comunidade internacional e pertence as principais organizações do comércio internacional. Outra totalmente diferente é ter petróleo mas ficar isolado internacionalmente. Vai acabar trocando petróleo e gás por comida e outras migalhas...
      Os boicotes dos EUA giram num contexto de paz, não de conflito armado iminente, não confunda as situações.
      Georgia e Arábia Saudita são países diferentes, com localizações geográficas diferentes, interesses diferentes, e papeis diferentes no cenário mundial.

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    3. Em poucas áreas a Rússia ficou atrás com relação ao Ocidente e eles tem um excelente parque industrial. Sinceramente não sei de onde você tirou a ideia, que um país como a Rússia não tem quantidade. A Rússia pertence a comunidade internacional e ainda força o Ocidente aceitá-la no G8.

      Não sei de onde você também tirou a ideia que a Rússia é isolada. Ela tem acordos economicos com muitos países e é um parceiro da UE.

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    4. "Em poucas áreas a Rússia ficou atrás com relação ao Ocidente"
      Poucas, mas importantes. Compara os aviônicos dos caças russos da década de 80/90 com seus similares europeus e americanos, a diferença é gritante. Apenas agora a Rússia parece ter alcançado o ocidente.
      Quantos Su-27 atualizados a Rússia possui? Quantos Su-35, Mig-29 (também atualizados), Mig-35, Mig-31(atualizados), TU-160, BEARS, TU-22 E SU-34. Será que possuem muitos mísseis de cruzeiro precisos o suficiente para ataques convencionais e com alcance superior a 1000km (o kh-555 e outras versões capazes de levar ogivas tradicionais foram testadas a pouco tempo)? São poucos, não fazem frente aos EUA ou a União Europeia (individualmente, a Rússia faria frente a qualquer país europeu sozinho, mas a realidade não é esta)

      Exatamente, por que um país integrado a economia internacional como a Rússia é atualmente colocaria tudo isto a perder por causa da Síria?

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    5. Todas as informações questionados por você pode ser averiguadas no blog. Só gostaria de lembrar uma coisa: Em matéria de mísseis, seja qual for, a Rússia está pelo menos duas décadas à frente dos americanos, isso não é falácia, mas sim constatação dos próprios americanos.

      A Rússia não tem nada a perder atacando à Síria. Se o regime de Riad cair, por exemplo, a Rússia só tem a ganhar, pois enfraqueceria o maior aliado americano na região depois de Israel. A Rússia, em toda tesão, conflito ou guerra, se beneficia da alta do petróleo.

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  5. Não se pode falar de Rússia ter a perder ou a ganhar, a questão é Putin ter a perder ou a ganhar. Putin é solidário com Assad porque ambos são ditadores. A moral do Putin anda tão baixa que ele se obriga a comprar a Ucrânia para parecer poderoso aos próprios russos. Outra prova de que o prestígio de Putin é falso: Pussy Riot, que é musicalmente pobre e moralmente baixo consegue ter prestígio internacional apenas por se colocar contra Putin, ainda uma cria da KGB.

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